Discursos João Paulo II 2001 - 29 de Julho de 2001

AOS ARCEBISPOS METROPOLITANOS


QUE RECEBERAM OS SAGRADOS PÁLIOS


Sábado, 30 de Junho de 2001


Estimados Arcebispos Metropolitanos

1. Depois da solene celebração de ontem à noite, durante a qual vos entreguei o sagrado Pálio, tenho a alegria de me encontrar de novo convosco esta manhã, para vos renovar o meu abraço fraternal.

Sinto-me feliz por receber, juntamente convosco, os vossos familiares, os amigos e os fiéis das respectivas Comunidades, que desejaram estar convosco neste momento de particular importância eclesial.

Saúdo-vos em primeiro lugar a vós, venerados Irmãos que pertenceis à querida Igreja que está na Itália: D. Pietro Brollo, Arcebispo de Údine; D. Carmelo Ferraro, Arcebispo de Agrigento; D. Agostino Superbo, Arcebispo de Potência-Muro Lucano-Marsico Nuovo; D. António Cantisani, Arcebispo de Catanzaro-Squillace; D. Giuseppe Agostino, Arcebispo de Cosença-Bisignano; D. Ennio Antonelli, Arcebispo de Florença; D. António Buoncristiani, Arcebispo de Sena-Colle di Val d'Elsa-Montalcino. O Senhor seja generoso de graças para cada um de vós e para o ministério pastoral que vos confiou. Por vosso lado, caríssimos, servi-O com todo o coração e com todas as forças, segundo o modelo dos santos Apóstolos Pedro e Paulo.

2. Saúdo cordialmente os numerosos Arcebispos Metropolitanos que vieram para receber o Pálio, D. Arthé Guimond, Arcebispo de McLennan (Canadá), D. Laurent Ulrich, Arcebispo de Chambéry (França), D. Pierre-Marie Carré, Arcebispo de Albi (França), D. Anselme Titianma Sanon, Arcebispo de Bobo-Diulasso (Burquina Fasso), D. Séraphim Rouamba, Arcebispo de Koupéla (Burquina Fasso), D. François Garnier, Arcebispo de Cambrai (França), D. Anatole Milandou, Arcebispo de Brazaville (República do Congo), e D. Charles Kambale Mbongha, Arcebispo de Bukavu (República Democrática do Congo). Oxalá esta Liturgia da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo seja um apoio para o seu ministério episcopal! Dirijo as minhas saudações às suas famílias, amigos, sacerdotes e fiéis que os acompanham. Este sinal é para todos uma chamada a participar sempre mais activamente na missão da Igreja em comunhão com os seus Bispos. Com a minha Bênção apostólica.

3. Sinto-me feliz por saudar os Arcebispos Metropolitanos de língua inglesa, que ontem receberam o Pálio: o Cardeal Theodore Edgar McCarrik, Arcebispo de Washington (Estados Unidos da América), D. Vincent Michael Concessao, Arcebispo de Deli (Índia), D. Oswald Gracias, Arcebispo de Agra (Índia), D. George Pell, Arcebispo de Sidney (Austrália), D. Denis James Hart, Arcebispo de Melbourne (Austrália), D. Brendan Michael O'Brien, Arcebispo de São João, Terra Nova (Canadá), e D. Edward Joseph Gilbert, Arcebispo de Porto da Espanha (Trindade e Tobago). Dou as boas-vindas aos seus familiares e amigos e aos fiéis das suas Arquidioceses que os acompanharam a Roma.

O Pálio é o símbolo do vínculo especial de comunhão que vos une à Sé de Pedro e é expressão da universalidade da única Igreja de Cristo, fundada sobre a "pedra" da fé apostólica. Que o vosso testemunho de fé seja firme e incansável, para que possais efectivamente guiar as vossas comunidades pelos caminhos da verdade, da vida e do amor. Quando voltardes às vossas Igrejas locais, levai ao vosso povo a minha saudação afectuosa no Senhor, que "é o mesmo, ontem, hoje e sempre" (He 13,8).

4. Sinto-me feliz por receber os Senhores Arcebispos Ubaldo Ramón Santana, de Maracaibo (Venezuela), Cristian Caro Cordero, de Porto Montt (Chile), Felipe Aguirre Franco, de Acapulco (México), Luís Abilio Sebastiani, de Aiacucho (Peru) e Rodolfo Quezada, da Cidade de Guatemala, acompanhados dos familiares, sacerdotes e fiéis, bem como das autoridades que ontem assistiram à entrega do Pálio. Este antigo símbolo eclesial manifesta o vínculo estreito do Arcebispo Metropolitano com a Sé Apostólica e a particular responsabilidade de manter e promover a comunhão com as Dioceses sufragâneas.

Confio este renovado compromisso eclesial à intercessão maternal da Virgem Maria, invocada com tanta devoção nos países da América Latina. Tenho a certeza de que não vos faltarão no vosso ministério pastoral as orações, a proximidade e a colaboração generosa de todos os vossos fiéis. Peço-vos que transmitais às vossas respectivas Províncias Eclesiásticas a cordial saudação do Papa, que vos concede de coração a Bênção apostólica.

5. Saúdo-te com afecto a ti, caro novo Arcebispo de Luanda (Angola), D. Damião António Franklin, e a ti D. Tomé Makhweliha, Arcebispo de Nampula (Moçambique); saúdo também os novos Arcebispos do Brasil: D. Celso José Pinto da Silva, de Teresina, D. Dadeus Gringes, de Porto Alegre, e D. Geraldo Majela de Castro, de Montes Claros. Com as minhas felicitações por esta data, faço votos para que, ao regressardes às vossas Arquidioceses, revestidos do Pálio, sinal de um particular vínculo de comunhão com a Sé de Pedro, vos dediqueis com renovado empenho em favor dessa comunhão e da unidade da Igreja, em cuja causa vos deveis sentir comprometidos.

6. Saúdo-te de coração a ti, querido Arcebispo Metropolitano de Rijeka, na Croácia, D. Ivan Devcic, o teu clero e todos os fiéis. Dirijo especiais palavras de boas-vindas ao numeroso grupo que veio contigo para confirmar os laços da caridade, que unem a Igreja de Rijeka r Sé Apostólica.

Saúdo-te com afecto, querido Arcebispo Metropolitano de Belgrado, na Jugoslávia, D. Stanislav Hocevar, os teus sacerdotes e fiéis, de modo particular todos os que te acompanham nesta ocasiao da imposiçao do sagrado Pálio, sinal da unidade e confirmaçao de comunhao com o Sucessor de Pedro.

Concedo-vos de bom grado a Bençao apostólica a todos vós.

7. Saúdo cordialmente o Arcebispo de Bialistoque, D. Wojciech Ziemba, os seus familiares e os peregrinos da Arquidiocese, que vieram a Roma para participar na Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e na entrega do Pálio ao Arcebispo. Este Pálio constitua um sinal da união da Arquidiocese de Bialistoque com o Povo de Deus no mundo inteiro.

Confio à protecção da Santíssima Virgem Maria de Ostra Brama, Padroeira da Arquidiocese, o Arcebispo Wojciech e todos vós aqui presentes, enquanto vos abençoo de coração.

Venerados Irmãos, ao regressardes às vossas Igrejas particulares, levareis convosco o Pálio que ontem recebestes das minhas mãos. Sabei traduzir em coerentes escolhas pastorais aquilo que este tradicional sinal litúrgico quer significar, ou seja, a fiel e concreta comunhão com a Sé Apostólica. Sirva-vos de ajuda neste caminho também a Carta Apostólica Novo millennio ineunte, que estais a aprofundar com os vários componentes das vossas Comunidades.

A nossa unidade deve ser sempre animada e alimentada, antes de mais, pela oração. Se fixarmos juntos o olhar em Cristo, cooperaremos de maneira eficaz na orientação do Povo de Deus pelos caminhos do Senhor. Ampare-nos neste compromisso a intercessão dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e a maternal e solícita de Maria Santíssima, Mãe da Igreja.

A cada um de vós, venerados Irmãos, aos vossos familiares e a todos os fiéis que vos são confiados, renovo de coração a Bênção apostólica.



MENSAGEM DO SANTO PADRE


AO BISPO DA DIOCESE DE VIVIERS (FRANÇA),


NO CENTENÁRIO DA ORDENAÇÃO SACERDOTAL


DE CHARLES DE FOUCAULD


: A Sua Ex.cia D. FRANÇOIS BLONDEL
Bispo de Viviers

1. Por ocasião do Colóquio organizado em Viviers, para celebrar o centenário da ordenação sacerdotal do Padre Charles de Foucauld, uno-me de bom grado, mediante a oração, aos organizadores e ao conjunto dos participantes. Dou graças pelo testemunho de vida contemplativa e apostólica do humilde e pobre eremita de Hoggar, que foi fiel no seguimento de Jesus de Nazaré. Hoje, Padre Charles de Foucauld convida todos os fiéis a haurir da contemplação de Cristo e do íntimo relacionamento com Ele, forças renovadas para alimentar a sua vida espiritual e propor o Evangelho aos homens do nosso tempo; assim, eles tornar-se-ão servidores do encontro entre Deus e a humanidade, chamada para a salvação.

2. "Padre Charles de Foucauld [...] une-se a nós através do acto mais memorável da sua existência e da melhor parte da sua vida [...] Ele torna-se um sacerdote" (D. Bonnet, Carta de 28 de Maio de 1917). Com a idade de 43 anos, após um período de formação na Trapa de Nossa Senhora das Neves, o Irmão Charles de Foucauld é ordenado sacerdote em 19 de Junho de 1901, na capela do Seminário Maior de Viviers, por Sua Ex.cia D. Bonnet, seu predecessor, D. François Blondel. Esta ordenação, que o conforma a Cristo, Cabeça e Pastor, fazendo dele Seu ministro, assinala uma etapa importante na sua "vida escondida" com o Senhor. Desde o primeiro dia do mês de Outubro de 1886 quando, por graça do sacramento da reconciliação e pelo ministério do Abade Huvelin, ele encontrou o caminho da Eucaristia, até ao seu assassinato em Dezembro de 1916, durante toda a sua vida ele exprimirá um único desejo: ser a semente lançada para morrer, imitando silenciosamente, pela oferta da sua vida, Cristo que amou todos os homens "até ao fim" (Jn 13,1), para se fazer próximo deles.

3. Na Carta Apostólica Novo millennio ineunte recordei que a contemplação de Cristo é a fonte do dinamismo missionário da Igreja. Esta contemplação constitui o fundamento da vida espiritual e da fecundidade apostólica do Padre Charles de Foucauld, imprimindo na sua existência uma tonalidade predominantemente eucarística. A caridade pastoral do seu querido Irmão e Senhor Jesus Cristo, recebido na vida quotidiana através da meditação da Sua palavra e no Sacramento da Sua presença real, impele-o a compartilhar a vida da Sagrada Família de Nazaré, para permanecer mais próximo do Mestre. Foi na Trapa de Akbès, perto de Nazaré, que ele viveu a profunda experiência do mistério da Encarnação, da qual quis falar, citando as próprias palavras das Escrituras: ""Emanuel, Deus connosco": eis, por assim dizer, a primeira palavra do Evangelho [...] "Estou convosco até à consumação dos séculos"", eis a última" (La bonté de Dieu, méditations sur les saints Évangiles, 147ª meditação).

4. "Os meus últimos retiros do diaconato e do sacerdócio mostraram-me que esta vida de Nazaré, que é a minha vocação, era preciso vivê-la não na amada Terra Santa, mas no meio das almas mais pobres, entre as ovelhas mais desprotegidas. Este banquete divino, do qual sou ministro, era necessário apresentá-lo não aos irmãos, aos parentes e aos vizinhos ricos, mas aos mais desfavorecidos, aos mais cegos, às almas mais abandonadas, carentes de sacerdotes" (Carta de 8 de Abril de 1905, ao Abade Caron). Esta luminosa tomada de consciência revela o sentido pastoral, eclesial e missionário daquele a quem chamamos "irmão universal". Durante os últimos quinze anos da sua vida, vividos em Béni-Abbès e em Tamanrasset, permanecendo por longas horas diante do Santíssimo Sacramento no silêncio do deserto, Padre Charles de Foucauld apresenta o mundo a Deus e contribui humildemente para fazer conhecer a Boa Nova da salvação, cumprindo assim com fidelidade a sua missão presbiteral.

5. Enquanto dou graças pelo testemunho do Padre Charles de Foucauld, encorajo todas as pessoas que hoje se inspiram no seu carisma, a continuar o seu apostolado numa unidade cada vez maior entre os diferentes Institutos, e a seguir, com generosidade e audácia, a sua mensagem e o seu exemplo. No início do novo milénio, "é hora de uma nova "fantasia da caridade"" (Novo millennio ineunte, 50), à qual os membros da família do Padre Charles de Foucauld são convidados, sobretudo nos países em que existem tensões entre as comunidades culturais e religiosas, nas nações onde as pessoas são submetidas a condições de vida difíceis e junto dos numerosos pobres da sociedade moderna. Fiéis à Eucaristia, eles estarão próximos de todos os homens e serão capazes de amar à maneira de Jesus. Fiéis ao seu compromisso junto dos pobres, hão-de testemunhar o amor de Deus, lançando "na história aqueles gérmenes do Reino de Deus, que foram visíveis na vida terrena de Jesus, ao acolher a quantos recorriam a Ele para todas as necessidades espirituais e materiais" (Ibid., 49).

O Irmão Charles, que para traduzir os Evangelhos aprendeu a língua dos Tuaregues, compondo um léxico e uma gramática nesse idioma, não exorta porventura as pessoas que se inspiram no seu carisma a entrar em diálogo com as culturas dos homens de hoje e a percorrer o caminho do encontro com as outras tradições religiosas, em particular com o Islão? Assim, as diferentes comunidades religiosas serão verdadeiramente "como comunidades comprometidas num diálogo de respeito, e nunca mais como comunidades em conflito" (Discurso na Mesquita Omeyade, em Damasco, na Síria, a 6 de Maio de 2001). Faço votos para que as instituições espirituais do Padre Charles de Foucauld continuem a imbuir a vida da Igreja, testemunhando desta forma que o amor é mais forte do que todos os tipos de tensão e de divisão.

6. Querido Irmão no Espiscopado, confio a Diocese de Viviers e toda a grande família de Foucauld à intercessão do venerável Padre Charles de Foucauld, de quem a Igreja recentemente reconheceu as virtudes heróicas. A Vossa Excelência, aos seus diocesanos, à comunidade trapista de Nossa Senhora das Neves, à família de Charles de Foucauld, aos Institutos que vivem em conformidade com o seu carisma, às organizações e aos participantes neste Colóquio, concedo do íntimo do coração uma afectuosa Bênção apostólica.

Vaticano, 26 de Maio de 2001.

                                                                                Julho de 2001

DISCURSO AOS REPRESENTANTES DO


INSTITUTO DO PATRIMÓNIO NACIONAL POLACO,


DOS CIENTISTAS E DOS CULTORES


DO POETA CYPRIAN KAMIL NORWID


: Domingo, 1° de Julho de 2001


Ilustres Senhores

1. Dou-vos a todos as minhas cordiais boas-vindas. A vossa presença em Roma e no Vaticano une-se às celebrações do 180° aniversário do nascimento de Cyprian Kamil Norwid, um dos maiores poetas e pensadores da Europa cristã. Todos nós somos muito devedores a este poeta o quarto bardo e desejamos aproveitar esta circunstância para sanar a nossa dívida pelo menos numa certa medida. Sempre considerei que o lugar onde deveria repousar Cyprian Kamil Norwid fosse a cripta dos grandes poetas, na catedral de Wawel. Isto tornou-se impossível, uma vez que não se conseguiram encontrar nem identificar os restos mortais do poeta. Portanto, procurei outros meios de expressão para poder reparar, num certo sentido, aquilo que não se realizou em relação a Cyprian Kamil Norwid e que sentimos como nosso dever colectivo. É importante que pelo menos a urna com a terra tirada do túmulo comum em que o poeta foi sepultado encontre agora em Wawel o lugar que lhe é devido na Pátria, dado que a Pátria, como dizia Norwid, "é o lugar onde encontrar descanso e morrer".(1)

2. Prezados Senhores! Sinto-me muito feliz por este encontro e atribuo-lhe uma grande importância. Portanto, também para o preparar voltei à leitura dos escritos de Norwid e falei com aqueles para quem, como a mim, ele é querido. O que vos quero dizer é em grande medida fruto do intercâmbio de pensamentos que tive com eles. Eu desejava pagar com honestidade a minha dívida pessoal em relação ao poeta, a cuja obra me une um íntima confiança espiritual, desde o tempo do ginásio. Durante a ocupação nazista, os pensamentos de Norwid sustentavam a nossa esperança em Deus, e no período da injustiça e do desprezo com que o sistema comunista tratava o homem, eles ajudavam-nos a perseverar na verdade que nos tinha sido transmitida como tarefa a viver dignamente. Cyprian Kamil Norwid deixou uma obra de que emana a luz que permite penetrar mais profundamente na verdade do nosso ser homens, cristãos, europeus e polacos.

3. A poesia de Norwid nasceu da sua vida difícil. Formou-se à luz de uma profunda estética da fé em Deus e na nossa humanidade em Deus. A fé no Amor que se revela na Beleza que "entusiasma" ao trabalho, abre a palavra de Norwid para o mistério da aliança que Deus estabelece com o homem, a fim de que o próprio homem possa viver à maneira de Deus. O cântico sobre a beleza do Amor e sobre o trabalho, Promethidion, indica o próprio acto da criação, em que Deus revela aos homens o laço que une o trabalho ao amor (cf. Gn Gn 1,28); no amor laborioso, o homem nasce e ressuscita. O leitor deve amadurecer com uma palavra que aponta para muito longe. E isto o poeta sabia muito bem, quando dizia: "O filho ignorá-lo-á, mas tu, neto, recordá-lo-ás".(2)

4. A força da autoridade que Norwid transmite aos "netos" provém da Cruz. Com quanta eloquência se revela a sua scientia crucis, nas palavras: "Não te sigas a ti mesmo com a Cruz do Salvador, mas o Salvador com a tua cruz (...) Enfim, este é o segredo de um movimento justo". (3) A scientia crucis permitia que Norwid avaliasse os homens segundo a sua capacidade de sofrer juntamente com o Salvador, que "é, era e será a raiz de toda a verdade". (4) As palavras com que o nosso poeta falou sobre a grandeza do Beato Pio IX constituem uma dos testemunhos mais bonitos, que o homem pode dar do próprio homem: "É um grande homem do século XIX. Sabe sofrer!".(5) É significativo que, segundo Norwid, os crucifixos sejam desprovidos da figura de Cristo, dado que assim podem indicar de maneira mais clara o lugar que deve ser ocupado pelo cristão. Com efeito, somente aqueles em cujo íntimo se realiza todos os dias o drama do Gólgota podem dizer: a Cruz "para nós tornou-se a porta".(6)

5. Norwid não invejava a ninguém as coisas ou as honras alcançadas. A sua pobreza em Deus resplandece no final de uma das suas poesias: "Para os outros os louros e a esperança, mas para mim a única honra é ser homem". (7)

A honra de ser homem, dificilmente concebível "na terra", "é mais compreensível no céu", (8) e o caminho para ele passa precisamente através da porta da cruz. Atravessando-a, o homem compreende que a verdade do seu ser homem o ultrapassa infinitamente. É dela que provém a sua liberdade. "Tudo adquire vida a partir do Ideal". (9) O homem caminha como peregrino rumo ao ideal, mas recebe-o como uma dádiva. "A verdade é esperada e também alcançada" (10) porque "a humanidade é de Deus". (11) Daqui a imensidade do trabalho diante da pessoa humana que, criada "à imagem e semelhança" de Deus, é chamada a tornar-se semelhante a Ele, o que não é fácil, uma vez que "o cansaço é enorme precisamente porque é quotidiano".(12) Disto são capazes somente os homens sóbrios nas "coisas comuns", e são-no unicamente quando sentem "entusiasmo" por aquilo que é "eterno". (13) Só eles não se prostrarão diante das circunstâncias e não ordenarão que a Verdade "permaneça atrás da porta". (14) São eles que, trabalhando pela verdade como se labuta para ganhar o pão, realizam a história, fazendo arder a terra com a sua consciência;(15) e é a mesma Verdade, "Verônica das consciências" (16) que enxugará o suor da sua "fronte pálida".

6. Norwid recorda com insistência que sem o heroísmo a humanidade "humilhada no rosto, fechada em si mesmo", deixa de ser ela própria. "A humanidade desprovida da divindade atraiçoa-se a si mesma". (17) O conjunto da sociedade não será capaz de se opor à filosofia não heróica dos nossos dias que a estão a devastar, se nela não existirem pessoas que vivem a interrogação de Norwid: "Para ser nacional, para ser supernacional! E para ser humano; por isso, ser sobre-humano... ser duplo e um só para quê?".(18)

O homem é sacerdote, ainda que "inconsciente e imaturo", (19) cuja tarefa na vida consiste desde o início em lançar as pontes (ponti-fex) que unem o homem ao homem e todos a Deus. São mesquinhas as sociedades em que desaparece este carácter sacerdotal da pessoa humana. Sempre valorizei este pensamento. Posso dizer que, num certo sentido, ele forma a dimensão social do meu Pontificado.

Era com profunda dor que Norwid dizia aos polacos que nunca seriam bons patriotas, se antes não trabalhassem em benefício do seu próprio ser homens. Com efeito, para poder cumprir "aquela tarefa que consiste em ser polaco", (20) é necessário que não se seja "cidadão da Polónia de hoje (...) mas daquela já um pouco passada e muito futura". (21) Na opinião de Norwid, a Pátria encontra-se num Futuro sem limites, de tal forma que pode estar em toda a parte, até mesmo "nas fronteiras do ser".(22) Quem se esquece disto, faz da Pátria uma seita e no fim passa para as fileiras daqueles que são "grandes!" nas coisas particulares; nas coisas públicas? dos privados". (23) Este é o princípio do caos em qualquer sociedade.

A ordem da nação provém de fora, em última análise, vem de Deus; por isso, para aqueles que amam a sua nação de maneira tão clarividente, porque é sacerdotal, não há o perigo do nacionalismo. "A nação é feita não apenas daquilo que a distingue das outras, mas de quanto as une às outras". (24) Conhecemos de cor, mas conhecemo-lo a nível prático, na nossa consciência, o conteúdo doloroso das palavras: "Hoje o polaco é um gigante, mas o homem no polaco é um anão (...) O sol desponta acima do polaco, mas fecha os seus olhos sobre o homem"? (25) Quantas questões polacas se poderiam resolver diversamente, se os próprios polacos tivessem encontrado na sua consciência a verdade proclamada por Norwid, segundo a qual "a pátria é um compromisso colectivo" que, "por sua natureza, se compõe de duas partes: daquilo que vincula a pátria ao homem e do que o une à pátria".(26)

Aqui em Roma, no coração da Igreja, de quem Norwid escreveu que é o mais antigo "cidadão no mundo", (27) repito com emoção as palavras tiradas da obra Moja Ojczyzna: "Nenhum povo me redimiu ou criou; antes do século recordo a eternidade; a chave de David forçou a minha boca; chamou o homem à romanidade".(28)

7. Cyprian Kamil Norwid foi o homem da esperança. Graças a ela conseguiu viver nesta terra com dignidade, independentemente das difíceis condições em que se encontrava. Recebia de Deus a esperança com a oração, voltando-se para Ele com palavras poderosas, como aquelas que o próprio Salvador nos ensinou: "Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu (não como é mais cómodo... mas como é mais digno". (29)

A oração "formava" a visão do poeta de modo que ele adivinhava as "coisas de Deus sob o aspecto terrestre". (30) Rezando, conquistava o Amor na fé profunda de que a voz do homem, que se eleva para o céu juntamente com a de Cristo, é sempre escutada.(31)

8. Senhores, aceitai estes breves pensamentos de Norwid, que "não são novos", (32) como expressão da minha homenagem ao trabalho do Poeta. E também da minha gratidão para convosco pela iniciativa tomada, a fim de que no seu trabalho entrem os Polacos. Que cada um deles "desde quem pavimenta as ruas até Copérnico" ponha naquilo que faz "a sua paixão original".(33) Formulo votos para que todos os Polacos, e de forma especial aqueles que gostam da obra de Cyprian Norwid para que, mediante o seu trabalho, se realizem na sociedade as palavras finais do seu Fortepian Szopena: "Gemem as pedras surdas: o ideal atinge a pavimentação".(34)

Abençoo-vos a todos do íntimo do coração enquanto, ao mesmo tempo, peço àquela a quem chamamos Mater admirabilis, e que Norwid cantava de maneira tão excelsa na Legenda e na Litania, que vos acompanhe neste trabalho que serve a igreja, a Europa e a Polónia.

Notas

1) C. K. NORWID, "Co to jest ojczyzna", em: Pisma wszystkie VII PIW 1971-1976, pág. 50.

2) Klaskaniem majac obrzekle prawice II, pág. 17.

3) Cf. Movimento de Promethidion Bogumil III, pág. 431.

4) Carta a M. Trebicka, Maio de 1854, VIII, pág. 213.

5) Carta a Jan Skrzynescki, Maio de 1884, VIII, pág. 63.

6) Dziecie i krzyz II, pág. 170.

7) Odpowidz Jadwidze Luszczewskiej I, pág. 323.

8) Dumanie I, I, pág. 18.

9) W pracowni Guyskiego II, pág. 194.

10) Idee i prawda II, pág. 66.

11) Carta a Józef Ignacy Kraszewski, Maio de 1863, IX, pág. 99.

12) Kleopatra i Cezar V, pág. 54.

13) Piec zarysów. III. Ruiny III, pp. 492-493.

14) LXIX. Poczatek broszury politycznej... II, pág. 99.

15) Socjalizm II, pág. 19.

16) Czlowiek I, pág. 274.

17) Rzecz o wolnosci slowa I, III, pág. 564.

18) Rzecz o wolnosci slowa II, III, pág. 569.

19) Sfinks II, II, pág. 33.

20) JULIUSZ SLOWACKI, "Notatki in "Dziennik z lat 1847-1848"", em: Dziela XI, Ossolineum 1959, pág. 292.

21) List do Konstancji Górskiej, Julho de 1862, IX, pág. 43.

22) Fortepian Szopena II, pp. 144-145.

23) Rozmowa umarlych, Byron, Rafael-Sanzio I, pág. 282.

24) Znicestwienie narodu VII, pág. 86.

25) List do Michaliny z Dziekonskich Zaleskiej, 14 de Novembro de 1962, IX, pp. 63-64.

26) Memorial mlodej emigrecji VII, pág. 86.

27) Cf. Glos niedawno do wychodztwa polskiego przybylego artysty VII, pág. 7.

28) Moja ojczyzna I, pág. 336.

29) /Badz wola Twoja.../ I, pág. 150.

30) /O modlitwie/ VI, pp. 618 s.

31) Cf. Monolog I, pág. 79.

32) Sila ich I, pág. 172.

33) Do Spartakusa (o pracy) VI, pág. 641.

34) Fortepian Szopena III, pág. 239.



MENSAGEM AOS PARTICIPANTES NUM


CONGRESSO DE ESTUDOS


SOBRE O XENOTRANSPLANTE


ORGANIZADO PELA


PONTIFÍCIA ACADEMIA PARA A VIDA






Venerados Irmãos
no Episcopado e no Sacerdócio
Ilustres Senhores e Senhoras

1. É com profunda cordialidade que dirijo a cada um de vós a minha saudação por ocasião deste encontro de estudo, promovido pela Pontifícia Academia para a Vida, com o objectivo de examinar o delicado problema relativo à liceidade do xenotransplante. Dirijo um pensamento especial para o estimado Mons. Elio Sgreccia, Vice-Presidente da Academia e animador do vosso Grupo.

A finalidade do vosso trabalho é, antes de mais, de interesse humano porque é sugerida pela necessidade de resolver o problema da grave insuficiência de órgãos humanos, válidos para o transplante: sabe-se que esta insuficiência comporta a morte de uma elevada percentagem de doentes em lista de espera, que poderiam ser salvos graças aos transplantes, prolongando desta forma uma vida ainda válida e sempre preciosa.

2. Certamente, a passagem de órgãos e tecidos dos animais para o homem comportam novos problemas de natureza científica e de ordem ética. Abordastes estes problemas com responsabilidade e competência, tendo a peito o bem e a dignidade da pessoa humana, os possíveis perigos de ordem médica, nem sempre avaliáveis e previsíveis, a consideração atenta pelos animais, que é sempre importante, mesmo quando se intervém neles para o bem superior do homem, ser espiritual criado à imagem de Deus.

Nestes sectores, a ciência é um guia necessário e uma luz preciosa. Todavia, a investigação científica deve colocar-se na justa perspectiva, orientando-se constantemente para o bem do homem e a salvaguarda da sua saúde.

3. A antropologia e a ética, por sua vez, são chamadas cada vez mais a intervir para oferecer uma iluminação necessária e complementar, definindo os valores e os critérios a seguir e estabelecendo, ao mesmo tempo, as condições de harmonia e de hierarquia que devem existir entre eles.
Observa-se de modo cada vez mais evidente, como a vossa própria presença e a composição do vosso Grupo no-lo demonstram, que a aliança entre a ciência e a ética enriquece ambos os sectores do saber, chamando-os a convergir na ajuda a oferecer a cada homem em particular e à sociedade em geral.

As precauções e as óbvias condições para a prática do xenotransplante, que vós sublinhastes, constituem o fruto deste diálogo e desta convergência.

4. A reflexão racional, confirmada pela fé, descobre que Deus criador reservou ao homem o lugar mais elevado do mundo visível e, ao mesmo tempo, lhe atribuiu a tarefa de orientar o seu caminho, no respeito da sua dignidade, em ordem à consecução do verdadeiro bem de cada um dos seus semelhantes.

Portanto, a Igreja oferecerá sempre o seu apoio e a sua ajuda a quem busca o bem autêntico do homem, com o esforço da razão, iluminada pela fé: "A fé e a razão (fides et ratio ) constituem como que as duas asas com as quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade" (Fides et ratio, introd.)

Enquanto vos exprimo a minha estima pelo trabalho que levais a cabo e o esforço que dedicais com generosidade e em espírito de serviço à humanidade que sofre, invoco sobre vós, sobre as vossas famílias e sobre as pessoas com quem realizais as vossas investigações, as bênçãos do Deus de todas as ciências e de toda a bondade.

Vaticano, 1 de Julho de 2001.




A UM GRUPO DE BISPOS NOMEADOS A


PARTIR DE JANEIRO DE 2000


5 de Julho de 2001

Senhores Cardeais
Caríssimos Irmãos no Episcopado

1. Sinto-me feliz por vos dirigir as minhas cordiais boas-vindas a todos vós, novos Bispos, que participais nas jornadas de estudo promovidas pela Congregação para os Bispos. Saúdo o Senhor Cardeal Giovanni Battista Re, Prefeito da Congregação, e agradeço-lhe as palavras que me dirigiu, fazendo-se intérprete dos vossos sentimentos e confirmando o vosso apego e a vossa devoção ao Papa. Exprimo também a minha grata estima ao querido Pe. Marcial Maciel, pela atenciosa hospitalidade que os Legionários de Cristo ofereceram nestes dias de oração, de escuta e de reflexão aos participantes no Congresso.

A iniciativa, que vê reunidos em Roma os Bispos de mais recente nomeação, provenientes de várias regiões do mundo, merece ser frisada com atenção. Dilectos Irmãos no Episcopado, viestes a Roma para uma pausa de comunhão fraternal e de sereno aprofundamento de alguns temas e problemas práticos, que mais interpelam a vida de um Bispo. Estou convicto de que escutar o testemunho de alguns Pastores que já o são desde há muitos anos, assim como de alguns Chefes de Congregações da Cúria Romana, seja benéfico para vós que acabastes de ser revestidos deste ministério.

2. Sei que o vosso encontro quis ser, também e sobretudo, uma peregrinação ao túmulo do Apóstolo Pedro, com a finalidade de consolidar a comunhão colegial entre vós e com o Sucessor de Pedro, que Cristo desejou como princípio e fundamento visível da unidade da Igreja.
Quanto a mim, gostaria de vos renovar a manifestação da minha proximidade espiritual e de vos confirmar na fé e na confiança em Jesus Cristo, que vos chamou e constituiu Pastores do seu Povo nesta nossa época.

Sem dúvida, o encontro destes dias foi inclusivamente um vigoroso acontecimento de graça que favoreceu em vós uma renovada adesão à vossa identidade. Uma ocasião para se considerar e "reavivar o dom de Deus" que recebestes mediante a imposição das mãos, segundo a exortação do Apóstolo Paulo a Timóteo, sob a orientação do "Espírito de força, de amor e de sabedoria" (cf. 2Tm 1,6-7).

Meus amados Irmãos, sois os Bispos do início do novo milénio! Certamente vivemos num mundo difícil e complexo. É o que atesta a série de problemas que abordastes durante estes dias, nos relatórios e nos debates. O ministério do Bispo não se caracteriza pelo triunfalismo, mas sobretudo pela Cruz de Cristo. De facto, com o sacramento da Ordem, fostes configurados mais intimamente com Cristo. Nenhuma dificuldade vos deve distrair, porque Cristo é a nossa esperança (cf. 1Tm 1,1) e caminha juntamente connosco ontem, hoje e para sempre (cf. Hb He 13,8). Ele está connosco, como Pastor supremo (cf. 1P 5,4). É Ele que orienta a sua Igreja para a plenitude da verdade e da vida!

3. Ao cumprirdes o vosso ministério, o que vos há-de animar é um grande espírito de serviço. Hoje mais do que nunca, o papel do Bispo deve ser compreendido em termos de serviço. O Decreto conciliar Christus Dominus recorda-nos: "No exercício do seu ministério de pais e de pastores, os Bispos devem estar entre os seus como quem serve" (n. 16). O Bispo é servidor de todos. Ele está ao serviço de Deus e, por amor d'Ele, também dos homens.

"O Bispo como servidor do Evangelho, para a esperança do mundo": este será o tema da X Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, a realizar no próximo Outono, sobre a vida e o ministério dos Bispos.

O Bispo deve exercer o seu múnus e a sua autoridade como um serviço à unidade e à comunhão. Como Bispos, somos chamados a orientar o Povo de Deus pelos caminhos da santidade; por isso, é nosso dever olhar para Cristo como nosso modelo. O bom êxito do nosso ministério pastoral não pode ser medido em termos de organização burocrática ou de dados estatísticos: a santidade possui outros critérios de medida.

A tarefa do Bispo consiste em ser "sinal vivo de Jesus Cristo" (cf. Lumen gentium, LG 21), sinal do amor de Cristo por todas as pessoas humanas. A nossa eficácia em mostrar Cristo ao mundo depende em grande parte da autenticidade do nosso seguimento de Cristo.

A santidade pessoal é a condição para a fecundidade do nosso ministério de Bispos da Igreja. É a nossa união com Jesus Cristo que determina a credibilidade do nosso testemunho do Evangelho e a eficácia sobrenatural das nossas iniciativas. Só podemos proclamar com convicção "as insondáveis riquezas de Cristo" (Ep 3,8) se tivermos fé no amor e na amizade com Cristo.

4. Vós, que ainda recentemente recebestes a Ordenação sacramental, não deixareis de voltar muitas vezes com a mente para aquele momento comovedor, recordando o tríplice "múnus" que vos foi confiado: ser mestres da fé através do ensinamento da verdade que recebestes e que tendes a tarefa de transmitir com fidelidade; ser administradores dos mistérios de Deus para a santificação das almas; ser pastores e guias do Povo de Deus, que Cristo adquiriu com o seu Sangue. Formulo votos de coração, para que a experiência vivida nestes dias possa reanimar em vós aquele espírito de serviço que encontra o seu modelo em Cristo Bom Pastor.

5. Estimados Bispos, sabemos bem que o serviço apostólico traz consigo alegrias e esperanças, mas também dificuldades, ansiedades e enormes desafios pastorais. Porém, não estais sozinhos no vosso ministério, porque estais unidos, como sucessores dos Apóstolos, ao Papa, Sucessor do Apóstolo Pedro, e a todos os membros do Colégio episcopal, a cada um dos Bispos do mundo inteiro. Os imensos desafios diante dos quais nos encontramos são também grandes oportunidades para a época contemporânea.

Enquanto volto a pensar na rica experiência do Ano jubilar, que pôs em evidência no mundo uma maior necessidade de Cristo, gostaria de vos confiar de novo também a vós a Carta Apostólica Novo millennio ineunte, que traça as linhas do caminho da Igreja nesta nova etapa da história, projectando o seu compromisso para novas metas apostólicas.

Também a vós, repito: "Duc in altum!" (cf. Lc Lc 5,4), fazei-vos corajosamente ao largo, com as velas desfraldadas ao sopro do Espírito Santo.

Por minha vez, abraço-vos a vós enquanto vos asseguro uma recordação constante no altar de Deus, a fim de que revigore o vínculo espiritual que nos une. Juntos, continuemos a trabalhar com impulso renovado na edificação do Reino de Deus, para a esperança do mundo. A verdadeira medida do nosso êxito consistirá numa maior santidade, num serviço mais amoroso em benefício dos indivíduos que se encontram em dificuldade, ajudando a todos "in caritate et veritate".
Confiemos a Maria, Mãe da Igreja, os propósitos cultivados durante estes dias, a fim de que permaneça próxima de vós com a sua protecção maternal e torne frutuosos todos os vossos esforços no campo pastoral.

Com estes sentimentos, concedo-vos de coração, a cada um de vós, uma especial Bênção apostólica, que de bom grado faço extensiva às Comunidades confiadas aos vossos cuidados pastorais.





Discursos João Paulo II 2001 - 29 de Julho de 2001