Discursos João Paulo II 1981 - Domingo, 18 de Outubro de 1981

DISCURSO DE JOÃO PAULO II


AOS BISPOS DE ANGOLA E DE SÃO TOMÉ


POR OCASIÃO DA VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM»


Terça-feira, 20 de Outubro de 1981



Dilectos Irmãos no Episcopado

É com muita alegria que vos recebo hoje, na primeira visita ad limina Apostolorum após a independência dos vossos Países, isto é: de São Tomé e Príncipe em 12 de Julho de 1975 e de Angola em 11 de Novembro do mesmo ano. Devido às conhecidas circunstâncias, não me foi possível encontrar o primeiro grupo de Bispos da vossa tão querida terra, vindo em Junho passado, com o Senhor Dom Eduardo André Muaca, Arcebispo de Luanda e Presidente da Conferência Episcopal. Mas em vós vejo representada a comunidade angolana e a de São Tomé e Príncipe numa nova fase da sua vida como povo, com valores próprios, no concerto das nações.

Para todos e cada um de vós, as minhas afectuosas saudações que acompanho de preces ao Todo-poderoso para que vos ilumine e fortaleça na missão apostólica, toda ela dirigida para o bem-estar integral do homem, neste tão importante momento histórico dos vossos dois Países.

1. Tenho conhecimento da união existente no vosso Episcopado e esta visita ao Sucessor de Pedro vem evidenciar tal nota de vitalidade da Igreja. Na verdade, como recorda o Segundo Concílio do Vaticano, o Romano Pontífice “ é perpétuo e visível fundamento da unidade, não só dos Bispos mas também da multidão dos fiéis. E cada um dos Bispos é principio e fundamento visível da unidade nas suas respectivas igrejas, formadas à imagem da Igreja católica, una e única.

Pelo que cada um dos Bispos representa a sua igreja e, todos em união com o Papa, no vínculo da paz, do amor e da unidade, a igreja inteira ”.

2. A Igreja em Angola como em São Tomé e Príncipe é uma realidade viva e vital. E faremos quanto esteja ao nosso alcance para que possa continuar e aumentar esta sua vitalidade ao serviço do bem-estar de todos, particularmente dos mais necessitados, sem exclusivismos. Aos Bispos, corno Sucessores dos Apóstolos, foi confiada pelo Senhor a missão de anunciar a mensagem do Evangelho a todo o homem. Isto, que para os Pastores é um dever, é reconhecido pelo Ius Gentium e codificado na Carta Magna das Nações como direito natural do Homem.

O trabalho que tendes realizado no campo catequético, particularmente no que diz respeito à juventude e à família, é digno de especial menção. Desejo exortar-vos vivamente a prosseguir em tal sentido, possivelmente com novas iniciativas num espírito criativo de serviço à comunidade nas circunstâncias concretas do momento histórico.

3. Uma das dificuldades maiores da vossa comunidade é a escassez de sacerdotes. É meritório o cuidado que tendes dispensado às vocações religiosas e sacerdotais. São, na verdade, de importância decisiva para a evangelização e consolidação da vida de fé dos povos. Todos os empreendimentos neste sector fundamental têm o meu mais complacente apoio e o mais cordial alento.

Como sabéis, as vocações nascem, desenvolvem-se e amadurecem na família. São, quase sempre, fruto de famílias onde se vive intensamente segundo os princípios da fé. É pois necessário tender à família, na senda do último Sínodo dos Bispos. Das boas famílias virão os homens que serão fermento de uma sociedade cada vez mais justa, mais fraterna, de uma sociedade melhor. As vocações maduram num laicado consciente, plenamente realizado pela fé, responsável da sua função no meio onde vive.

Presentemente tendes apenas um Seminário Maior, em Huambo. As vocações, com a graça de Deus, estão aumentando. Quero recomendar-vos a adequada formação espiritual dos seminaristas, dos que serão vossos imediatos colaboradores. Tenha sempre lugar prioritário nos vossos planos pastorais.

Os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, que consagram a sua vida total, absoluta e incondicionalmente ao serviço de Deus e ao amor do próximo, merecem toda a vossa solicitude para que se realizem com felicidade autêntica, ainda que por vezes tenham que encontrar se no mar alto e agitado.

Com a alma exultante de alegria, vejo, como uma das características de vossa Igreja, a promoção solícita e incansável de vários centros de vida contemplativa, revelando assim o primado dos valores espirituais ante o perigo de uma secularização materialista do homem de hoje, o qual, mais que nunca, sente a necessidade dos valores do espírito.

4. Aprecio vivamente o vosso zelo vigilante e eficaz no campo da missão específica da Igreja que, alheia a intervenções que estão fora da sua competência, presta serviços não indiferentes à causa da humanidade em geral e ao povo em cujo meio actua como Mãe e Mestra, com particular solicitude pelos filhos mais necessitados.

Gostaria de exprimir o desejo de que a sabedoria humana de todos os vossos concidadãos conheça e queira beneficiar-se com confiança da obra da Igreja. Da Nossa parte encontrarão sempre a porta aberta com a melhor e mais sincera boa vontade de serviço.

Continuai trabalhando com renovado entusiasmo. A cada um de vos, aos sacerdotes, religiosos, religiosas, seminaristas e ao querido povo de Angola e de São Tomé e Príncipe os melhores desejos de felicidade, progresso integral, em penhor do que vos dou a Bênção Apostólica.



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AO GRUPO SICILIANO «JUVENTUDE FRANCISCANA»


Sexta-feira, 30 de Outubro de 1981



Caríssimos jovens!

É-me grato receber todos vós, pertencentes à "Juventude Franciscana" da Sicília, e dar-vos as minhas cordiais boas-vindas, como também aos Frades Menores Conventuais, que vos acompanharam a este encontro, na véspera da Reunião nacional em Assis.

Sei que estais a realizar, nas várias sedes sicilianas onde trabalhais, um interessante caminho de fé e de formação franciscana, inspirando-vos, em particular, na espiritualidade do Beato Maximiliano Kolbe, na dúplice celebração do 40º aniversário da morte e do decénio da sua elevação às honras dos altares. Sei que estais empenhados no ensino da catequese e em diversas obras de promoção social.

Congratulo-me sinceramente convosco não só porque alimentais estes ideais procurando traduzi-los na prática, mas também porque, fazendo-o, sois uma força para a Igreja e dais seguras garantias para o futuro do mundo. Prodigardes-vos vós pelos irmãos é sinal de que, apesar de tantas sombras, a luz resplandece no mundo, a boa vontade predomina sobre a indolência e se reforçam as premissas para um novo humanismo, que faça reencontrar os valores do amor, da amizade, da oração e da contemplação: igualmente características, estas, que foram sinais distintivos do "Poverello" de Assis e de quantos, como vós, seguem hoje as pegadas da sua fascinadora aventura, a oito séculos do seu nascimento.

Vós, que vos inspirais na figura seráfica de Francisco, não tenhais receio de testemunhar sempre e em toda a parte aquele estilo de vida, que foi próprio do Santo, e se tornou característico ao longo dos séculos por um sentido extraordinário de pobreza evangélica, de humildade e anticonformismo; e se distingue também pela decorosa simplicidade pessoal, pela atenção para com o irmão e pela fiel comunhão com a Igreja.

Desde o dia em que o Crucifixo da Capela de São Damião disse ao jovem Francisco: "Vai e repara a minha Igreja" (2 Cel. 10), ele fez-se intrépido defensor e restaurador da Igreja do seu tempo. Também vós fazeis o mesmo, caminhando pela estrada por Ele traçada. Na vossa estadia em Assis, renovai os vossos bons propósitos; e reconfortados nas fontes da inspiração franciscana, levai para as vossas casas e para as vossas Associações o exemplo da bondade e o testemunho das vossas certezas cristãs.

Acompanhe-vos sempre a minha: especial Bênção Apostólica que de bom grado vos concedo como também aos vossos Entes queridos.



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


À ASSEMBLEIA PLENÁRIA DA PONTIFÍCIA COMISSÃO


PARA A REVISÃO DO CÓDIGO DE DIREITO CANÓNICO


Quinta-feira, 29 de Outubro de 1981



1. Veneráveis Irmãos

No dia 25 do mês de Janeiro de 1959, isto é na festa da conversão de São Paulo, o meu Predecessor de veneranda memória João XXIII anunciou à Igreja o seu propósito de convocar um Concílio Ecuménico e promover a revisão do Código do Direito Canónico então em vigor.

Por Divina Providência aconteceu porém que ele só visse o princípio desse grandioso acontecimento, que foi para a Igreja o Concílio Ecuménico Vaticano II, e iniciasse apenas a revisão projectada das leis universais da Igreja Latina. Pôde contudo estabelecer as linhas gerais do futuro trabalho de actualização das leis eclesiásticas, quando, acabada já a Primeira-Sessão do Concílio, instituiu no dia 28 do mês de Março do ano de 1963 a "Pontifícia Comissão para Rever o Código do Direito Canónico" e decretou que a mesma Comissão se lançasse à enorme empresa trabalhando em comum com as Comissões conciliares e com a Secretaria Geral de mesmo Concílio, no claro intento de fazer que o novo Código levasse a efeito tudo o que viesse a afirmar e decidir o Concílio.

2. O novo Código foi, por conseguinte, projectado juntamente com o Concílio, mas também e sobretudo em relação com ele.

Na verdade, os próprios Padres conciliares fizeram expressa referência, nas suas deliberações, ao futuro novo Código, dando na matéria orientações claras, de modo que ele viesse a constituir um fruto do Concílio e, com maior precisão, o instrumento para se realizarem os fins e se conseguirem os frutos ambicionados pelo Concílio.

Mas, como é bem sabido, o Concilio Ecuménico Vaticano II, tendo como centro da atenção o mistério da Igreja (Constituição Lumen Gentium ) e a missão dela no mundo contemporâneo (Constituição Gaudium et Spes ), forneceu visão muito mais plena da Eclesiologia e fez notar que ela exigia uma orientação das leis da Igreja adequada a esta visão e ambientada nestes horizontes.

As leis eclesiásticas têm a sua razão de ser e fundamento no mistério da Igreja, que esta, no próprio âmbito, concorre para revelar e pôr em prática de maneira que o primeiro e essencial papel da dimensão institucional da Igreja está em manifestar e transmitir visivelmente o carisma salvador que influi na história (Decreto Optatam Totius OT 16).

Nesta matéria ensinou o Concílio muito a propósito: "Assim como a natureza assumida serve ao Verbo Divino como órgão vivo de salvação, a Ele indissoluvelmente unido, de modo semelhante a estrutura social da Igreja serve ao Espírito de Cristo que a vivifica para fazer progredir o seu Corpo Místico" (Lumen Gentium LG 8).

Mais ainda: a actividade da instituição da Igreja está em circunscrever e defender o campo em que se há-de exercer a caridade eclesial, ajudando os particulares a tomar consciência dos próprios direitos-deveres, a harmonizá-los na execução com os dos outros, a concorrer em harmoniosa concórdia de intentos e actividades para o bem da Comunidade inteira. A este propósito, acautelou o meu Predecessor Paulo VI de veneranda memória: "O direito... não é impedimento, mas apoio pastoral; não mata mas vivifica. A sua função principal não é reprimir ou opor-se, mas estimular, promover, proteger e salvaguardar o espaço da autêntica liberdade" (Discurso aos participantes no Congresso Internacional promovido em Roma pela Pontifícia, Universidade Gregoriana, por ocasião do 1° século da fundação da Faculdade de Direito Canónico na mesma Universidade, 19 de Fevereiro de 1977, em AAS 69, 1977, PP 211-212).

Certamente, a revelação última da caridade virá a descobrir quanto é relativa toda a lei. Mas quem diz relatividade não diz inutilidade e menos ainda invalidada.

3. Realmente estas considerações colocam na devida luz qual a importância de levar a Igreja a que se mostre, pelas instituições jurídicas, como "sacramento ou sinal, e também instrumento da união última com Deus e da unidade de todo o género humano" (Const. Lumen Gentium LG 1), tomando como seu cargo pastoral levar todos os homens à salvação, segundo o mandato e exemplo do seu divino Fundador, vindo "não para julgar o mundo, mas para que o mundo se salvasse por meio d'Ele" (Jn 3,17).

E as mesmas considerações mostram ainda com que singular prudência, por entre quais dificuldades e com que trabalho ingente a "Pontifícia Comissão para Rever o Código de Direito Canónico" teve de enfrentar o seu trabalho, desde que foi constituída. Para esta tarefa contribuíram 93 entre Cardeais e Bispos dos vários Continentes como membros; 185 Consultores das várias partes do mundo; e peritos das Conferências Episcopais, dos Dicastérios da Cúria Romana, das Universidades e dos Centros culturais.

Mostraram-se indispensáveis: um cuidadoso exame sobretudo dos documentos conciliares e pós-conciliares; a preparação dos "Princípios directivos da revisão do Código do Direito Canónico", princípios discutidos e aprovados pelo Sínodo dos Bispos de 1967; e uma vastíssima consulta a respeito dos projectos dos vários livros, vindos dos Bispos, de todas as Conferências Episcopais, dos Dicastérios da Cúria Romana, das Universidades e doutros Organismos dalgum modo interessados.

Aliás, não só á opinião pública seguiu com muita atenção os trabalhos, mas também em particular os especialistas, cujas observações, por vezes severas, não pouco contribuíram para novos esclarecimentos.

4. Nestes últimos dias vós, Padres da Sessão Plenária — na qual em certo modo está representado todo o corpo da Igreja, não só geograficamente mas também quanto às culturas e tendências dos povos — fostes chamados para dar a vossa apreciação acerca do trabalho feito.

Quanto a isto, vejo com grande prazer que tomastes a missão, que vos foi confiada, com grande empenho, profunda competência, admirável concórdia, viva solicitude pastoral, vasta experiência e corajosa abertura de espíritos, havendo o empenho de examinar as questões com diligência e exprimindo vós com ponderação as observações e os pareceres.

Nem vos passa despercebida, Pastores da Igreja, a grande importância que tem o Direito Canónico na vida da comunidade cristã, até sublinhardes a necessidade da formação de sacerdotes nas ciências jurídicas e sobretudo a exigência para a Igreja de um Direito certo. Precisamente desta consciência brotou o desejo, por vós expresso, de uma conclusão da fase preparatória do novo Código, de maneira que ele possa receber a sua definitiva formulação e tornar-se operante para bem de toda a Igreja.

5. Será pois cuidado meu examinar com a maior atenção o resultado do trabalho e as aspirações em ordem a que se conclua definitivamente a revisão das normas canónicas.

Entretanto muito me apraz agradecer-vos a parte de grande importância que todos desempenhastes nesta Sessão Plenária.

Apresenta-se-me também o ensejo de louvar o trabalho, sem dúvida pesado, que nestes anos desempenhou a "Pontifícia Comissão para Rever o Código do Direito Canónico", cujos membros não se pouparam a nenhum trabalho para se chegar a estes felizes efeitos com os quais tanto nos regozijamos neste momento.

A todos os membros em conjunto fique patente a minha gratidão a começar pelo Presidente Cardeal Péricie Felici. E continuo referindo-me aos diligentes Secretários, o Bispo Dom Rosálio Castillo Lara e o Rev.do Senhor Willy Onclin; e depois aos Conselheiros e Oficiais da mesma Comissão. Todos estes se entregaram durante vários anos ao estudo das matérias, à comparação e à troca de ideias, tendo sempre em vista a edificação do Povo de Deus. A cada um agradeço do fundo do coração.

Nem posso deixar de me recordar também do Cardeal da Santa Igreja Romana Pietro Ciríaci, primeiro Presidente desta Pontifícia Comissão; e dos primeiros Secretários, o Cardeal da Santa Igreja Romana Giácomo Violardo e o Reverendo Padre Ramón Bigador; e da mesma maneira dos Membros e Consultores já falecidos que entraram na Pátria.

Desejo também manifestar o meu espírito reconhecido a todos quantos seguiram o trabalho e para ele contribuíram de um ou outro modo.

A todos pague o Senhor com abundantíssima remuneração, de que seja penhor a Bênção Apostólica que da melhor vontade vos concedo e àqueles a quem estreito no Senhor com o abraço da comunhão fraterna.



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS BISPOS DO SUDÃO POR OCASIÃO


DA VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM»


Sexta-feira, 30 de Outubro de 1981



Muito amados Irmãos

1. Reunimo-nos hoje em nosso Senhor Jesus Cristo, sob o signo da esperança. Na realidade, a nossa verdadeira presença, aqui juntos, é uma celebração de "Cristo Jesus nossa esperança" (1Tm 1,1), e todas as nossas reflexões giram em união com Ele.

2. A história da Igreja, no Sudão, é história de esperança. A evangelização do vosso povo foi concebida na esperança, e a semente da palavra de Deus foi lançada à terra na esperança. Foi a esperança que originou o princípio da evangelização; e foi a esperança que inspirou os subsequentes esforços apostólicos. Os missionários, que estavam eles próprios "fundados e firmes, inabaláveis na esperança do Evangelho" (Col 1,23), levaram esta esperança aos vossos antepassados. Eles mesmos esperaram no Único que eles pregavam, e em cujo nome eles vieram servir. Entre os heróis da esperança na vossa terra estava o Apóstolo do Sudão, o Bispo Daniel Comboni, cujo centenário de morte comemoramos durante este mês.

3. Embora longe de ser completa, e apesar de inúmeras dificuldades, a colheita tem sido rica. O nome do Senhor Jesus foi pregado, e a esperança da salvação foi proclamada. Por meio da divina graça, a marcha vai para a frente, como sucessivas gerações — mesmo se apenas gradualmente — são levadas a compreender e descobrir o único que é o termo de toda a revelação profética, o Senhor da Esperança: "Vejo-O, mas não agora; contemplo-O, mas não está próximo" (Nb 24,17).

4. O próprio centenário da morte do Bispo Comboni tornou-se um símbolo de esperança no Sudão. Nesse mesmo dia, há três semanas, a esperança missionária encontrou cumprimento quando o Arcebispo Zubeir sucedeu ao seu amado predecessor, o Arcebispo Baroni, como Metropolitano de Cartum. É também uma alegria para mim notar os vários planos concretos que têm sido postos em prática em relação com esta importante celebração centenária, como as zelosas iniciativas que a vossa Conferência Episcopal patrocinou em concordância com o seu plano pastoral de Novembro de 1979. E todos estes planos e iniciativas estão ligados à esperança que foi revelada no Evangelho de Cristo. Ulteriores indicações eloquentes de esperança e razões para alegria descobrem-se no recente estabelecimento das Irmãs Missionárias da Bem-aventurada Virgem Maria, e no préstimo e assistência doutros dedicados religiosos.

5. Sim, caros Irmãos, apesar de todos os obstáculos e tribulações que se têm de encontrar no serviço do Evangelho, é evidente que o Mistério Pascal de Jesus é perene e nascente efectiva de esperança para vós e para o vosso povo. Não nos diz São Pedro que "fomos regenerados pela Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma esperança viva" (1P 1,3)?

6. O desejo do meu coração é hoje de vos confirmar nesta "esperança viva", de vos assegurar a minha fraternal e devota solidariedade em Cristo Jesus, e dar testemunho ao amor da Igreja Universal por estas comunidades eclesiais a que vós presidis e por que dais as vossas vidas em amoroso serviço pastoral. A minha mensagem é mensagem de esperança motivada pelo amor por vós, amor pelos vossos sacerdotes, vossas irmãs e vossos leigos. Por meio de vós e de todo o vosso povo, unido pela palavra e pelo sacramento como numa comunidade, o Senhor Jesus deseja conservar viva a invencível esperança do Seu Evangelho. E nesta conjuntura da história, vós mesmos sois chamados a pastorear o vosso povo, a levá-lo a colocar a sua esperança no misericordioso Salvador do mundo, no Redentor dos homens.

Sim, o vosso serviço pastoral consiste em levar o rebanho, confiado aos vossos cuidados, à esperança na eficácia da paixão de Cristo, no poder da Sua Ressurreição, na realidade das Suas promessas e no amor da Sua Pessoa.

Amados Irmãos, o vosso ministério e meu está em proclamar incessantemente a Palavra Encarnada de Deus, Filho do eterno Pai, "Cristo Jesus nossa esperança".



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS PARTICIPANTES NO CONGRESSO ECLESIAL


DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL ITALIANA


Sábado, 31 de Outubro de 1981



Caros Irmãos e Irmãs!

1. É com prazer que apresento a minha cordial saudação a todos vós, Delegados das Dioceses italianas e das Associações cristãs, que vos reunistes em Roma por ocasião do nonagésimo aniversário da Encíclica Rerum Novarum do meu Predecessor Leão XIII, recentemente recordada também com a minha Carta Laborem exercens.

A iniciativa, promovida pela Comissão da Conferência Episcopal Italiana para os problemas sociais e o trabalho, é digna de louvor, porque pretende dar ajuda às comunidades cristãs e a cada cristão para uma sua presença cada vez mais coerente na realidade social italiana. Como, de facto, ensinou o Concílio Vaticano II, "o divórcio entre a fé que professam e a vida diária de muitos deve ser apontado entre os erros mais graves do nosso tempo... Não se criem, por conseguinte, oposições artificiais entre as actividades profissionais e sociais, por um lado, e a vida religiosa por outro" (Gaudium et Spes GS 43). Segundo o Concílio, o divórcio entre a fé, por um lado, e o próprio compromisso social, pelo outro, é um erro, porque implica e pressupõe uma concepção da fé não conforme com a Tradição da Igreja e uma visão do homem que não é nem unitária nem completa. Com razão, portanto, os Padres conciliares falaram de "oposição artificial", isto é não fundada sobre a verdade inteira da pessoa humana.

Este ensinamento conciliar é muito rico de consequências que devem orientar o cristão no seu compromisso social. Só quando o cristão conservar fielmente a própria identidade, estará em condições de dar o seu contributo específico para a construção de uma sociedade, que seja verdadeiramente conforme com a medida total da verdade e da dignidade da pessoa humana; o cristão, assim, forte desta sua identidade, poderá mais eficazmente confrontar-se com todos os outros que se empenham em contribuir para a edificação da mesma sociedade e para o verdadeiro progresso do homem. Se assim não for, torna-se aquele sal insípido, de que fala o Evangelho, bom apenas para ser lançado fora e ser pisado pelos homens (cf. Mt Lumen Gentium, 33).

A coerência com a própria fé não só não impede o cristão de estar presente e empenhado na construção da sociedade, mas esta coerência, vivida sem compromissos, assegura dentro da cidade dos homens a presença de uma luz, de uma verdade, de uma vida em que as relações sociais nascem e se constróem sobre o reconhecimento da dignidade do homem. Está nisto a responsabilidade da comunidade cristã; se ela não for ela mesma, se não realizar uma presença autêntica, vem a faltar à sociedade, da parte dos cristãos, o que lhe permite ser uma verdadeira comunhão de pessoas.

A unidade mais importante que hoje se deve continuamente reconstruir é a unidade entre a fé e o compromisso social, para evitar aquele "divórcio" ou "oposição artificial" de que fala o Concílio.

2. Se procurarmos descobrir as raízes de tal divórcio, entre elas não é a última a ideia de que a fé não oferece reais orientações para guiar o compromisso do cristão na sociedade, critérios objectivos de avaliação para a consciência.

Mas, como ainda o Concílio Vaticano II ensina, "o mistério do homem só se esclarece verdadeiramente no mistério do Verbo Encarnado... Cristo... na mesma revelação do mistério do Pai e do seu amor, manifesta perfeitamente o homem ao próprio homem e descobre-lhe a sublimidade da sua vocação" (Gaudium et Spes GS 22). A fé, por conseguinte, leva à realização, purificando-o de eventuais erros, tudo o que também a razão humana pode conhecer do homem. E precisamente a total verdade do homem, com as exigências morais, incondicionadas e absolutas, que dela brotam, constituem a orientação primária e fundamental das opções concretas do cristão comprometido na sociedade. "Se a solução — ou melhor, a gradual solução — da questão social, que continuamente se reapresenta e se vai tornando cada vez mais complexa, deve ser buscada no sentido de tornar a vida humana mais humana" (Laborem exercens LE 3), então é fácil compreender que toda a incerteza, ambiguidade e compromisso no campo da visão do homem tem efeitos bastante negativos em todos os aspectos da vida social. Nem se deve pensar que referir-se à verdade sobre o homem e às exigências incondicionadas que lhe são consequentes tenha escassa, incidência na solução dos problemas quotidianos e concretos postos pela sociedade. Pelo contrário, toda a relação social, na sua substância ética, consiste precisamente no reconhecimento da dignidade de cada homem, em reconhecer a cada um — realmente — o seu ser pessoa. Se o cristão, por conseguinte, não se deixar guiar na sua actividade social por esta visão do homem, poderá, também ele elaborar soluções parciais e técnicas de cada problema. Todavia, em última análise, não terá tornado mais humana a sociedade, mas apenas, ao máximo, tecnicamente mais eficiente a organização social.

À luz destes apelos essenciais compreendemos o dever-direito do Magistério em relação ao problema social. Chamados como são a dar testemunho à Verdade, os pastores da Igreja receberam de Cristo mesmo a missão e a autoridade de dizer ao homem a verdade inteira sobre o homem e as exigências desta verdade (cf. Discurso de abertura aos Bispos de Puebla, n. 9). Estas exigências, por derivarem da perene identidade da pessoa humana, transcendem toda a situação histórica e precisamente por isto são capazes de orientar o compromisso do cristão em toda a parte e tempo, sendo estes chamados a "gravar a lei divina na vida da cidade terrestre" (Gaudium et Spes GS 43).

A doutrina social proposta pela Igreja, portanto, deve ser fielmente seguida, nem poderá haver razões de ordem histórica que possam justificar a infidelidade à mesma. Seria construir ideologias sobre as areias móveis e não sobre a rocha de uma verdade que está antes e acima de todas as ideologias e de todos os sistemas e dos mesmos é critério de juízo. Só desta unidade com o Magistério, que ensina por mandato de Cristo a verdade sobre o homem, pode nascer um compromisso do leigo verdadeiramente eficaz, isto é capaz de promover realmente a dignidade da pessoa.

3. Na base deste ensinamento do Magistério cria-se a verdadeira unidade entre todos os cristãos comprometidos na sociedade e com todos os homens de boa vontade.

Existe, deve existir uma unidade fundamental, que está antes de todo o pluralismo e é a única a consentir que o pluralismo seja não só legítimo, mas desejável e frutuoso. Esta unidade consiste na fidelidade àquela verdade total sobre o homem, à qual me referi, c às exigências e normas morais que dela brotam. Em relação a elas e ao ensinamento do Magistério que as propõe, o pluralismo não é legítimo, desde o momento que, deste modo, nos dividimos no que constitui o fundamento mesmo do compromisso do cristão na sociedade. Vê-se, por conseguinte, o laço bastante profundo existente entre a unidade que deve haver em todo o cristão, de que falei no início, e a unidade de que agora estou a falar. O "divórcio" ou a "oposição artificial", de que fala o Concílio, entre a fé e o compromisso social é frequentemente origem de um divórcio também nas comunidades cristãs. O pluralismo, de facto, deve, em todos os casos, respeitar os seus limites intrínsecos e não pode deixar de ter em conta o contexto histórico, em que o cristão é chamado a actuar.

Ele, em particular, não pode tornar legítimas, para o cristão, opções incompatíveis com a fé cristã ou com os valores irrenunciáveis do homem e que, portanto, na prática significariam e constituiriam uma renúncia à própria especificidade cristã, favorecendo a afirmação na teoria e na prática de uma visão de sociedade, que está em contradição com as mais profundas exigências da pessoa humana.

A coerência com os próprios princípios e a consequente concórdia na acção neles inspirada são condições indispensáveis para a incidência do compromisso dos cristãos na construção de uma sociedade à medida do homem e segundo o plano de Deus.

A recuperação da própria identidade de cristãos, a convicção de que em Cristo cada homem e todo o homem é salvo, não só professada mas testemunhada com uma verdadeira presença cristã na sociedade, são a base de todo o compromisso do cristão no mundo.

A celebração do nonagésimo aniversário da Rerum Novarum seja ocasião e estímulo para esta presença e para este compromisso, que faço votos sejam sempre mais incisivos e frutuosos com o auxílio da graça fecunda de Deus.

Destes votos é penhor a Bênção Apostólica que de coração concedo a todos vós e faço extensiva a quantos compartilham a vossa generosa solicitude.



                                                                   Novembro de 1981

PALAVRAS DO PAPA JOÃO PAULO II


POR OCASIÃO DA VISITA AO CEMITÉRIO


DO CAMPO VERANO DE ROMA


Domingo, 1 de Novembro de 1981



Encontrando-me na entrada deste cemitério romano aonde hoje se dirigem em visita numerosos fiéis da nossa cidade, desejo recordar as palavras de Cristo no Sermão da Montanha, que a liturgia da solenidade de Todos os Santos nos faz ler:

"Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus.

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.

Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia,

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.

Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.

Bem-aventurados os que sofrem perseguição, por causa da justiça, porque deles é o reino dos Céus.

Bem-aventurados sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa.

Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa nos Céus" (Mt 5,3-12).

As oito bem-aventuranças são o código evangélico da santidade, no qual se inspiraram e mantiveram fiéis até ao fim todos aqueles que a Igreja hoje recorda com tanta veneração e amor!

Oxalá as palavras de Cristo no Sermão da Montanha se tornem para todos os nossos Irmãos e Irmãs, que repousam neste cemitério do Campo Verano e em todos os cemitérios da Urbe e do Orbe, a Boa Nova da eterna salvação.

Seja deles o reino dos céus.

O possuam como uma "Terra Prometida".

Gozem a alegria eterna.

Sejam saciados na sua fome e sede de justiça.

Sejam chamados para sempre filhos de Deus.

Vejam Deus face a face.

A sua alegria e felicidade sejam plenas e sem limites.

Rezemos:

"Ó Deus, glória dos crentes e vida dos justos, que nos salvastes com a morte e ressurreição do vosso Filho, sede misericordioso com os nossos irmãos defuntos; quando estavam entre nós eles professaram a fé na ressurreição, e dai-lhes a bem-aventurança sem fim. Por Cristo Nosso Senhor".

Celebrarei agora a santa Missa na Basílica de São Lourenço fora dos Muros, junto do Campo Verano, na qual se realizará ao mesmo tempo a visita pastoral à Paróquia.

Os Sacerdotes de Roma, aqui presentes para recordarem os defuntos das paróquias da nossa Cidade, concelebração juntamente comigo a Eucaristia.



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS CARDEAIS DO SACRO COLÉGIO


NA VIGÍLIA DA FESTA DE SÃO CARLOS BORROMEU


Sala do Consistório

Terça-feira, 3 de Novembro de 1981



Venerados Irmãos do Sacro Colégio

1. Permiti-me agradecer em primeiro lugar ao Vosso ilustre Decano, o caríssimo Cardeal Carlo Confalonieri, a quem, da minha parte, apresento de todo o coração os mesmos augúrios onomásticos a mim dirigidos com tanta nobreza de sentimentos, enquanto lhe desejo que o Senhor prolongue ainda por muito tempo a sua idade já venerada mas ainda vigorosa.

Mas o meu reconhecimento, cordial e profundo, dirige-se também a todos Vós, vindos hoje pessoalmente para me demonstrar de modo tão gentil mais um testemunho da Vossa benevolência e da Vossa comunhão. Renova-se assim, por graça de Deus, a quarta ocorrência da Festa de São Carlos, desde quando a Divina Providência, servindo-se da Vossa responsável mediação, me chamou para ocupar embora indignamente a Cátedra de Pedro.

2. O ano recentemente acabado, que, com a diferença de poucos dias, quase coincide com o terceiro do meu Pontificado, foi entristecido, como há pouco recordou o Cardeal Decano, por um gesto de violência contra a minha pessoa. Mas agora, que a Providência me permitiu recuperar a saúde e retornar às normais ocupações do meu ministério desejo agradecer-Vos, venerados Irmãos, de modo particularíssimo tudo o que por mim fizestes. Muito apreciei a delicada atenção, com que acompanhastes a minha hospitalização, especialmente com a presença diária mesmo do Vosso Decano, que demonstrou assim o constante vínculo do Sacro Colégio com o Papa. Agradeço-Vos, além disso, as demonstrações de júbilo com que participastes na alegria pela saúde recuperada e pela volta às minhas incumbências apostólicas. De modo especial, foi motivo de satisfação para mim, e por isto exprimo-Vos vivíssimo reconhecimento, o facto de que, durante a minha enfermidade e forçada diminuição da minha actividade, o trabalho da Sé Apostólica não teve nenhuma paralisação substancial; ao contrário, cada um de Vós, e em particular o Cardeal Secretário de Estado, deu provas de renovada dedicação em continuar com pontualidade o cumprimento dos próprios graves deveres.

Tudo isto é expressão daquela communio, criada por Cristo entre os Apóstolos e sustentada continuamente entre os Seus Discípulos, dando-lhes a graça de dedicarem todas as suas forças e solicitudes em benefício do Evangelho e da Igreja. Agradeço-Vos também as orações que me acompanharam, de modo particular desde 13 de Maio, e me acompanham no dia do meu Santo Patrono; e não cesso de pedir que, por sua intercessão, o Bom Pastor consolide e faça crescer o meu amor para com a Igreja e por todos os homens resgatados a preço do precioso sangue de Cristo (cf. 1P 1,18-19).

3. No acontecimento por que passei não posso deixar de recordar uma comparação com o Santo Arcebispo Borromeu, cujo nome tenho e amanhã festejaremos com alegria. Narram as crónicas que a 26 de Outubro de 1569, enquanto estava ele em oração na sua capela particular, para se opor a uma reforma por ele promovida, um frade disparou-lhe um tiro de arcabuz, deixando-o porém milagrosamente ileso (cf. Bibliotheca Sanctorum, vol. III, Roma 1963, Col 830). Apesar da diversidade das circunstâncias, devo também eu agradecer humildemente ao Senhor ter-me querido salvar a vida, a fim de que eu pudesse em seguida consumi-la para o bem da Santa Igreja. E peço ao grande Arcebispo de Milão que, como ele foi arauto do Concílio Tridentino para o seu tempo, assim conceda também a mim, mas não só a mim, o seu zelo incansável e iluminado, para realizar sempre mais o Concílio Ecuménico Vaticano II conforme as necessidades do nosso tempo. São Carlos, de facto, é eminente modelo de absoluta dedicação apostólica em tempos difíceis, como foram os da segunda metade do século XVI, em que se preparou a elaboração de uma nova ordem cultural e também eclesial da sociedade. Talvez os tempos, em que hoje vivemos, sejam semelhantes àqueles, e seja necessária ainda a coragem e a prudência dele para um renovado e eficaz testemunho evangélico.

4. Nesta tarefa, venerados Irmãos, conto muitíssimo convosco, com a vossa constante e competente assistência e colaboração. O nosso objectivo, como para todos os Pastores na Igreja, coincide com aquele pelo qual já nosso Senhor Jesus Cristo deu a própria vida: "Apresentá-la a Si mesmo como Igreja gloriosa, sem mancha nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e imaculada" (Ep 5,27). Trata-se de uma missão que vale todas as nossas energias e toda a nossa existência terrena. E como São Carlos, seguindo as pegadas do divino Salvador, não recuou perante os seus compromissos pastorais nem mesmo em caso de ameaça, também nós "em todas as coisas procuremos acreditar-nos como ministros de Deus, com muita paciência nas tribulações" (cf. 2Co 6,4): o Evangelho é digno de todos os nossos mais generosos serviços.

Na festa de São Carlos, o meu pensar vai também para o momento do Baptismo, quando, recebendo eu o seu nome, fui inserido na morte de Cristo para também participar na Sua ressurreição. Precisamente esta participação sacramental na vida doada por Cristo é a nossa força contínua e o motor de toda a nossa dedicação ministerial. E desejo para mim e para vós que ela se torne aquisição cada vez mais fecunda e empenho cada vez mais generoso. Deixai por isso que vos repita com São Paulo: "É justo que eu alimente estes sentimentos, porque vos trago no coração, por terdes tomado parte na graça que me foi feita, bem como nas minhas prisões e na defesa e confirmação do Evangelho" (Ph 1,7).

De todos estes sentimentos é sinal a Bênção Apostólica, que tenho o prazer de conceder-Vos a fim de Vos assegurar a minha profunda benevolência.



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS PARTICIPANTES NUMA REUNIÃO


DO PONTIFÍCIO CONSELHO «COR UNUM»


Quinta-feira, 5 de Novembro de 1981






Discursos João Paulo II 1981 - Domingo, 18 de Outubro de 1981