AUDIÊNCIAS 1981 - AUDIÊNCIA GERAL

Eis aqui a escrava do Senhor (Lc 1,38).

São as palavras do Verbo que entra no mundo, e as de Maria que disso recebe o anúncio. Com estas palavras vos saúdo, caríssimos irmãos e irmãs, neste dia soleníssimo dedicado pela Liturgia à Anunciação do Senhor. O coração do crente bate de comoção e de amor com o pensamento do instante inefável, em que o Verbo se tornou um de nós: et Verbum caro factum est. Desde os primeiros séculos voltou-se o coração da Igreja, com toda a devoção, para o facto que hoje recordamos; recordo as mais antigas fórmulas do Credo, que remontam pelo menos ao século II, solenemente confirmadas pelos Concílios, de Niceia de 325, e de Constantinopla de 381; recordo o afresco das Catacumbas de Priscila, do século II, primeiro testemunho comovedor daquele tributo, que a arte cristã dedicou sem descanso à Anunciação do Senhor, com as páginas mais brilhantes da sua história; recordo a grande basílica, construída no século IV em Nazaré por iniciativa da imperatriz Santa Helena. Também a solenidade de hoje é muito antiga. Embora as suas origens não estejam determinadas com certeza cronológica pelos estudiosos, ela, já no fim do século VII (com inícios certamente anteriores), tinha sido definitivamente fixada em 25 de Março. Na verdade antigamente julgava-se que neste dia se tinham realizado a criação do mundo e a morte do Redentor: de maneira que a data da festa da Anunciação contribuiu para levar a ser fixada a do Natal (cf. F. Cabrol, Annonciation/Fête de l'/, em DACL, I, 2, Paris 1924, Col 2247). A solenidade hodierna tem por isso grande significado quer mariano, quer cristológico.

2. Maria dá o seu consentimento ao Anjo anunciador. A página de Lucas, mesmo na sua frugal concisão, é riquíssima de conteúdos bíblicos antico-testamentários e da inaudita novidade da revelação cristã: desta é protagonista uma mulher, a Mulher por excelência (cf. Jo Jn 2,4 Jn 19,26), escolhida desde toda a eternidade para ser a primeira indispensável colaboradora do plano divino de salvação. É a 'almah profetizada por Isaías (7, 14), a donzela de estirpe real a corresponder ao nome de Miriam, de Maria de Nazaré, humílimo e oculto povoado da Galileia (cf. Jo Jn 1,46); a autêntica novitas cristã — que elevou a mulher à altíssima e incomparável dignidade, inconcebível para a mentalidade hebraica do tempo como para a civilização greco-romana — começa com este anúncio dirigido a Maria por Gabriel, em nome do próprio Deus. É saudada com palavras tão altas que a perturbam: "Kaire, Ave, alegra-te"! A alegria messiânica ressoa pela primeira vez na terra. "Kekaritoméne, gratia plena, cheia de graça"! A Imaculada está aqui esculpida na sua plenitude misteriosa de eleição divina, de predestinação eterna, de clareza luminosa. "Dominus tecum, o Senhor está contigo"! Deus está com Maria, membro eleito da família humana para ser a mãe do Emanuel, d'Aquele que é "Deus connosco": Deus estará doravante, sempre, sem arrependimentos e sem retratações, ao lado da humanidade, feito um com ela para a salvar e lhe dar o Seu Filho, o Redentor: e Maria é a garantia viva, concreta, desta presença salvífica de Deus.

3. Do colóquio entre a Criatura eleita e o Anjo de Deus continuam a derivar para nós outras Verdades fundamentais: "Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, o Senhor Deus dar-lhe-á o trono do Seu pai, David... O Espírito Santo virá sobre ti e a forca do Altíssimo estenderá sobre ti a Sua sombra. Por isso mesmo é que o Santo, que vai nascer, se há-de chamar Filho de Deus" (Lc 1,31 s., 35). Vem Aquele que, originário da linhagem de Adão, entra nas genealogias de Abraão e de David (cf. Mt Mt 1,1-17 Lc 3,23-38): Está na linha das promessas divinas, mas vem ao mundo sem necessitar da trajectória da paternidade humana, melhor, ultrapassa-a na linha da fé imaculada. Toda a Trindade está empenhada nesta obra, como o Anjo anuncia: Jesus, o Salvador, é o "Filho do Altíssimo", o "Filho de Deus"; está presente o Pai a estender a Sua sombra sobre Maria, está presente o Espírito Santo a vir sobre Ela para lhe fecundar o seio intacto com o Seu poder. Como subtilmente comentou Santo Ambrósio, na exposição sobre esta passagem do Evangelho de Lucas, ouviu-se naquele dia pela primeira vez a revelação do Espírito Santo, e foi logo acreditada: "et auditur et creditur" (Exp. Ev. sec. Lucam, II, 15; ed. M. Adriaen, CCL, XIV, Turnholti 1957, p. 38).

O Anjo pede o consentimento de Maria para a entrada do Verbo no mundo. A expectativa dos séculos passados está concentrada neste ponto; dele depende a salvação do homem. São Bernardo, ao comentar a Anunciação, exprime de maneira estupenda este momento único, quando diz, dirigindo-se à Senhora: "Toda a gente espera, prostrada aos teus pés; não sem razão, porque da tua boca depende a consolação dos aflitos, a redenção dos prisioneiros, a libertação dos condenados, a salvação, por fim, de todos os filhos de Adão, a tua estirpe inteira. Apressa-te, Virgem, em responder" (In laudibus Virginis Matris Homilia IV, 8; em Sermones, I, edd. J. Leclerq et H. Rochais, S. Bernardi Opera Omnia, IV, Romae 1966, PP 53 s.).

E o consentimento de Maria é consentimento de fé. Encontra-se na linha da fé. Justamente, portanto, o Concílio Vaticano II, ao reflectir sobre Maria como protótipo e modelo da Igreja, propôs um exemplo da sua fé activa precisamente no momento do Fiat que pronunciou: "Maria não foi utilizada por Deus como instrumento meramente passivo, mas... cooperou livremente, pela sua fé e obediência, na salvação dos homens" (Lumen Gentium LG 56).

A seguirmos os mesmos passos da fé activa de Maria convida-nos, por isso, a solenidade de hoje: fé generosa, que se abre à Palavra de Deus, que acolhe a vontade de Deus, qualquer que seja e onde quer que se manifeste; fé forte, que supera todas as dificuldades, as incompreensões e as crises; fé operosa, alimentada como viva chama de amor, que deseja colaborar fortemente com os desígnios de Deus sobre nós. "Eis aqui a escrava do Senhor": cada um de nós, segundo o convite do Concílio, deve estar pronto a responder assim, como Ela, na fé e na obediência, para cooperar, cada um na própria esfera de responsabilidade, na edificação do Reino de Deus.

4. A resposta de Maria foi o eco perfeito da resposta do Verbo ao Pai. O Eis-me aqui por Ela pronunciado é possível na medida em que o precedeu e sustentou o Eis-me aqui do Filho de Deus que, no momento do consentimento de Maria, se torna o Filho do Homem. Hoje celebramos o mistério fundamental da Encarnação do Verbo. A Carta aos Hebreus faz-nos, por assim dizer, penetrar nos abismos insondáveis deste despojamento do Verbo, deste seu humilhar-se, por amor dos homens, até à morte da cruz: "Ao entrar no mundo Cristo diz: 'Não quiseste sacrifício nem oblação, mas preparaste-Me um corpo. Os holocaustos e sacrifícios pelo pecado não Te agradaram. Então Eu disse: Eis que venho — como está escrito de Mim no livro — para fazer, ó Deus, a Tua vontade' " (He 10,5 ss.).

Preparaste-Me um corpo: a hodierna celebração leva-nos, sem mais, à data do Natal, dentro de nove meses; mas ela, com o pensamento misticamente profundo que, segundo disse, foi bem captado pelos nossos irmãos e irmãs da Igreja dos primeiros séculos, conduz-nos sobretudo à próxima Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. O facto de a Anunciação do Senhor cair dentro e a propósito do período quaresmal, faz-nos compreender o significado redentor dela: a Encarnação está intimamente ligada com a Redenção, que Jesus realizou derramando o Seu sangue por nós na Cruz.

Eis que venho para fazer, ó Deus, a Tua vontade. Para quê esta obediência, para quê este abaixamento e para quê este sofrer? Responde-nos o Credo: "Propter nos homines et propter nostram salutem: Por nós, homens, e para a nossa salvação" Jesus desceu do Céu para fazer subir depois lá para cima, com pleno direito, o homem, e, tornando-o filho do Filho, restituí-lo à dignidade perdida com o pecado. Veio para levar a efeito o plano original da Aliança. A Encarnação confere para sempre ao homem a sua extraordinária, única e inefável dignidade. E daqui se origina o caminho que a Igreja percorre. Como escrevi na minha primeira Encíclica: "Cristo Senhor indicou este caminho sobretudo quando — como ensina o Concílio — 'com a encarnação o Filho de Deus se uniu em certo modo a cada homem' (Gaudium et Spes GS 22). A Igreja reconhece, pois, o seu encargo fundamental de fazer que tal união possa continuamente realizar-se e renovar-se. A Igreja deseja servir este único fim: poder cada homem reencontrar Cristo, para que possa Cristo, com cada um, percorrer o caminho da vida, com o poder daquela Verdade sobre o homem e sobre o mundo, contida no mistério da Encarnação e da Redenção" (Redemptor Hominis RH 13).

5. A Igreja não esquece — como poderia fazê-lo? — que o Verbo, neste acontecimento que hoje recordamos, se oferece ao Pai para a salvação do homem, para a dignidade do homem. Naquele acto de oferta de Si mesmo está contido já todo o valor salvífico da Sua missão messiânica; tudo está já encerrado "in nuce" aqui, nesta misteriosa entrada do "Sol de justiça" (cf. Mt Mt 4,2) nas trevas deste mundo, que não O admitiram (cf. Jo Jn 1,5). Mas, assegura-nos o evangelista João "a todos os que O receberam, aos que crêem n'Ele, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; ... nasceram de Deus. E o Verbo fez-Se homem e habitou entre nós, e nós vimos a Sua glória, glória que vem do Pai, como Filho único, cheio de graça e de verdade" (Jn 1,12 ss.).

Sim, Irmãos caríssimos e Irmãs, vimos a Sua glória. A Liturgia apresentou-no-la hoje diante dos olhos na sua misteriosa e inefável grandeza, que nos vence com a sua magnificência e nos sustenta com a sua humildade: "O Verbo fez-Se homem e habitou entre nós".

Acolhamo-l'O.

Digamos-Lhe também nós: Eis-me aqui, venho cumprir a Tua vontade. Estejamos disponíveis para a acção do Verbo, que deseja salvar o mundo também mediante a colaboração de todos os que acreditámos n'Ele. Acolhamo-1'O. E com Ele, acolhamos cada homem. As trevas parecem ainda querer sempre prevalecer: a riqueza iníqua, o egoísmo indiferente ao sofrimento dos outros, a desconfiança recíproca, as inimizades entre os povos, o hedonismo, que entenebrece a razão e perverte a dignidade humana, todos os pecados que ofendem a Deus e vão contra o amor do próximo. Devemos dar, até no meio de tantos contratestemunhos, o testemunho da fidelidade; devemos ser, até entre tantos não-valores, o valor do bem que vence o mal com a sua força intrínseca. A Cruz de Cristo dá-nos a força para isso, a obediência de Maria dá-nos o exemplo. Não recuemos. Não nos envergonhemos da nossa fé. Sejamos astros que brilham no mundo, luz que atrai e calor que persuade.

Com a minha Bênção Apostólica.

Saudações

A peregrinos polacos

Desejo dirigir hoje aos meus compatriotas aqui presentes, proporcionalmente poucos, e também aos milhões não presentes, aqui, que vivem sobretudo na Polónia, o meu pensamento e o meu coração cheio de amor, cheio de esperança e cheio de preocupação. Li, com muita atenção, as palavras escritas pelo Primaz no seu comunicado de domingo dirigido à Igreja e a toda a sociedade, e uno-me, neste espírito de preocupação e de esperança a todos os meus compatriotas, a toda a minha Pátria. Deus permita que mais uma vez vença o sentido de responsabilidade pelo bem comum, por este grande bem comum que tem o nome de Polónia. Assim, como disse durante a minha visita, a minha peregrinação à Pátria, há quase dois anos.

Abençoo de coração todos os presentes, e todos aqueles que vivem na Polónia, e também todos os nossos irmãos que se encontram no estrangeiro, e que se unem a nós nestes encontros da quarta-feira.

A um grupo de peregrinos ingleses provenientes de Londres

Desejo dirigir urna palavra de boas-vindas ao grupo proveniente de Londres: os membros do "Leo Baeck Lodge of B'nai B'rith". Prometo-vos as minhas orações, e faço votos por que a vossa visita a Roma seja fonte de felicidade espiritual.

A um grupo de Religiosas franciscanas da diocese de Münster (Vestefália)

Saúdo hoje cordialmente de maneira especial o numeroso grupo de Irmãs franciscanas da diocese de Münster. A entrega cega e confiada à vontade de Deus no serviço a Cristo e à humanidade, a que nos exorta a festa de hoje, é precisamente o ideal primordial da vossa vida religiosa. Como Maria, o vosso padroeiro São Francisco é para vós exemplo esplendoroso dessa entrega. Em conformidade com a vossa regra franciscana, procurai imitá-lo com fidelidade e zelo nas múltiplas tarefas, grandes e pequenas, de todos os dias. Com estes votos peço para vós e para todos os peregrinos aqui presentes a força e a assistência de Deus com a minha especial Bênção Apostólica.

A uma peregrinação de lbi (Espanha)

Desejo agora dirigir uma palavra de especial saudação aos membros do grupo proveniente de Ibi, Alicante.

Agradeço-vos os filiais sentimentos que quisestes manifestar-me com a vossa visita, assim como os presentes oferecidos e que serão destinados às crianças deficientes.

Encorajo-vos a olhar para a vossa vicia com sentido cristão, pensando no bem dos outros e procurando levar um pouco mais de serenidade e recursos educativos a todos, especialmente à infância. Com estes votos concedo-vos, assim como às vossas famílias e aos vossos conterrâneos, a Bênção Apostólica.

Aos participantes no "International Training Course on Orbital and Palpebral Plastic Surgery"

Saúdo os participantes no "International Training Course on Orbital and Palpebral Plastic Surgery", que se realiza aqui em Roma, e, com a minha Bênção, faço-lhes votos por um aprofundamento cada vez maior dos seus problemas profissionais em vista de um serviço sempre mais eficaz às necessidades do homem.

A neo-Sacerdotes da Companhia de Maria

Dirijo uma particular saudação aos seis neo-Sacerdotes, religiosos da Companhia de Maria ou Monfortinos, e ao grupo formado pelos seus familiares e amigos.

A vossa nova vida de serviço ao Senhor e à Sua Igreja exige certamente muito de vós. Mas a vossa força e a vossa alegria deverão provir da total doação de vós próprios a Jesus Cristo, além da protecção materna de Maria Santíssima.

E a minha cordial Bênção vos acompanhe também.

A vários grupos paroquiais europeus

Desejo também saudar os representantes dos grupos paroquiais europeus aqui presentes, animados pela espiritualidade do Movimento dos Focolares. Sei que estudais nestes dias o tema: "O sim do homem a Deus". Pois bem, os meus votos são que possais dizer sempre "sim" ao Senhor, como o disse Maria no momento da anunciação, e tornar-vos, deste modo, nas suas mãos, instrumentos fecundos de salvação para os irmãos.

Com estes votos abençoo-vos de coração.

Aos Doentes

Saúdo agora os doentes presentes nesta Audiência, juntamente com o grupo de pessoas anciãs e enfermas, hospedadas e assistidas pelas beneméritas "Irmãzinhas dos Pobres", na sua Casa da Praça de São Pedro in Vincoli, em Roma.

Caríssimos, neste tempo de quaresma, em que os cristãos recordam, também mediante o pio exercício da Via-Sacra, o Salvador do mundo, que por causa dos nossos pecados suou sangue, foi flagelado e coroado de espinhos, também vós, no vosso itinerário de sofrimento, acompanhais Cristo no seu caminho para a Cruz. Deste modo, não estareis já sós, não derramareis lágrimas em vão, porque, unidos a Ele, o vosso padecimento é remido, aliás torna-se fonte de redenção para vós e para todos os homens. Se assim souberdes abraçar as vossas dificuldades e tribulações, merecereis ser chamados a ser realmente colaboradores de Cristo na obra de santificação das almas. Sirva-vos de conforto neste vosso empenho cristão a minha especial Bênção.



Aos Jovens na Basílica de São Pedro

1. A todos dirijo as minhas afectuosas boas-vindas, e juntamente convosco saúdo as autoridades escolares e os professores que vos acompanharam a este encontro.

Desejo reservar menção especial ao grupo mais numeroso, o do Instituto do Sagrado Coração, de Florença, dirigido pelas Irmãs da Delegação Especial da Sociedade do Sagrado Coração: às Religiosas, ao Corpo Docente, aos Alunos e às Alunas, e às respectivas famílias dirigem-se a minha cordial saudação e a expressão do meu apreço pelo sério empenho formativo, tanto cultural como cristão, que caracteriza este centro escolar.

2. O nosso encontro assume particular significado devido à solenidade litúrgica na qual ele se realiza. Hoje a Igreja celebra a anunciação do Senhor feita pelo Arcanjo Gabriel a Maria Santíssima. Trata-se da realização daquele inefável mistério de amor, que é o intercâmbio entre a divindade de Deus e a nossa humanidade. Por misericordioso desígnio de Deus, a humanidade, prevaricadora com o pecado original, não foi abandonada a si mesma: um salvador, membro do género humano, portanto "nascido de mulher" (Ga 4,4), da "estirpe de David" (Rm 1,3), devia alcançar a vitória no combate com Satanás (cf. Gén Gn 3,15). E isto realizou-se mediante a Virgem Santíssima, a quem o Arcanjo do Senhor depois de a saudar cheia de graça, objecto do divino amor, faz o convite à exultação, porque o Filho que dela há-de nascer, por obra do Espírito Santo, será o próprio Filho de Deus: a Ela, portanto, e mediante Ela à humanidade, o Verbo solicitou uma natureza humana, e Maria, na sua total disponibilidade à divina vontade, ofereceu-Lha: "Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38).

3. Caríssimos jovens! Da meditação atenta e serena da resposta de Maria, advém o convite a uma fé profunda e a uma grande generosidade. A sociedade de hoje é às vezes sufocada pelos condicionamentos de uma visão agnóstica e materialista e pela tentação de autonomia humana, fechada à transcendência. É necessário que tenhais larga visão de fé, que afirmeis uma abertura para horizontes muito amplos: os do Absoluto, para poderdes apreender o sentido definitivo da existência humana e o comunicardes aos vossos coetâneos. É só mediante esta fé do Amor que salva, que as jovens gerações poderão encontrar a força para uma afirmação construtiva da dignidade do homem, em sintonia com a sua vocação de filho de Deus. Só desta sempre renovada procura do Senhor, advém para vós a força de generosa doação. A vós é confiada a construção de uma nova "civitas", dentro de cujos muros sejam cancelados as discriminações, as injustiças, os desequilíbrios e as lutas. Para isto é necessária uma acção perseverante e generosa, inspirada e alimentada pelo amor, que encontra precisamente a sua fonte naquela graça divina, meritória do "sim" de Maria. Coragem, caríssimos jovens, os horizontes são vastíssimos, multíplices as propostas. Convém agir com esclarecida criatividade e invencível perseverança. Não vos poupeis a nenhum compromisso, a qualquer esforço exigido pela consciência de dever colaborar na construção de um mundo mais justo, mais são. Conforte-vos a minha Bênção Apostólica, que vos concedo como também aos vossos familiares e professores.



                                                                           Abril de 1981

PAPA JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA GERAL

Quarta-feira, 1 de Abril de 1981




Aos Jovens na Basílica de São Pedro



A função positiva da pureza de coração

1. Antes de concluir o ciclo de considerações sobre as palavras pronunciadas por Jesus Cristo no Sermão da Montanha, é necessário recordar essas palavras uma vez mais e retornar sumariamente o fio das ideias, de que estas constituíram a base. Eis o teor das palavras de Jesus: "Ouvistes que foi dito: Não cometerás adultério. Eu, porém, digo-vos que todo aquele que olhar para uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela, no seu coração" (Mt 5,27-28). São palavras sintéticas, que exigem aprofundada reflexão, de modo análogo às palavras em que Cristo se referiu ao "princípio". Aos Fariseus, que — apoiando-se na lei de Moisés que admitia o chamado acto de repúdio — lhe tinham perguntado: "É permitido ao homem repudiar a sua mulher por qualquer motivo?", Ele respondeu: "Não lestes que o Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher? Por isso o homem deixará o pai e a mãe, e unir-se-á a sua mulher e serão os dois uma só carne... Pois bem, o que Deus uniu, não o separe o homem" (Mt 19,3-6). Também estas palavras requereram uma reflexão aprofundada, para extrair toda a riqueza nelas encerrada. Uma reflexão deste género consentiu-nos apresentar a autêntica teologia do corpo.

2. Seguindo a referência que fez Cristo ao "princípio", dedicámos uma série de reflexões aos relativos textos do Livro do Génesis, que tratam precisamente daquele "princípio". Das análises feitas surgiu não só uma imagem da situação do homem — varão e mulher — no estado de inocência original, mas também a base teológica da verdade do homem e a sua particular vocação que brota do eterno mistério da pessoa: imagem de Deus, encarnada no facto visível e corpóreo da masculinidade ou feminilidade da pessoa humana. Esta verdade encontra-se na base da resposta dada por Cristo em relação com o carácter de matrimónio, e em particular com a sua indissolubilidade. É verdade sobre o homem, verdade que faz penetrar as raízes no estado de inocência original, verdade que é necessário, portanto, entender-se no contexto daquela situação anterior ao pecado, tal como procurámos fazer no ciclo precedente das nossas reflexões.

3. Ao mesmo tempo, é preciso todavia considerar, entender e interpretar a mesma verdade fundamental sobre o homem, o seu ser de varão e de mulher, no prisma de outra situação: isto é, daquela que se formou mediante a ruptura da primeira aliança com o Criador, ou seja, mediante o pecado original. Convém ver tal verdade sobre o homem — varão e mulher — no contexto da sua pecaminosidade hereditária. E é precisamente aqui que nos encontramos com o enunciado de Cristo no Sermão da Montanha. É óbvio que na Sagrada Escritura da Antiga e da Nova Aliança há muitas narrações, frases e palavras, que vêm confirmar a mesma verdade, isto é, a de trazer o homem "histórico" em si a herança do pecado original; apesar disto, as palavras de Cristo, pronunciadas no Sermão da Montanha, parecem ter — com toda a sua concisa enunciação — uma eloquência particularmente densa. Demonstram-no as análises feitas precedentemente, que foram desvelando pouco a pouco o que está encerrado naquelas palavras. Para clarificar as afirmações relativas à concupiscência, é necessário tomar o significado bíblico da concupiscência mesma — da tríplice concupiscência — e principalmente da concupiscência da carne. Então, pouco a pouco, chega-se a compreender porque define Jesus aquela concupiscência (precisamente: o "olhar desejando") como "adultério cometido no coração". Efectuando as análises respectivas, procurámos ao mesmo tempo compreender que significado tinham as palavras de Cristo para os seus imediatos ouvintes, educados na tradição do Antigo Testamento, isto é, na tradição dos textos legislativos, como também proféticos e "sapienciais"; e, além disso, que significado podem ter as palavras de Cristo para o homem de todas as outras épocas, e em particular para o homem contemporâneo, considerando os seus vários condicionamentos culturais. Estamos persuadidos, de facto, que estas palavras, no seu conteúdo essencial, se referem ao homem de todo o lugar e de todos os tempos. Nisto está também o seu valor sintético: a cada um anunciam elas a verdade que é para ele válida e substancial.

4. Qual é esta verdade? Indubitavelmente, é uma verdade de carácter ético e portanto, afinal, de uma verdade de carácter normativo, assim como normativa é a verdade contida no mandamento: "Não cometerás adultério". A interpretação deste mandamento, dado por Cristo, indica o mal que é necessário evitar e vencer — precisamente o mal da concupiscência da carne — e ao mesmo tempo indica o bem a que a vitória sobre os desejos abre caminho. Este bem é a "pureza de coração", de que fala Cristo no mesmo contexto do Sermão da Montanha. Do ponto de vista bíblico, a "pureza de coração" significa a liberdade de todo o género de pecado ou de culpa e não só dos pecados que dizem respeito à "concupiscência da carne". Todavia, aqui ocupamo-nos de modo particular de um dos aspectos daquela "pureza", o qual constitui o contrário do adultério "cometido no coração". Se aquela "pureza de coração", de que tratamos, se entende segundo o pensamento de São Paulo, como "vida segundo o Espírito", então o contexto paulino oferece-nos uma imagem completa do conteúdo encerrado nas palavras pronunciadas por Cristo no Sermão da Montanha. Contêm uma verdade de natureza ética, põem de sobreaviso contra o mal e indicam o bem moral do comportamento humano, aliás, levam os ouvintes a evitar o mal da concupiscência e a adquirir a pureza de coração, Estas palavras têm portanto significado normativo e, também, indicador. Dirigindo para o bem da "pureza de coração", indicam ao mesmo tempo, os valores a que o coração humano pode e deve aspirar.

5. Daqui a pergunta: que verdade, válida para todo o homem, está contida nas palavras de Cristo? Devemos responder que está nelas encerrada não só uma verdade ética, mas também a verdade essencial sobre o homem, a verdade antropológica.Por isso, exactamente, remontamos a estas palavras ao formular aqui a teologia do corpo, em estreita relação e, por assim dizer, na perspectiva das palavras precedentes, em que se referira Cristo ao "princípio". Pode-se afirmar que, com a sua expressiva eloquência evangélica, à consciência do homem da concupiscência é, em certo modo, recordado o homem da inocência original. Mas as palavras de Cristo são realistas. Não procuram obrigar o coração humano a voltar ao estado de inocência original, que o homem já deixou atrás de si no momento em que cometeu o pecado original; pelo contrário, indicam-lhe o caminho para uma pureza de coração, que lhe é possível e acessível também no estado da pecaminosidade hereditária. É, esta, a pureza do "homem da concupiscência", que todavia está inspirado pela palavra do Evangelho e aberto à "vida segundo o Espírito" (em conformidade com as palavras de São Paulo), é esta a pureza do homem da concupiscência, que está envolvido inteiramente pela "redenção do corpo", realizada por Cristo. Precisamente por isto encontramos nas palavras do Sermão da Montanha a referência ao "coração", isto é, ao homem interior. O homem interior deve abrir-se à vida segundo o Espírito, para que a pureza evangélica de coração seja por ele participada: para que ele reencontre e realize o valor do corpo, libertado dos vínculos da concupiscência mediante a redenção.

O significado normativo das palavras de Cristo está profundamente radicado no seu significado antropológico, na dimensão da interioridade humana.

6. Segundo a doutrina evangélica, desenvolvida de modo tão maravilhoso nas Cartas paulinas, a pureza não é só abster-se da impudicícia (cf. 1Th 4,3), ou seja temperança, mas, ao mesmo tempo, abre também o caminho para uma descoberta cada vez mais perfeita da dignidade do corpo humano; o que está organicamente ligado com a liberdade do dom da pessoa na autenticidade integral da sua subjectividade pessoal, masculina ou feminina. Deste modo a pureza, no sentido de temperança, desenvolve-se no coração do homem que a cultiva e tende a descobrir e a afirmar o sentido esponsal do corpo na sua verdade integral. Esta mesma verdade deve ser conhecida interiormente; deve, de certo modo, ser "sentida com o coração", para que as relações recíprocas do homem e da mulher — e mesmo o simples olhar — readquiram aquele conteúdo autenticamente esponsal dos seus significados. E é precisamente este conteúdo que no Evangelho é indicado pela "pureza de coração".

7. Se na experiência interior do homem (isto é, do homem da concupiscência) a "temperança" se desenha, por assim dizer, como função negativa, a análise das palavras de Cristo, pronunciadas no Sermão da Montanha e relacionadas com os textos de São Paulo, consente-nos deslocar tal significado para a função positiva da pureza de coração. Na pureza consumada o homem goza dos frutos da vitória alcançada sobre a concupiscência, vitória a que se refere São Paulo ao exortar a que "se mantenha o próprio corpo com santidade e respeito" (1Th 4,4). Mais, exactamente numa pureza assim consumada manifesta-se em parte a eficácia do dom do Espírito Santo, de que o corpo humano "é templo" (cf. 1Co 6,19). Este dom é sobretudo o da piedade (donum pietatis), que restitui à experiência do corpo — especialmente quando se trata da esfera das relações recíprocas do homem e da mulher — toda a sua simplicidade, a sua limpidez e também a sua alegria interior. Este é, como se vê, um clima espiritual, bem diverso da "paixão e concupiscência", sobre que escreve Paulo (e que, por outro lado conhecemos devido às precedentes análises; baste recordar o Si 26,13 Si 26,15-18). Uma coisa é, de facto, a satisfação das paixões, outra a alegria que o homem encontra em possuir-se mais plenamente a si mesmo, podendo deste modo tornar-se, ainda mais plenamente, um verdadeiro dom para outra pessoa.

As palavras pronunciadas por Cristo no Sermão da Montanha dirigem o coração humano precisamente para tal alegria. A elas é necessário confiarmo-nos a nós mesmos, confiarmos os nossos pensamentos e as próprias acções, para encontrar a alegria e a oferecer aos outros.



Aos Jovens na Basílica de São Pedro

Rapazes e jovens caríssimos

Estou contente de vos dirigir a minha particular saudação neste encontro, que é todo para vós. Vejo-vos numerosos e cheios de entusiasmo, e isto conforta-me, porque convosco a Igreja é jovem, convosco é rica do desejo de contribuir para a renovação do mundo, convosco está pronta também a superar todas as possíveis dificuldades.

Vós sabeis que já está próxima a festa da Páscoa, que é a mais importante de todo o ano. Contudo, ela é precedida pelo período da Quaresma, que estamos ainda a viver nestes dias. Este é, por isso, um período de preparação, quase de introdução às celebrações pascais.

Pois bem, quero dizer-vos que, sob este ponto de vista, a Quaresma é um pouco a imagem da nossa vida ou pelo menos de parte dela. Também nós devemos preparar-nos, se quisermos realizar grandes coisas ou de alguma maneira úteis a nós mesmos e à sociedade. As coisas importantes não se improvisam. De modo particular os vossos anos representam uma etapa de preparação e de tirocínio para enfrentardes depois, com fruto, as futuras responsabilidades, que a vida vos reservará na família, na sociedade, na Igreja.

Por isso, desejaria fazer-vos uma recomendação: vivei diligentemente e com alegria estes vossos anos, para que não sejam vazios mas densos de conteúdos; vivei-os no estudo, na oração, no aprofundamento da vossa fé cristã e também nos exercícios físicos para o cultivo da saúde. Só assim eles poderão constituir uma reserva preciosa e fecunda para os anos futuros. Certamente vós tendes na Escola tarefas a cumprir e provas a fazer. E bem sabeis que elas tanto mais bom êxito terão quanto mais estiverdes seriamente preparados. Assim é na vida. Ela vos reserva tarefas e provas ainda mais empenhativas, mas pelos resultados também mais satisfatórias, que exigem não só o conhecimento teórico de uma lição, mas sobretudo a maturidade integral da vossa pessoa. Eis porque deveis esforçar-vos desde agora, e sempre, por crescer interiormente, por adestrar-vos na virtude, por ser generosos e não egoístas, por amar os outros e aprender a servi-los, por contribuir para a paz social e em geral para um mundo verdadeiramente melhor. Assim, também a vossa alegria será mais plena.

É nestes exactos termos que se exprimia de maneira feliz o grande profeta Isaías num texto, que é lido precisamente na Quaresma:

"É este o jejum que eu aprecio:... quebrar toda a espécie de jugo..., repartir o seu pão com o esfomeado, dar abrigo aos infelizes sem asilo, vestir os nus... Então a tua luz surgirá como a aurora... Então invocarás o Senhor e Ele te atenderá; clamarás e Ele dirá: 'Eis-Me aqui!'... A tua luz brilhará na escuridão, e as tuas trevas tornar-se-ão como o meio-dia" (Is 58,6-10).

Rapazes e jovens caríssimos, sejam estas palavras o vosso luminoso programa! E o Senhor vos ajude a realizá-lo todos os dias, enquanto eu vos concedo de coração a minha paterna Bênção Apostólica.



Saudações

A um grupo misto Católico-Anglicano proveniente de Tolosa e Manchester

Dou as boas-vindas ao grupo de peregrinos Católicos e Anglicanos provenientes de Tolosa e Manchester; e faço votos por que a "gemelagem" das duas Catedrais contribua para maior compreensão e progresso da unidade entre Católicos e Anglicanos em ambas as cidades.

A peregrinação japonesa "Don Bosco"

Desejo cordiais boas-vindas hoje ao grupo proveniente do Japão. Durante a minha visita pastoral ao Japão procurei conhecer melhor o vosso País e o seu povo. Renovo as minhas orações por todos vós, a fim de que cresçais no amor de Deus e antecipeis a vinda do seu reino servindo os outros e contribuindo para a causa da paz. Deus vos abençoe a todos.

A um grupo de Religiosas alemãs

Dirijo hoje uma especial saudação de boas-vindas ao Conselho Geral e às Mestras de Noviças da Congregação das Pobres Irmãs Escolápias de Nossa Senhora, que se encontram aqui presentes. Pedindo a luz e a assistência de Deus, uno-me ao vosso intercâmbio de experiências de carácter internacional, sobre o urgente problema das vocações religiosas e sobre as rectas orientações espirituais na vida religiosa. Tende em conta, antes de tudo, as palavras que o Concílio dirige aos religiosos: "o exemplo da sua vida é a melhor recomendação do seu instituto um. convite a abraçar a vida religiosa' (Perfectae caritatis PC 24). Desejando que estas vossas reuniões sejam frutuosas e que o vosso seguimento pessoal de Cristo seja sempre mais profundo, concedo-vos de coração a minha Bênção Apostólica.

Aos participantes no IV Congresso Nacional (italiano) para Delegadas e Animadoras das Pontifícias Obras Missionárias

Desejo também dirigir particular saudação às participantes no IV Congresso Nacional para Delegadas e Animadoras das Pontifícias Obras Missionárias.

Caríssimas! Viestes a Roma de cerca de cem Dioceses da Itália para estudar em conjunto o tema da animação da comunidade em vista da evangelização universal à luz da Encíclica Dives in Misericordia, e eu aprecio vivamente e agradeço a vossa presença e o empenho exemplar que demonstrais neste trabalho apostólico tão importante e significativo. O Senhor abençoe os vossos propósitos e os torne eficazes, a fim de que nas vossas Dioceses surjam numerosas e santas vocações missionárias e se incremente cada vez mais o empenho para anunciar a todo o mundo o amor misericordioso do Altíssimo.

À peregrinação da diocese de Acqui Terme (Itália)

Participa nesta Audiência de hoje a peregrinação da diocese de Acqui Terme, acompanhada pelo seu Bispo D. Lívio Maritano.

Ao dirigir a Ti, venerado Irmão, e aos teus fiéis, a minha cordial saudação, desejo exprimir antes de tudo a minha gratidão pelos sentimentos de sincero apego à Sé de Pedro, de que é testemunho esta visita. A diocese de São Guido, que deu à Igreja Santos da estatura de um São Paulo da Cruz e de uma Santa Maria Domingas Mazzarello, deve sentir vivamente o dever de generosa adesão aos valores evangélicos, a que um património assim tão rico de tradições cristãs a compromete. A visita aos lugares consagrados pelo sangue dos Mártires e, de modo particular, a paragem junto do túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo estimulem em vós o propósito de que, "como bons dispenseiros das graças de Deus, ponha cada um à disposição dos outros o dom que recebeu" (1P 4,10). São palavras da Primeira Carta de Pedro, que vos deixo como recomendação especial juntamente com a minha Bênção Apostólica, que de boa vontade faço extensiva àqueles que vos são queridos e à inteira Comunidade diocesana.

Aos Doentes

A vós, caríssimos doentes, que sofreis, e que todavia quisestes participar nesta Audiência, desejo exprimir de modo muito especial a minha afectuosa saudação. Agradeço a vossa presença tão significativa, e sobretudo o exemplo que dais, aceitando cumprir com amor e generosidade a vontade de Deus. Neste período da Quaresma que estamos vivendo e ao aproximar-nos da Semana Santa, gosto de vos dizer também aquilo que afirmei em Anchorage, no Alasca: "Não nos deixemos nunca confundir pelo sofrimento que pode entrar na nossa vida, mas procuremos antes transformá-lo à luz da Cruz do nosso Salvador Jesus Cristo. Oxalá depositemos sempre a nossa confiança no Espírito Santo, para descobrirmos em cada situação nova uma ocasião para alargar o amor redentor de Cristo" (26 de Fevereiro de 1981, Homilia no Delaney Park).

A minha confortadora Bênção Apostólica vos ajude.



AUDIÊNCIAS 1981 - AUDIÊNCIA GERAL