AUDIÊNCIAS 1979

6. À análise desta transformação teremos de voltar ainda, noutras partes das nossas seguintes reflexões. Agora, chegados àquele confim que atravessa a esfera do «princípio» para que apelou Cristo, deveremos perguntar-nos se é possível reconstruir, dalgum modo, o significado original da nudez, que no Livro do Génesis forma o contexto próximo da doutrina acerca da unidade do ser humano enquanto macho e fêmea. Isto parece possível, se tomarmos como ponto referencial a experiência da vergonha do mesmo modo que ela, no antigo texto bíblico, foi claramente apresentada: como experiência «liminar». Procuraremos fazer uma tentativa dessa reconstrução, ao continuarmos as nossas meditações.

Nota

1. Cfr. por exemplo: M. SCHELER, Über Scham und Schamgefühl Halle 1914; FR. SAWICKI, Fenomenologia wstydliwosci (Fenomenologia do pudor), Kraków 1949; e também K. WOJTYLA, Milosc i odpowiedzialnosc, Kraków 1962, s. 165-185 (em italiano: Amore e responsabilità, Roma 1978, II ed., págs. 161-178).

Depois da Audiência

Este novo episódio de autêntica ferocidade, que agitou uma grande cidade (Turim) e a Itália inteira, desperta, naqueles que desejam o progresso da Nação na concórdia mútua, sentimentos de profunda consternação e vivo pesar. Também eu, em nome de Cristo, exprimo com energia a minha condenação por tal acto criminoso e insensato.

Neste dia, em que o povo italiano recorda o triste décimo aniversário doutra carnificina, a da Praça Fontana, em Milão, elevo ao Senhor orações pelo pronto restabelecimento dos feridos, a quem envio de coração a minha Bênção Apostólica, e faço votos por que os italianos todos reencontrem nas suas tradições cristãs de séculos a capacidade para vencer as dificuldades presentes e continuar a oferecer ao mundo eficaz testemunho de civil e serena convivência.

Saudações

A grupos de peregrinos de língua inglesa

Saúdo cordialmente os membros da 2ª delegação da Conferência Representativa dos Religiosos do Japão. Peço a Deus que vos abençoe e torne fecundos os contactos que tendes com outros chefes religiosos.

Tenho o prazer de me encontrar com os directores e os membros da Associação de auxílio médico SURVIVE. Tive a grande satisfação de benzer, antes desta audiência, a ambulância que ides mandar para a Etiópia. É parte de um projecto de assistência a uma área onde as pessoas, que são nossos irmãos e irmãs, sofrem grandes necessidades. Deus vos recompense da resposta que destes ao apelo dessas pessoas.

A minha saudação é também para os sacerdotes dos Estados Unidos que estão a seguir um curso de educação teológica continuada, na Casa de Santa Maria. Meus irmãos sacerdotes: a renovação genuína da Igreja na América depende, em grande parte, da santidade dos sacerdotes. Cada um de vós é chamado a uma especial intimidade com Jesus Cristo, e só em união com Ele sereis capazes de dar um contributo efectivo e duradouro para o Reino de Deus. E lembrai-vos sempre das prioridades apostólicas que pertencem ao sacerdócio: concentração "na oração e no serviço da palavra" (Ac 6,4).

A economistas e financeiros

Dirijo agora uma saudação particularmente cordial a vós, Doutores em Ciências Económicas e Financeiras, reunidos em Roma para celebrar o 50° aniversário da vossa profissão.

O vosso é um serviço que, embora tratando imediatamente aspectos económicos e financeiros da Vida associada, deve ser indubitavelmente dirigido no sentido de salvaguardar a justiça e a aplicação segura do direito, e também de promover a conveniente tutela dos menos favorecidos. Tudo isto faz parte da esfera daqueles valores morais que são o fundamento do bem público e caracterizam urna convivência que se preocupa pela pessoa humana, pela sua dignidade e pelo seu futuro.

Sede incansáveis, coerentes e corajosos, na defesa de um património tão precioso, e desçam sobre vós e sobre aqueles que vos são queridos, os favores da divina assistência. ao mesmo tempo que de coração vos abençoo.

Aos alunos e ex-alunos do Colégio Nazareno, de Roma

Boas-vindas a vós. Alunos e Ex-Alunos do Colégio Nazareno de Roma, que viestes a este encontro juntamente com uma aluna premiada pela vossa Associação, porque, há nada menos de oito anos, assiste com dedicação fraterna e amizade serena uma companheira de escola, impedida nos seus movimentos.

Este comportamento exemplar que quisestes revelar a tantos jovens, sugere-me antes de tudo uma palavra de apreço sincero pela vossa iniciativa anual, e também um pensamento de estímulo para todos e cada um de vós, queridos alunos do Nazareno, a fim de que, mediante sólida maturação de fé e séria formação cultural, possais ser no mundo testemunhas intrépidas de verdadeiro amor, de viva esperança e de operosa caridade.

A todos a minha saudação de bênção.

A uma numerosa representação da Academia Sistina

Também este ano se encontra presente, nesta audiência, numerosa representação da Academia Sistina, acompanhada pelo Senhor Cardeal Pietro Palazzini. Esta associação toma nome do meu grande predecessor Sisto V, que foi pontífice de 1585 a 1590; e, por isso, está também presente um grupo de fiéis do seu país natal, Grottammare, nas Marcas.

Caríssimos filhos, tenho o prazer de vos receber em nome deste insigne pontífice e de vos renovar, como no ano passado, os meus sentimentos de encorajamento, e de bons votos para as vossas actividades assistenciais e culturais, ao mesmo tempo que vos abençoo de coração.

Aos Doentes

E agora a minha saudação dirige-se com particular intensidade aos queridos enfermos presentes nesta Audiência. Desejo recordar de modo particular o grupo acompanhado pela "Associação para a criança com hidrocefalia ou espinha bifida"; e também o grupo assistido pela "Associação das Crianças Down" de Roma; e por fim o grupo de paraplégicos, internados no Centro Traumatológico de Ostia. Ao assegurar a cada um deles e às suas famílias uma oração especial, quero exortar todas as pessoas sãs a um comportamento de compreensão e de bondade para com os doentes: eles, e sobretudo se são crianças, têm necessidade de ser amados e aceites, para conseguirem superar os obstáculos entrepostos pela enfermidade à sua inserção social. Desça sobre cada um a minha propiciadora Bênção Apostólica, mensageira de conforto.

Aos jovens

A todos vós, caríssimos jovens aqui reunidos, também hoje em número muito elevado, digo cordialmente: sede bem-vindos! Saúdo-vos com afecto sincero, desejando-vos todo o bem.

A Liturgia repete-nos nestes dias "o Senhor está próximo", isto é, a celebração do Natal de Jesus é iminente. Pois bem, exorto-vos a que Lhe deis lugar nos vossos corações, acolhendo a luz da Sua vida divina, a chama do Seu amor!

Acompanho-vos com a minha Bênção.

Aos jovens Casais

A vós, jovens Casais, participantes nesta Audiência, é-me grato dirigir, como de costume, a minha saudação reconhecida pela vossa presença significativa e os meus cordiais bons votos, que se inspiram na próxima festividade do Santo Natal.

O Filho de Deus que, encarnando, escolheu nascer no âmbito de uma família humana, vos conceda a graça de vos recordar por toda a vida a dignidade e a responsabilidade que derivam do Sacramento do Matrimónio; vos dê sempre a força para viverdes uma vida exemplar praticando as virtudes cristãs e, por fim, preencha a vossa família com os Seus dons celestiais de paz, alegria e prosperidade. Acompanho estes votos com a minha Bênção.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA GERAL


Quarta-feira, 19 de Dezembro de 1979

Plenitude personalista da inocência original




1. Que vem a ser a vergonha e como explicar a falta dela no estado de inocência original, na profundidade mesma do mistério da criação do homem como varão e mulher? Das análises que agora se fazem da vergonha — e em especial do pudor sexual — deduz-se a complexidade desta experiência fundamental, em que o homem se exprime como pessoa, segundo a estrutura que lhe é própria. Na experiência do pudor, o ser humano tem a sensação de temor diante do «segundo eu» (assim, por exemplo, a mulher diante do homem), sendo isto substancialmente temor quanto ao próprio «eu». Com o pudor, manifesta o ser humano quase «instintivamente» a necessidade da afirmação e da aceitação deste «eu», segundo o seu justo valor. Experimenta-o ao mesmo tempo não só dentro de si mesmo mas também externamente, diante do «outro». Pode-se dizer portanto que o pudor é experiência complexa, também no sentido de que, quase afastando um ser humano do outro (a mulher do homem), ele procura ao mesmo tempo a aproximação pessoal de ambos, criando para ela base e nível convenientes.

Pela mesma razão, tem ele significado fundamental quanto à formação do ethos na convivência humana, e em particular na relação homem-mulher. A análise do pudor mostra com clareza a profundidade com que ele está radicado precisamente nas relações mútuas, quão exactamente exprime as regras essenciais à «comunhão das pessoas», e ao mesmo tempo quão profundamente toca as dimensões da «solidão» original do homem. Aparecer a «vergonha» na narração bíblica seguinte, no capítulo 3 do Génesis, tem significado pluridimensional, e a seu tempo convir-nos-á retomar-lhe a análise.

Que significa, por outro lado, a original falta da mesma em Génesis 2, 25: Estavam ambos nus ..., mas não sentiam vergonha?

2. É necessário começar por estabelecermos que se trata de verdadeira não-presença da vergonha, e não duma carência ou subdesenvolvimento dela. Não podemos aqui defender dalgum modo uma «primitivização» do seu significado. Portanto o texto de Génesis 2, 25 não só exclui decididamente a possibilidade de pensar numa «falta de vergonha», ou seja na impudicícia, mas ainda mais exclui que ela se explique mediante a analogia com algumas experiências humanas positivas, como por exemplo, as da idade infantil ou da vida das chamadas populações primitivas. Tais analogias são não só insuficientes, mas podem mesmo desiludir. As palavras de Génesis 2, 25, «não sentiam vergonha», não exprimem carência, mas, pelo contrário, servem para indicar especial plenitude de consciência e de experiência, sobretudo a plenitude de compreensão do significado do corpo, ligada ao facto de «estarem nus».

Que assim se deve compreender e interpretar o texto citado, testemunha-o a continuação da narrativa javista na qual o aparecer da vergonha e, em particular, do pudor sexual, está relacionado com a perda daquela plenitude original. Pressupondo, pois, a experiência do pudor como experiência «de confim», devemos perguntar-nos a que plenitude de consciência e de experiência, e em particular a que plenitude de compreensão do significado do corpo corresponde o significado da nudez original, de que fala Génesis 2, 25.

3. Para responder a esta pergunta, é necessário ter presente o processo analítico até agora seguido, que se baseia no conjunto da passagem javista. Em tal contexto, a solidão original do homem manifesta-se como «não-identificação» da própria humanidade com o mundo dos seres vivos (animalia) que o circundam.

Essa «não-identificação», em seguida à criação do homem como varão e mulher, cede o lugar à feliz descoberta da própria humanidade «com o auxílio» do outro ser humano; assim reconhece e reencontra o homem a própria humanidade «com o auxílio» da mulher (Gn 2,25). Este acto de ambos realiza ao mesmo tempo uma percepção do mundo, que se actua directamente através do corpo («carne da minha carne»). E tal acto é a fonte directa e visível da experiência que chega a estabelecer a unidade dos dois na humanidade. Por isso, não é difícil compreender que a nudez corresponde àquela plenitude de consciência do significado do corpo, que deriva da percepção típica dos sentidos. É lícito pensar nesta plenitude usando categorias de verdade do ser ou da realidade, e pode dizer-se que o homem e a mulher eram originalmente dados um ao outro precisamente segundo tal verdade, enquanto «estavam nus». Na análise do significado da nudez original, não se pode de maneira nenhuma prescindir desta dimensão. Participar na percepção do mundo — no seu aspecto «exterior» — é facto directo e quase espontâneo, anterior a qualquer complicação «crítica» do conhecimento e da experiência humana e parece estreitamente unido com a experiência do significado do corpo humano.Já assim se poderia perceber a inocência original do «conhecimento».

4. Todavia, não se pode descobrir o significado da nudez original considerando só a participação do homem na percepção exterior do mundo; não se pode estabelecer esse significado sem descer ao íntimo do homem. Génesis 2, 25 introduz-nos exactamente neste nível e quer que nós procuremos nele a inocência original do conhecer. De facto, é com a dimensão da interioridade humana que se tem de explicar e mediar aquela especial plenitude da comunicação interpessoal, que levava o homem e a mulher a «estarem nus mas não sentirem vergonha».

O conceito de «comunicação», na nossa linguagem convencional, quase desapareceu devido à sua mais profunda e original matriz semântica. Fica ligado sobretudo à esfera dos meios, quer dizer, na maior parte ao que serve para o entendimento, para a troca e a aproximação. Por outro lado, é lícito supor que, no seu significado original e mais profundo, a «comunicação» estava e está directamente relacionada com sujeitos «comunicantes», precisamente baseados na «comum união» existente entre eles, quer para atingirem quer para exprimirem uma realidade que é própria e de interesse, só na esfera dos sujeitos-pessoas. Deste modo, o corpo humano adquire significado completamente novo, que não pode colocar-se no plano da subsistente percepção «externa» do mundo. De facto, exprime a pessoa na sua consistência ontológica e existencial, que é alguma coisa mais que o «indivíduo», e por conseguinte exprime o «eu» humano pessoal, que funda, a partir de dentro, a sua percepção «exterior».

5. Toda a narrativa bíblica, e em particular o texto javista, mostra que o corpo, através da própria visibilidade, manifesta o homem e, manifestando-o, faz de intermediário, isto é, faz que o homem e a mulher, desde o princípio, «comuniquem» entre si segundo aquela communio personarum querida pelo Criador exactamente para eles. Só esta dimensão, ao que parece, nos permite compreender de modo apropriado a significação da nudez original. A este propósito, qualquer critério «naturalista» está destinado a falir, ao passo que o critério «personalista» pode ser de grande auxílio. Génesis 2, 25 fala certamente dalgo extraordinário, que está fora dos limites do pudor conhecido pelo trâmite da experiência humana e ao mesmo tempo decide da especial plenitude da comunhão interpessoal, radicada no coração mesmo daquela communio, que é assim revelada e desenvolvida. Em tal relação, as palavras «não sentiam vergonha» podem significar (in sensu obliquo) somente uma original profundidade em afirmar o que é inerente à pessoa, o que é «visivelmente» feminino e masculino, através do que se constitui a «intimidade pessoal» da comunhão recíproca, em toda a sua radical simplicidade e pureza. A esta plenitude de percepção «exterior», expressa mediante a nudez física, corresponde a «interior» plenitude da visão do homem em Deus, isto é, segundo a medida da «imagem de Deus» (Cfr. Gén Gn 1,17). Segundo esta medida, o homem «está» verdadeiramente nu («estavam nus»: Gn 2,25) (1), antes ainda de o reconhecerem (Cfr. Gén Gn 3,7-10).

Temos ainda de, nas próximas meditações, completar a análise deste texto tão importante.

Nota

1. Deus, segundo as palavras da Sagrada Escritura, penetra na criatura, que diante dele está totalmente «nua». «Não há nenhuma criatura invisível na Sua presença, pois todas as coisas estão a nu (panta gymná) e a descoberto aos olhos d'Aquele a quem devemos prestar contas» (He 4,13). Esta característica pertence em particular à Sabedoria Divina: «A sabedoria ... atravessa e penetra tudo, graças à sua pureza» (Sg 7,24).

Saudações

Aos Jovens

Caríssimos jovens!
Queridos rapazes e meninas!
Sede bem-vindos! Estais particularmente alegres e felizes nestes dias, porque o Natal do Senhor está próximo. Pois bem, desejo de todo o coração que mantenhais por toda a vida este particular sentido de alegria que nasce da fé. Recordai-vos sempre do Natal: Jesus nasceu por nós! Jesus veio trazer-nos a luz, a verdade, a graça e a salvação!

Recebei com os meus bons votos, a minha Bênção especial.

Aos Doentes

Queridos doentes!
Saúdo-vos cordialmente, desejando que Jesus encha o vosso coração de alegria e de bondade.

Vós especialmente, detende-vos pensativos e alegres diante do Presépio e levai ao Menino Jesus os dons do vosso sofrimento, da vossa paciência e da vossa resignação. E Jesus, o Verbo de Deus, encarnado e colocado numa pobre manjedoira, vos cumule das suas consolações celestes.

Oxalá os meus mais afectuosos votos vos sejam agradáveis e a minha Bênção Apostólica vos conforte.

Aos jovens Casais
Caríssimos jovens Casais!

Também a vós chegue de modo muito especial a minha reconhecida saudação e as minhas Boas-Festas de Natal e Feliz Ano, na nova vida que iniciastes! A meditação natalícia sobre o Menino Jesus – nascido na pobreza de Belém, mas com a riqueza do amor de Maria e de José vos leve a serdes sempre testemunhas convictas da alegria suprema do Natal.

Jesus nasceu por nós, veio também para iluminar, de modo definitivo, o valor do amor, a verdadeira natureza do matrimónio, a alegre e séria responsabilidade de dar a vida a novas criaturas, por Ele desejadas, amadas, remidas e destinadas para a felicidade eterna.

Os meus votos de felicidade e a minha Bênção vos acompanhem.

A um grupo de meninos e meninas que colaboraram nos trabalhos
do Ano Internacional da Criança

Estou muito contente por me dirigir agora às crianças vindas expressamente da Bélgica, do Canadá, da França e da Suíça, no fim da campanha organizada em conjunto com os seus companheiros, durante este Ano da Criança. Tomo por testemunhas todos os visitantes presentes nesta audiência e os que nos ouvem no tempo do Natal, através da rádio, nestes quatro países e mais longe ainda, graças à iniciativa da "Comunidade dos Programas de língua francesa".

Queridos meninos. Sede bem-vindos. Durante este ano – que o mundo inteiro quis consagrar à Criança –, vós soubestes contribuir com a vossa parte activa: não já só receber, mas tomar vós mesmos parte.

Antes de tudo abristes os olhos sobre a realidade das crianças da vossa idade, das dos vossos países e também das dos vários países do mundo, muitas vezes menos privilegiadas em bens materiais, para aprenderdes a conhecer-vos melhor e a apreciar-vos, para simpatizar e fraternizar. Oxalá possais, assim, evitar que se formem distâncias e barreiras entre vós, como acontece às vezes com os adultos!

Depois, conhecendo as necessidades recíprocas, sobretudo daqueles a quem falta o indispensável para viver – pão, higiene, instrução, paz e amor preparastes os vossos corações para o intercâmbio, a partilha equitativa e a entreajuda. E vós fizeste-o em conjunto, com os vossos educadores.

Agradeço-vos e felicito-vos. Sois aqui como que os anéis privilegiados desta cadeia de solidariedade. Continuai!

Fizeste-o com simplicidade, porque o vosso espírito é aberto, porque o vosso coração é recto e generoso, por simpatia ou por piedade, pela alegria de amar, porque a vossa consciência vos convida a isso. Sem o saber, talvez, correspondestes em parte, ao apelo de Jesus. Ele próprio mostrou predilecção pelas crianças. Ele defendeu-as. Ele mesmo disse: "O reino dos Céus é para aqueles que se-lhes assemelham" (Mt 19,14). Em certo sentido identificou-se com elas: "Quem receber um menino como este, em Meu nome, é a Mim que recebe" (Mt 18,5). Ele insistia para que nenhuma criança fosse escandalizada nem desviada do bom caminho. Sim, queridos amigos, vós estais no caminho do seu amor. Pedir-Lhe-ei, a Ele que nasceu no Natal na simplicidade do ,presépio, para ser o Salvador de todos; Ele que está na luz de Deus, porque é o Filho de Deus. Pedir-Lhe-ei que vos abençoe, a vós e a todos aqueles que colaboraram convosco.

















AUDIÊNCIAS 1979