Discursos João Paulo II 1980 - Paris, 1 de Junho de 1980

Anunciando esta mensagem, estamos no centro da realização do Vaticano II. E a aplicação desta mensagem é-nos, por outro lado, imposta pelo conjunto da situação homem no mundo contemporâneo: Não desejaria repetir o que já foi dito em Gaudium et Spes e em Redemptor hominis, a que é preciso sempre referirmo-nos. Todavia, não é talvez exagerado dizer, neste lugar e neste ambiente, que vivemos numa época de tentação especial para o homem.

Conhecemos diferentes períodos desta tentação, a começar pela primeira no capítulo 3° do Génesis, até às tentações tão significativas a que esteve sujeito o próprio Cristo: são como síntese de todas as tentações nascidas da tríplice concupiscência. A tentação actual vai contudo mais longe (poder-se-ia quase dizer que é uma "metatentação"); vai "além" de tudo o que no decurso da história, constituiu o tema da tentação do homem, e manifesta ao mesmo tempo, poder-se-ia dizer, o fundo mesmo de toda a tentação. O homem contemporâneo está submetido à tentação da recusa de Deus em nome da sua própria humanidade.

É tentação especialmente profunda e especialmente ameaçadora do ponto de vista antropológico, se se considera que o homem não tem ele próprio sentido, senão como imagem e semelhança de Deus.

4. Como pastores da Igreja enviados aos homens do nosso tempo, nós devemos estar bem conscientes desta tentação, sob os seus múltiplos aspectos, não para "julgar o homem", mas para amar mais ainda este homem: "amar" quer sempre dizer começar por "compreender".

Ao mesmo tempo que esta atitude que poderíamos chamar passiva, precisamos de ter, de uma maneira proporcionalmente mais profunda, uma atitude positiva, quero dizer, ter consciência de que o homem histórico está muito profundamente inscrito no mistério de Cristo, ter consciência da capacidade antropológica deste mistério, "da largura, do comprimento, da altura e da profundidade", segundo a expressão de São Paulo (Ep 3,18).

Nós devemos, em seguida, estar particularmente dispostos para o diálogo. Mas é preciso antes de tudo definir a sua significação principal e as suas condições fundamentais.

Segundo o pensamento de Paulo VI, e pode dizer-se também do Concílio, o "diálogo" significa certamente a abertura, a capacidade de compreender outra pessoa até às próprias raízes: a sua história, o caminho que percorreu e as inspirações que a animam. Não significa nem o indiferentismo, nem de nenhuma maneira "a arte de confundir os conceitos essenciais"; ora infelizmente esta arte é muitas vezes reconhecida como equivalente da atitude do "diálogo". E também não significa "cobrir com véu" a verdade das suas convicções, do seu "credo".

Certamente, o Concílio requer da Igreja na nossa época que tenha uma fé aberta ao diálogo, nos diversos círculos de interlocutores de que falava Paulo VI: requer igualmente que a sua fé seja capaz de reconhecer todas as sementes de verdade onde quer que se encontrem. Mas, precisamente por esta razão, requer da Igreja uma fé muito amadurecida, fé muito consciente dá sua própria verdade, e ao mesmo tempo muito profundamente animada pelo amor.

Tudo isto é importante por causa da nossa missão de pastores da Igreja e de pregadores do Evangelho. É preciso ter em conta que estas formas modernas da tentação do homem, que o tomam como absoluto, atingem também a comunidade da Igreja, se tornam também formas da sua tentação, e procuram assim afastá-la da auto-realização a que ela foi chamada pelo Espírito de Verdade precisamente pelo Concílio do nosso século.

Por um lado, encontramo-nos em frente da ameaça da ateização "sistemática", e em certo sentido "forçada" em nome do progresso do homem; mas, por outro lado, há aqui outra ameaça, interior à Igreja: consiste em querer, de múltiplas maneiras, "conformar-se com o mundo" no seu aspecto actual "evoluído".

É sabido quanto este desejo se distingue radicalmente daquilo que ensinou Cristo; basta recordar a comparação evangélica do fermento e a do sal da terra, para acautelar os Apóstolos contra a semelhança com o Mundo.

Não faltam porém pioneiros nem "profetas" desta orientação do "progresso" na Igreja.

5. Indica isto a amplidão da tarefa dos pastores em matéria de "discernimento", entre o que forma a verdadeira "renovação" e o que, sob as aparências, esconde as tendências da "secularização" contemporânea e da "laicização", ou ainda a tendência para o "compromisso" com um sistema de que não se conhecem talvez todas as premissas.

Indica isto também quanto é grande a tarefa dos pastores para "conservar o depósito", para manter a fidelidade ao mistério de Cristo inscrito no conjunto da história do homem e também para manter a fidelidade a este maravilhoso "sentido sobrenatural da fé" do povo de Deus na totalidade, que em geral não é objecto de publicidade nos "mass media", mas se exprime na profundidade dos corações e das consciências com a língua autêntica do Espírito. O nosso ministério doutrinal e pastoral deve manter-se principalmente ao serviço deste "sensus fidelium", como o recordou a Constituição Lumen gentium (n. LG 12).

Numa época em que tanto se fala do "carisma profético" — não utilizando sempre este conceito em conformidade com o sentido exacto —, é-nos profundamente necessário renovar e reconstruir a consciência do carisma profético ligado ao ministério episcopal dos mestres da fé e dos "guias do rebanho", que na vida encarnam, segundo uma analogia adequada, as palavras de Cristo sobre o "Bom Pastor".

O Bom Pastor toma cuidado do pastio, da alimentação, das ovelhas. Nesta altura, penso especialmente nas publicações teológicas, espalhadas muito depressa, ao longe e em muitos meios, cujo essencial é vulgarizado nas revistas: são elas que — segundo as suas qualidades, profundidade e sentido da Igreja — educam e aprofundam a fé, ou pelo contrário a abalam ou a dissolvem, pela parcialidade ou métodos que usam. As publicações francesas tiveram muitas vezes, e têm ainda, alcance internacional, mesmo junto das Igrejas jovens. O carisma profético cria em vós o dever de vigiar de maneira especial pela fidelidade doutrinal e pela qualidade eclesial das mesmas.

6. A questão fundamental que devemos pôr-nos, nós Bispos, sobre quem pesa uma responsabilidade especial no que diz respeito à verdade do Evangelho e à missão da Igreja, é a da credibilidade desta missão e do nosso serviço. Neste campo, somos nós por vezes interrogados e julgados severamente; um dentre vós não escreveu: "A nossa época terá sido dura a respeito dos Bispos"? E, por outro lado, estamos prontos a julgarmo-nos a nós mesmos com severidade, e a julgar severamente a situação religiosa do país e os resultados da nossa pastoral. A Igreja na França não escapou a tais juízos: basta recordar o célebre livro do Abbé Godin, France, pays de mission?, ou ainda a afirmação bem conhecida: "A Igreja perdeu a classe operária".

Estes juízos exigem todavia que se observe uma moderação perspicaz. É preciso também pensar a largo prazo, porque é essencial para a nossa missão. Mas não se pode negar que a Igreja na França tenha empreendido, e empreenda, grandes esforços tendentes a "atingir os que estão longe", sobretudo nos meios operários e rurais descristianizados.

Estes juízos exigem todavia que se observe uma moderação perspicaz. É preciso também pensar a largo prazo, porque é essencial para a nossa missão. Mas não se pode negar que a Igreja na França tenha empreendido, e empreenda, grandes esforços tendentes a "atingir os que estão longe", sobretudo nos meios operários e rurais descristianizados.

Estes esforços devem conservar plenamente um carácter evangélico, apostólico e pastoral. Não é possível sucumbir aos "desafios da política". E também não podemos aceitar numerosas resoluções que pretendem ser apenas "justas". Não podemos deixar-nos encerrar em visões de conjunto que são na realidade unilaterais. É verdade que os mecanismos sociais, e também a sua característica política e económica, parecem confirmar estas visões de conjunto e certos factos dolorosos: "país de missão", "perda da classe operária". Parece todavia que devemos estar prontos não só para "a autocrítica", mas também para "a crítica" dos mecanismos em si mesmos. A Igreja deve estar pronta a defender os direitos dos homens ao trabalho, em cada sistema económico e político.

Sobretudo não se pode esquecer a grandíssima contribuição da Igreja e do catolicismo francês no campo missionário da Igreja por exemplo, ou no campo da cultura cristã. Não se pode aceitar que estes capítulos estejam encerrados! Bem mais, não se pode aceitar que, nestes campos, a Igreja na França mude a qualidade da sua contribuição e a orientação que ela tinha tomado e merece uma credibilidade total.

Seria necessário evidentemente considerar aqui uma série completa de tarefas elementares no interior da Igreja, também na França, por exemplo a catequese, a pastoral da família, a obra das vocações, os seminários, a educação católica e a teologia. Tudo isto numa grande síntese desta "credibilidade" que é tão necessária para a Igreja na França, como aliás em toda a parte, e para o bem comum da Igreja universal.

7. A vossa responsabilidade estende-se com efeito — como nos outros Episcopados, mas de maneira diversa — além da "vossa" Igreja, além da França. Isto devei-lo aceitar e não podeis fugir-lhe. Nisto ainda, é preciso uma visão verdadeiramente universal da Igreja e do mundo, bem exacta, diria: "sem erro algum". Não podeis actuar só em função das circunstâncias que se apresentaram outrora diante de vós e se vos oferecem ainda. Deveis ter um "plano de solidariedade", preciso e exacto, a respeito dos que têm direito particular para contar com a vossa solidariedade e para a esperar de vós. Deveis ter os olhos bem abertos para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Deveis dar testemunho da vossa solidariedade aos que sofrem com a fome e com a injustiça, por causa da herança do colonialismo ou da repartição defeituosa dos bens materiais. Mas deveis também ser sensíveis a todos os detrimentos que são inflingidos ao espírito humano: à consciência, as convicções religiosas, etc. Não esqueçais que o futuro do Evangelho e da Igreja se está talvez a elaborar de maneira particular onde os homens padecem às vezes, pela sua fé e pelas consequências da fé, sacrifícios dignos dos primeiros cristãos. Não podeis quanto a isto guardar silêncio diante da vossa sociedade e da vossa Igreja. É preciso neste campo especial solidariedade do testemunho e da oração comum.

Encontra-se nisto um caminho seguro para reforçar a credibilidade da Igreja no vosso país, e não deve ser abandonado. Estais inseridos, com efeito, num sistema de vasos comunicantes, embora neste sistema vós sejais sem dúvida um elemento especialmente venerável, especialmente importante e influente. Daqui nascem muitos deveres. O caminho para o futuro da Igreja na França — o caminho para esta grande conversão talvez, de que Bispos, padres e fiéis sentem a necessidade — passa pela aceitação destes deveres.

Mas diante das negações, que são o caso de muitos, diante dos desesperos que, em consequência das numerosas vicissitudes históricas, parecem formar o rosto espiritual da sociedade contemporânea, não continuais sempre a dispor da mesma forte ossatura do Evangelho e da santidade, que forma um património particular da Igreja na França?

O Cristianismo não pertence de maneira imanente ao "génio da vossa nação"?

A França não continua a ser sempre "a filha primogénita da Igreja"?



VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE A PARIS E LISIEUX

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II

AOS SEMINARISTAS FRANCESES


Issy-les-Moulineaux

Domingo, 1 de Junho de 1980



Caros amigos seminaristas

1. Não posso acabar esta tarde sem passar um momento convosco, para conhecer os vossos rostos, nem deixar de vos exortar em nome do Senhor. Que alegria encontrar-vos, a vós jovens em formação, da região parisiense! Disseram-me que estão aqui reunidos os alunos do Seminário de São Sulpício, do Seminário universitário do Carmelo e os membros de diversos grupos que iniciam os estudos. Muito bem. Sinto-me feliz por se poder contar com a vossa disponibilidade para servir e com a vossa generosidade. Ao dirigir-vos estas palavras, permitir-me-eis que fale igualmente a todos os vossos co-irmãos franceses que, fora deste país, e também na minha diocese de Roma, seguem o mesmo caminho.

Como sabeis, tive uma longa reunião de trabalho com os vossos bispos. Foi um colóquio particularmente importante, durante o qual pudemos, nós que levamos juntos o peso de toda a Igreja, encarar as nossas responsabilidades para as assumirmos conforme o agrado de Deus. E agora, parece muito natural continuar de algum modo esta conversação com aqueles que se preparam para se tomarem os colaboradores da ordem episcopal e serem assim associados, na pessoa de Cristo, na pregação do Evangelho e na guia do povo de Deus. Sois ainda jovens, não há dúvida, mas já compreendeis muitas coisas. Compreendeis que a vossa oferta deve ser total e que, quanto mais caminhardes para a frente, tanto mais descobrireis a necessidade de a tomar — ouso dizer — ainda mais total. E portanto neste nível que me colocarei convosco, tendo em consideração evidentemente o facto que um caminho, como o vosso, exige tempo, longa maturação espiritual, intelectual e pastoral, e que o simples desejo de vir a ser sacerdote não é suficiente em si para corresponder às exigências do sacerdócio.

2. Uma destas exigências, a mais fundamental, é que estejais profundamente radicados em Jesus Cristo. Convido-vos a isto de todo o coração. Se puderdes aprender com a oração e a contemplação a viver, orar, amar e sofrer como Cristo, então parece que as grandes linhas da vossa missão se determinarão pouco a pouco, e que experimentareis assim uma necessidade vital de ir ter com os homens e de lhes levar aquilo de que eles necessitam verdadeiramente. Neste comportamento já se encontra a alma do apostolado, de modo que o "agir" está indissoluvelmente ligado ao "ser", e vice-versa, sem que haja necessidade de efectuar vãos debates, nem privilegiar um em detrimento do outro. A Igreja pretende formar-vos numa unidade interior completa, em que a missão requer a intimidade com Deus, e em que esta exige aquela.

Não quereis ser vós mesmos "bons pastores"? O bom Pastor dá a sua vida, dá a sua vida pelas suas ovelhas. Pois bem! Ë preciso descobrir o sentido do sacrifício de si unido ao sacrifício de Cristo e que vos ofereçais pelos outros que esperam de vós este testemunho. Isto pode dizer-se a todos os fiéis, mas com maior razão e por um título especial dos sacerdotes e aos futuros sacerdotes. Oxalá a vossa participação diária na Eucaristia e os esforços, que empreendereis para fazer crescer em vós a devoção eucarística, vos ajudem neste caminho!

3. Falei-vos há pouco da unidade no interior de vós mesmos. Na minha opinião, ela permite adquirir o que se poderia chamar a sabedoria pastoral. Um dos frutos do Decreto conciliar do Vaticano II sobre a formação para o sacerdócio, foi certamente o de criar as condições para melhor preparação pastoral dos candidatos. Graças ao equilíbrio interior realizado em vós, deveis poder aperfeiçoar o vosso juízo sobre os homens, sobre as coisas e as situações, e vê-los à luz de Deus e não com os olhos do mundo.

Isto levar-vos-á a uma profunda percepção dos problemas, das multíplices exigências da vossa missão e, ao mesmo tempo, impelir-vos-á para um justo objectivo. Sentireis menos também a tentação de "exaltar" unicamente o que vivem os nossos contemporâneos, ou pelo contrário, de experimentar sobre eles ideias pastorais, talvez generosas mas pessoais e sem a garantia da Igreja: não se fazem experiências com os homens. E interessar-vos-eis, pelo mesmo motivo, pelo vosso trabalho intelectual indispensável hoje, como depois da ordenação, a fim de transmitirdes aos outros todo o conteúdo da fé numa síntese exacta, harmoniosa e fácil de ser assimilada.

Por outro lado, é necessário precisar que o sacerdote é um entre outros? Ele não pode sozinho ser tudo para todos. O seu ministério realiza-se dentro de um presbitério, em redor de um Bispo. Este é já um pouco o vosso caso, na medida em que se reforça o vosso vínculo com a vossa Diocese, em que vos inseris em equipes pastorais para desenvolver em vós a capacidade de trabalhar na Igreja. E se o vosso caminho pessoal — ou o relevo posto às vezes sobre este ou aquele aspecto da vossa preparação — vos torna mais aptos para um tipo de ministério determinado, junto de uma categoria mais particular de população, por esse facto não sereis menos fundamentalmente enviados a todos, com a preocupação pastoral por todos e a vontade de colaborar com todos, sem nenhuma exclusividade de tendência ou de ambiente. Deveis ser capazes também de aceitar qualquer ministério que vos for confiado, sem subordinar a vossa aceitação a conformidade com as conveniências ou projectos pessoais. A respeito disto, a Igreja tem necessidades que são prioritárias, e é a elas que é preciso adaptar-se. Isto parece absolutamente essencial aos vossos bispos e também a mim, em consideração do cargo com que a Providência nos investiu e ao qual um dia sereis associados.

4. Meus caros Filhos, vós vedes a amplitude dos encargos e a amplitude das necessidades. Não sois muito numerosos e contudo os esforços empreendidos depois de muitos anos começam a dar os resultados visíveis. Não vos diria que a generosidade dos leigos permitirá suprir a falta de sacerdotes. coisa totalmente diversa. Junto dos leigos deveis fomentar sempre o sentido da responsabilidade e educá-los a tomarem inteiramente o seu lugar na comunidade. Mas o que Deus colocou no vosso coração com a sua chamada corresponde a uma vocação específica. Procurai dar o melhor testemunho da vossa fé e da vossa alegria. Sois as testemunhas da vocação sacerdotal junto dos adolescentes e dos jovens da vossa idade. Ah! Se soubésseis avaliar a esperança que está em vós e mostrar que a missão apostólica não pode esperar, nem na França nem tão-pouco noutros países menos favorecidos! Encorajo-vos com todas as minhas forças a serdes os primeiros apóstolos das vocações.

5. Quero encorajar também e agradecer aos vossos mestres e aos vossos educadores de todos os níveis; directores dos seminários, delegados diocesanos, sacerdotes das paróquias, das capelanias e dos movimentos que ajudam a vossa formação e os que vos têm auxiliado a discernir a chamada do Senhor. Deveis-lhes muito. A Igreja deve-lhes muito. Neste lugar quero prestar especial homenagem aos sacerdotes da Companhia de São Sulpício, que souberam merecer a estima de todos no seu serviço ao sacerdócio.

Os vossos educadores têm uma tarefa difícil. é necessário que se saiba, na França, que neles deposito a minha confiança e lhes dou o meu apoio fraterno. Eles querem formar sacerdotes de qualidade. Oxalá continuem e aumentem ainda os próprios esforços apoiando-se nos textos do Concílio, nas excelentes "Rationes", que foram preparadas a pedido da Santa Sé, e nos recentes documentos publicados pela Congregação para a Educação Católica e que, não duvido, foram colocados abundantemente à vossa disposição e comentados.

Um profundo agradecimento a todos vós, caros Co-irmãos e caros Filhos. Conto com a vossa presença, daqui a pouco, no Parc des Princes, no encontro com os jovens da região parisiense, e abençoo-vos com grande afecto.



VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE A PARIS E LISIEUX

MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II

AOS JOVENS REUNIDOS


NO «PARC-DES-PRINCES»


Paris, 1 de Junho de 1980



Caros Jovens da França

1. Um obrigado infinito por terdes vindo tão numerosos, tão alegres, tão confiantes, tão unidos entre vós! Obrigado aos jovens de Paris e da região parisiense! Obrigado aos jovens que vieram com entusiasmo dos quatro cantos da França! Gostaria tanto de apertar a mão de cada um de vós, olhá-lo olhos nos olhos, dizer-lhe uma palavra pessoal e amiga. Esta impossibilidade material não é obstáculo à profunda comunhão dos espíritos e dos corações. A vossa troca de testemunhos prova-o. A vossa assembleia alegra os meus olhos e comove o meu coração. A vossa assembleia de jovens quis ser digna das multidões de jovens que já encontrei nas minhas viagens apostólicas, primeiro ao México, depois à Polónia, à Irlanda, aos Estados Unidos, e mais recentemente a África. Posso confiar-vos isto: Deus concedeu-me a graça — como a tantos bispos e sacerdotes — de ninar apaixonadamente os jovens, certamente, diferentes de um país para o outro, mas tão semelhantes nos seus entusiasmos e decepções, nas suas aspirações e generosidades! Aqueles de entre vós que tiveram a possibilidade de estabelecer contactos e amizades com a juventude de outra província, de outro país, de outro continente, compreendem talvez melhor e partilham certamente a minha fé na juventude, porque ela é em toda a parte, hoje como ontem, portadora de grandes esperanças para o mundo e para a Igreja. Jovens da França, cristãos convictos ou simpatizantes do cristianismo, desejaria, nesta tarde inesquecível, que fizéssemos todos juntos uma ascensão, um verdadeiro cordão em direcção aos cumes difíceis e ao mesmo tempo tonificantes da vocação do homem, do homem cristão. Quero realmente partilhar convosco, como um amigo com os seus amigos, as minhas próprias convicções de homem e de servo da fé e da unidade do povo de Deus.

2. Os vossos problemas e os vossos sofrimentos de jovens conheço-os, pelo menos em geral: uma certa instabilidade inerente à vossa idade e aumentada pela aceleração das mutações históricas, uma certa desconfiança perante as certezas, exacerbada pelo saber adquirido na escola e pelo ambiente frequente de crítica sistemáticas, a inquietação do futuro e as dificuldades de inserção profissional, a excitação e a superabundância dos desejos numa sociedade que faz do prazer o objectivo da vida, o sentimento penoso de impotência para dominar as consequências equívocas ou nefastas do progresso, as tentações de revolta, de evasão ou demissão. Tudo isto vós já conheceis até à saturação. Prefiro, convosco, alcançar as alturas. Estou persuadido de que quereis sair desta atmosfera debilitante e aprofundar ou redescobrir o sentido de uma existência verdadeiramente humana porque aberta a Deus, numa palavra, a vossa vocação de homens em Cristo.

3. O ser humano é um ser corpóreo. Esta afirmação muito simples é cheia de consequências. Por muito material que seja, o corpo não é um objecto entre outros objectos. E em primeiro lugar alguém, no sentido de que é uma manifestação da pessoa, um meio de presença aos outros, de comunicação, de expressão extremamente variada. O corpo é uma palavra, uma linguagem. Que maravilha e que risco ao mesmo tempo! Rapazes e meninas, tende um grandíssimo respeito pelo vosso corpo e pelo corpo dos outros! Que o vosso corpo esteja ao serviço do vosso eu profundo! Que os vossos gestos, os vossos olhares, sejam sempre o reflexo da vossa alma! Adoração do corpo? Não, nunca! Desprezo do corpo? Tampouco. Domínio do corpo! Sim! Transfiguração do corpo! Ainda mais! Acontece-vos muitas vezes admirar essa maravilhosa transparência de alma em muitos homens e mulheres no cumprimento quotidiano das suas tarefas humanas. Pensai no estudante ou no desportista que põem todas as suas energias físicas ao serviço do respectivo ideal. Pensai no pai ou na mãe cujo rosto debruçado sobre o seu filho respira tão profundamente as alegrias da paternidade e da maternidade. Pensai no músico ou no actor identificados com os autores que fazem reviver. Vede o trapista ou o cartuxo, a carmelita ou a clarissa, radicalmente entregues à contemplação e deixando transparecer Deus.

Desejo-vos verdadeiramente que corrijais o desafio deste tempo e que vos torneis todos e todas os campeões do domínio cristão do corpo. O desporto bem compreendido, e que renasce hoje para além do círculo dos profissionais, é uma óptima ajuda. Esse domínio é determinante para a integração da sexualidade na vossa vida de jovens e de adultos. É difícil falar da sexualidade na época actual, marcada por uma desinibição que não é sem explicação, mas que é infelizmente favorecida por uma verdadeira exploração do instinto sexual. Jovens da França, a união dos corpos foi sempre a linguagem mais forte que dois seres podem falar um ao outro. E é por isso que uma tal linguagem, que toca no mistério do homem e da mulher, exige que não realizemos nunca os gestos do amor sem que as condições de uma aceitação total e definitiva do outro estejam asseguradas, e que este compromisso seja tomado publicamente no matrimónio. Jovens da França, conservai ou recuperai uma visão sã dos valores do corpo! Contemplai mais vezes Cristo Redentor do homem! Ele é o Verbo feito carne que tantos artistas pintaram com realismo para nos significarem claramente que ele assumiu tudo da natureza humana, incluindo a sexualidade, sublimando-a na castidade.

4. O espírito é o dado original que distingue fundamentalmente o homem do mundo animal e que lhe dá um poder de domínio sobre o universo. Não resisto a citar-vos o vosso incomparável escritor francês Pascal: "O homem não é mais que uma cana, a mais fraca da natureza; mas é uma cana pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para a esmagar...; mas quando o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que aquilo que o mata, porque sabe que morre; e a vantagem que o universo tem sobre ele, o universo ignora-a completamente. Toda a nossa dignidade consiste pois no pensamento...; apliquemo-nos pois a pensar bem" (Pensamentos, n. 347).

"Falando assim do espírito, entendo o espírito capaz de compreender, de querer, de amar. E propriamente por isso que o homem é homem. Salvaguardai a todo o custo em vós e à vossa volta o domínio sagrado do espírito! Sabeis que no mundo contemporâneo existem ainda infelizmente sistemas totalitários que paralisam o espírito, afectam gravemente a integridade, a identidade do homem, reduzindo-o ao estado de objecto, de máquina, privando-o da sua força de ressonância interior, dos seus transportes de liberdade e de amor. Sabeis também que existem sistemas económicos que, ao mesmo tempo que se gabam da sua formidável expansão industrial, acentuam a degradação, a decomposição do homem. Até os "mass media", que deveriam contribuir para o desenvolvimento integral dos homens e para o seu recíproco enriquecimento numa crescente fraternidade, colaboram num martelamento e esvaziamento das inteligências e das imaginações que prejudicam a saúde do espírito, do discernimento e do coração, deformam no homem a capacidade de distinguir o que é são do que é malsão. Sim, para que servem as reformas sociais e políticas mesmo muito generosas, se o espírito, que é também consciência, perde a sua lucidez e o seu vigor? Praticamente, neste mundo tal como é e ao qual não deveis fugir, aprendei cada vez mais a reflectir, a pensar! Os estudos que fazeis devem ser um momento privilegiado de aprendizagem da vida do espírito. Desmascarai os slogans, os falsos valores, as miragens, os caminhos sem saída! Desejo-vos o espírito de recolhimento, de interioridade. Cada um e cada uma de vós, no seu nível, deve favorecer o primado do espírito e mesmo contribuir para que se honre de novo o que tem valor de eternidade mais ainda do que o que tem valor de futuro. Vivendo assim, crentes ou não-crentes, estais muito perto de Deus. Deus é Espírito!

5. Valeis também o que vale o vosso coração. Toda a história da humanidade é a história da necessidade de amar e de ser amado. Este fim de século — sobretudo nas regiões de evolução social acelerada — torna mais difícil o desabrochar de uma afectividade sã. é sem dúvida por isso que muitos jovens e menos jovens procuram o ambiente de pequenos grupos, para escaparem ao anonimato e por vezes à angústia, para reencontrarem a sua vocação profunda às relações interpessoais. A dar crédito a uma certa publicidade, a nossa época seria mesmo tomada do que se poderia chamar um "doping" do coração.

Importa neste domínio, como nos precedentes, ver claro. Seja qual for o uso que dele façam os seres humanos, o coração — símbolo da amizade e do amor — tem também as suas normas, a sua ética. Dar lugar ao coração na construção harmoniosa da vossa personalidade não tem nada a ver com a pieguice nem mesmo com o sentimentalismo. O coração é abertura de todo o ser à existência dos outros, a capacidade de os adivinhar, de os compreender. Uma tal sensibilidade, verdadeira e profunda, torna-nos vulneráveis. E por isso que alguns são tentados a desfazer-se dela endurecendo-se.

Amar é pois essencialmente dar-se aos outros. Longe de ser uma inclinação instintiva, o amor é uma decisão consciente da vontade de ir para os outros. Para poder amar em verdade, é preciso desapegar-se de muitas coisas e sobretudo de si, dar gratuitamente, amar até ao fim. Esta desapropriação de si — obra de grande fôlego — é esgotante e exaltante. É fonte de equilíbrio. É o segredo da felicidade.

Jovens da França, levantai mais vezes o olhar para Jesus Cristo! Ele é o Homem que mais amou, e mais conscientemente, mais voluntariamente, mais gratuitamente! Meditai no testamento de Cristo: "Não há maior prova de amor do que dar a vida por aqueles que amamos". Contemplai o Homem-Deus, o homem do coração trespassado! Não tenhais medo! Jesus não veio condenar o amor mas libertar o amor dos seus equívocos e das suas falsificações. Foi bem Ele que mudou o coração de Zaqueu, da Samaritana, e que opera ainda hoje, em todo o mundo, conversões semelhantes. Parece-me que esta tarde Cristo murmura a cada um e a cada uma de vós: "Dá-me o teu coração!... Purificá-lo-ei, fortificá-lo-ei, orientá-lo-ei para todos os que dele necessitam: para a tua própria família, para a tua comunidade escolar ou universitária, para o teu meio social, para os pouco amados, para os estrangeiros que vivem sobre o solo da França, para os habitantes do mundo inteiro que não têm de que viver e se desenvolver, para os mais pequenos entre os homens. O amor exige a partilha! ".

Jovens a França, é hora, mais que nunca, de trabalhar de mãos dadas pela civilização do amor, segundo a expressão cara ao meu grande predecessor Paulo VI. Que canteiro gigantesco! Que tarefa entusiasmante!

No plano do coração, do amor, tenho ainda uma confidência a fazer-vos. Creio com todas as minhas forças que muitos de entre vós são capazes de arriscar o dom total, a Cristo e aos irmãos, de todas as suas potências de amar. Compreendeis perfeitamente que quero falar da vocação ao sacerdócio e à vida religiosa. As vossas cidades e aldeias da França esperam ministros de coração ardente para anunciar o Evangelho, celebrar a Eucaristia, reconciliar os pecadores com Deus e com os seus irmãos. Esperam também mulheres radicalmente consagradas ao serviço das comunidades cristãs e das suas necessidades humanas e espirituais. A vossa eventual resposta a este apelo situa-se bem no eixo da última pergunta de Jesus a Pedro: "Tu amas-me?".

6. Falei dos valores do corpo, do espírito e do coração. Mas ao mesmo tempo deixei entrever uma dimensão essencial sem a qual o homem cai de novo prisioneiro de si mesmo ou dos outros: é a abertura a Deus. Sim, sem Deus o homem perde a chave de si mesmo, perde a chave da sua história. Pois, desde a criação, traz em si a semelhança de Deus. Esta permanece nele no estado de voto implícito e de necessidade inconsciente, apesar do pecado. E o homem está destinado a viver com Deus. Aqui ainda Cristo vai-se revelar nosso caminho. Mas este mistério exige-nos talvez uma atenção maior.

Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, viveu tudo o que constitui o valor da nossa natureza humana, corpo, espírito e coração, numa relação com os outros plenamente livre, marcada pelo cunho da verdade e cheia de amor. Toda a sua vida, do mesmo modo que as suas palavras, manifestou esta liberdade, esta verdade, este amor, e especialmente o dom voluntário da sua vida pelos homens. Pode proclamar assim a carta de um mundo bem-aventurado, sim bem-aventurado, sobre o caminho da pobreza, da doçura, da justiça, da esperança, da misericórdia, da pureza, da paz, da fidelidade até na perseguição, e após dois mil anos, esta carta está inscrita no coração da nossa reunião. Mas Cristo não só deu o exemplo e ensinou. Libertou efectivamente homens e mulheres do que mantinha cativo o seu corpo, o seu espírito e o seu coração. E desde que morreu e ressuscitou por nós, continua a fazê-lo, pelos homens e mulheres de toda a condição e de todos os países, apenas lhe dão a sua fé. Ele é o Salvador do homem. Ele é o Redentor do homem. "Ecce homo" dizia Pilatos, sem compreender bem o alcance das suas palavras: "eis aqui o homem".

Como ousamos dizer isto, caros amigos? A vida terrestre de Cristo foi breve, e mais breve ainda a sua actividade pública. Mas a sua vida é única, a sua personalidade é única no mundo. Ele não é somente um irmão para nós, um amigo, um homem de Deus. Reconhecemos nele o Filho único de Deus, aquele que é um com Deus Pai e que o Pai deu ao mundo. Com o Apóstolo Pedro, de quem sou humilde Sucessor, professo: "Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo". E é precisamente porque Cristo partilha ao mesmo tempo a natureza divina e a nossa natureza humana que a oferta da sua vida, na sua morte e ressurreição, nos atinge, a nós homens de hoje, nos salva, nos purifica, nos liberta, nos eleva: "O Filho de Deus uniu-se de uma certa maneira a todos os homens". E apraz-me repetir aqui o voto da minha primeira encíclica: "Que todo o homem possa reencontrar Cristo, a fim de que Cristo possa percorrer a estrada da existência, na companhia de cada uni, com a potência da verdade sobre o homem e sobre o mundo contida no mistério da Encarnação e da Redenção, com a potência do amor que este mistério irradia" (Redemptor hominis RH 13).

Se Cristo liberta e eleva a nossa humanidade, é porque a introduz na aliança com Deus, com o Pai, com o Filho, com o Espírito Santo. Festejávamos esta manhã a Santíssima Trindade. Eis a verdadeira abertura a Deus à qual aspira cada coração humano mesmo sem o saber e que Cristo oferece ao crente. Trata-se de um Deus pessoal e não somente do Deus dos filósofos e dos sábios, mas do Deus revelado na Bíblia, Deus de Abraão, Deus de Jesus Cristo, aquele que está no coração da nossa história. É o Deus que pode tomar todos os recursos do vosso corpo, do vosso espírito, do vosso coração, para os fazer dar fruto, numa palavra, que pode tomar todo o vosso ser para o renovar em Cristo, desde agora e para além da morte.

Eis a minha fé, eis a fé da Igreja desde as origens, a única que é fundada sobre o testemunho dos Apóstolos, a única que resiste às flutuações, a única que salva o homem. Estou certo que muitos de vós já a experimentaram. Possam eles encontrar na minha vinda um encorajamento a aprofundá-la, com todos os meios que a Igreja põe à sua disposição.

Outros sem dúvida encontram-se mais hesitantes em aderir plenamente a esta fé. Alguns dizem-se em busca. Alguns consideram-se descrentes e talvez incapazes de crer, ou indiferentes à fé. Outros recusam ainda um Deus cujo rosto lhes foi mal apresentado. Outros enfim, abalados pelas recaídas das filosofias da suspeita, que apresentam a religião como ilusão ou alienação, encontram-se talvez tentados a construir um humanismo sem Deus. A todos esses, eu desejo todavia que, por honestidade, deixem ao menos a sua janela aberta para Deus. De outro modo arriscam-se a passar ao lado da estrada do homem que é Cristo, a fechar-se em atitudes de revolta, de violência, a contentar-se com suspiros de impotência ou de resignação.

Um mundo sem Deus constrói-se mais tarde ou mais cedo contra o homem. Certamente, muitas influências sociais ou culturais, muitos acontecimentos pessoais puderam dificultar o vosso caminho de fé, ou desviar-vos dele. Mas de facto, se vós o quiserdes, no meio dessas dificuldades que eu compreendo, vós tendes ainda finalmente muitas possibilidades, no vosso país de liberdade religiosa, de desbravar este caminho e aceder, com a graça de Deus, à fé! Vós tendes os meios para isso! Utilizai-los verdadeiramente? Em nome de todo o amor que tenho por vós, não hesito em convidar-vos: "Abri de par em par as vossas portas a Cristo!". Que temeis? Tende confiança nele. Ousai segui-lo. Isso pede evidentemente que saiais de vós mesmos, dos vossos raciocínios, da vossa "sabedoria", da vossa indiferença, da vossa suficiência, dos hábitos não cristãos que tomastes talvez. Sim, isso pede renúncias, uma conversão, que é preciso primeiro ousar desejar, pedir na oração e começar a praticar. Deixai que Cristo seja para vós o Caminho, a Verdade e a Vida. Deixai-o ser a vossa salvação e a vossa felicidade. Deixai-o tomar a vossa vida toda inteira para que atinja com ele todas as suas dimensões, para que todas as vossas relações, actividades, sentimentos, pensamentos sejam integrados nele, poder-se-ia dizer "cristificados". Desejo que com Cristo reconheçais Deus como a fonte e o fim da vossa existência.

Eis os homens e as mulheres de que o mundo tem necessidade, de que a França tem necessidade. Tereis pessoalmente a felicidade prometida nas Bem-aventuranças e sereis, com toda a humildade e respeito pelos outros, o fermento de que fala o Evangelho. Construireis um mundo novo; preparareis um futuro cristão. É um caminho de cruz, sim, mas é também um caminho de alegria, pois é um caminho de esperança.

Com toda a minha confiança e todo o meu afecto, convido os jovens da França a levantarem a cabeça e a caminharem juntos por este caminho, de mãos dadas com o Senhor. "Menina, levanta-te! Rapaz, levanta-te! ".



Discursos João Paulo II 1980 - Paris, 1 de Junho de 1980