Discursos João Paulo II 2001 - 5 de Abril de 2001

1. Ao entrar nesta praça, ao olhar para vós, ao ouvir as palavras dos vossos amigos e do Cardeal Vigário, não pude deixar de ir de novo com a mente e com o coração aos inesquecíveis momentos vividos juntos durante o XV Dia Mundial da Juventude em Agosto do ano passado. É uma recordação que não se apaga da memória. Como não dar graças juntos ao Senhor pelo Dia Mundial da Juventude do Ano 2000 e pelo Jubileu dos Jovens? Graças a Deus e graças a vós, caríssimos jovens amigos! Ao saudar-vos com afecto, desejaria recordar também os jovens da Delegação do Canadá, que no próximo domingo receberão de vós a Cruz, que acompanha a peregrinação dos Dias Mundiais da Juventude.

Ao agradecimento pelo Dia Mundial da Juventude de 2000 desejo unir o do encontro de hoje, que tem como significativo título "Façamo-nos ao largo!". É quase uma resposta vossa, queridos jovens romanos, ao convite que fiz a toda a Igreja, no fim do Jubileu, a "fazer-se ao largo", confiando na palavra e na presença vivificante de Jesus.

Concluimos hoje em espírito a segunda fase do "laboratório da fé" que se iniciou em Tor Vergata. De facto, ali, ao propor-vos os nobres ideais do Evangelho, pedi-vos que persevereis em dizer "sim" a Cristo para realizar todos os vossos ideais mais nobres.

Naquela ocasião, quando vos "entreguei" outra vez o Evangelho e vós dissestes "Creio", iniciou-se precisamente para vós jovens romanos a segunda fase do "laboratório da fé". Graças à ajuda do Serviço Diocesano para a pastoral juvenil, empreendestes um itinerário de reflexão, desejosos como sois de viver juntos a missão da Igreja nesta cidade. Crescestes na comunhão e na consciência de serdes parte viva da Igreja diocesana de Roma. Hoje, este caminho, reconduz-vos a responder juntos a Jesus que vos convida: "Façamo-nos ao largo!".

2. Fazer-se ao largo para ir aonde? A resposta é clara: para ir ao encontro do homem, mistério insondável; e para ir ao encontro de todos os homens, imenso oceano. Isto é possível numa Igreja missionária, capaz de falar às pessoas e, sobretudo, capaz de alcançar o coração do homem porque lá, naquele lugar íntimo e sagrado, se realiza o encontro salvífico com Cristo.
Queridos amigos, nunca me cansei, ao longo do meu ministério, de me encontrar com as pessoas, e é esta também a finalidade das minhas peregrinações e das visitas pastorais que vou realizando. E também agora que os anos passam, se Deus quiser, não tenciono parar, porque tenho a certeza de que no contacto pessoal com os irmãos se pode anunciar Cristo mais facilmente.

Mas esta missão não é fácil; anunciar e testemunhar o Evangelho implica não poucas dificuldades. Sim, é verdade: vivemos num tempo em que a sociedade é muito influenciada por modelos de vida que põem no primeiro lugar o ter, o prazer, o ser em sentido egoísta. O estímulo missionário dos crentes deve confrontar-se com este modo de pensar e de agir. Mas não devemos recear, porque Cristo pode mudar o coração do homem e é capaz de fazer uma "pesca milagrosa" quando menos imaginamos.

3. Olhemos agora, caríssimos jovens e moças, mais directamente para a vossa realidade. Vós sobretudo vós adolescentes viveis uma idade não fácil, rica de entusiasmo, mas também exposta a perigosas dispersões. A limitada experiência da qual dispondes faz-vos correr o risco de ser presa de especuladores de emotividade, que em vez de estimular em vós uma consciência crítica, tendem a exaltar a falta de escrúpulos e a apresentar opções imorais como valores. Anulam qualquer limite entre o bem e o mal e apresentam a verdade com o perfil mutável da oportunidade.
Espero que tenhais ao vosso lado pais e mães que sejam autênticos educadores; amigos sinceros, leais e fiéis; pessoas maduras e responsáveis, que se ocupem de vós e vos ajudem a propender para aquelas metas nobres que o próprio Jesus propõe no Evangelho.

Desejaria agora dirigir um premente apelo a todas as instituições educativas, para que se ponham sem ambiguidades ao serviço das novas gerações, a fim de as fazer crescer de maneira serena e apropriada à sua dignidade. Dirijo-me antes de mais às famílias cristãs, para que sejam autênticas comunidades, "laboratórios" nos quais se educa para a fé e para a fidelidade no amor; famílias crentes prontas a ajudar as que se encontram em dificuldade, para que cada filho que nasce possa experimentar a terna paternidade de Deus.

4. Para isto, é necessária uma autêntica revolução cultural e espiritual, que leve o Evangelho aos circuitos da vida. Queridos jovens, fazei-vos, vós mesmos, promotores desta revolução pacífica, capaz de testemunhar o amor de Cristo para com todos, a partir dos mais necessitados e sofredores. Vós podeis fazer muito, se permanecerdes unidos afastando quem vos apresenta metas fáceis, que baixam o nível e a qualidade da vida moral. É um Papa que vos fala, o qual já conta mais de oitenta anos, mas conserva um coração jovem, porque sempre quis e deseja continuar a caminhar convosco, jovens, que sois a esperança da Igreja e da sociedade.

É ao vosso coração juvenil que me dirijo também agora. Antes que eu chegasse aqui à Praça, vós fizestes uma festa com cânticos, bailarinos e desportistas. Quando põem a sua profissionalidade ao serviço dos verdadeiros valores, eles podem prestar um precioso serviço à juventude. A eles e a todos os que podem influir de maneira positiva ou, ao contrário, de maneira negativa na vida dos jovens e das moças, peço que se dêem conta desta sua grande responsabilidade.

A vós, queridos jovens e moças, repito: "prestai atenção ao que vos é proposto". Quando vos apresentam palavras e modos de viver anti-evangélicos, tende a coragem de dizer "não".

5. "Fazer-se ao largo" significa recusar tudo o que de negativo vos é oferecido e pôr a vossa criatividade e o vosso entusiasmo ao serviço de Cristo. Escutei as iniciativas com as quais desejais empreender, juntamente com toda a comunidade diocesana, um caminho empenhativo mas fecundo de bem. Encorajo-vos a trabalhar em constante colaboração entre vós, com a ajuda dos serviços diocesanos para a pastoral juvenil. Depois, peço aos movimentos e às novas comunidades que insiram as próprias experiências na Igreja local e nas paróquias, para o bom êxito desta obra missionária que deve ser sempre promovida e realizada em conjunto.

Organizais, com a ajuda dos adultos e dos sacerdotes das vossas comunidades, momentos formativos sobre as questões actuais mais importantes. Partilhando a vida dos vossos coetâneos nos lugares do estudo, do divertimento, do desporto e da cultura, procurai levar-lhes o anúncio libertador do Evangelho. Relançai os oratórios, adequando-os às exigências dos tempos, como pontes entre a Igreja e a vida, com particular atenção por quem é marginalizado e passa momentos de dificuldade, ou caiu nas redes do desvio e da delinquência. Esforçai-vos, na pastoral da escola e da universidade, por dar vida a grupos de estudantes e a laboratórios culturais que sejam ponto de referência para os vossos amigos. Além disso, não vos esqueçais de estar ao lado de quem vive o momento do sofrimento e da doença: nestas situações podemo-nos abrir como nunca ao Deus da vida.

Na base de tudo esteja a relação quotidiana e sincera com o Mestre divino. Isto é, esteja a oração, a escuta da Palavra de Deus e a meditação, a Celebração eucarística, a adoração da Eucaristia e o sacramento da Confissão. A respeito disto, congratulo-me pela bonita iniciativa que vê reunir-se em oração, todas as quintas-feiras à noite, muitos de vós na igreja de Santa Inês em Agone, na Praça Navona. Assim também seguirei espiritualmente quantos de vós participarão na peregrinação à Terra Santa, que projectais para o próximo mês de Setembro. Regressar à fonte da fé, à oração, não significa refugiar-se num vago sentimentalismo religioso, mas ao contrário deter-se a contemplar o rosto de Cristo, condição indispensável para o poder reflectir depois na vida.

6. Eis que, mais uma vez, vos proponho o ideal evangélico difícil, mas exaltante. Caríssimos jovens, não tenhais medo e não vos sintais sós! Estão convosco as vossas famílias, os educadores, os sacerdotes. Está convosco o Papa. Sobretudo está convosco Jesus, que foi o primeiro a obedecer à vontade do Pai e se deixou pregar na Cruz para redimir o mundo. O caminho da Cruz, como recordei na Mensagem para o Dia Mundial da Juventude, que celebraremos no próximo domingo, é o caminho que Ele nos propõe.

Não tenhais medo, jovens sentinelas deste alvorecer do novo milénio, de assumir as vossas responsabilidades missionárias, que vos vêm do vosso Baptismo e do vosso Crisma. Se depois o Senhor vos chamar para o servir mais de perto no sacerdóco ou num estado de especial consagração, segui-o com generosidade.

Ao lado de cada um de vós está Maria, a jovem Virgem de Nazaré, que disse "sim" a Deus e deu Cristo à humanidade. Ajudem-vos os vossos numerosos coetâneos dos quais a Igreja reconheceu a plena fidelidade ao Evangelho e indica como exemplos a serem seguidos, intercessores a serem invocados. Entre eles, desejaria recordar o beato Pier Giorgio Frassatti, do qual precisamente amanhã se celebra o centenário do nascimento. Procurai conhecê-lo! A sua existência como jovem "normal" demonstra que se pode ser santo vivendo intensamente a amizade, o estudo, o desporto, o serviço aos pobres, numa relação constante com Deus. Confio a ele o vosso empenho missionário.

Quanto a mim, acompanho-vos com o afecto e a oração, enquanto de coração vos abençoo juntamente com as vossas famílias e os jovens de toda a cidade de Roma.




DURANTE O ENCONTRO COM A COMUNIDADE DA


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE GREGORIANA


6 de Abril de 2001






Senhor Cardeal
Venerados Irmãos
no Episcopado e no Sacerdócio
Caríssimos Irmãos e Irmãs!

1. Sinto-me feliz por vos dar hoje as minhas cordiais boas-vindas e agradeço-vos esta visita, que desejastes fazer-me por ocasião do 450º aniversário de fundação do Colégio Romano, do qual a Universidade Gregoriana representa a feliz e providencial continuação. O encontro de hoje constitui para vós professores, estudantes, bem-feitores e amigos deste Centro Académico Romano a ocasião para reafirmar a vossa fidelidade ao Vigário de Cristo. Ele oferece ao Papa a oportunidade de vos manifestar o sentido apreço e de vos encorajar a prosseguir o empenho com o qual desempenhais a vossa peculiar missão na Igreja.

Em primeiro lugar, saúdo o Senhor Cardeal Zenon Grocholewski, vosso Grão-Chanceler, ao qual agradeço as palavras que me dirigiu interpretando os sentimentos de todos. Com ele, saúdo os Bispos que desejaram partilhar este momento de alegria e de reconhecimento. Dirijo um cordial pensamento ao Padre Peter-Hans Kolvenbach, Superior-Geral da Companhia de Jesus e Vice-Grão-Chanceler, e o Reitor Magnífico, Padre Franco Imoda. Depois, saúdo os ilustres professores, cuja presença torna particularmente solene este encontro.

Por fim, desejo-vos saudar de maneira especial a vós, caríssimos alunos, que vos exprimistes através do vosso representante, ao qual agradeço. Com a vossa multiforme proveniência, enriqueceis o alcance universal desta "Alma Mater". Nela vós preparais-vos para servir o Povo de Deus e para serdes protagonistas atentos e corajosos da vida das vossas Dioceses e das vossas Famílias religiosas.

2. O primeiro sentimento, que numa ocasião feliz como esta surge do coração, é uma sentida e profunda acção de graças ao Senhor pelo serviço secular que a vossa Universidade presta à causa do Evangelho.

Desde o início, Santo Inácio de Loiola concebeu a vossa venerada Instituição como "universitas omnium gentium", operante em Roma, ao lado do Vicariato de Cristo, a ele estreitamente ligada por vínculos de fidelidade, e ao serviço das Igrejas de todas as partes do mundo. Ele confiou ao que na época se chamava Colégio Romano a tarefa de promover a reflexão racional e sistemática acerca da fé para favorecer a recta pregação do Evangelho e a causa da unidade católica, num contexto social caracterizado por graves divisões e preocupantes germes de desagregação.

Desde os primeiros anos, a instituição de Santo Inácio revelou-se providencial. Com o mudar dos tempos e das situações, o serviço da Gregoriana, graças à presença de ilustres investigadores e professores, tornou-se cada vez mais incisivo e relevante. Actualmente ela é frequentada por mais de 3.400 estudantes, provenientes de 130 Países, e articula-se em faculdades e especialidades que correspondem às renovadas exigências do estudo da Revelação e da tradição católica, em diálogo atento e fecundo com o mundo científico contemporâneo.

Por conseguinte, esta importante celebração constitui uma ocasião proveitosa para revisitar o caminho percorrido, que se identifica, em grande parte, com a história da evangelização e da defesa da fé católica nos últimos séculos.

3. Face aos desafios da sociedade actual, este é o momento para um corajoso relançamento da vossa Instituição. É a ocasião para confirmar uma total fidelidade à intuição inaciana e pôr em prática uma renovação corajosa, para que a memória do passado não desapareça da contemplação do que já foi feito, mas se torne empenho no presente e profecia para o futuro.

O Senhor, que guiou sempre os vossos passos, repete-vos hoje: "Duc in altum! fazei-vos ao largo!" Continuai, parece que ele acrescenta a ser instrumento privilegiado do anúncio do meu Evangelho aos homens e às mulheres do terceiro milénio. Podereis realizar esta vossa missão, caríssimos, na medida em que souberdes manter inalterada a fidelidade ao vosso carisma.
De facto, a identidade específica do vosso Centro académico e o seu vínculo estrutural com a Companhia de Jesus convidam-vos a recordar algumas orientações básicas, que guiam sempre a vossa actividade.

Desde as origens, a vossa Universidade estabeleceu como seu objectivo fundamental a "reflexão racional e sistemática sobre a fé", estimulada quer pela especial relação de obediência filial que a vincula à Santa Sé, quer pelo desejo de dialogar com as instituições culturais do tempo.

4. Em primeiro lugar, plena fidelidade ao Magistério. Esta é uma condição que, como emerge da vossa experiência secular, não sacrifica, ao contrário, favorece ainda mais o serviço eclesial da pesquisa teológica e do ensino.

Os diferentes cenários da cultura do nosso tempo exigem, além disso, que os professores e os estudantes da vossa Universidade se munam de um firme equilíbrio interior, de uma clara firmeza da mente e do espírito e de uma profunda humildade do coração.

Desejaria recordar aqui o que escrevi na Encíclica Fides et ratio, isto é, quando nos abrimos a outros âmbitos do saber, é preciso prestar sempre "particular atenção às implicações filosóficas da palavra de Deus e realizar uma reflexão onde sobressaia a densidade especulativa e a prática da ciência teológica" (n. 105). De facto, a teologia constrói-se na constante atenção ao mistério de Deus e ao mistério do homem.

Outro objectivo, que vos vê empenhados em primeira linha de acordo com o "carisma do serviço à Igreja universal", típico da Companhia de Jesus, é uma atenção pastoral ao tema da unidade dos cristãos, ao diálogo inter-religioso e ao estudo do ateísmo contemporâneo.

No actual cenário de um mundo globalizado, onde é mais acentuada e frequente a convivência de homens de fé e culturas diferentes, o diálogo inter-religioso assume uma relevância notável, porque "o nome do único Deus como escrevi na Carta apostólica Novo millennio ineunte deve tornar-se cada vez mais aquilo que é: um nome de paz, um imperativo de paz" (n. 55).

5. Como pode a Gregoriana, desde sempre "universitas omnium gentium", não se sentir fortemente interpelada pelos desafios do mundo moderno? O critério que orienta a vossa pesquisa e o vosso trabalho quotidiano seja sempre a docilidade ao Espírito que envia, por um lado, a Igreja ao mundo para o reconciliar com Deus, e por outro, anima tantos homens e mulheres de boa vontade, suscitando neles o interesse pela verdade (cf. Fides et ratio, FR 44).

Neste esforço, continua a ser ponto de referência a luminosa figura do grande missionário Padre Matteo Ricci, que transmitiu o seu testemunho religioso ao próprio coração da sociedade chinesa. Ele, ao falar do Evangelho, soube encontrar a maneira apropriada de se aproximar, em todas as circunstâncias, de quem o escutava.

Sim, caríssimos Irmãos e Irmãs, a vossa família universitária pode contar com uma longa história marcada por muita riqueza de cultura e de espiritualidade. Além disso, ela pode servir-se de professores e de estudantes que, provindo de todas as partes do mundo, são portadores de numerosas experiências. Quando tudo isto é posto ao serviço do Evangelho e acompanhado por um constante recurso à oração, não pode deixar de dar os desejados frutos apostólicos em benefício de todo o Povo de Deus. Desejo-vos de coração que prossigais a vossa missão com amor genuíno à Igreja e em constante sintonia com a Santa Sé.

Confio cada um de vós e a vossa Instituição à celeste protecção de Maria, Mãe da Sabedoria, de Santo Inácio e dos outros vossos santos Padroeiros e, ao garantir-vos uma especial recordação na oração, concedo-vos de coração a minha Bênção.




AO NOVO EMBAIXADOR


DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


JUNTO À SANTA SÉ


7 de abril de 2001



Senhor Embaixador:

1. É com grata satisfação que dou-lhe as boas-vindas ao acolher Vossa Excelência, aqui no Vaticano, no ato da apresentação das Cartas Credenciais, como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República Federativa do Brasil junto à Santa Sé.

Esta feliz circunstância proporciona-me a oportunidade de verificar uma vez mais os sentimentos de proximidade espiritual que o povo brasileiro nutre para com o Sucessor de Pedro; ao mesmo tempo dá-me o ensejo de reiterar a expressão de meu sincero afeto e a ampla estima pela sua nobre Nação.

Agradeço vivamente as amáveis palavras que Me dirigiu. Em especial, agradeço os pensamentos deferentes e a saudação que o Presidente da República, senhor Fernando Henrique Cardoso, quis enviar-Me. Peço a Vossa Excelência a fineza de retribuir de minha parte a saudação, com os melhores votos de todo o bem.

2. Referiu-se o Senhor Embaixador ao momento singular da história vivido pela Igreja universal e pela Nação brasileira, após a celebração do Grande Jubileu, com a feliz coincidência dos festejos em comemoração dos 500 anos do descobrimento e da evangelização do povo da Terra da Santa Cruz. Peço a Deus para que o Brasil saiba conservar esse patrimônio extremamente rico de bens espirituais e morais, não só para o presente mas também para as futuras gerações que virão, ansiosas por conhecer as razões da verdadeira esperança (cf. 1P 3,15), qual grão semeado em terra fértil juntamente com os responsáveis pelos destinos da Nação.

3. Desde já, é Meu desejo corroborar sua clarividência em ressaltar a necessidade de uma ética autenticamente universal, superior às ideologias, que devolva confiança ao mundo e dê sentido à vida.

O Brasil na atualidade está assumindo uma liderança cada vez maior no concerto das nações latino-americanas, devendo-se ressaltar sua contribuição para o progresso dos seus vizinhos, não só no campo econômico, mas também no sócio-político. Por isso, não posso deixar de ressaltar aqui as iniciativas destinadas à promoção da paz, que influem decididamente para a consolidação da democracia naquelas regiões.

Por sua vez, tal influência deverá ser o reflexo de uma liderança em profundidade no âmbito do seu país, unida necessariamente aos princípios de justiça e de liberdade que atestem continuamente os valores da dignidade humana. O esforço por vencer os desequilíbrios sociais, a defesa do meio ambiente, a promoção e a defesa dos direitos da infância e da mulher, a criação - que ultimamente tem-se feito urgente - de melhores condições de vida nos presídios e, não por último logicamente, o respeito pelo ensino religioso nos centros de ensino são, sem dúvida, objetivos a ser equacionados, que exigem dos representantes da Nação uma dedicação constante pelo bem comum da Pátria.

Estou certo, no entanto, que Vossa Excelência concordará que estes e outros temas, estando no centro das preocupações do governo brasileiro, necessitam de uma atenção particular naqueles valores fundamentais da vida dos indivíduos, em todos os segmentos da sociedade. Hoje em dia, existe uma massa inerte de pessoas sujeita aos meios de comunicação social, que se deixa transportar pela influência de uma cultura globalizante a instilar uma visão individualista da liberdade pessoal e com certos atentados aos valores da vida, da família e da união matrimonial, entre homem e mulher, una e indissolúvel. O que mais preocupa é a falácia que considera «normais» certas situações, já aceitas por todas as sociedades mais desenvolvidas; o não incorporá-las à cultura da mesma sociedade, suporia dar um passo atrás no progresso e no bem--estar das pessoas.

4. A Igreja, Senhor Embaixador, na sua função de mãe e mestra, não deixará de insistir nos princípios básicos da convivência humana estabelecidos pelo nosso Criador. Estão em jogo, não só a perda da fé ou a sua ineficácia na vida, mas também o declínio, ou mesmo o obscurecimento do sentido moral, pela dissipação da consciência quanto à originalidade da moral evangélica. Na Encíclica Veritatis splendor pude afirmar que «as tendências subjetivistas, relativistas e utilitaristas, hoje amplamente difundidas, apresentam-se não simplesmente como posições pragmáticas, como prática comum, mas como concepções consolidadas do ponto de vista teorético que reivindicam uma sua plena legitimidade cultural e social» (106).

O Brasil, na sua condição de país prevalentemente católico, cuja influência marcante foi celebrada dentro das comemorações dos 500 anos do seu descobrimento, manifesta a identidade espiritual, cultural e moral do próprio povo. Insistir sobre este aspecto não será nunca demasiado, haja visto que o elemento formativo cristão foi determinante entre os fatores que contribuíram para a paz e a estabilidade da vida nacional, sem conturbações de maior relevo, ao longo deste 5 séculos de história. Por isso, a Igreja, ao recordar os princípios básicos do Evangelho na vida de cada cidadão e comunidade, nada faz mais que zelar por este patrimônio espiritual e moral, conservado muitas vezes à custa do derramamento do sangue de mártires do presente e do passado, como foi no caso dos «protomártires do Brasil» no Rio Grande do Norte, que tive a alegria de proclamar beatos no ano passado.

Dar continuidade a este empreendimento, em obediência ao mandato divino de ir por todo o mundo pregar o Evangelho a todas as nações (cf. Mt Mt 28,19), é certamente de competência da Igreja. Esta porém, sempre no respeito dos tradicionais princípios de independência entre ambas instituições, é gratamente reconhecedora ao Estado pela colaboração prestada nesta árdua missão. Neste sentido, faço votos de que possa ser agilizado todo processo migratório de missionários dentro e fora das fronteiras da Nação. Trata-se de uma forma de alistar novos operários para a messe do Senhor, que hoje faz-se indispensável.

5. Com os representantes do Governo brasileiro, em primeiro lugar pelo seu mais Alto Mandatário, pude entreter-Me, inclusive através dos Meus diretos colaboradores na Sé Apostólica, em franco e sincero diálogo. As viagens pastorais realizadas no vosso solo pátrio marcaram-Me profundamente, consolidando a esperança de que o Brasil queira prosseguir como guia de muitas nações latino-americanas.

Como antes Me referia, a presença brasileira nas Nações Unidas e nas organizações internacionais de comércio, desenvolvimento e cooperação é cada vez mais importante e influente. Faço votos de que os princípios que inspirarão esta participação na sociedade das nações, sejam orientados por critérios cujo norte fundamental consiste no respeito pela dignidade humana, sobretudo quando se trata da vida do nascituro, hoje em dia seriamente ameaçada por técnicas de reprodução que atentam contra a dignidade humana.

Mas não só: o comércio das drogas, a corrupção em qualquer nível, a desigualdade entre os grupos sociais, a destruição irracional da natureza, como já tive ocasião de relatar, atestam que, «sem referências morais, cai-se na avidez desenfreada de riqueza e de poder, que ofusca qualquer visão evangélica da realidade social» (Ecclesia in America ).

6. Comungando, portanto, com as esperanças de todos os brasileiros, desejo certificar-lhe, Senhor Embaixador, a decidida vontade da Igreja para colaborar, dentro da sua missão própria, com todas as iniciativas que visem servir a causa do «homem todo e de todos os homens». Assim, prosseguirá no seu empenho em promover a consciência de que os valores da paz, da liberdade, da solidariedade e da defesa dos mais necessitados devem inspirar a vida privada e pública. A fé e a adesão a Jesus Cristo impõem aos fiéis católicos, também no Brasil, tornarem-se instrumentos de reconciliação e de fraternidade, na verdade, na justiça e no amor.

Senhor Embaixador,

antes de concluir este encontro, reitero o pedido de transmitir ao Senhor Presidente da República os meus melhores votos de felicidades e de paz. E quero dizer a Vossa Excelência que pode contar com a estima, a boa acolhida e o apoio desta Sé Apostólica no desempenho da sua missão, que lhe desejo feliz e fecunda de frutos e de alegrias.

O meu pensamento vai, nesta hora, para todos os brasileiros e para quantos conduzem os seus destinos. A todos desejo felicidades, em crescente progresso e harmonia. Estou certo de que Vossa Excelência se fará intérprete destes meus sentimentos e esperanças junto ao seu mais Alto Mandatário. Por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, imploro para a sua pessoa, para seu mandato e para seus familiares, assim como para todos os amados filhos da nobre Nação brasileira, copiosas bênçãos de Deus Todo-poderoso.



DISCURSO DO SANTO PADRE AOS


BISPOS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DO PARAGUAI


POR OCASIÃO DA VISITA


"AD LIMINA" APOSTOLORUM


7 de Abril de 2001




Queridos Irmãos no Episcopado!

1. É para mim motivo de grande alegria receber-vos hoje, neste momento culminante da visita ad limina Apostolorum, que manifesta a comunhão na fé e na caridade com o Sucessor de Pedro, pelo qual Jesus rezou para que não desfalecesse na sua fé e nela confirmasse os seus irmãos (cf. Lc Lc 22,32). Esta mesma fé, que nos irmana e congrega à volta de Cristo, o verdadeiro Mestre, estimula também à "solicitude por todas as Igrejas" (2Co 11,28) que compete aos Apóstolos e aos seus sucessores. Por conseguinte, sede bem-vindos a este encontro, sabendo que em cada um de vós recebo cordialmente as Igrejas particulares do Paraguai, os seus sacerdotes, comunidades religiosas e povo fiel.

Agradeço as palavras de saudação que me dirigiu D. Jorge Livieres Banks, Bispo de Encarnação e Presidente da Conferência Episcopal, com as quais se fez intérprete do afecto de todos vós pelo Papa, assim como das principais esperanças e preocupações no ministério pastoral que desempenhais. Faço sentidos votos por que a experiência desta visita vos conforte e ilumine nas adversidades e vos anime nos desvelos por edificar comunidades eclesiais cada vez mais vigorosas, coerentes com o Evangelho e desejosas de viver com alegria a mensagem salvífica de Cristo.

2. A Igreja no Paraguai conta com uma gloriosa tradição evangelizadora, que soube conjugar sabiamente a santidade de vida com uma difundida actividade missionária, como no caso do primeiro santo paraguaio, o Padre Roque de Santa Cruz, o qual tive a honra de canonizar, com os seus dois companheiros mártires, durante a minha inesquecível visita pastoral a essa querida terra. No alvorecer do novo milénio, desejei realçar precisamente este aspecto da santidade de vida como a chave-mestra de qualquer projecto apostólico, que deve ter o seu centro e ponto de partida em Cristo, "que temos de conhecer, amar e imitar, para n'Ele viver a vida trinitária e com Ele transformar a história até à sua plenitude na Jerusalém celeste" (Novo millennio ineunte, 29).

O Paraguai conta também com um dos mais conhecidos e significativos testemunhos de uma iniciativa evangelizadora criativa e audaz, como as missões franciscanas e jesuítas. A sua recordação continua a ensinar hoje que a "palavra de vida" (cf. Jo Jn 6,68) se se aproxima do ser humano com suavidade, o liberta de tantas opressões, promove o progresso integral das pessoas e enobrece a cultura de cada povo, purificando e levando à plenitude os seus valores peculiares. De facto, "o Senhor é o fim da história humana, o ponto para o qual tendem os desejos da história e da civilização, o centro da humanidade, a alegria de todos os corações e a plenitude das suas aspirações" (Gaudium et spes, GS 45).

Vê-se em tudo isto um convite aos Pastores de hoje para que não poupem esforços na proclamação constante do Evangelho e para que formem a consciência cristã mediante uma catequese, sistemática e continuada, que se enraize profundamente nos seus fiéis. A propósito disto, quero recordar as palavras que proferi na memorável visita ao vosso País: "não basta dar a doutrina: é preciso fazer com que aqueles que recebem a instrução religiosa se sintam impelidos a viver o que aprendem" (Discurso aos Bispos do Paraguai, Assunção, 16 de Maio de 1988, 3; ed port. de 12/06/1988, pág. 10).

3. Neste contexto, os sacerdotes merecem uma menção particular, pois eles são os principais colaboradores do Bispo na sua missão pastoral, e em seu nome "reúnem a família de Deus" (Lumen gentium, LG 28). Conheço os notáveis esforços realizados para melhorar o Seminário Nacional, e é confortador ver que aumentam os seminaristas. É importante que eles recebam uma sólida formação espiritual, humana e intelectual, que se prolongue também depois do seminário na sua vida sacerdotal, de forma que sejam fiéis, constantes e generosos dispensadores dos mistérios de Deus.

A evidente necessidade de vocações ao sacerdócio e à vida consagrada não deve levar, de maneira nenhuma, a exigir menos e a contentar-se com uma formação e uma espiritualidade medíocres. Ao contrário, as circunstâncias actuais requerem, talvez mais que noutras épocas, uma maior atenção na selecção e formação daqueles que, além de serem competentes no seu ministério pastoral, devem corroborar com o exemplo o que pregam. De facto, o evangelizador, vivendo "com simplicidade segundo o modelo de Cristo, é um sinal de Deus e das realidades transcendentes" (Redemptoris missio, RMi 42). Por isso, se requer um esforço especial para que os sacerdotes, longe de se limitarem a cumprir determinadas funções rotineiras, se sintam completamente impregnados da caridade pastoral que solicita em todos os momentos o Apóstolo (cf. 2Co 5,14).

Estas considerações levam-nos a perspectivar a grave responsabilidade dos Bispos, não só de organizar bem a formação do seu clero, mas também de o assistir pessoalmente, "como irmãos e amigos" (cf. Presbyterorum ordinis, PO 7). Nesta delicada e importante tarefa o Bispo deve sentir-se afectiva e efectivamente próximo dos seus sacerdotes, preocupado pelas suas necessidades espirituais e materiais, e interessar-se pelos seus projectos pastorais e pelas actividades de cada dia. Não se deve negligenciar o que desejei realçar na minha Carta aos Sacerdotes para a Quinta-Feira Santa deste ano, na qual exprimo a "minha admiração por este ministério discreto, perseverante, criativo, mesmo se, às vezes, banhado por aquelas lágrimas da alma que só Deus vê" (n. 3), porque "este empenho quotidiano é precioso aos olhos de Deus" (ibid.). De facto, não faltam ocasiões em que a escassa estima pelo exercício ordinário do ministério causa desânimo, especialmente nos sacerdotes mais jovens, aos quais se deve prestar uma especial atenção e desvelo.

4. Existe no Paraguai uma presença importante de pessoas consagradas, religiosas e religiosos, aos quais a história desse País deve muito, e que agora continuam a contribuir de maneira decisiva para a evangelização, quer através de uma pastoral directa em paróquias ou missões, quer mediante numerosas obras de apostolado educativo ou assistencial.

Neste sentido, merece particularmente ser mencionado o papel desempenhado pela mulher consagrada em tantos âmbitos da vida eclesial, sobretudo a sua sensibilidade, espírito de sacrifício e proximidade ao povo. O seu contributo manifesta-se extremamente valoroso, sobretudo naqueles campos em que a dignidade da mulher é ultrajada ou insuficientemente reconhecida, e dos quais se espera "do génio feminino" (cf. Mulieris dignitatem, MD 31) uma colaboração específica para vencer esta triste discriminação que persiste no nosso tempo.

A Igreja, ao apreciar nos religiosos e religiosas a disponibilidade, eficiência e capacidade de responder com prontidão às novas fronteiras da evangelização, não deixou de pôr em relevo que "têm na sua vida consagrada um meio privilegiado de evangelização eficaz. Pelo mais profundo do seu ser, eles situam-se de facto no dinamismo da Igreja" (Evangelii nuntiandi, EN 69). Por isso lhes recorda a necessidade de manter sempre "uma fidelidade criativa" ao próprio carisma (cf. Vita consecrata, VC 37). De igual modo, reitera a responsabilidade que os Bispos têm de conservar e defender o rico património espiritual de cada Instituto (cf. CIC 586,2), correspondendo "ao dom da vida consagrada que o Espírito suscita na Igreja particular, acolhendo-o generosamente com acções de graças" (Vita consecrata, VC 48). Desta forma, realça-se que, na edificação da Igreja, mais que os esforços humanos "é Deus que faz crescer" (cf. Col 3,7). Além disso, face à difundida exigência de espiritualidade, que se manifesta como um "sinal dos tempos" neste início de milénio (cf. Novo millennio ineunte, 33), devemos esperar das pessoas consagradas, em virtude da sua origem carismática, o seu testemunho de vida autenticamente evangélico e aquela "espécie de instinto sobrenatural" (Vita consecrata, VC 94) cultivado com esmero, que dê um especial contributo em cada Igreja particular, para que se mantenha vivo o sentido da presença de Deus e se suscite em todos os fiéis "um verdadeiro anseio de santidade, um forte desejo de conversão e renovação pessoal num clima de oração cada vez mais intensa" (Tertio millennio adveniente, TMA 42; Vita consecrata, VC 39).

5. Vejo com satisfação como os Bispos do Paraguai acompanharam e continuam a acompanhar o seu povo na busca, nem sempre fácil, de uma convivência harmoniosa e pacífica, baseada nos valores da justiça, da solidariedade e da liberdade. Neste âmbito, a Igreja, que não tem aspirações alheias à sua própria missão, procura a salvação do ser humano e anuncia o Evangelho, cuja luz, "enquanto cura e eleva a dignidade da pessoa humana, fortalece a consistência da sociedade" (Gaudium et spes, GS 40). Por isso, quando for necessário, não evita a denúncia da injustiça e propõe com a sua doutrina social os princípios de carácter ético que devem orientar também as actividades da vida civil.

Difundir a doutrina social da Igreja assume a dimensão de "uma verdadeira prioridade pastoral" (Ecclesia in America, ), quer para enfrentar adequadamente as diversas situações com uma consciência recta, iluminada pela fé, quer para fomentar e orientar o compromisso dos leigos na vida pública. De facto, não são muito úteis as denúncias, a proclamação teórica dos princípios, se eles não forem firmemente interiorizados mediante uma formação generalizada e sistemática. Desta forma abre-se um âmbito de influência real e concreta dos valores inspirados pelo Evangelho no mundo da cultura, da tecnologia, da economia e da política.

A esta formação, que deve acompanhar o crescimento na fé de todo o fiel cristão, é preciso acrescentar um esforço para evangelizar também todos os que já assumem responsabilidades nas diversas áreas da administração pública. Considerando que o Evangelho tem alguma coisa para lhes dizer também a eles, é necessário ajudá-los a descobrir que a mensagem de Jesus é preciosa e pertinente, tanto para a sua vida pessoal e familiar, como para a função que desempenham (cf. Ecclesia in America, ).

Um meio particularmente adequado para que os fiéis leigos realizem as grandes esperanças que a Igreja tem neles, nas tarefas que lhes são próprias, é o de uma conveniente organização, que facilite a formação, a progressiva incorporação das novas gerações, a ajuda recíproca e a acção apostólica coordenada. O surgimento de diversos movimentos leigos pode ser, a este respeito, um fenómeno esperançoso que merece uma especial atenção por parte dos Bispos, chamados, como diz o Apóstolo São Paulo, "a não extinguirem o Espírito nem a desprezar as profecias; mas que examinem tudo e retende o que for bom" (cf. 1Th 5,19-21). Desta forma, com a ajuda dos seus Pastores e em perfeita comunhão com eles, será forjado um laicado vigoroso, firmemente comprometido no caminho de santidade pessoal, na edificação da Igreja e na construção de uma sociedade mais justa.

6. Não quero terminar este encontro sem fazer referência a uma das mais apreciadas heranças que enriquecem as comunidades eclesiais paraguaias, que é a religiosidade popular. Em muitos casos foi a maneira como o Evangelho lançou raízes mais profundas na alma de tantos crentes. É necessário promover esta capacidade expressiva, que exige a totalidade da pessoa e impregna a vida comunitária, canalizando-a para um progressivo aprofundamento na fé que ilumine todos os aspectos da sua vida. Desta forma, estarão cada vez mais conscientes de que devem crescer como pedras vivas que constroem um edifício espiritual (cf. 1P 2,5), com a força que brota das "obras mestras de Deus" que são os sacramentos (cf. Catecismo da Igreja Católica, CEC 1116).

7. Queridos Irmãos no Episcopado, recomendo as vossas pessoas e intenções pastorais à Virgem Maria, nossa Mãe celeste, invocada com fervor pelos fiéis paraguaios com o título de Pura e Límpida Conceição de Caacupé. Que ela estenda a sua mão para os queridos filhos e filhas do Paraguai, aos quais vos peço que façais chegar a saudação e o carinho do Papa. Com estes votos, que são acompanhados da minha oração e afecto, vos abençoo de todo o coração.





Discursos João Paulo II 2001 - 5 de Abril de 2001