Discursos João Paulo II 2000 72


JOÃO PAULO II

SAUDAÇÃO DO SANTO PADRE

APÓS A SANTA MISSA


AOS JOVENS DE TODO O MUNDO


Monte das Bem-aventuranças

24 de Março de 2000



No termo desta jubilosa Celebração eucarística, desejo agradecer a todos vós, estimados jovens que viestes tão numerosos de perto e de longe, como discípulos de Jesus para escutar a sua palavra.

73 Partindo deste Monte das Bem-aventuranças, cada um de vós deve ser mensageiro do Evangelho das Bem-aventuranças.

Saúdo em particular os jovens neocatecumenais que vieram aqui em tão grande número, de todas as partes do mundo.

A todos digo: Cristo vos acompanhe pelas veredas do mundo!

Acompanhe-vos também Maria que como amanhã recordarei em Nazaré com o seu fiat colaborou no grande mistério da Encarnação, cujos dois mil anos são celebrados pelo Ano jubilar.
Deus vos abençoe!


Durante estes dias, os meus pensamentos voltam-se com esperança para as iniciativas que estão a ser tomadas pela Organização da Unidade Africana, em vista de restabelecer a paz entre a Etiópia e a Eritreia. Estes esforços chegaram a uma fase muito delicada. Trata-se de encontrar um caminho que leve às condições necessárias para o bem-estar e o progresso dos povos de toda essa região, já grandemente atingida pela miséria. Oremos todos juntos para que esta parte do mundo se prodigalize em prol de uma solução justa.



JOÃO PAULO II


SAUDAÇÃO DO SANTO PADRE


NO ENCONTRO COM OS


CÔNSULES-GERAIS


Jerusalém, 25 de Março de 2000

Ilustres Cônsules-Gerais

Sinto-me feliz por ter esta oportunidade de me encontrar convosco e de vos encorajar na missão que desempenhais nestas singulares Cidade e Terra. Provindes de diferentes países e representais diversos povos e sistemas políticos, mas todos vós sem excepção estais empenhados numa única e grandiosa causa: a promoção da paz e do entendimento entre os povos e as nações.

Neste importante contexto, nenhuma realização ou conquista por menor que possa parecer deixará de ter uma influência positiva sobre a inteira família humana. Encorajo-vos a dedicar ao vosso trabalho toda a energia de um ideal profundamente sentido: da construção de um mundo firmemente assente sobre os sólidos fundamentos da paz, da justiça e do respeito pelos direitos e pela dignidade humana. Deus, que é a fonte da nossa paz, abençoe abundantemente todos os esforços destinados a garantir uma era de sincera compreensão e colaboração entre as nações da terra.

Deus abençoe todos vós e as vossas famílias!

JOÃO PAULO II

DISCURSO DO SANTO PADRE

DURANTE O ENCONTRO ECUMÉNICO NO


PATRIARCADO GRECO-ORTODOXO


74

Jerusalém, 25 de Março de 2000


Queridos Irmãos e Irmãs em Cristo

1. É com profunda gratidão à Santíssima Trindade que realizo esta visita ao Patriarcado greco-ortodoxo de Jerusalém, e saúdo todos vós na graça e na paz de nosso Senhor Jesus Cristo. Agradeço a Sua Beatitude o Patriarca Diodoros I a sua hospitalidade fraterna e as cordiais palavras que nos dirigiu. Saúdo Sua Beatitude o Patriarca Torkom II, e todos os Arcebispos e Bispos das Igrejas e das Comunidades eclesiais aqui presentes. É fonte de grande alegria saber que os Chefes das Comunidades cristãs na Cidade Santa de Jerusalém se encontram com frequência para abordar questões de comum interesse para os fiéis. O espírito fraterno que prevalece entre vós é um sinal e um dom para os cristãos da Terra Santa, que enfrentam os desafios que se lhes apresentam.

Será acaso necessário que diga que sou profundamente encorajado pelo encontro desta tarde? Ele confirma que iniciámos o caminho para nos conhecermos melhor uns aos outros, com o desejo de superar a desconfiança e a rivalidade herdadas do passado. Aqui em Jerusalém, na cidade onde nosso Senhor Jesus Cristo morreu e ressuscitou, as suas palavras ecoam com uma especial ressonância, sobretudo as que Ele disse na noite antes de morrer: "que todos sejam um só... para que o mundo creia que Tu Me enviaste" (Jn 17,21). Para responder à súplica do Senhor estamos hoje aqui reunidos, seguidores do único Senhor apesar das nossas dolorosas divisões, e todos conscientes de que a sua vontade nos obriga, assim como as Igrejas e Comunidades eclesiais que representamos, a percorrer a via da reconciliação e da paz.

O acontecimento de hoje recorda-me o encontro histórico realizado aqui em Jerusalém, entre o meu Predecessor o Papa Paulo VI e o Patriarca Ecuménico Atenágoras I. Foi um evento que lançou os fundamentos de uma nova era de contactos entre as nossas Igrejas. Nos anos que se passaram aprendemos que o caminho para a unidade é difícil. Isto não nos deve fazer desanimar. Devemos ser pacientes e perseverantes, e prosseguir sem vacilar. O caloroso abraço do Papa Paulo VI e do Patriarca Atenágoras I apresenta-se como sinal profético e fonte de inspiração, que nos impele a novos esforços para correspondermos à vontade do Senhor.

2. A nossa aspiração por uma comunhão mais plena entre os cristãos assume um significado especial na Terra natal do Salvador e na Cidade Santa de Jerusalém. Aqui, na presença das diversas Igrejas e Comunidades, desejo reafirmar que a característica eclesial de universalidade respeita plenamente a legítima diversidade. A variedade e a beleza dos vossos ritos litúrgicos e das vossas tradições e instituições espirituais, teológicas e canónicas, testemunham a riqueza da herança divinamente revelada e indivisa da Igreja universal, tal como se desenvolveu através dos séculos no Oriente e no Ocidente. Existe uma legítima diversidade que não é de modo algum contrária à unidade do Corpo de Cristo, mas sim fortalece o esplendor da Igreja e contribui em grande medida para o cumprimento da sua missão (cf. Ut unum sint UUS 50). Nenhuma destas riquezas deve ser perdida na unidade mais plena à qual aspiramos.

3. Durante a recente Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, neste Ano do Grande Jubileu, muitos de vós se uniram em oração por uma maior compreensão e cooperação entre todos os seguidores de Cristo. Fizestes isto conscientes de que todos os discípulos do Senhor têm juntos uma comum missão de servir o Evangelho na Terra Santa.

Quanto mais estivermos unidos em oração à volta de Cristo, tanto mais corajosos nos tornaremos ao enfrentar a dolorosa realidade humana das nossas divisões. A peregrinação da Igreja através deste novo século e do novo milénio é o caminho traçado por ela em virtude da sua intrínseca vocação à unidade. Peçamos ao Senhor que inspire um novo espírito de harmonia e de solidariedade entre as Igrejas para enfrentar as dificuldades práticas que assediam a Comunidade cristã em Jerusalém e na Terra Santa.

4. A cooperação fraterna entre os cristãos nesta Cidade Santa não é uma mera opção; ela tem o seu próprio significado ao comunicar o amor que o Pai tem pelo mundo ao enviar o seu Filho unigénito (cf. Jo Jn 3,16). Só num espírito de recíproco respeito e apoio a presença cristã pode florescer aqui numa comunidade viva com as suas tradições e confiante de enfrentar os desafios sociais, culturais e políticos de uma situação em evolução. Só estando reconciliados entre si, os cristãos podem desempenhar plenamente o seu papel, fazendo de Jerusalém a Cidade da Paz para todos os povos. Na Terra Santa, onde os cristãos vivem ao lado dos seguidores do Judaísmo e do Islão, onde quase todos os dias existem tensões e conflitos, é essencial superar a escandalosa impressão suscitada pelas nossas divergências e controvérsias. Nesta Cidade deveria ser sobretudo possível para cristãos, judeus e muçulmanos viverem juntos em fraternidade, liberdade, dignidade, justiça e paz.

5. Estimados Irmãos em Cristo, foi minha intenção conferir uma dimensão claramente ecuménica à celebração do Ano jubilar 2000 por parte da Igreja. A abertura da Porta Santa na Basílica de São Paulo fora dos Muros, na qual estavam representadas numerosíssimas Igrejas e Comunidades eclesiais, simbolizou o nosso atravessar juntos a "porta", que é Cristo: "Eu sou a porta: se alguém entrar por Mim, salvar-se-á" (Jn 10,9). O nosso caminho ecuménico é precisamente este: um caminho em Cristo e através de Cristo, o Salvador, rumo à fiel realização do plano do Pai. Com a graça de Deus, o bimilenário da Encarnação do Verbo será "um tempo favorável", um ano de graça para o movimento ecuménico. No espírito dos Jubileus do Antigo Testamento, este é para nós um tempo providencial para nos dirigirmos ao Senhor e pedirmos perdão pelas feridas que os membros das nossas Igrejas infligiram uns aos outros ao longo dos séculos. Chegou o momento de pedirmos ao Espírito de Verdade que ajude as nossas Igrejas e Comunidades a empenharem-se num diálogo teológico sempre mais fecundo, que nos tornará capazes de crescer no conhecimento da verdade e de alcançar a plenitude da comunhão no Corpo de Cristo. Do intercâmbio de ideias, o nosso diálogo tornar-se-á depois um intercâmbio de dons: uma partilha mais autêntica do amor que o Espírito derrama incessantemente nos nossos corações.
Sua Beatitude recordou-nos a oração de Cristo na vigília da sua Paixão e Morte. Esta oração é a sua última vontade e o seu testamento, e desafia todos nós.Qual será a nossa resposta?

75 Queridos Irmãos em Cristo, com o coração repleto de esperança e com inabalável confiança, façamos do terceiro Milénio cristão o Milénio da nossa alegria, reencontrada na unidade e na paz do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém.

JOÃO PAULO II

SAUDAÇÃO DO SANTO PADRE

AO GRÃO-MUFTI DE


JERUSALÉM E DA TERRA SANTA


XEQUE AKRAM SABRI


Domingo 26 de março de 2000


Eminência
Excelência
Ilustres Autoridades muçulmanas

Desejo expressar-lhe, Presidente da Suprema Comissão Islâmica, a minha gratidão por me ter recebido no "Haram al-Sharif", vinculado à memória de Abraão, que para todos os crentes é um modelo de fé e de submissão a Deus Omnipotente.

Como vós bem sabeis, a minha visita é essencialmente uma peregrinação religiosa e espiritual. Peregrinar aos lugares sagrados constitui uma característica comum de muitas religiões, de forma especial das três religiões abraâmicas. Dou graças ao Deus venerado por judeus, cristãos e muçulmanos. Jerusalém é a Cidade Santa por excelência. Ela faz parte do comum património das nossas religiões e da inteira humanidade.

Deus Todo-poderoso conceda a paz a toda esta querida região, a fim de que cada um dos povos que vive aqui possa gozar dos próprios direitos, viver em harmonia e cooperação e, mediante actos de caridade e de solidariedade humanas, dar testemunho do único Deus.

Obrigado a todos vós!

ORAÇÃO DE JOÃO PAULO II

NO MURO OCIDENTAL DE JERUSALÉM





Deus dos nossos pais,
76 Vós escolhestes Abraão e a sua descendência
para levarem o vosso Nome aos gentios:
sentimo-nos profundamente consternados
pelo comportamento de quantos,
no decurso da história, fizeram sofrer estes vossos filhos
e, pedindo-Vos perdão, queremos empenhar-nos
numa fraternidade autêntica
com o povo da aliança.

R. Amen.



Domingo, 26 de março de 2000

IOANNES PAULUS PP. II



JOÃO PAULO II

DISCURSO AO PATRIARCA

ARMÉNIO-ORTODOXO DE JERUSALÉM


TORKON II MANOOGIAN


Domingo, 26 de Março de 2000


Beatitude

77 É-me deveras grato visitá-lo hoje na sua residência, depois de ter a alegria de o encontrar em Roma, por ocasião da memorável visita de Sua Santidade Karekin I, em Dezembro de 1996.

Repito cordialmente as palavras que nessa ocasião disse ao Catholicos Patriarca de todos os Arménios: "A graça e a cordialidade do nosso encontro se tornem "uma luz que brilha num lugar escuro, até que venha o dia em que a estrela matutina resplandeça nos vossos corações" (
2P 1,19)". O nosso encontro hodierno constitui um ulterior passo avante, que o Senhor nos concedeu para o revigoramento dos vínculos entre a Igreja católica e a Igreja Apostólica arménia. Neste Ano jubilar, enquanto rezamos mais intensamente por que o Senhor nos conceda o dom da unidade, oxalá a nossa amizade seja uma oração elevada ao Pai como incenso, como a fragrância do sacrifício vespertino que o Filho amado ofereceu na Cruz.

Beatitude, ao visitar a sua casa sinto-me como um irmão no meio de irmãos, que juntos se empenham na construção da Igreja de Cristo. Agradeço-lhe a sua amável recepção e peço ao Senhor ressuscitado que conceda os seus dons de prosperidade, alegria e paz a Vossa Excelência, a todo o clero e cada um dos fiéis da Igreja Apostólica arménia na Terra Santa.

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II

AOS PARTICIPANTES NO CONGRESSO NACIONAL

DE ODONTOLOGIA POR OCASIÃO DO ANO SANTO


Terça-feira, 28 de Março de 2000

1. Dirijo a minha cordial saudação a cada um de vós, ilustres Professores de Odontologia, vindos de todas as partes da Itália em peregrinação a Roma para celebrar o vosso Jubileu. Obrigado por esta vossa visita! Agradeço, em particular, ao Professor Giovanni Dolci, Presidente do vosso Congresso Nacional, e faço extensivos os meus sentimentos de estima e apreço aos representantes das associações e das indústrias do sector.

De coração formulo votos a todos vós e às vossas famílias por que o Ano Santo constitua para todos uma extraordinária ocasião de graça. O Jubileu quer ser precisamente isto: um convite premente a corresponder ao dom da salvação, com uma profunda renovação do coração, que se exprima num caminho de íntima conversão. Símbolo eloquente da vida nova, que Cristo mesmo nos trouxe com a sua morte e ressurreição, é a Porta Santa, que tivestes oportunidade de atravessar com fé e devoção.

2. Muito oportunamente desejastes celebrar o vosso Jubileu durante a assembleia nacional da vossa categoria. Quisestes assim pôr em evidência que a vossa actividade não tem só uma dimensão técnica: ela é também uma missão, que vos pede que dediqueis as vossas competências profissionais ao serviço do próximo, no qual, enquanto crentes, sabeis ver em transparência o rosto de Cristo (cf. Mt Mt 25,40). A benemérita Instituição de que fazeis parte estabelece como finalidade o progresso científico da odontologia e da didáctica universitária dos vários cursos de aperfeiçoamento: ela, deste modo, assume uma perspectiva mais ampla, com grande benefício para a pessoa humana. Eis por que a vossa profissão tem necessidade de uma constante actualização, quer no plano técnico quer no humano, com singular atenção às questões éticas e morais que emergem da actividade quotidiana.

Nesta perspectiva, nos três dias de estudo e de debate do vosso Congresso, procurastes determinar os métodos e as técnicas mais idóneas para prevenir as infecções, mas, ao mesmo tempo, perguntastes-vos como exercitar formas oportunas de solidariedade e de cooperação internacional em favor de quem é necessitado. Aprofundastes as novas possibilidades oferecidas pela ciência médico-sanitária, e, neste contexto, avaliastes como ir ao encontro das necessidades dos pacientes inábeis e dos idosos. Ao exprimir apreço por estas perspectivas de empenho, desejo convidar-vos a prosseguir com constância nos vossos propósitos generosos, a fim de que o serviço, que ofereceis aos indivíduos e à sociedade, seja sempre sentido por cada um de vós como um serviço ao próximo e, de modo especial, em favor daqueles que sofrem.

3. O ícone que naturalmente se oferece a vós, que estais chamadas a ajudar as pessoas que sofrem, é o do bom Samaritano, que se inclina sobre o homem atingido pelos bandidos e abandonado na estrada. O bom Samaritano por excelência é Jesus. Seja Ele o vosso modelo! Ele, que passou entre os homens curando e fazendo o bem àqueles que a Ele se dirigiam (cf. Cat 10, 38), vos ajude a dedicar-vos com cuidado generoso a quantos a vós recorrem.

Com toda a vossa possibilidade, fazei-vos promotores de solidariedade na Itália e nas outras Nações, mediante a formação e a actualização de novas gerações de profissionais preparados e responsáveis. Estudai as vias melhores para oferecer a ajuda científica e técnica de que precisam os Países que não têm acesso à assistência odontológica mais actualizada. Com a inventiva que brota do amor, sabei encontrar respostas atentas às carências do próximo necessitado, no respeito pela dignidade própria de todo o ser humano.

4. Caríssimos Irmãos e Irmãs, o Ano Jubilar recorda-nos que Cristo veio para trazer também ao homem do nosso tempo a superabundante graça do Pai celeste. Acolhei este dom com ânimo disponível, conscientes de que Deus quer a salvação de todos os seus filhos. Diante do mistério do sofrimento, que toca de maneira viva a existência de tantos irmãos, fazei-vos instrumentos e testemunhas da sua bondade divina. No rosto de quem é provado, os olhos iluminados pela fé sabem distinguir as feições do rosto de Cristo, "homem das dores", que com a Cruz remiu o mundo.

78 Na vossa actividade, animada por estes ideais, vos acompanhe sempre a Virgem Santíssima, refúgio e saúde dos enfermos.

Com estes sentimentos, invoco sobre vós a assistência divina e, de coração, concedo-vos a Bênção Apostólica que, de bom grado, faço extensiva às vossas famílias e a quantos vos são queridos.

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II

AOS PEREGRINOS DA BÓSNIA-HERZEGÓVINA

VINDOS A ROMA PARA O ANO SANTO


Quinta-feira, 30 de Março de 2000



Senhor Cardeal
Venerados Irmãos no Episcopado
Estimados Presbíteros
Queridos Irmãos e Irmãs

1. A minha cordial saudação chegue a cada um de vós, Pastores, e a vós aqui reunidos, fiéis das queridas Igrejas de Vrhbosna, Mostar-Duvno, Trebinje-Mrkan e Banja Luka. Recebo todos vós com imensa alegria. Viestes aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo e dos outros Mártires de Roma para celebrar o Grande Jubileu do ano 2000 e para confirmar a vossa comunhão com a Igreja de Roma e o Sucessor do Príncipe dos Apóstolos. Ao apresentar-vos afectuosamente as minhas boas-vindas, agradeço ao estimado Cardeal Vinko Puljic os sentimentos que me exprimiu em nome de todos vós.

Conservo sempre vivas as recordações da visita pastoral que, depois de vários adiamentos forçados, pude realizar nos dias 12 e 13 de Abril de 1997. Naquela data verifiquei pessoalmente a enorme tragédia de que, ao longo do último decénio, fostes vítimas vós e os outros habitantes da região. A Santa Sé esteve sempre ao vosso lado durante este período e continuará a fazê-lo também no futuro. O coração do Papa palpita por vós e partilha não apenas os vossos sofrimentos e preocupações, mas também as vossas alegrias e esperanças.

2. Sim, queridos Irmãos e Irmãs! Apesar das numerosas dificuldades que enfrentais quotidianamente devido à situação política e económica, e não obstante as nuvens que ainda pairam no horizonte da vossa Pátria, chegou o tempo da esperança! Assim como neste momento muitos sinais anunciam o despertar da natureza, também no âmbito social não faltam sintomas de promissora retomada! É tarefa dos cristãos reforçar este processo positivo com o contributo dos fermentos de vida nova contidos no Evangelho. A mensagem crista encerra em si um extraordinário potencial de esperança. Cada fiel tem a responsabilidade de fazer partícipes dela os irmãos e irmãs que encontra.

Caríssimos, o vosso anúncio de esperança convencerá se for acompanhado do testemunho evangélico, da profunda comunhão eclesial e da caridade que não conhece limites. A vossa própria vida fale a todos do vosso modo de ser cristãos! Sede os primeiros a oferecer e a aceitar o perdão, libertando a memória do ódio, dos rancores, da vontade de vingança e reconhecendo como irmão até quem vos feriu. Não vos deixeis vencer pelo mal, mas vencei o mal com o bem (cf. Rm Rm 12,21). "Cada um perdoe ao outro, do mesmo modo que o Senhor vos perdoou" (Col 3,13).

79 Tenho profundas esperanças de que, com a ajuda de Deus, a chama da fé, que foi acesa nas vossas terras há tantos séculos, continue a arder no terceiro milénio. A Igreja na vossa Pátria continuará a ser cheia de vida, se permanecer aberta aos estímulos do Espírito Santo e se continuar unida em redor dos Bispos, sucessores dos Apóstolos. Os Pastores são os garantes da unidade católica de cada uma das vossas comunidades paroquiais e diocesanas.

O actual Grande Jubileu, vivido com fervor, oferece a todos os cristãos uma ocasião propícia para aprofundar a obra da salvação que se realiza na Igreja, Corpo místico de Cristo e Sacramento universal de salvação. Oxalá a celebração do Jubileu de abundantes frutos de conversão e de santidade nas Comunidades católicas que vivem nas vossas regiões! Que a cruz de Cristo manifeste mais uma vez o seu poder salvífico entre vós!

3. Caríssimos católicos da Província eclesiástica de Vrhbosna, sabei permanecer unidos entre vós a fim de superar as dificuldades do momento actual. Desta forma podereis construir na vossa terra, juntamente com os vossos concidadãos, um futuro de paz cheio de esperança. Tereis bom êxito neste empreendimento, sem dúvida não simples, se permanecerdes solidários entre vós e se souberdes desenvolver o espírito da partilha e da co-responsabilidade, ajudando principalmente os mais frágeis, os pobres e as vítimas da guerra que se encontram entre vós!

A Bósnia-Herzegovina precisa de diálogo leal e de cooperação efectiva entre todos os povos que a constituem, bem como de respeito dos direitos e da identidade de cada pessoa e de cada grupo individualmente. Com efeito, se se deseja construir um futuro de paz e de estabilidade social, n se pode privilegiar alguns prejudicando outros e a igualdade deve ser garantida a todos.

A vossa Pátria, ao longo dos últimos cinco séculos e meio, foi governada por sistemas cuja herança impede em grande medida o actual desenvolvimento democrático. Para superar esta situação e incrementar a verdadeira democracia é necessário o empenho e a colaboração de todos.

Uma democracia autentica é fruto das características culturais, sociais e religiosas dos vários componentes do País, no respeito da igualdade, da justiça e da verdade. Ela não pode ser nem importada, nem imposta. O seu bom funcionamento depende, sobretudo, da medida em que é respeitada a dignidade da pessoa e a sacralidade da vida humana.

4. Saúdo de coração também os peregrinos das Paróquias de Dol, Postira e Splitska. Durante a recente guerra, a sua ilha de Brac hospedou o Seminário Maior de Vrhbosna, Sarajevo e outros numerosos refugiados. Deus recompense abundantemente todos os habitantes daquela bonita ilha!
Sobre todos vós aqui presentes e sobre as vossas comunidades diocesanas invoco a protecção da Santíssima Mãe de Deus, e a cada um de vós concedo de coração a Bênção Apostólica.

Louvados sejam Jesus e Maria!

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II

AOS PARTICIPANTES NA ASSEMBLEIA PLENÁRIA

DA PONTIFÍCIA COMISSÃO PARA


OS BENS CULTURAIS DA IGREJA


Sexta-feira, 31 de Março de 2000



Venerados Irmãos
80 no Episcopado e no Sacerdócio
Caríssimos Irmãos e Irmãs!

1. Apraz-me acolher cada um de vós, Membros da Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja, reunidos nestes dias em Assembleia Plenária. Saúdo-vos com afecto!

Saúdo, em particular, o vosso Presidente, o Arcebispo Francesco Marchisano, e agradeço-lhe as amáveis palavras, com as quais quis apresentar actividades e perspectivas da Comissão, recordando entre outras coisas o Jubileu dos Artistas. Este, na sua preparação, empenhou intensamente esse Dicastério e, com a sua bem sucedida realização, proporcionou-me uma grande alegria. Com os numerosos artistas presentes na Basílica de São Pedro pude, de algum modo, continuar de viva voz, aquele diálogo que eu tinha iniciado com a Carta aos Artistas.

2. Também a vossa Assembleia Plenária, que escolheu como tema "Os bens culturais no contexto da nova evangelização", bem se inscreve no horizonte do Grande Jubileu, pondo-se em sintonia com a sua finalidade primária, que é o renovado anúncio de Cristo dois mil anos depois do seu nascimento.

Nos vossos trabalhos da assembleia, tendo como base o notável empenho prodigalizado nos últimos anos pela vossa Comissão, procurastes antes de tudo configurar o conceito de "bem cultural" segundo a mens da Igreja; fixastes depois a atenção no ingente património histórico-artístico existente, diagnosticando a sua situação de tutela e conservação, em vista da sua valorização pastoral; além disso, ocupastes-vos da formação dos operadores, procurando oportunos contactos com os artistas das diversas disciplinas.

O caminho louvavelmente empreendido deve ser prosseguido, e quereria hoje encorajar-vos a não poupar esforços para fazer com que os testemunhos de cultura e de arte, entregues ao cuidado da Igreja, sejam sempre melhor valorizados ao serviço do autêntico progresso humano e da difusão do Evangelho.

3. Com efeito, os bens culturais nas suas múltiplas expressões – das igrejas aos mais diversos monumentos, dos museus aos arquivos e às bibliotecas – constituem uma componente que de modo algum deve ser descuidado na missão evangelizadora e de promoção humana, que é própria da Igreja.

De modo especial a arte cristã, "bem cultural" mais do que nunca significativo, continua a prestar um seu singular serviço comunicando com extraordinária eficácia, através da beleza das formas sensíveis, a história da aliança entre Deus e o homem e a riqueza da mensagem revelada. Nos dois milénios da era cristã, ela foi a maravilhosa manifestação do ardor de tantos confessores da fé, expressou a consciência da presença de Deus entre os crentes, sustentou o louvor que de todas as partes da terra a Igreja eleva ao seu Senhor. Os bens culturais revelam-se documentos qualificados dos vários momentos desta grande história espiritual.

A Igreja, além disso, perita como é em humanidade, utiliza os bens culturais para a promoção de um humanismo autêntico, modelado em Cristo, homem "novo" e revelador do homem a si próprio (cf. Gaudium et spes
GS 22). Portanto, não deve causar admiração o facto de as Igrejas particulares se empenharem em promover a conservação do próprio património artístico-cultural, através de intervenções ordinárias e extraordinárias, que lhe consentem a plena valorização.

4. A Igreja não é só guardiã do seu passado; ela é sobretudo animadora do presente da comunidade humana, em vista da edificação do seu futuro. Ela, portanto, incrementa continuamente o próprio património de bens culturais, para responder às exigências de todas as épocas e culturas, e depois preocupa-se de entregar às gerações sucessivas quanto foi realizado, para que também elas possam beber no grande rio da traditio Ecclesiae.

81 Precisamente nesta perspectiva é necessário que as múltiplas expressões da arte sacra se desenvolvam em sintonia com a mens da Igreja e ao serviço da sua missão, usando uma linguagem capaz de anunciar a todos o Reino de Deus.

Ao formularem os seus projectos pastorais, as Igrejas locais não deixarão, portanto, de utilizar de maneira adequada os próprios bens culturais. Com efeito, estes têm uma singular capacidade de impelir as pessoas a uma mais viva percepção dos valores do espírito e, testemunhando de vários modos a presença de Deus na história dos homens e na vida da Igreja, dispõem os ânimos ao acolhimento da novidade evangélica. Além disso, através da proposta da beleza, que por sua natureza tem uma linguagem universal, a Igreja é certamente ajudada na sua tarefa de encontrar todos os homens num clima de respeito e de tolerância recíproca, segundo o espírito do ecumenismo e do diálogo inter-religioso.

5. A nova evangelização requer um renovado empenho no culto litúrgico, no qual reside também uma rica fonte de instrução para o povo fiel (cf. Sacrosanctum concilium
SC 33). Como se sabe, o culto encontrou desde sempre na arte uma natural aliada, de maneira que os monumentos de arte sacra associam ao seu intrínseco valor estético, também o catequético e cultural. É preciso, por isso, valorizá-los tendo em conta o seu habitat litúrgico, conjugando o respeito pela história com a atenção às exigências actuais da comunidade cristã, e fazendo com que o património histórico-artístico, ao serviço da liturgia, nada perca da própria eloquência.

6. Será, além disso, necessário que se continue a promover a cultura da tutela jurídica desse património junto das diversas realidades eclesiais e dos organismos civis, operando em espírito de colaboração com as diversas Entidades estatais, prosseguindo os contactos quer com os adidos da gestão dos bens culturais, quer com os artistas das várias disciplinas. Muito ajudará neste sentido o diálogo com as Associações para a tutela, conservação e valorização dos bens culturais, assim como com os Grupos de voluntariado.

Em particular, compete ao vosso Departamento estimular todos aqueles que estão directa ou indirectamente envolvidos neste âmbito a sentire cum Ecclesia, a fim de que cada um possa transformar o próprio modo de agir específico, em preciosa ajuda à missão evangelizadora da Igreja.

7. Caríssimos Irmãos e Irmãs! Obrigado de coração pelo vosso trabalho e pelo contributo por vós oferecido à tutela e plena valorização do património artístico da Igreja. De coração formulo votos por que ele se possa tornar meio sempre mais eficaz para aproximar da mensagem evangélica os que estão distantes e para fazer crescer no povo cristão o amor à beleza, que abre o espírito ao verdadeiro e ao bem.

Sobre o vosso empenho invoco a protecção materna de Maria, e de bom grado asseguro, para todas as vossas intenções, a minha recordação junto do Senhor. De coração vos abençoo, a vós e a quantos com generosidade colaboram convosco.

À ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTRADOS

Sexta-feira, 31 de Março de 2000

Ilustres Senhores, gentis Senhoras!

1. Ao receber-vos por ocasião da celebração do vosso Jubileu, apresento a cada um de vós as minhas cordiais boas-vindas, exprimindo viva consideração pela alta função de que estais investidos. Saúdo, em particular, o Presidente da vossa Associação, o Doutor Mário Cicala, e agradeço-lhe as amáveis palavras que me quis dirigir em vosso nome.

O Jubileu, celebração do bimilenário do ingresso de Cristo na nossa história, chama em causa os homens do nosso tempo, interpelando a sua responsabilidade no cumprimento das tarefas que lhes foram confiadas. Visto que "todas as actividades humanas... devem ser purificadas e levadas à perfeição pela cruz e ressurreição de Cristo (Gaudium et spes GS 37), os crentes não se podem subtrair à inspiração desse evento, não só naquilo que atém à esfera privada do seu agir, mas também para os empenhamentos que investem as suas relações públicas.

82 2. Vós, por vocação livremente aceite, estais postos ao serviço da justiça e, por isso mesmo, também ao serviço da paz. Os latinos gostavam de dizer: "opus iustitiae pax". Não pode haver paz entre os homens sem justiça. Este opus iustitiae, sobre o qual se funda a paz, realiza-se dentro dum preciso quadro ético-jurídico, e é um campo sempre aberto. Com efeito, também lá onde os direitos fundamentais do homem, aqueles inalienáveis que nenhum ordenamento pode conculcar, estão codificados nas leis, permanece sempre a possibilidade de uma sua mais completa formulação jurídica e, sobretudo, de uma melhor actuação efectiva no contexto concreto da vida associada. A história mostra quanto é árduo o caminho da civilização jurídica, quer por causa de lentidões culturais quer, sobretudo, por causa de resistências morais, conexas com o pecado do homem, do qual derivam insídias aptas a perturbar as regras e a tornar precária a paz. Basta pensar em todas aquelas iniciativas de indivíduos e de grupos organizados que, não satisfeitos de transgredir a lei atentando contra a vida e os bens do próximo, se esforçam também por obter modificações do ordenamento em função dos próprios interesses, para além dos princípios éticos e da consideração do bem comum. É ameaçada na sua raiz também a convivência segura e pacífica.

Uma civilização jurídica, um estado de direito, uma democracia digna deste nome qualificam-se, por conseguinte, não só por uma eficaz estruturação dos ordenamentos, mas sobretudo pela sua ancoragem nas razões do bem comum e dos princípios morais universais, inscritos por Deus no coração do homem.

3. É neste quadro que adquire grande significado também a distinção dos poderes, típica do estado democrático moderno, no qual o poder judiciário está posto ao lado dos poderes legislativo e executivo, com uma sua função autónoma, constitucionalmente protegida. A relação equilibrada entre os três poderes, actuantes cada um segundo as próprias e específicas competências e responsabilidades, sem que um jamais prevarique em relação ao outro, é garantia de um correcto desenvolvimento da vida democrática (cf. Carta aos Bispos italianos, 6 de Janeiro de 1994, n. 7).

Tarefa da Magistratura é fazer justiça, dando actuação plena aos direitos e aos deveres reconhecidos e oferecer tutela aos interesses protegidos pela lei, no quadro dos valores éticos fundamentais, que na Itália, como normalmente acontece nos Estados democráticos do nosso tempo, estão inscritos na Constituição e constituem a base civil e moral da convivência organizada.
4. Como bem sabeis, a missão do juiz é exercida no empenho de revelar, em relação ao ditâme da lei, a verdade contida no caso concreto. Nesta investigação o magistrado encontra o "homem", criatura de Deus, com a sua dignidade de pessoa e os seus valores inalienáveis, que nem o Estado, nem as instituições, nem a Magistratura nem o próprio magistrado podem prejudicar e menos ainda anular.

As Constituições dos Estados modernos, ao definirem as relações que devem existir entre os poderes legislativo, executivo e judiciário, garantem a este último a necessária independência no âmbito da lei. Mas esta independência é um valor ao qual deve corresponder, no fórum da consciência, um vivo sentido de rectidão e, no âmbito da busca da verdade, uma serena objectividade de juízo. A independência da Magistratura nunca pode ser exercida sem a devida atenção aos valores arraigados na natureza do ser humano, cuja dignidade inalienável e cujo destino transcendente devem ser sempre respeitados.

Em particular, o respeito pelos direitos da pessoa exclui o recurso a uma detenção motivada apenas pela tentativa de obter notícias significativas para o processo. A justiça, além disso, deve esforçar-se por garantir a rapidez dos processos: uma sua excessiva duração torna-se intolerável para os cidadãos e acaba por se traduzir numa verdadeira e própria injustiça.

Para além disto, é de grande importância uma relação do magistrado com os mass media, inspirada em necessária reserva, de maneira a evitar qualquer risco de lesar o direito de discrição dos indagados, assegurando ao mesmo tempo de modo eficaz o respeito pelo princípio de presunção de inocência.

5. A investigação da verdade dos factos e das provas e a correcta aplicação das leis são duas importantíssimas exigências da função do juiz e requerem uma total liberdade de preconceitos e um constante empenho de estudo e de aprofundamento. A recente instituição do juiz monocrático, depois, aumenta a responsabilidade de cada magistrado individualmente e estimula-o a uma sempre maior prontidão no seu trabalho.

Não deve ser descuidado, além disso, um problema que se está a delinear pelo facto que a actividade legislativa sente às vezes dificuldade de seguir os ritmos do desenvolvimento técnico-científico e das suas consequentes reflexões sociais, de maneira que a interpretação jurisprudencial da lei está a assumir sempre mais o valor de fonte de direito. Com razão, de muitas partes reage-se à ideia de uma suplência da Magistratura em relação às omissões do poder legislativo, sobretudo quando estão em causa a vida e a morte do homem, as biotecnologias, os problemas concernentes à moralidade pública, os temas da liberdade, a qual jamais pode degenerar no individualismo despreocupado com o bem comum.

6. Desejaria, enfim, ressaltar que está sempre em jogo a relação entre verdade e humanidade. A verdade que o juiz é chamado a apurar refere-se não a meros acontecimentos e frias normas, mas ao homem concreto, marcado talvez por incoerências e debilidades, mas dotado sempre da dignidade insuperável que deriva do facto de ser imagem de Deus. Também a sanção penal na sua natureza e aplicação deve ser tal que garanta a tão justamente invocada segurança social, sem aliás atingir a dignidade do homem, amado por Deus e chamado a redimir-se se culpado. A pena não deve destruir a esperança da redenção.

83 Ilustres Senhores, gentis Senhoras! Ao renovar a expressão da minha estima pelo vosso trabalho tão precioso para o bem comum, confio a vossa actividade à constante protecção de Deus. Sobre vós, que ao longo do caminho hoje particularmente arriscado da justiça vistes sucumbir não poucos dos vossos eminentes colegas, como o vosso Presidente recordou oportunamente, vele do céu a Virgem Maria, luminoso "Espelho de Justiça".

Com estes votos, concedo-vos de bom grado, como penhor de estima e de afecto, uma especial Bênção, que faço extensiva a todos os vossos entes queridos.
Abril de 2000



Discursos João Paulo II 2000 72