AUDIÊNCIAS 2001

JOÃO PAULO II



AUDIÊNCIA

Quarta-feira 14 de março de 2001

Maria, imagem escatológica da Igreja




Queridos Irmãos e Irmãs,

1. Começámos o nosso encontro ouvindo uma das páginas mais conhecidas do Apocalipse de João. Na mulher que está para ser mãe, que dá à luz um filho enquanto um dragão de cor vermelha investe contra ela e contra aquele que ela gerou, a tradição cristã, litúrgica e artística, viu a imagem de Maria, a Mãe de Cristo. Todavia, segundo a primeira intenção do autor sagrado, se o nascimento do menino representa a chegada do Messias, a mulher personifica evidentemente o povo de Deus, seja o Israel bíblico, seja a Igreja. A interpretação mariana não é contrária ao sentido eclesial do texto, já que Maria é "figura da Igreja" (LG 63 cf. Santo Ambrósio, Expos. Lc Lc 2,7).

Sob o fundo da comunidade fiel divisa-se, portanto, o perfil da Mãe do Messias. Contra Maria e a Igreja se levanta o dragão, que evoca Satanás e o mal, como é já indicado pela simbologia do Antigo Testamento; o vermelho é sinal de guerra, de mortandade, de sangue derramado; as "sete testemunhas" coroadas indicam um poder imenso, enquanto os "dez chifres" reevocam a força impressionante da besta descrita pelo profeta Daniel, também ela imagem do poder prevaricador que se desencadeia na história.

2. Bem e mal, pois, enfrentam-se. Maria, seu Filho e a Igreja representam a aparente fraqueza e pequenez do amor, da verdade, da justiça. Contra eles se desencadeia a monstruosa energia devastadora da violência, da mentira, da injustiça. Mas o canto que sela o trecho recorda-nos que o veredicto definitivo é entregue à "salvação, poder, ao reino do nosso Deus e ao poder do seu Cristo" (Ap 12,10).

Certamente, no tempo da história, a Igreja pode ser forçada a refugiar-se no deserto, como o antigo Israel em marcha para a terra prometida. O deserto, entre outros, é o refúgio tradicional dos perseguidos, é o lugar secreto e sereno onde é oferecida a protecção divina (cf. Gn Gn 21,14-19 1R 19,4-7). A mulher permanece neste refúgio, mas, como sublinha o Apocalipse (cf. 12, 6.14), só por um período limitado. O tempo da angústia, da perseguição, da prova não é, pois, definitivo: no fim virá a libertação e será a hora da alegria.

Contemplando este mistério numa perspectiva mariana, podemos afirmar que "Maria é, ao lado do seu Filho, a imagem mais perfeita da liberdade e da libertação da humanidade e do cosmos. É para ela, pois, que a Igreja, da qual ela é mãe e modelo, deve olhar para compreender, na sua integralidade, o sentido de sua missão" (Congregação para a Doutrina da Fé, Libertatis conscientia, 22.3.1986, n. 97; cf. Redemptoris Mater, RMA 37).

3. Fixemos, então, o nosso olhar sobre Maria, imagem da Igreja peregrina no deserto da história, mas dirigida para a meta gloriosa da Jerusalém celeste, onde resplandecerá como Esposa do Cordeiro, Cristo Senhor. Como a celebra a Igreja do Oriente, a Mãe de Deus é a Odighitria, aquela que "indica o caminho", isto é, Cristo, único mediador para encontrar, na plenitude, o Pai. Um poeta francês vê nela "a criatura na sua honra primitiva e no esboço final, como saiu de Deus na manhã do seu esplendor original" (P. Claudel, La Vierge à midi, ed. Pléiade, p. 540).

Na sua Imaculada Conceição, Maria é o modelo perfeito da criatura humana que, cheia desde o início daquela graça divina que sustenta e transfigura a criatura (cf. Lc Lc 1,28), escolhe sempre, na sua liberdade, o caminho de Deus. Na sua gloriosa Assunção ao céu, Maria é, ao contrário, a imagem da criatura chamada por Cristo ressuscitado a alcançar, no termo da história, a plenitude da comunhão com Deus na ressurreição para uma eternidade feliz. Para a Igreja que, frequentemente, sente o peso da história e o assédio do mal, a Mãe de Cristo é o símbolo luminoso da humanidade redimida e envolvida pela graça que salva.

4. A meta última da vida humana será alcançada quando "Deus for tudo em todos" (1Co 15,28) e como anuncia o Apocalipse o "mar já não existir" (cf. 21, 1), isto é, o sinal do caos destruidor e do mal será finalmente eliminado. Então, a Igreja apresentar-se-á a Cristo como "a Esposa que se ataviou para o seu Esposo" (Ap 21,2). Será esse o momento da intimidade e do amor sem ruptura. Mas já agora, olhando propriamente para Virgem Assunta ao céu, a Igreja goza antecipadamente a alegria que lhe será dada em plenitude no fim dos tempos. Na peregrinação da fé ao longo da história, Maria acompanha a Igreja como "modelo da comunhão eclesial na fé, na caridade e na união com Cristo. Eternamente presente no mistério de Cristo, Ela está no meio dos apóstolos, no próprio coração da Igreja nascente e da Igreja de todos os tempos. Na verdade, a Igreja foi congregada na parte alta do cenáculo com Maria, que era a Mãe de Jesus e com os Seus irmãos. Não se pode, portanto, falar de Igreja se aí não estiver presente Maria, a mãe do Senhor, com os seus Irmãos" (Congregação para a Doutrina da Fé, Communionis notio, 28.5.1992, n. 19; cf. Cromácio de Aquileia, Sermo 30, 1).

5. Cantemos, então, o nosso himo de louvor a Maria, imagem da humanidade redimida, sinal da Igreja que vive na fé e no amor, antecipando a plenitude da Jerusalém celeste. "O génio poético de Santo Efrém, o Sírio, denominado "a cítara do Espírito Santo", cantou infatigavelmente a Virgem Maria, deixando um rasto ainda visível em toda a tradição da Igreja siríaca" (Redemptoris Mater RMA 31). Foi ele que delineou Maria como imagem de beleza: "Ela é santa no seu corpo, bela no seu espírito, pura nos seus pensamentos, sincera na sua inteligência, perfeita nos seus sentimentos, casta, firme nos seus propósitos, imaculada no seu coração, eminente, cheia de todas as virtudes" (Hinos à Virgem Maria 1, 4; ed. Th. J. Lamy, Hymni de B. Maria, Malines 1886, t. 2, col. 520). Brilhe esta imagem no centro de toda a comunidade eclesial como perfeito reflexo de Cristo e esteja como símbolo erguido no meio dos povos, como "cidade situada sobre um monte" e "lâmpada sobre o candelabro para iluminar todos" (cf. Mt Mt 5,14-15).

Saudações

Queridos Irmãos e Irmãs

Amados peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! No centro das vossas famílias e comunidades cristãs, brilhe a figura excelsa da Virgem Mãe, santa no seu corpo, bela no seu espírito, pura nos seus pensamentos, sincera nas suas palavras, perfeita nos seus sentimentos, firme nos seus propósitos, imaculada no seu coração, cheia de todas as virtudes. A sua luz esplendorosa se espelhe nos vossos passos!

Desejo saudar os fiéis de expressão espanhola, de modo especial a Associação de pais e alunos do Instituto "Dante Alighieri" de Rosario, na Argentina, bem como os peregrinos espanhóis e latino-americanos. A imagem de Maria resplandeça em cada comunidade eclesial como reflexo perfeito de Cristo, nosso Salvador.
Muito obrigado!

Agora, dirijo uma afectuosa saudação aos peregrinos de língua italiana. Felicito de forma particular o grupo de voluntários "Mar Youssef", amigos da Terra Santa, de Busto Arsizio, que vieram aqui para recordar o 10º aniversário da sua fundação; saúdo igualmente os membros da Sociedade "Cedacrinord", que celebram o 25º aniversário da sua instituição.

Além disso, cumprimento os fiéis da Paróquia de São Roque, de Padergnone em Rodengo Saiano, e de bom grado benzo a primeira pedra para a construção da nova igreja, que será consagrada a Cristo ressuscitado.

Depois, saúdo a Associação dos médicos católicos italianos, da região de Pistóia, para os animar no seu precioso serviço à vida, valor fundamental em que se reflectem a sabedoria e o amor de Deus. O respeito pela vida, desde a concepção até ao seu declínio natural, é um critério decisivo para avaliar a civilização de um povo. Portanto, médicos católicos, formulo-vos bons votos de generoso compromisso na vossa nobre missão. Além disso, saúdo os responsáveis pela obra paroquial denominada "Piccola Fraternità", de Grezzana em Verona, e os militares do 235º Regimento de Infantaria "Piceno", de Áscoli Piceno. Caríssimos, enquanto vos exorto a um coerente testemunho cristão, abençoo-vos a todos com afecto.

Enfim, dirijo uma cordial saudação aos jovens, aos doentes e aos novos casais, encorajando-os a percorrer com empenhamento o itinerário quaresmal. A graça deste tempo vos ajude, queridos jovens, a redescobrir o dom do seguimento de Cristo e a imitar a adesão filial de Jesus à vontade do Pai.

Exorto-vos, dilectos doentes, a sustentar com a oração e a oferta do vosso sofrimento o caminho quaresmal que a Igreja está a percorrer.

E para vós, estimados novos casais, formulo votos a fim de que reserveis ao Senhor um lugar central na vossa família: Ele caminhe convosco, de maneira a serdes sempre testemunhas críveis do seu amor, em cada um dos âmbitos da vida.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 21 de março de 2001

Maria, peregrina na fé, estrela do terceiro milénio




Caríssimos Irmãos e Irmãs

1. A página de Lucas, que acabámos de ouvir, apresenta-nos Maria como peregrina de amor. Mas Isabel chama a atenção para a sua fé e pronuncia em relação a ela a primeira bem-aventurança do Evangelho: "Feliz daquela que acreditou". Esta expressão é "como que uma chave que nos abre o acesso à realidade íntima de Maria" (Redemptoris Mater RMA 19). Então nós desejaríamos, como coroação das catequeses do Grande Jubileu do Ano 2000, apresentar a Mãe do Senhor como peregrina na fé. Como filha de Sião, ela coloca-se nas pegadas de Abraão, aquele que pela fé obedecera, "partindo para uma terra, que havia de receber por herança, e partiu sem saber para onde ia" (He 11,8).

Este símbolo da peregrinação na fé ilumina a história interior de Maria, a crente por excelência, como já sugeria o Concílio Vaticano II: "Também a Santíssima Virgem avançou no caminho da fé, e conservou fielmente a união com seu Filho até à cruz" (Lumen gentium, LG 58). A anunciação é "o ponto de partida, no qual se inicia todo o seu itinerário para Deus" (Redemptoris Mater RMA 14): um itinerário de fé que conhece o presságio da espada que trespassa a alma (cf. Lc Lc 2,35), passa através dos caminhos sinuosos do exílio no Egipto e da obscuridade interior, quando Maria "não compreende" a atitude tomada por Jesus no templo quando tinha doze anos mas, contudo, "guardava todas essas coisas no seu coração" (Lc 2,51).

2. Na penumbra desenrola-se também a vida oculta de Jesus, durante a qual Maria deve fazer ressoar dentro de si a bem-aventurança de Isabel através de um verdadeiro e próprio "aperto do coração" (Redemptoris Mater RMA 17).

Sem dúvida, na vida de Maria não faltam rasgos de luz, como nas bodas de Caná, onde mesmo na aparente indiferença Cristo ouve o pedido da Mãe e realiza o primeiro sinal de revelação, suscitando a fé dos discípulos (cf. Jo Jn 2,1-12).

No mesmo sinal de luz e sombra, de revelação e mistério situam-se as duas bem-aventuranças referidas por Lucas: a que é dirigida à Mãe de Cristo por parte de uma mulher da multidão e a que é dirigida por Jesus aos "que escutam a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11,28).

O vértice desta peregrinação terrena na fé é o Gólgota onde Maria vive intimamente o mistério pascal do Filho: num certo sentido, morre como mãe na morte do Filho e abre-se para a "ressurreição" com uma nova maternidade em relação à Igreja (cf. Jo Jn 19,25-27). Ali, no Calvário, Maria conhece a noite da fé, semelhante à de Abraão no Monte Moria, e depois da iluminação do Pentecostes continua a peregrinar na fé até à Assunção, quando o Filho a acolhe na bem-aventurança eterna.

3. "A Bem-aventurada Virgem Maria continua a preceder o Povo de Deus. A sua excepcional peregrinação da fé representa um ponto de referência constante para a Igreja, para as pessoas singulares e para as comunidades, para os povos e para as nações e, em certo sentido, para toda a humanidade" (Redemptoris Mater RMA 6). É ela a estrela do terceiro milénio, como foi no início da era cristã a aurora que precedeu Jesus no horizonte da história. De facto, Maria, cronologicamente nasceu antes de Cristo e gerou-o e inseriu-o na nossa vicissitude humana.

Dirigimo-nos a ela para que continue a guiar-nos para Cristo e para o Pai, mesmo na noite tenebrosa do mal, e nos momentos de dúvida, crise, silêncio e sofrimento. A ela elevamos o cântico que a Igreja do oriente gosta mais do que de qualquer outro, o Hino Acatisto que, em 24 estrofes, exalta liricamente a sua figura. Na quinta estrofe, dedicada à visita a Isabel, ele exclama:

"Rejubila, ramo de planta imarcessível. Rejubila, possuidora de fruto íntegro. Rejubila, tu que cultivas o cultivador amigo dos homens. Rejubila, mãe do criador da nossa vida.

Rejubila, terreno que germina fecundidade de compaixões. Rejubila, mesa que prepara abundância de misericórdias. Rejubila, porque fazes florescer um prado de delícias. Rejubila, porque preparas um porto para as almas.

Rejubila, incenso agradável de súplicas. Rejubila, perdão do mundo inteiro. Rejubila, benevolência de Deus para os mortais. Rejubila, audaz palavra dos mortais para Deus.

Rejubila, Virgem Esposa!"

4. A visita a Isabel é selada pelo cântico do Magnificat, um hino que atravessa como perene melodia todos os séculos cristãos: um hino que une os ânimos dos discípulos de Cristo para além das divisões históricas, que nos empenhamos por superar com vista a uma plena comunhão. Neste clima ecuménico é bonito recordar que Martin Lutero, em 1521, dedicou a este "santo cântico da bem-aventurada Mãe de Deus" como ele se exprimia um célebre comentário. Nele afirma que o hino "deveria ser bem aprendido e tido em consideração por todos", porque "no Magnificat Maria nos ensina a maneira de amar e louvar Deus... Ela quer ser o maior exemplo da graça de Deus de modo a estimular todos à confiança e ao louvor da graça divina" (M. Lutero, Escritos religiosos, por V. Vinay, Turim 1967, PP 431-512).

Maria celebra a primazia de Deus e da sua graça que escolhe os últimos e os desprezados, os "pobres do Senhor", dos quais fala o Antigo Testamento; inverte o seu destino e introdu-los como protagonistas na história da salvação.

5. A partir do momento em que Deus olhou para ela com amor, Maria torna-se sinal de esperança para a multidão dos pobres, dos últimos da terra que passam a ser os primeiros no Reino de Deus. Ela segue fielmente a escolha de Cristo, seu Filho, que repete a todos os aflitos da história: "vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e aliviar-vos-ei" (Mt 11,28). A Igreja segue Maria e o Senhor Jesus, caminhando pelos caminhos sinuosos da história, para aliviar, promover e valorizar a grande procissão de mulheres e homens pobres e famintos, humilhados e ofendidos (cf. Lc Lc 1,52-53). A humilde Virgem de Nazaré como observa S. Ambrósio não é "o Deus do templo, mas o templo de Deus" (De Spiritu Sancto III, 11, 80). Assim, ela guia todos os que recorrem a ela para o encontro com Deus Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

Saudações

Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, em particular os brasileiros, membros da Rede Viva de Televisão, juntamente com o seu Presidente, Dom Antônio Maria Mucciolo, Arcebispo Emérito de Botucatu e de outros Prelados que o acompanham. Com os votos de que uma informação baseada na verdade, na liberdade, na justiça e na solidariedade esteja na base de todo o processo evangelizador, invoco abundantes dons divinos pelos frutos desta significativa iniciativa e vos concedo de bom grado a minha Bênção Apostólica.


A primeira bem-aventurança referida no Evangelho é dirigida a Maria: "Feliz daquela que acreditou" (Lc 1,45) De facto, toda a vida de Maria pode ser vista como uma peregrinação de fé, uma viagem para Deus, confiante e cheia de esperança. Maria é, pois, a Estrela que orienta os crentes do Terceiro Milénio. A todos aqueles que se voltam para Ela, a Bem-aventurada Virgem de Nazaré indica o caminho seguro que leva a Deus: Pai, Filho e Espírito Santo.

Sinto-me contente por dirigir hoje, uma saudação particular aos membros da World Union of Catholic Women's Organizations (União Mundial das Organizações das Mulheres Católicas), reunidas em Roma para a sua Assembleia Geral. Viestes para alcançar uma compreensão mais profunda da vossa missão e para vos animar reciprocamente, enquanto procurais viver o vosso compromisso perante a santidade cristã, a santidade feminina. Esta forma de discipulado é indispensável para a Igreja no Terceiro Milénio. As mulheres, de facto, têm um dom único na missão de transmitir a mensagem cristã na família e no mundo do trabalho, do estudo e do tempo livre. As mulheres católicas que vivem na fé, na esperança e na caridade e que honram o nome de Deus na oração e no serviço, desenvolveram sempre um papel importante na transmissão do autêntico sentido da fé cristã e na sua aplicação em cada circunstância da vida. Grato pelo vosso amoroso compromisso com Cristo e a sua Palavra salvífica, exorto-vos a olhar com confiança cada vez maior para Maria de Nazaré, a fim de que a vossa missão profética dê frutos cada vez maiores de vida e de serviço cristão.

Sobre todos os visitantes anglófonos que participam hoje na audiência, em particular os que vêm da Dinamarca, da Suécia e dos Estados Unidos da América, invoco do coração a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo.

Dirijo uma cordial saudação a todos os peregrinos de língua italiana. Em particular, saúdo os guardas urbanos de Trento que, acompanhados do Arcebispo Dom Luigi Bressan e do Presidente da Câmara da Cidade, vieram em peregrinação a Roma, por ocasião do bicentenário da constituição do Corpo de Polícia Municipal de Trento. Formulo ardentes votos para que esta ocasião seja para todos vós um estímulo a reforçar um mais generoso empenho de serviço aos cidadãos, inspirando-vos nos valores cristãos.

Saúdo, também, a Associação Cristã dos Artesãos Italianos, a Associação Desportiva Lodigiani Calcio e os Alunos Oficiais da Escola de Saúde e Veterinária Militar da Cecchignola em Roma.
Agradeço a todos pela sua presença e desejo de todo o coração que este encontro leve cada um a reafirmar a sua própria adesão fervorosa aos ensinamentos do Evangelho.

Uma saudação especial vai, por fim para os jovens, os doentes e os novos casais. No clima espiritual da Quaresma que estamos a viver, tempo de conversão e de reconciliação, convido-vos, queridos jovens, a seguir o exemplo de Jesus Mestre, para serdes fiéis anunciadores da sua mensagem de salvação. Encorajo-vos a vós, queridos irmãos e irmãs doentes, a levar a vossa cruz de cada dia, em estreita união com Cristo Senhor. Exorto-vos, por fim, a vós, estimados novos casais, a fazer das vossas jovens famílias comunidades de intensa espiritualidade e ardente testemunho cristão.


AUDIÊNCIA

Quarta-feira 28 de março de 2001

Os Salmos na Tradição da Igreja




Queridos irmãos e irmãs,

1. Na Carta Apostólica Novo millennio ineunte manifestei o desejo de que a Igreja se distinga cada vez mais na "arte da oração", aprendendo-a sempre de novo dos lábios do Mestre divino (cf. n. 32). Este empenho deve ser vivido sobretudo na Liturgia, fonte e auge da vida eclesial. Nesta linha é importante prestar uma maior atenção pastoral à promoção da Liturgia das Horas como oração de todo o povo de Deus (cf. ibid., 34). De facto, se os sacerdotes e os religiosos têm um precioso mandamento para a celebrar, ela é contudo proposta ardentemente também aos leigos.

Propunha esta finalidade, há cerca de trinta anos, o meu venerado predecessor Paulo VI, com a constituição Laudis canticum na qual delineava o modelo vigente desta oração, desejando que os Salmos e os Cânticos, estrutura básica da Liturgia das Horas, fossem compreendidos "com renovado amor pelo Povo de Deus" (AAS 63 [1971], 532).

É encorajador o facto de muitos leigos, quer nas paróquias quer nos agregados eclesiais, terem aprendido a valorizá-la. Contudo, ela permanece uma oração que requer uma adequada formação catequética e bíblica, para a poder apreciar profundamente.

Com esta finalidade, iniciamos hoje uma série de catequeses sobre os Salmos e sobre os Cânticos propostos na oração matutina das Laudes. Desta forma, desejo encorajar e ajudar todos a rezar com as mesmas palavras usadas por Jesus e que se encontram há milénios na oração de Israel e da Igreja.

2. Podemos introduzir-nos na compreensão dos Salmos através de vários caminhos. O primeiro consistiria em apresentar a sua estrutura literária, os seus autores, a sua formação, os contextos em que surgiram. Depois, seria sugestiva uma leitura que realçasse o seu carácter poético, que por vezes alcança níveis altíssimos de intuição lírica e de expressão simbólica. Não menos interessante seria percorrer novamente os Salmos considerando os vários sentimentos do ânimo humano que eles manifestam: alegria, reconhecimento, acção de graças, amor, ternura, entusiasmo, mas também sofrimento intenso, recriminação, pedido de ajuda e de justiça, que por vezes acabam em cólera e imprecações. Nos Salmos, o ser humano encontra-se a si próprio completamente.

A nossa leitura terá sobretudo por finalidade evidenciar o significado religioso dos Salmos, mostrando como eles, mesmo tendo sido escritos há tantos séculos por crentes hebreus, podem ser incluídos na oração dos discípulos de Cristo. Por isso, deixar-nos-emos ajudar pelos resultados da exegese, mas pôr-nos-emos juntos na escola da Tradição, sobretudo escutando os Padres da Igreja.

3. Com efeito, com profunda penetração espiritual, eles souberam discernir e indicar a grande "chave" de leitura dos Salmos no próprio Cristo, na plenitude do seu mistério. Os Padres estavam convencidos disto: nos Salmos fala-se de Cristo. De facto, Jesus ressuscitado aplicou a si próprio os Salmos quando disse aos discípulos: "era necessário que se cumprisse tudo quanto a Meu respeito está escrito em Moisés, nos Profetas e nos Salmos" (Lc 24,44). Os Padres acrescentam que nos Salmos se fala a Cristo ou até que é Cristo quem fala. Dizendo isto, eles não pensavam apenas na pessoa individual de Jesus, mas no Christus totus, no Cristo total, formado por Cristo chefe e pelos seus membros.

Surge assim, para o cristão, a possibilidade de ler o Saltério à luz de todo o mistério de Cristo. Precisamente esta óptica faz emergir também a sua dimensão eclesial, que é realçada de maneira particular pelo cântico coral dos Salmos. Compreende-se desta forma como os Salmos tenham sido assumidos, desde os primeiros séculos, como oração pelo Povo de Deus. Se, em alguns períodos históricos, se verificou uma tendência para preferir outras orações, foi grande mérito dos monges manter alta na Igreja a chama do Saltério. Um deles, S. Romualdo de Camaldoli, no início do segundo milénio cristão, chegou a defender que como afirma o seu biógrafo Bruno de Querfurt são os Salmos o único caminho para experimentar uma oração verdadeiramente profunda: "Una via in psalmis" (Passio sanctorum Benedicti et Johannes ac sociorum eorundem: MPH VI, 1983, 427).

4. Com esta afirmação, à primeira vista exagerada, na realidade ele ancorava-se na melhor tradição dos primeiros séculos cristãos, quando o Saltério se tinha tornado o livro por excelência da oração eclesial. Esta foi a opção vencedora em relação às tendências heréticas que continuamente atacavam a unidade de fé e de comunhão. A respeito disto, é interessante a maravilhosa leitura que Santo Atanásio escreveu a Marcelino na primeira metade do século IV quando a heresia ariana alastrava atentando contra a fé na divindade de Cristo. Perante os hereges que atraíam a si o povo também com cânticos e orações que eram agradáveis aos seus sentimentos religiosos, o grande Padre da Igreja dedicou-se com todas as suas energias a ensinar o Saltério transmitido pela Escritura (cf. PG ss.) Foi assim que ao "Pai Nosso", a oração do Senhor por antonomásia, se acrescentou a praxe, que depressa se tornou universal entre os baptizados, da oração dos Salmos.

5. Graças também à oração comunitária dos Salmos, a consciência cristã recordou e compreendeu que é impossível dirigir-se ao Pai que habita nos céus sem uma autêntica comunhão de vida com os irmãos e as irmãs que habitam na terra. Além disso, inserindo-se vitalmente na tradição orante dos hebreus, os cristãos aprenderam a rezar cantando as magnalia Dei, isto é, as grandes maravilhas realizadas por Deus quer na criação do mundo e da humanidade, quer na história de Israel e da Igreja. Esta forma de oração tirada das Escrituras, não exclui decerto expressões mais livres, e elas continuarão não só a caracterizar a oração pessoal, mas também a enriquecer a própria oração litúrgica, por exemplo com hinos e cânticos. O livro do Saltério permanece contudo a fonte ideal da oração cristã, e nele se continuará a inspirar a Igreja no novo milénio.

Saudações

Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação amiga para todos vós, com votos de um frutuoso empenho na caminhada quaresmal que estais fazendo. Que nada vos impeça de viver e crescer na amizade de Deus, e testemunhar a todos a sua bondade e misericórdia! Sobre vós e vossas famílias, desça a minha bênção apostólica.


Dou as cordiais boas-vindas aos peregrinos eslovacos aqui presentes.
Queridos peregrinos, recomendo que vivais estes dias de preparação para a Páscoa com espírito de penitência como regresso à casa do Pai, que espera cada um de nós de braços abertos.
Concedo de bom grado a Bênção apostólica a vós e aos que vos são caros na Pátria.
Louvado seja Jesus Cristo!

Pensando na Festa da Anunciação, que celebrámos há alguns dias, dirijo por fim uma saudação afectuosa aos jovens, aos doentes e aos jovens casais.

O "sim" pronunciado por Maria vos encorage, queridos jovens, a responder com entusiasmo e generosidade ao chamamento de Deus. A humilde adesão à vontade divina da Virgem, em Nazaré e no Calvário, vos ajude a vós, queridos doentes, a unir-vos cada vez mais ao sacrifício redentor de Cristo. Aquela que foi a primeira a acolher o Verbo encarnado vos acompanhe a vós, queridos jovens casais, no caminho matrimonial e vos faça crescer cada dia na fidelidade do amor e no serviço à vida.



                                                                                  Abril de 2001

JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 4 de abril de 2001

A Liturgia das Horas, oração da Igreja

Caríssimos Irmãos e Irmãs:


1. Antes de iniciar o comentário de cada Salmo e Cânticos de Laudes, completemos hoje a reflexão introdutória que começámos na última catequese. E fazemo-lo a partir de um aspecto muito querido à tradição espiritual: cantando os Salmos, o cristão experimenta uma espécie de sintonia entre o Espírito presente nas Escrituras e o Espírito que nele habita pela graça baptismal. Mais do que rezar com palavras próprias, ele faz-se eco dos "gemidos inefáveis" de que fala São Paulo (cf. Rm Rm 8,26), com os quais o Espírito do Senhor impele os cristãos a unirem-se à invocação característica de Jesus: "Abbá, Pai!" (Rm 8,15 Ga 4,6).

Os antigos monges estavam de tal modo seguros desta verdade, que não se preocupavam em cantar os Salmos na própria língua materna, bastando-lhes a consciência de ser, de qualquer modo, "órgãos" do Espírito Santo. Estavam convencidos de que a sua fé permitiria aos versículos dos Salmos desencadear uma particular "energia" do Espírito Santo. A mesma convicção se manifesta na característica utilização dos Salmos, que foi chamada "oração jaculatória" da palavra latina "iaculum", isto é, dardo para indicar brevíssimas expressões salmódicas que podiam ser "lançadas", à maneira de pontas de fogo, por exemplo, contra as tentações. João Cassiano, um escritor que viveu entre o IV e o V séculos, recorda que alguns monges tinham descoberto a eficácia extraordinária do brevíssimo incipit do Salmo 69: "dignai-vos, ó Deus, salvar-me; Senhor, apressai-Vos em socorrer-me", que desde então se tornou como o pórtico de entrada na Liturgia das Horas (cf. Conlationes, 10, 10; CPL 512, 298 ss).

2. Ao lado da presença do Espírito Santo, uma outra dimensão importante é a da acção sacerdotal que Cristo desenvolve na oração em que associa a si a Igreja, sua esposa. A tal propósito, referindo-se propriamente à Liturgia das horas, o Concílio Vaticano II ensina: "Jesus Cristo, Sumo Sacerdote da nova e eterna Aliança, [...] une a si toda a humanidade e associa-a a este cântico divino de louvor. Continua este múnus sacerdotal por intermédio da sua Igreja, que louva o Senhor sem cessar e intercede pela salvação de todo o mundo, não só com a celebração da Eucaristia, mas de vários outros modos, especialmente pela recitação do Ofício divino" (Sacrosanctum Concilium SC 83).

A Liturgia das Horas tem, também, o carácter de oração pública, na qual a Igreja está particularmente envolvida. É esclarecedor, então, descobrir como a Igreja definiu progressivamente este seu empenho específico de oração dividida pelas várias fases do dia. É necessário, por isso, recuar aos primeiros tempos da comunidade apostólica, quando ainda estava em vigor uma estreita ligação entre a oração cristã e a chamada "oração legal" assim prescrita pela Lei moisaica que se fazia em determinadas horas do dia no Templo de Jerusalém. Pelo livro dos Actos sabemos que os Apóstolos "como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o Templo" (2, 46), e também que "subiam ao templo para a oração da nona hora" (3,1). E, por outra parte, sabemos também que as "orações legais" por excelência eram precisamente as da manhã e da tarde.

3. Pouco a pouco, os discípulos de Jesus descobriram alguns Salmos particularmente apropriados a determinados momentos do dia, da semana ou do ano, recolhendo neles um sentido profundo em relação ao mistério cristão. É uma testemunha competente deste processo São Cipriano, que assim escreve na primeira metade do século III: "É necessário, de facto, rezar desde o início do dia para celebrar na oração da manhã a ressurreição do Senhor. Isto corresponde ao que, uma vez, o Espírito Santo indicava nos Salmos com estas palavras: "atendei à voz do meu clamor, ó meu Rei e meu Deus. A Vós é que rezo; pela manhã, Senhor, ouvis a minha voz, mal nasce o dia exponho o meu pedido e aguardo ansiosamente" (Ps 5,3-4). [...] Quando, depois, o sol se põe e chega o fim do dia, é necessário põr-se de novo em oração. De facto, uma vez que Cristo é o verdadeiro sol e o verdadeiro dia, no momento em que o sol e o dia do mundo chegam ao fim, pedindo através da oração que a luz volte para nós, pedimos que Cristo volte a trazer-nos a graça da luz eterna" (De oratione dominica, 35: PL,39, 655).

4. A tradição cristã não se limitou a perpetuar a hebraica, mas renovou algumas coisas que acabaram por caracterizar de modo diverso toda a experiência de oração vivida pelos discípulos de Jesus. De facto, para além de recitarem, de manhã e pela tarde, o Pai nosso, os cristãos escolheram com liberdade os Salmos para celebrar com eles a sua oração de cada dia. Ao longo da história, este processo sugeriu a utilização de determinados Salmos, particularmente significativos para alguns momentos de fé. Entre estes, tinha o primeiro lugar a oração de vigília, que preparava para o Dia do Senhor, o Domingo, em que se celebrava a Páscoa da Ressurreição.

Uma característica tipicamente cristã foi, posteriormente, o acrescentar no fim de cada Salmo e Cântico, da doxologia trinitária, "Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo". Assim, cada Salmo e Cântico aparecem iluminados pela plenitude de Deus.

5. A oração cristã nasce, alimenta-se e desenvolve-se à volta do acontecimento da fé por excelência, o Mistério pascal de Cristo. Assim, de manhã e à tarde, ao nascer e ao põr do sol, se recordava a Páscoa, a passagem do Senhor da morte à vida. O símbolo de Cristo "luz do mundo" aparece na lâmpada durante a oração de Vésperas, também chamada por isso lucernário. As horas do dia lembram, por sua vez, a narração da Paixão do Senhor, e a hora tércia a descida do Espírito Santo no Pentecostes. A oração da noite, por fim, tem um carácter escatológico, evocando a vigilância recomendada por Jesus na esperança da sua volta (cf. Mc Mc 13,35-37).

Cadenciando deste modo a sua oração, os cristãos responderam ao mandamento do Senhor de "orar incessantemente" (cf. Lc Lc 18,1 Lc 21,36 1Th 5,17); Ef 6, 18), mas sem esquecer que toda a vida deve, de qualquer modo, tornar-se oração. Orígenes escreve a este propósito: "Reza sem cessar aquele que une a oração às obras e as obras à oração" (Sobre a oração XII, 2; C).

Este horizonte, no seu conjunto, constitui o ambiente natural da recitação dos Salmos. Se eles são assim sentidos e vividos, a doxologia trinitária que coroa cada Salmo torna-se, para cada um dos que acreditam em Cristo, um contínuo mergulhar, sobre as ondas do Espírito e em comunhão com todo o povo de Deus, no oceano de vida e de paz em que está imerso com o Baptismo, ou seja, no mistério do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Saudações

Saúdo com afecto em Cristo os peregrinos e ouvintes de língua portuguesa, desejando-lhes felicidades e os favores de Deus. Faço votos para que a proximidade da Semana Santa ajude a uma maior vivência do sentido redentor da Cruz em suas vidas, por uma doação generosa e alegre ao próximo, mormente aos mais necessitados. Com a minha Bênção Apostólica.

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua francesa presentes nesta audiência, em particular os jovens vindos da França, da Bélgica e do Canadá. Que o Senhor torne frutuosa a vossa peregrinação e faça crescer em vós um verdadeiro sentido da oração cristã. A todos concedo do coração a Bênção Apostólica.

Dirijo-me agora aos peregrinos e visitantes de língua inglesa, especialmente os que vêm da Inglaterra, Dinamarca, Suécia, Ilhas Faroé, Gana, Austrália e Estados Unidos da América. Convido-vos a orar mais intensamente durante os próximos dias da Semana Santa. Sobre vós e vossas famílias invoco as graças abundantes de Deus Omnipotente.

Saúdo os peregrinos de língua espanhola, especialmente os alunos do Instituto de Ensino de Nájera (La Rioga) e do Colégio do Coração Imaculado, de Madrid, e o grupo de fiéis de Córdova (Argentina). A todos vós desejo uma boa preparação para a grande festa da Páscoa, já próxima. Muito obrigado pela vossa atenção.

Saúdo todos os peregrinos de língua italiana. Em particular saúdo os novos salesianos, assim como as numerosas noviças de diversas Congregações religiosas, que frequentam os cursos promovidos pela União Superior Maior da Itália e que estão aqui presentes com os seus formadores e formadoras. Caríssimos Irmãos e Irmãs, exorto-vos a fazer um tesouro deste tempo de formação para vos preparardes bem para a missão que vos espera.
Saúdo os fiéis da Paróquia de São Gabriel da Senhora das Dores de Atri, a Fundação da Caixa de Poupança de São Miniato e o grupo da Federação Italiana de Rugby. Agradeço a todos pela sua participação e invoco sobre cada um abundantes bênçãos celestes.

Dirijo, por fim, uma cordial saudação aos jovens, aos doentes e aos jovens casais. Neste último tempo da Quaresma, exorto-vos a continuar com empenho o caminho espiritual para a Páscoa.
Queridos jovens, intensificai o vosso testemunho de amor fiel à Cruz de Cristo; vós, queridos doentes, olhai para Jesus crucificado e ressuscitado para viver a provação da dor como acto de amor; e vós, queridos novos esposos, imitando a permanente fidelidade do Senhor à Igreja, sua Esposa, fazei que a vossa união esponsal seja sempre animada pelo amor divino.

Apelo do Papa pelo Dia Mundial da Saúde

No dia 7 de Abril celebra-se o Dia Mundial da Saúde, que, este ano, tem como tema a "deficiência" mental. Por esta circunstância, renovo o meu apelo a fim de que cada um, segundo as suas responsabilidades, se comprometa a defender a dignidade e os direitos dos doentes mentais. Que ninguém fique indiferente diante destes nossos irmãos. A Igreja olha para aqueles que sofrem por tal doença com respeito e afecto e exorta toda a comunidade humana a acolhê-los, com especial atenção sobretudo para os mais pobres e abandonados.




AUDIÊNCIAS 2001