AUDIÊNCIAS 2001


JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA

Quarta-feira 16 de maio de 2001

Sobre a peregrinação jubilar seguindo os passos de São Paulo




Caríssimos Irmãos e Irmãs:

1. Há uma semana terminei a minha Peregrinação nos passos de São Paulo, que me levou à Grécia, Síria e Malta. Hoje sinto-me feliz por reflectir convosco sobre esse acontecimento, que constitui a última parte do itinerário jubilar através dos principais lugares da história da salvação. Estou grato a todos aqueles que me acompanharam com a oração neste inesquecível "retorno às fontes", de onde haurir o vigor da primitiva experiência cristã.

Renovo os sentimentos de cordial reconhecimento ao Presidente da República Helénica, Senhor Kostas Stephanopoulos, por me ter convidado a visitar a Grécia. Agradeço ao Presidente da República Árabe da Síria, Senhor Bashar Al-Assad, e ao Presidente da República de Malta, Senhor Guido De Marco, que me receberam com muita cordialidade em Damasco e em La Valeta.

Em toda a parte, desejei dar testemunho às Igrejas ortodoxas do afecto e da estima da Igreja católica, com o anseio de que a memória das culpas do passado contra a comunhão seja completamente purificada e deixe espaço à reconciliação e à fraternidade. Além disso, pude confirmar a sincera abertura da Igreja em relação aos fiéis do Islão, aos quais nos une a adoração do único Deus.

Sinto como uma graça especial o facto de me ter podido encontrar, sobretudo nos seus campos de missão, com os Bispos católicos da Grécia, da Síria e de Malta e, juntamente com eles, os sacerdotes, os religiosos, as religiosas e numerosos fiéis leigos. Seguindo os passos de Paulo, o Sucessor de Pedro pôde confortar e encorajar aquelas Comunidades, exortando-as à fidelidade e, ao mesmo tempo, à abertura e à caridade fraternal.

2. No Areópago de Atenas ressoaram as palavras do célebre discurso de Paulo, tiradas dos Actos dos Apóstolos. Elas foram lidas em grego e em inglês, e isto por si só já foi sugestivo: com efeito, a língua grega era a mais falada na área do Mediterrâneo no início do primeiro milénio, assim como hoje poderia considerar-se a língua inglesa, a nível mundial. A "boa notícia" de Cristo, Revelador de Deus e Salvador do mundo ontem, hoje e sempre, é destinada a todos os homens e mulheres da terra, segundo o seu mandado explícito.

No início do terceiro milénio, o Areópago de Atenas tornou-se num certo sentido o "Areópago do mundo", a partir de onde a mensagem cristã da salvação é proposta de novo a todos aqueles que buscam a Deus e são "temerosos" ao receberem o Seu inexaurível mistério de verdade e de amor. Em particular mediante a leitura da "Declaração conjunta" que, no final de um encontro fraterno, assinei com Sua Beatitude Christodoulos, Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, foi dirigido aos povos do Continente europeu um apelo a não se esquecerem das suas raízes cristãs.

O discurso de Paulo no Areópago constitui um modelo de inculturação e, como tal, conserva intacta a sua actualidade. Por isso, voltei a propô-lo na Celebração eucarística com a Comunidade católica na Grécia, recordando o admirável exemplo dos Santos irmãos Cirilo e Metódio, naturais de Salonica. Inspirando-se com fidelidade e criatividade nesse paradigma, eles não hesitaram em difundir o Evangelho no meio dos povos eslavos.

3. Depois da Grécia, fui à Síria onde, no caminho de Damasco, Cristo ressuscitado apareceu a Saulo de Tarso, transformando-o de feroz perseguidor em apóstolo do Evangelho. Foi como ir às origens como aconteceu com Abraão e remontar à chamada, à vocação. Foi nisto que pensei, ao visitar o Memorial de São Paulo. A história de Deus com os homens começa sempre por uma chamada, que convida o homem a abandonar-se a si mesmo e as suas próprias seguranças para se encaminhar rumo a uma nova terra, confiando n'Aquele que chama. Foi assim que aconteceu com Abraão, Moisés, Maria, Pedro, os outros Apóstolos e também com Paulo.

Hoje a Síria é um País onde a maioria dos seus habitantes é muçulmana, que acreditam num único Deus e procuram submeter-se a Ele segundo o exemplo de Abraão, a quem se referem de bom grado (cf. Nostra aetate, NAE 3). O diálogo inter-religioso com o Islão torna-se cada vez mais importante e necessário, no início do terceiro milénio. Neste sentido, foi deveras encorajadora a hospitalidade que me reservaram as Autoridades civis e o Grão-Mufti, que me acompanhou na histórica visita à Grande Mesquita de "Omayyade", onde se encontra o Memorial de São João Baptista, muito venerado também pelos muçulmanos.

Em Damasco, a minha Peregrinação adquiriu sobretudo um vigoroso carácter ecuménico, especialmente graças à visita que, nas respectivas Catedrais, tive a alegria de realizar a Sua Santidade Inácio IV, Patriarca greco-ortodoxo, e a Sua Santidade Mor Inácio Zlkka I, Patriarca sírio-ortodoxo. Em seguida, na histórica Catedral greco-ortodoxa da Dormição da Virgem Maria, celebrámos um solene Encontro de oração. Desta forma, foi com íntima emoção que vi concretizar-se uma das principais finalidades da Peregrinação jubilar, ou seja, a de "nos reunirmos nos lugares da nossa origem comum, para testemunhar Cristo, nossa unidade (cf. Ut unum sint, UUS 23), e confirmar o empenho recíproco de caminhar até ao restabelecimento da plena comunhão" (Carta de João Paulo II sobre a peregrinação aos lugares relacionados com a história da salvação, n. 11).

4. Na Síria, nao pude deixar de dirigir a Deus uma especial súplica pela paz no Médio Oriente, impelido também infelizmente pela dramática situaçao actual, que se torna cada vez mais preocupante. Fui até às Alturas do Golan, à igreja de Quneitra, parcialmente destruída pela guerra, e ali elevei a minha súplica. Num certo sentido, o meu espírito permaneceu lá, e a minha oração continua e não cessará, enquanto a vingança não ceder o lugar à reconciliação e ao reconhecimento dos direitos recíprocos.

Esta esperança fundamenta-se na fé. Foi a esperança que confiei aos jovens da Siria, com os quais tive a alegria de me encontrar precisamente na tarde precedente à minha despedida de Damasco. Conservo no meu coração o afecto da sua saudação e rezo ao Deus da paz para que os jovens cristãos, muçulmanos e judeus, possam crescer juntos como filhos do único Deus.

5. A última etapa da minha Peregrinação nos passos de Sao Paulo foi a Ilha de Malta, onde o Apóstolo passou três meses, depois do naufrágio do navio que o levava para Roma como prisioneiro (cf. Act Ac 27, 39-28, 10). Pela segunda vez, também eu experimentei a calorosa hospitalidade dos Malteses e tive a alegria de proclamar Beatos dois filhos do seu povo Padre Jorge Preca, Fundador da Sociedade da Doutrina Crista, e Inácio Falzon, Catequista leigo juntamente com a Irmã Maria Adeodata Pisani, Religiosa beneditina.

Uma vez mais, desejei indicar o caminho da santidade como a via-mestra para os fiéis do terceiro milénio. No vasto oceano da história, a Igreja não tem medo dos desafios e das insídias que encontra na sua navegação, se conservar com firmeza o timão na rota da santidade, para a qual o Grande Jubileu do Ano 2000 a orientou (cf. Novo millennio ineunte, NM 30).

Que assim seja para todos, graças também à intercessão de Maria, a quem recorremos de maneira constante durante este mes de Maio, a Ela consagrado. A Virgem ajude todos os cristãos, cada família e cada comunidade a perseverar com renovado impulso no seu compromisso de fidelidade quotidiana ao Evangelho.

Saudações

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa aqui presentes; em particular os portugueses de Vila Pouca de Aguiar e um grupo de brasileiros de distintas localidades. Grato pela vossa presença, desejo-vos todo o bem; e que Roma vos confirme na fé e nos propósitos de vida e de testemunho cristão. É o que imploro para todos, por nossa Senhora, com a Bênção Apostólica.

Dou as cordiais boas-vindas ao grupo de Jornalistas, escolhidos pelo Governo Ucraniano para seguir a próxima viagem apostólica que realizarei àquela Nação.

Caríssimos, agradeço-vos a vossa visita e invoco de bom grado sobre vós, sobre o vosso empenho profissional e sobre os vossos familiares abundantes bênçãos do Céu.

Saúdo cordialmente os peregrinos provenientes de Dubrovnik e de outras localidades croatas. Sede bem-vindos!

Caríssimos, os cristãos são chamados a conformar o próprio modo de viver com o Mistério pascal que celebramos e a serem sempre e em toda a parte, com coragem evangélica, mensageiros e defensores da esperança, sobretudo nos momentos de particulares dificuldades.

Concedo de coração a todos vós e às vossas famílias a Bênção apostólica.

Louvados sejam Jesus e Maria!

Queridos irmãos e irmãs de língua inglesa!

Saúdo de maneira particular os Padres Brancos aqui presentes. Dou as boas-vindas aos membros da NATO Defense College; encorajo-vos a considerar o vosso trabalho como um serviço à paz e ao bem comum. Sobre todos os peregrinos e visitantes de língua inglesa, especialmente os da Inglaterra, Suécia, Nigéria, Canadá e Estados Unidos da América, invoco a alegria e a paz do Salvador ressuscitado.

Saúdo, por fim, os jovens, os doentes, e os jovens casais. Estamos em meados de Maio, mês dedicado a Nossa Senhora. Maria, que no Cenáculo esperou com os Apóstolos a descida do Espírito, vos ajude, caríssimos jovens, a acolher com prontidão a missão que Deus vos confia. A Virgem Santa vos ampare a vós, queridos doentes, na aceitação dos sofrimentos em união com Cristo. A Mãe de Jesus interceda por vós, caríssimos jovens casais, para que a vossa família seja uma autêntica igreja doméstica, animada pela luz do amor do Espírito Santo.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 23 de maio de 2001

Salmo 149: Festa dos amigos de Deus

Queridos irmãos e irmãs,


1. "Regozijem-se os justos na glória e cantem jubilosos em seus leitos". Este apelo do Salmo 149 (v. 5), que acaba de ser proclamado, remete para uma aurora que está prestes a despontar e vê os fiéis prontos a entoar os seus louvores matutinos. Com uma expressão significativa, este louvor é definido como "um cântico novo" (v. 1), ou seja, um hino solene e perfeito, propício para os últimos dias, quando o Senhor reunir os justos num mundo renovado. Todo o Salmo está impregnado de uma atmosfera festiva, inaugurada já pelo aleluia inicial e depois cadenciada com cânticos, louvores, alegria, danças e sons de tímpanos e de cítaras. A oração que este Salmo inspira é a acção de graças de um coração repleto de exultação religiosa.

2. Os protagonistas deste Salmo são chamados, no original hebraico do hino, com dois termos característicos da espiritualidade do Antigo Testamento. Por três vezes são definidos como "hasidim" (vv. 1.5 e 9), ou seja, "os piedosos, os fiéis", aqueles que respondem com fidelidade e amor (hesed) ao amor paternal do Senhor.

A segunda parte deste Salmo surpreende, porque está repleta de expressões bélicas. Parece-nos estranho que no mesmo versículo o Salmo fale dos "louvores de Deus a plena voz" e da "espada de dois gumes nas suas mãos" (v. 6). Reflectindo, podemos compreender o motivo: o Salmo foi composto para os "fiéis" que estavam empenhados numa luta de libertação; combatiam para libertar o seu povo oprimido e para lhe dar a possibilidade de servir a Deus. Durante a época dos Macabeus, no século II a.C., os combatentes pela liberdade e pela fé, submetidos a uma dura repressão por parte do poder helenista, chamavam-se precisamente hasidim, "os fiéis" à Palavra de Deus e às tradições dos Padres.

3. Na perspectiva actual da nossa oração, esta simbologia bélica torna-se uma imagem do nosso compromisso de crentes e, depois de termos cantado a Deus os louvores matutinos, podemos partir pelas estradas do mundo, no meio do mal e da injustiça. Infelizmente, as forças que se opõem ao Reino de Deus são imponentes: o Salmista fala "de povos, de nações, de chefes e de nobres". Todavia, está confiante porque sabe que ao seu lado se encontra o Senhor, que é o verdadeiro Rei da história (cf. v. 2). Por conseguinte, a sua vitória sobre o mal é certa e será o triunfo do amor. É neste combate que participam todos os hasidim, todos os fiéis e os justos que, com o poder do Espírito, completam a obra admirável que tem o nome do Reino de Deus.

4. Partindo das referências do Salmo ao "coro" e aos "tímpanos e cítaras", Santo Agostinho comenta: "O que é que representa um coro? [...] O coro é um grupo de cantores que cantam em conjunto. Se cantarmos num coro, devemos cantar em harmonia. Quando se canta em coro, uma única voz desafinada fere o ouvinte e semeia confusão no próprio coro" (Enarr. in Ps 149, CCL 40, 7, 1-4).

Depois, referindo-se aos instrumentos utilizados pelo Salmista, pergunta-se: "Por que motivo o Salmista pega no tímpano e no saltério?". Em seguida, responde: "A fim de que não só a voz louve ao Senhor, mas também as suas obras. Quando se tocam o tímpano e o saltério, as mãos harmonizam-se com a voz. Assim deve ser também para ti. Quando cantares o aleluia, deves oferecer o pão ao faminto, vestir aquele que está nu e hospedar o peregrino. Se fizeres isto, não só a voz cantará, mas com voz se hão-de harmonizar as mãos, enquanto com as palavras concordarão as obras" (Ibid., 8, 1-4).

5. Há outro vocábulo, com que os orantes deste Salmo são definidos: trata-se dos "anawim", isto é, "os pobres, os humildes" (v. 4) Esta expressão é muito frequente no Saltério e indica não só os oprimidos, os miseráveis e os que são perseguidos por causa da justiça, mas inclusivamente aqueles que, sendo fiéis aos compromissos morais da Aliança com Deus, são marginalizados por quantos escolhem a violência, a riqueza e a prepotência. É nesta luz que se compreende que a classe dos "pobres" não é apenas uma categoria social, mas uma opção espiritual. Este é o sentido da primeira, célebre, Bem-Aventurança: "Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5,3). Já o profeta Sofonias se dirigia com a seguinte expressão aos anawim: "Procurai o Senhor, vós todos, os humildes da terra, que cumpris a sua lei. Procurai a justiça, buscai a humildade: talvez assim acheis abrigo no dia da cólera do Senhor" (2, 3).

6. Pois bem, o "dia da cólera do Senhor" é precisamente aquele que se descreve na segunda parte do Salmo, quando os "pobres" se põem ao lado de Deus a fim de lutar contra o mal. Sozinhos, eles não têm a força suficiente, nem os instrumentos, nem as estratégias necessárias para se opor à irrupção do mal. Contudo, a frase do Salmista não admite hesitações: "O Senhor, de verdade, ama o seu povo e adorna os humildes (anawim) com a vitória" (v. 4). Representa-se espiritualmente aquilo que o Apóstolo Paulo declara aos Coríntios: "O que é vil e desprezível no mundo é que Deus escolheu, como também aquelas coisas que nada são, para destruir as que são" (1Co 1,28).

É com esta confiança que "os filhos de Sião" (v. 2), os hasidim e os anawim, ou seja os fiéis e os pobres, se preparam para viver o seu testemunho no mundo e na história. O cântico de Maria, contido no Evangelho de Lucas o canto do Magnificat constitui o eco dos melhores sentimentos presentes nos "filhos de Sião": o louvor de exultação a Deus Salvador, a acção de graças pelas grandes coisas que lhe fez o Omnipotente, o combate contra as forças do mal, a solidariedade para com os pobres e a fidelidade ao Deus da Aliança (cf. Lc Lc 1,46-55).

Saudações

Queridos irmãos e irmãs!

A minha saudação afectuosa aos peregrinos de língua portuguesa, desejando a todos que possam saborear quão grande é "a misericórdia do nosso Deus, que se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem". Que ela desça abundante sobre a vida e a família de cada um, ao conceder-vos a minha Bênção apostólica.

Saúdo cordialmente os fiéis húngaros, especialmente os que provêm de Szombathely. Os fiéis e os pobres herdam o Reino dos Céus. Meditamos acerca disto na Catequese de hoje. Concedo de coração a todos vós a Bênção apostólica.
Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo de coração os peregrinos lituanos!

Como discípulos de Cristo, vivei segundo a verdade, para que o mundo possa reconhecer em vós o Pai Eterno, e o Espírito Santo vos guie para o amor perfeito, no qual Deus resplandece com uma luz inextinguível. Abençoo-vos a todos. Louvado seja Jesus Cristo!

Queridos peregrinos da República Checa!

Dou as boas-vindas aos fiéis de Praga, da Paróquia de Sumperk, e aos fiéis de Pist, que vieram aqui para fazer abençoar duas "Coroas marianas".

Estamos a preparar-nos para a celebração da Ascensão do Senhor. Cristo volta à glória que lhe pertence, mas com a natureza humana que assumiu de Maria. Neste sentido a Ascensão é para nós uma mensagem de esperança. Abençoo-vos a todos de coração.

Louvado seja Jesus Cristo!

Dirijo agora a minha saudação, com cordiais palavras de boas-vindas aos peregrinos croatas.
Caríssimos, a esperança cristã deve animar toda a vida dos discípulos de Cristo e o seu empenho na Igreja, na família e na sociedade civil. De facto, os cristãos são chamados a ser homens de esperança viva e construtiva, alimentada pela fé.

Acompanhe-vos sempre a bênção de Deus. Louvados sejam Jesus e Maria!

Saúdo calorosamente os peregrinos e visitantes de língua inglesa, dirigindo uma especial palavra de encorajamento aos vários grupos de estudantes. Saúdo a delegação da Macedónia, que veio a Roma para a festa dos santos Cirilo e Metódio. Invoco sobre todos vós, especialmente sobre os peregrinos da Suécia, do Japão e dos Estados Unidos da América, abundantes bênçãos do Todo-Poderoso

Por fim, desejo saudar os jovens, os doentes e os novos casais. Amanhã celebraremos a festa da Ascensão do Senhor. Convido-vos a vós, queridos jovens, a aprender desta solene Festa a viver inclinados para o Céu, pondo sempre em primeiro lugar "as coisas lá do alto". Exorto-vos a vós, queridos doentes, a seguir com confiança Jesus crucificado, com a certeza de que, se lhe formos fiéis na terra, participaremos da sua glória no Céu. E por fim, desejo a vós, queridos novos casais, que cresçais cada vez mais no conhecimento de Cristo e na escuta da sua palavra, para que o vosso amor permaneça fiel e aberto à vida.





JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 30 de maio de 2001

A oração da manhã para obter a ajuda do Senhor




Caríssimos Irmãos e Irmãs:

1. "Pela manhã, Senhor, ouvis a minha voz, mal nasce o dia exponho o meu pedido e aguardo ansiosamente". Com estas palavras, o Salmo 5 apresenta-se como uma oração da manhã e por isso se situa bem na liturgia das Laudes, o cântico do fiel no início do dia. A tonalidade de fundo desta súplica está marcada também por tensão e ansiedade pelos perigos e amarguras que podem acontecer inesperadamente. Mas não falta a confiança em Deus, sempre pronto a amparar o seu fiel para que não tropece no caminho da vida.

"Ninguém, a não ser a Igreja, possui uma confiança assim" (São Jerónimo, Tractatus LIX in psalmos, 5, 27: PL 26, 829). E Santo Agostinho, chamando a atenção para o título que é dado ao Salmo, título que diz na sua versão latina: Para aquela que recebe a herança, explica: "Portanto, trata-se da Igreja que recebe em herança a vida eterna por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, de maneira que ela possui o próprio Deus, adere a Ele, e n'Ele encontra a sua felicidade, segundo o que está escrito: "Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra" (Mt 5,5) (Enarr. in Ps 5, CCL 38, 1, 2-3).

2. Como acontece muitas vezes nos Salmos de "súplica" dirigidos ao Senhor para que nos liberte do mal, são três as personagens que entram em cena neste Salmo. Em primeiro lugar, aparece Deus (vv. 2 e 7), o Tu por excelência do Salmo, ao qual se dirige confiante aquele que invoca. Perante os pesadelos de um dia cansativo e talvez rigoroso em relação à injustiça, alheio a qualquer compromisso com o mal: "Tu não és um Deus que se apraz com o mal" (v. 5).

Um longo elenco de pessoas más o malvado, o estulto, quem pratica o mal, o mentiroso, o sanguinolento, o ignorante passa diante do olhar do Senhor. Ele é o Deus santo e justo e põe-se ao lado de quem percorre os caminhos da verdade e do amor, opondo-se a quem escolhe "as veredas que conduzem ao reino das sombras" (cf. Pr Pr 2,18). Então, o fiel não se sente sozinho e abandonado quando enfrentar a cidade, penetrando na sociedade e no enredo das vicissitudes quotidianas.

3. Nos versículos 8-9 da nossa oração matutina a segunda personagem, quem ora, apresenta-se a si próprio com um Eu, revelando que toda a sua pessoa se dedica a Deus e à sua "grande misericórdia". Ele tem a certeza de que as portas do templo, isto é, o lugar da comunhão e da intimidade divina, fechadas para os incrédulos, se abrem diante dele. Entra por elas a fim de sentir a segurança da protecção divina, enquanto fora o mal se alastra e celebra os seus aparentes e efémeros triunfos.

Da oração matutina no templo o fiel recebe a força interior para enfrentar um mundo com frequência hostil. O próprio Senhor o levará pela mão e o guiará pelas estradas da cidade, ou melhor, "aplanará para ele o caminho", como diz o Salmista com uma imagem simples e sugestiva. No original hebraico esta serena confiança funda-se em duas palavras (hésed e sedaqáh): por um lado, "misericórdia ou fidelidade" e, por outro, "justiça ou salvação". São as palavras típicas para celebrar a aliança que une o Senhor ao seu povo e a cada um dos fiéis.

4. Por fim, eis que se projecta no horizonte a obscura figura da terceira personagem deste drama quotidiano: são os inimigos, os malvados, que já se apontavam nos versículos precedentes. Depois do "Tu" de Deus e do "Eu" do orante, encontra-se agora um Eles que indica uma multidão hostil, símbolo do mal do mundo (vv. 10-11). A sua fisionomia esboçada com base num elemento fundamental na comunicação social, a palavra. Quatro elementos boca, coração, garganta, língua exprimem a radicalidade da maldade inerente às suas escolhas. A sua boca está cheia de falsidade, o seu coração planeia constantemente traições, a sua garganta é como um sepulcro aberto, preparada para desejar apenas a morte, a sua língua é sedutora, mas "carregada de veneno mortal" (Jc 3,8).

5. Depois deste severo e realístico retrato do perverso que atenta contra o justo, o Salmista invoca a condenação divina num versículo (v. 11), que a liturgia cristã omite, querendo desta forma conformar-se com a revelação neo-testamentária do amor misericordioso, que oferece também ao malvado a possibilidade da conversão.

Neste ponto, a oração do Salmista tem um final cheio de luz e de paz (vv. 12-13), depois do obscuro perfil do pecador que acabamos de delinear. Uma vaga de serenidade e de alegria envolve quem é fiel ao Senhor. O dia que agora se inicia para o crente, apesar de ser marcado por canseiras e ansiedades, terá sempre sobre si o sol da bênção divina. O Salmista, que conhece profundamente o coração e o estilo de Deus, não tem nenhuma dúvida: "Pois Vós, Senhor, abençoais o justo; dum escudo de graças o circundais" (v. 13).

Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs!

Saúdo afectuosamente todos os presentes, de modo especial os peregrinos portugueses de Setúbal. Na perspectiva da festa de Pentecostes, invoco para todos a luz do Espírito Santo, a fim de que ilumine, com a sua acção vivificante, a Igreja e o mundo, e infunda nos vossos familiares e comunidades a perseverança na fé e a fortaleza para levar todos a Cristo, único e verdadeiro Salvador.

Saúdo agora os peregrinos holandeses e belgas. Faço votos por que a vossa visita aos túmulos dos Apóstolos vos torne mais conscientes da acção do Espírito na vida da Igreja, a fim de que, por intercessão da Virgem Maria, possais participar mais intensamente na vida da Igreja.
Concedo-vos de coração a Bênção apostólica.
Louvado seja Jesus Cristo!

Queridos fiéis da Lituânia!

Ao terminar o mês de Maio, no qual recordámos de maneira especial a Virgem Maria, celebraremos amanhã a sua Visitação a Isabel. Esteja viva no coração de todos vós a alegria e a fidelidade de Maria, para que, seguindo o seu exemplo, possais ser anunciadores corajosos do amor de Deus. Com estes votos, abençoo-vos a todos vós.
Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo de coração os peregrinos da Eslováquia! De Dubnica nad Váhom, da Escola Católica primária de Anton Bernolák de Nové Zámky e da Escola Católica primária de São Vicente de Levice.

Irmãos e Irmãs, no próximo domingo celebraremos a Solenidade do Pentecostes. Pedimos a Deus que envie os dons do seu Espírito aos nossos corações para que possamos tornar-nos testemunhas corajosas da nossa fé cristã.

Abençoo-vos de bom grado a vós e às vossas famílias na Pátria.
Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo-vos a vós, desportistas eslovenos, que chegastes, com Davo Karnicar e Jurij Gorjanc, aos pincaros do Monte Evereste. Oxalá o sucesso alpinista vos fortaleça cultural e espiritualmente.
Com estes votos, concedo-vos a minha Bênção apostólica.

Saúdo cordialmente os grupos de peregrinos croatas provenientes de Varazdin, Zagrábia, Zadar, Stolac, Domanovici e Gradina. Sede bem-vindos!

Caríssimos, a esperança é dom do Espírito Santo concedido aos discípulos de Cristo. Ela é inseparável da fé e da caridade. A fidelidade a este dom no meio das angústias do mundo deve ser apoiada com a adesão firme ao Evangelho e em união constante com o Bispo local e com os sacerdotes, seus colaboradores na orientação do Povo de Deus.

Concedo de coração a Bençao apostólica a cada um de vós e às vossas famílias.
Louvados sejam Jesus e Maria!

Dirijo uma especial saudação ao grupo proveninete da Arquidiocese Melquita de Akka, aos grupos de pessoas deficientes, e a todos os jovens aqui presentes, sobretudo os membros do Grupo Artístico Juvenil Nacional da Austrália. Quando nos preparamos para celebrar o Pentecostes, invoco do Espírito Santo abundantes graças sobre os peregrinos de língua inglesa, sobretudo dos que provém da Inglaterra, Finlândia, Israel, Austrália, Indonésia, Japão e dos Estados Unidos da América.

Por fim, dirijo um pensamento afectuoso aos jovens, aos doentes e aos jovens casais. Caríssimos, a Igreja celebrará amanhã a Visitação da Bem-Aventurada Virgem. Maria vai visitar a prima idosa para lhe prestar um serviço. Desta forma, torna-se para nós exemplo e modelo de solicitude para quem se encontra em necessidade.

Queridos jovens, olhai para Maria a fim de aprender, como ela, a crescer na fiel adesão a Cristo e no amor aos irmãos. A Virgem Santíssima vos ajude, queridos doentes, a fazer do vosso sofrimento uma oferenda ao Pai celeste, em união com Cristo crucificado. Amparados pela sua materna intercessão, vós, queridos jovens casais, inspirai-vos sempre no Evangelho para fortalecer a vossa união conjugal e vos abrirdes às exigências do próximo necessitado.



                                                                             Junho de 2001

JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 6 de junho de 2001

"Só a Deus a honra e a glória"




1. "Sede bendito... para todo o sempre, Senhor, Deus do nosso pai Israel!" (1Ch 29,10). Este intenso cântico de louvor, que o primeiro livro das Crónicas põe nos lábios de David, faz-nos reviver a explosão de alegria com que a comunidade da antiga aliança saudou os grandes preparativos realizados com vista à construção do templo, fruto de um compromisso conjunto do rei e de muitos que tinham trabalhado com ele. Como que competiam em generosidade, porque isto exigia uma morada que não "se destina a um homem, mas ao Senhor Deus" (Ibid., v. 1).
Ao reler aquele acontecimento, séculos depois, o Cronista intui os sentimentos de David e de todo o povo, a sua alegria e admiração por quantos tinham oferecido a sua contribuição: "O povo alegrava-se com as suas oferendas voluntárias, pois era de coração generoso que as faziam ao Senhor. O próprio rei David sentiu alegria" (Ibid., v. 9).

2. Este é o contexto em que nasce o Cântico. Mas ele só considera brevemente a satisfação humana, para pôr a glória de Deus imediatamente no centro da atenção: "A Vós, Senhor, a grandeza... a Vós, Senhor, a realeza...". A grande tentação que está sempre à espreita, quando se realizam obras pelo Senhor, é a de nos colocarmos a nós mesmos no centro, como se nos sentíssemos credores de Deus. David, pelo contrário, atribui tudo ao Senhor. Não é o homem, com a sua inteligência e a sua força, o primeiro artífice de quanto se realizou, mas sim o próprio Deus.

David expressa desta forma a profunda verdade de que tudo é graça. Num certo sentido, aquilo que foi colocado à disposição para o templo, não é senão a restituição, além disso extremamente exígua, de quanto Israel recebeu no inestimável dom da aliança que Deus estipulou com os antepassados. Na mesma linha, David dá mérito ao Senhor por tudo o que constituiu a sua sorte, tanto em campo militar como nos sectores político e económico. Tudo vem d'Ele!

3. Daqui, o impulso contemplativo destes versículos. Parece que ao autor do Cântico não bastam as palavras, para professar a grandeza e o poder de Deus. Ele considera-O sobretudo na especial paternidade demonstrada a Israel, "nosso pai". Este é o primeiro título que exige o louvor "agora e sempre".

Na recitação cristã destas palavras, não podemos deixar de recordar que esta paternidade se revelou de modo completo na encarnação do Filho de Deus. Ele, só Ele, é que pode falar a Deus chamando-lhe, em sentido próprio e afectuosamente, "Abba" (Mc 14,36). Ao mesmo tempo, através do dom do Espírito, é-nos comunicada a sua filiação que nos torna "filhos no Filho". A bênção do antigo Israel por parte de Deus Pai adquire para nós a intensidade que Jesus nos manifestou, ensinando-nos a chamar a Deus "Pai nosso".

4. Depois, o olhar do autor bíblico alarga-se da história da salvação para todo o cosmos, a fim de contemplar a grandeza de Deus Criador: "Tudo, nos céus e na terra, é vosso!". E ainda, "Vós sois soberano sobre todas as coisas". Como no Salmo 8, o orante do nosso Cântico ergue a cabeça para a o firmamento infinito, dirigindo em seguida o olhar admirado para a imensidão da terra e tudo vê submetido ao domínio do Criador. Como expressar a glória de Deus? As palavras sobrepõem-se, numa espécie de sucessão mística: grandeza, poder, glória, majestade e esplendor; e depois, ainda força e potência. Tudo o que o homem experimenta de belo e de grande deve referir-se Àquele que está na origem de todas as coisas e que tudo governa. O homem sabe que tudo quanto possui é dádiva de Deus, como salienta David, dando continuidade ao Cântico:

"Quem sou eu e quem é o meu povo, para que possamos fazer-vos voluntariamente estas oferendas?" (1Ch 29,14).

5. Este pano de fundo da realidade, como dom de Deus, ajuda-nos a conjugar os sentimentos de louvor e de reconhecimento do Cântico com a autêntica espiritualidade do "ofertório", que na liturgia cristã nos faz viver sobretudo na celebração eucarística. É o que emerge da dupla oração com que o sacerdote oferece o pão e o vinho, destinados a tornar-se Corpo e Sangue de Cristo: "Da vossa bondade recebemos este pão, fruto da terra e do trabalho do homem, e apresentamo-lo a Vós para que se torne para nós alimento de vida eterna". Esta oração é repetida sobre o vinho. Sentimentos análogos são sugeridos tanto pela divina Liturgia bizantina, como pelo antigo Cânone Romano, quando na anamnese eucarística exprimem a consciência de oferecer como dom a Deus, as coisas d'Ele recebidas.

6. A última aplicação desta visão de Deus é realizada pelo Cântico, tendo em vista a experiência humana da riqueza e do poder. Estas duas dimensões apareceram enquanto David predispunha o necessário para construir o templo. Também para ele mesmo podia ser uma tentação, aquela que é uma tentação universal: agirmos como se fôssemos árbitros absolutos daquilo que possuímos, fazendo disto um motivo de orgulho e de injustiça em relação ao próximo. A oração cadenciada neste Cântico leva o homem à sua dimensão de "pobre", que tudo recebe.

Então, os reis desta terra são unicamente uma imagem do Reino divino: "a Vós, Senhor, a realeza!". Os abastados não podem esquecer-se da origem dos seus próprios bens: "É de Vós que vêm a riqueza e a glória". Os poderosos devem saber reconhecer-se em Deus, como fonte "de toda a grandeza e de todo o poder". O cristão é chamado a interpretar estas expressões, contemplando com exultação Cristo ressuscitado, glorificado por Deus "acima de todo o Principado, Potestade, Virtude e Dominação" (Ep 1,21).

Cristo é o verdadeiro Rei do universo!

Saudações


Apelo pela paz na República Centro-Africana

Da República Centro-Africana chegam-nos notícias preocupantes acerca dos conflitos em acto naquela querida Nação e sobretudo sobre as dolorosas provas às quais está submetida a capital, Bangui. Por meu lado, estou próximo daquelas populações e peço a todos os grupos em luta que deponham as armas e cooperem para restabelecer um clima de concórdia no País. Para esta finalidade, convido-vos também a vós a rezar juntamente comigo ao Senhor, para que infunda nos corações pensamentos de paz a de reconciliação.

Amados peregrinos de língua portuguesa, ao propor-vos hoje este cântico de David, desejo que o mesmo vos sirva de portal nesta vossa romagem à Cidade Eterna: da infinidade de coisas tantas vezes duras da vida, aprendei a elevar o coração até ao Pai do Céu, repousando no seio da Sua infinita bondade, e vereis que as dores e aflições da vida vos farão menos mal. Com estes votos, desça sobre os peregrinos brasileiros de Campinas e todos os presentes, reconfortante Bênção apostólica.

Saúdo cordialmente os fiéis da Hungria!

Sinto-me feliz por vos ver aqui em Roma, junto do túmulo de São Pedro. Espero que desta peregrinação leveis também para as vossas casas um enriquecimento de fé e um maior amor e fidelidade a Cristo.
Concedo-vos a todos vós de coração a Bênção apostólica
Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo os fiéis da Lituânia!

Tendo recebido gratuitamente tudo do Senhor, o cristão reconhece na fé: "Só a Deus e honra a glória". A gratidão do coração vos ajude no serviço do amor, para que assim possais oferecer a Deus os dons dele recebidos. Sirva-vos de ajuda a minha Bênção, que vos concedo com alegria.
Louvado seja Jesus Cristo!

Queridos irmãos e irmãs da Croácia, O louvor e o agradecimento que o homem é chamado a prestar a Deus em cada momento da própria vida, continuam a elevar-se na Igreja. Este louvor e agradecimento são o fulcro da oração cristã, suscitada pelo Espírito Santo e dirigida ao Pai pelo Filho e com Ele.
Saúdo de coração os fiéis das Missões Católicas Croatas de Neu-Ulm e de Ausburgo e os outros peregrinos croatas. Concedo a todos a Bênção apostólica.

Louvados sejam Jesus e Maria!

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua francesa. Que o Espírito de Pentecostes vos torne audazes para ir ao encontro dos vossos irmãos e para lhes anunciar com toda a vossa vida a alegria da salvação, dom gratuito que o Pai nos comunicou no seu Filho Jesus. Concedo a todos do coração a Bênção apostólica.

Dirijo uma especial saudação à comunidade filipina de Roma, que celebra o cinquentenário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a Santa Sé e as Filipinas, e o décimo aniversário da capelania filipina. Sobre todos os peregrinos de língua inglesa, especialmente os que provêm da Inglaterra, Irlanda, Canadá e dos Estados Unidos, invoco a abundância de Deus Todo-Poderoso.

Saúdo com afecto os peregrinos de língua espanhola. Convido-vos a viver a vossa peregrinação a Roma como um dom recebido de Deus, que vos leve a dar-Lhe graças e a louvá-Lo na oração. Este será o melhor tesouro que podeis levar às vossas famílias e comunidades. Abençoo-vos a todos de coração.

Obrigado pela vossa atenção.

Por fim, saúdo os jovens, os doentes e os jovens casais aqui presentes. No clima de Pentecostes, que celebrámos no domingo passado, exorto-vos, queridos jovens, a invocar constantemente o Espírito Santo, para ser intrépidas testemunhas de Cristo. O Espírito Santo vos ajude a vós, queridos doentes, a aceitar com fé o mistério do sofrimento e a oferecê-lo para a salvação de todos os homens. A vós, queridos jovens casais, Ele conceda a graça de anunciar com alegria e convicção o Evangelho da vida, construindo a vossa família sobre os sólidos ideais do Evangelho.

A Virgem Maria, presente com os Apóstolos no Cenáculo, acompanhe os passos de todos vós e obtenha de Deus o dom de permanecerdes sempre fiéis ao seu desígnio de salvação.




AUDIÊNCIAS 2001