Discursos João Paulo II 1981 - Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 1981


VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE

AO EXTREMO ORIENTE (PAQUISTÃO, FILIPINAS,

GUAM, JAPÃO E ALASKA)

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II

AOS POBRES DO BAIRRO DE TONDO


EM MANILA


Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 1981



Mga ginigiliw kong kapatid kay Kristo
(Meus caros irmãos e irmãs em Cristo)

1. Kay tindi ng ligaya na aking nadarama sa mga sandaling ito! (Que intensa felicidade sinto neste momento!). Esperei ansiosamente esta visita porque vos desejava dizer que sois os amigos predilectos do Papa aos quais ele desejava trazer a mensagem de amor que Jesus confiou à Sua Igreja. A minha visita a vós, como sucessor do Apóstolo Pedro, é uma visita de amor. Não pode ser de outro modo porque vejo em vós Cristo mesmo e é a Ele que eu garanti o meu amor. Ao dizer a Pedro que devia ser o pastor do rebanho, Jesus perguntou-lhe três vezes, sempre com maior insistência: "Simão, filho de João, tu amas-me?" (Jn 21,15 ss.). E São Pedro professou o seu amor por Cristo. Eu também professo o meu amor por Cristo e ao vir até vós desejo simplesmente oferecer-vos o testemunho deste amor. Desejo simplesmente repetir-vos as palavras que Cristo pronunciou: "Como o Pai me amou, também eu vos amei" (Jn 15,9).

2. Agradeço ao Senhor ter-me concedido a possibilidade de vir ao Distrito de Tondo e encontrar-me com o povo da Terra do litoral e, sobretudo, o povo da Paróquia de Nossa Senhora da Paz e da Boa Viagem. O nome de Tondo está ligado de modo particular ao nome do meu predecessor Paulo VI, o primeiro Papa dos tempos modernos peregrino pelo mundo. Quando ele veio aqui há mais de dez anos; abençoou o nascimento desta paróquia no centro de uma área onde as necessidades humanas e cristãs eram muitas e intensas. Reivindicou um respeito maior pelos direitos da pessoa humana, pela dignidade dos filhos de Deus; pediu uma tomada maior de consciência, por parte das autoridades civis e eclesiásticas, sobre as condições do povo. Foi-me dito que muito tem sido feito desde aquela época, que os vários sectores da sociedade demonstraram maior interesse e, em particular, que a mesma gente de Tondo realizou muito, mediante a constituição de organizações próprias para um progresso espiritual, pastoral, social e económico, Mas seriam bem mais numerosas as exigências a enfrentar para que Tondo se tornasse um lugar de esperança para cada homem, mulher e criança que chama a este lugar a sua casa.

3. Quando pensamos nos muitos problemas que enfrentais quotidianamente, quando pensamos em tantas outras pessoas que noutros lados vivem nas barracas das periferias das grandes cidades e nas zonas rurais esquecidas e noutras localidades das Filipinas, então pensamos em Cristo. Nos rostos dos pobres vejo o rosto de Cristo. Na vida dos pobres vejo reflectida a vida de Cristo. Do mesmo modo, os pobres e aqueles que são objecto de descriminações identificam-se mais facilmente com Cristo, porque n'Ele descobrem um dos seus. Precisamente desde o início da Sua vida, no momento feliz do Seu nascimento como Filho da Virgem Maria, Jesus não tinha casa, por não haver para Ele lugar na hospedaria (Lc 2,7). Quando os Seus pais O conduziram a Jerusalém pela primeira vez, para Levar a sua oferta ao templo, foram incluídos entre os pobres e deram a oferta do pobre (cf. Lc Lc 2,24). Na primeira infância Jesus viveu como um refugiado, constrangido a fugir do ódio que degenerou em perseguição, e a deixar a Sua terra e a viver no exílio em terra estrangeira. Ainda criança conseguiu com a Sua inteligência deixar estupefactos os doutores, mas foi também capaz de trabalhar com as Suas mãos de hábil carpinteiro como Seu pai putativo José. Depois de proclamar e explicar as Escrituras na Sinagoga em Nazaré, "o filho do carpinteiro" (Mt 13,55) foi expulso (cf. Lc Lc 4,29). Até mesmo um dos discípulos escolhidos para O seguir Lhe disse: "De Nazaré pode vir alguma coisa boa?" (Jn 1,46). Foi também vitima de injustiças e torturas e foi levado à morte sem que ninguém o defendesse. Sim, Ele era o irmão dos pobres; a sua missão era — dado que tinha sido mandado por Deus Pai e consagrado pelo Espírito Santo — anunciar o Evangelho aos pobres (cf. Lc Lc 4,18). Ele louvou os pobres quando pronunciou esta frase a todos aqueles que desejavam ser Seus seguidores: "Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5,3).

4. "Bem-aventurados os pobres em espírito!". Com esta frase começa o Sermão da Montanha, no qual Jesus proclamou as Bem-aventuranças como programa para todos aqueles que desejavam segui-1'O. As Bem-aventuranças eram destinadas não só às pessoas do Seu tempo, mas também a todas as gerações vindouras: são um convite para todos aqueles que aceitam o nome de cristão. Esta mensagem dirigi-a no Brasil aos habitantes dos bairros pobres que vivem nas favelas do Rio de Janeiro e aos que vivem no meio da lama na península de Salvador da Bahia. Esta é a mensagem que dirijo a ricos e pobres indistintamente, a mensagem que a Igreja das Filipinas, como noutros lugares, deve fazer sua e portanto pôr em prática. Toda a Igreja que deseje ser uma Igreja dos pobres deve ter bem presente este desafio, descobrir toda a sua profundidade e realizar toda a sua verdade.

Aqui em Tondo e noutras partes desta terra há muitos pobres, e neles vejo os pobres em espírito que Jesus chamou bem-aventurados. Os pobres em espírito são aqueles que fixam os olhos em Deus e têm os corações abertos para a Sua acção divina. Aceitam o dom da vida como um dom que vem do Alto e apreciam-no porque vem de Deus. Com gratidão para com o Criador e misericórdia para com os próprios semelhantes, estão prontos a dividir o que dispõem com quem é mais necessitado do que eles. Amam as suas famílias e os seus filhos e dividem as suas casas e as suas mesas com a criança faminta e com o jovem sem casa. Os pobres em espírito enriquecem-se de qualidades humanas; estão perto de Deus, prontos a escutar a Sua voz e a cantar os Seus louvores.

5. Ser pobres em espírito não significa desinteressar-se dos problemas que afligem a comunidade e ninguém tem um sentido mais agudo de justiça do que a gente pobre que sofre as injustiças determinadas pelas circunstâncias e pelo egoísmo humano. Procurando a força na solidariedade humana, os pobres, precisamente com a sua própria existência, indicam a obrigação da justiça que se impõe à sociedade e a todos aqueles que têm poder económico, cultural ou político. Assim a mesma verdade da primeira Bem-aventurança indica um caminho que cada indivíduo deve percorrer. Diz aos que vivem em pobreza material que a sua dignidade, a sua dignidade humana, deve ser defendida, que os seus invioláveis direitos humanos devem ser salvaguardados e protegidos. Também lhes diz que eles próprios podem realizar muito, se juntarem a sua inteligência, os seus talentos, e especialmente a sua determinação de serem artífices do seu próprio progresso e desenvolvimento.

A primeira Bem-aventurança diz ao rico, que goza do bem-estar material ou que acumula uma porção despropositada de bens materiais, que o homem é grande não pelo que possui, mas por aquilo que é: não pelo que tem, mas pelo que divide com os outros. O pobre em espírito é o homem rico que não fecha o seu coração, mas que enfrenta as intoleráveis situações que perpetuam a pobreza e a miséria de tantos, constantemente famintos e privados das suas legítimas possibilidades de crescer e desenvolver o seu potencial humano, de tantos que não possuem uma habitação decorosa e roupas suficientes, que sofrem doenças pela falta dos tratamentos sanitários mais elementares, que chegam ao desespero por falta de um emprego que lhes permita prover, mediante um trabalho honesto, às necessidades das suas famílias. Na realidade, pobre em espírito é o homem rico que não descansar enquanto um seu irmão ou uma sua irmã estiver submetido à injustiça e à impotência. Pobre em espírito é aquele que detiver o poder político e se recordar que o mesmo é dado só para o bem comum e que nunca desistir de procurar meios para organizar todos os sectores de uma sociedade em conformidade com as exigências da dignidade e da igualdade que constituem o direito nativo de cada homem, mulher e criança que Deus chamou à existência.

6. A própria Igreja, a Igreja na Ásia, nas Filipinas e em Tondo, sentirá a advertência das Bem-aventuranças e será a Igreja dos pobres porque deverá fazer o que Jesus fez e anunciar o Evangelho aos pobres (cf. Lc Lc 4,18). Mas a preferência que a Igreja mostra pelos pobres e pelos menos favorecidos, não significa que ela dirige a sua atenção só para um grupo, uma classe ou uma categoria. Ela anuncia a mesma mensagem a todos: que Deus ama o homem e mandou o Seu Filho para a salvação de todos, que Jesus Cristo é o Salvador, "o caminho, a verdade e a vida" (Jn 14,6). Sendo Igreja dos pobres, falará a linguagem das Bem-aventuranças a todos os povos, a todos os grupos ou categorias profissionais, a todas as ideologias, a todos os sistemas políticos e económicos. Isto, não para servir interesses políticos, nem para adquirir poder, nem para criar pretextos para a violência, mas para salvar o homem na sua humanidade e no seu destino sobrenatural.

Defender a dignidade humana dos pobres e a esperança deles para um futuro humano não é um luxo para a Igreja, nem uma estratégia de oportunismo, nem um meio para conquistar o favor das multidões.

É o seu dever porque é Deus que deseja que todos os seres humanos vivam segundo a dignidade que Ele lhes concedeu. É missão da Igreja percorrer o caminho do homem "porque — todos e cada um dos homens, sem excepção alguma —, foi remido por Cristo; e porque com o homem — cada homem, sem excepção alguma — Cristo de algum modo se uniu, mesmo quando disso não se acha consciente" (Redemptor Hominis RH 14). A Igreja, portanto, pregará o Evangelho inteiro aos pobres, ajudá-los-á a terem fé na vida divina recebida com o Baptismo, a vida que é alimentada na Eucaristia e que é revivida e mantida com o Sacramento da Reconciliação. Pelo mesmo motivo, encorajo-vos, gente de Tondo, e todo o povo de Deus nas Filipinas, a exercerdes a vossa responsabilidade individual e colectiva para incrementar a instrução catequística, ao mesmo tempo que vos esforçais por realizar, de modo completo, os ensinamentos sociais da Igreja. Estai totalmente convencidos de quanto é importante para todas as gerações futuras do povo Filipino conhecer a dignidade suprema à qual é chamado, que é a vida eterna em Jesus Cristo.

7. Meus queridos amigos de Tondo, sede fiéis a Cristo, e abraçai alegremente o Seu Evangelho de salvação. Não sejais tentados por ideologias que pregam só valores materiais ou simplesmente ideais temporais, que separam o desenvolvimento político, social e económico das coisas do espírito e em que a felicidade é procurada longe de Cristo. O caminho para a vossa libertação total não é a via da violência, da luta de classes ou do ódio; é a via do amor, da fraternidade e da pacífica solidariedade. Sei que me entendeis, vós pobres de Tondo, porque vós sois bem-aventurados e vosso é o reino dos céus. E quando me for embora, recordai sempre estas palavras de Jesus: "Se o Filho vos libertar, sereis realmente livres" (Jn 8,36).

É por Cristo que faço meus todos os vossos problemas e esforços; é pelo meu amor a Cristo que uno o meu esforço ao vosso para vos assegurar e também aos vossos filhos, um futuro digno; é pelo amor supremo que tem por vós Cristo que vos proclamo o Anúncio superior da vida eterna.

Peço por vós, por cada um de vós, pelas vossas famílias, pelos vossos filhos, pelos jovens e pelos anciãos, pelos doentes e pelos que sofrem. Peço que a força de Jesus possa estar nos vossos corações quando trabalhais juntos para melhorar as vossas condições de vida, para serdes bons cristãos e bons cidadãos. Peço por que cada um de vós encontre Jesus no próximo e em cada um dos próprios semelhantes. E peço que O encontreis juntos e O adoreis — o Filho eterno de Deus — nos braços de Sua Mãe, Maria.

E Nossa Senhora da Paz e da Boa Viagem seja para todos vós Mãe carinhosa!

Mabuhay kayeng lahat! Longa vida a todos vós!

Jesus na aking kapatid / sa lupa nami'y bumalik / Tyong mukha'y ibang-iba / Hindi kita makikilala.

Tulutan mo'ng aking mata / mamulat sa katotohanan / idaw poon makikilala / sa taong mapagkumbaba.

(Jesus, meu doce irmão / Voltastes aqui entre nós / Tomastes o aspecto de um outro / No qual não vos reconheço.

Ensinai os meus olhos a descobrir a verdade: / A reconhecer-vos, Senhor, / No pequeno homem, / No homem humilde que vejo).



VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE

AO EXTREMO ORIENTE (PAQUISTÃO, FILIPINAS,

GUAM, JAPÃO E ALASKA)

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II

AOS JOVENS ESTUDANTES


NA UNIVERSIDADE DE SÃO TOMÁS


Manila (Filipinas), 18 de Fevereiro de 1981



Mga giliw kong kabataan ng Maynila at ng buong Pilipinas:
tanggapin ninyo ang aking taos pusong pagbati at pagmamahal!

Dilectos jovens de Manila e das Filipinas,
recebei as minhas mais sinceras saudações e o meu afecto!

1. Não posso esconder a alegria que sinto neste tão esperado encontro convosco, meus caros amigos. "Amizade" é uma palavra que todos nós amamos. A realidade, porém, para a qual ela aponta é muito mais bela. Amizade significa amor sincero, um amor mútuo que deseja todo o bem para a outra pessoa — um amor que gera união e felicidade. Não é um segredo que o Papa ama os jovens como vós, e que se sente imensamente feliz na vossa companhia.

É justo que seja assim. Ele é o Vigário de Cristo e, por isso, deve seguir o exemplo de Cristo. O Evangelho revela a intensidade com que Jesus demonstrava a sua amizade a cada um dos seus discípulos (cf. Jo Jn 15,15). Regista também o afecto particular que tinha Ele para com os jovens (cf. Mc Mc 10,21).

Em base a esta amizade Jesus apresentou aos seus jovens amigos a missão que lhes tinha sido designada. Como Jesus, quero falar-vos da vossa própria especial vocação. O Concílio Vaticano II declarou que as Universidades Católicas devem preparar os seus estudantes para serem "verdadeiramente notáveis pela doutrina, preparados para desempenhar os mais responsáveis cargos na sociedade, sendo no mundo testemunhas da sua fé" (Gravissimum educationis GE 10). Da minha parte quereria acrescentar que, para poder cumprir no futuro a vossa tríplice missão de adultos plenamente maduros, de servidores da sociedade e de representantes do Evangelho, vós deveis viver hoje, plenamente, a vossa vocação de jovens, de estudantes universitários e de verdadeiros católicos.

2. Acima de tudo sede jovens autênticos. Que significa ser jovem? Ser jovem significa possuir em si mesmo uma incessante novidade de espírito, cultivar uma contínua busca do bem, e perseverar até alcançar o objectivo. Ser autenticamente jovem neste sentido, é o modo para preparar o vosso futuro, cumprindo a vossa vocação de adultos plenamente maduros. Não ignoreis nunca a irresistível força que vos estimula para o futuro.

A Igreja não teme a intensidade dos vossos sentimentos. Ela é um sinal de vitalidade. Indica aquela energia escondida em vós, em si mesma nem boa nem má, mas que pode ser utilizada para causas boas ou más. É como a água da chuva que se acumula nas montanhas após dias e dias. Quando se rompe o que a contém, desencadeiam-se forças capazes de cancelar do mapa geográfico localidades inteiras, sepultando os seus habitantes num mar de lágrimas e de sangue. Mas, se ela é oportunamente canalizada, os campos áridos são irrigados, produzindo o alimento e a energia de que tanto se tem necessidade. No vosso caso estão envolvidos não o alimento ou as coisas materiais, mas também o destino do vosso país, o futuro da vossa geração e a segurança das crianças ainda não nascidas. É sem dúvida, meus caros jovens, um desafio excitante mas cruel. E estou certo que podeis enfrentar este desafio, que quereis assumir esta responsabilidade e que, sobretudo, estais prontos a preparar-vos agora, hoje mesmo.

Estareis de acordo comigo que vale a pena aceitar uma autodisciplina, o que não só indica da vossa parte força de carácter, mas oferece também aos outros um precioso serviço. O esforço envolvido harmoniza-se perfeitamente com a vossa vida de jovens empenhados no campo dos desportos. Nos tempos de São Paulo, tão distantes, já se falava nestes termos da mortificação cristã. O jovem atleta, que se dispõe a suportar um difícil treinamento para melhorar a sua condição desportiva, deve ser generoso quanto à autodisciplina exigida pelo seu treinamento para ser homem completo.

Como jovens, vós olhais para o futuro. Não estais estaticamente ancorados no presente. Deveis por conseguinte decidir em que direcção quereis caminhar, e ter depois o olhar voltado para a bússola. Os jovens não amam os ideais medíocres. Preferem lançar-se em profundidade. É vosso direito — ou melhor, vosso dever — olhar para o alto. As vossas aspirações devem ser sublimes; os vossos ideais elevados. Caros jovens, procurai formar um carácter que seja forte, rico e consistente, que seja livre e responsável, sensível aos valores autênticos, um carácter que aceite a superioridade do "ser" sobre o "ter", um carácter perseverante nas dificuldades e que rejeite as evasões, os fáceis compromissos e os áridos cálculos egoístas.

Prosseguindo ao longo da senda da verdade, da sinceridade e da autenticidade, vós tendes um modelo ideal. Cristo é o vosso modelo: Cristo na sua humanidade, Cristo homem. Prestai atenção: Ele não é so o vosso fim; é também o caminho que conduz para onde estais a caminhar. E neste caminho Ele age como um pastor; Ele chega ao ponto até de se dar a si mesmo como alimento para a vossa viagem.

Se aceitardes modelar a vossa juventude em Cristo, encontrareis o inteiro processo resumido numa palavra no Evangelho de Lucas. A palavra é que Jesus "crescia". Jesus "crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens" (Lc 2,52). Esta não é somente uma afirmação concernente ao que acontece na história. Esta é também um convite para vós. A palavra de Cristo "segue-me" (Mt 4,19) deveria fazer vibrar de modo especial o vosso coração. Aceitar o apelo de Cristo é um modo seguro de responder à vossa vocação de ser adulto plenamente maduro; e esta é a aspiração fundamental de todo o jovem digno.

3. "A direcção da sociedade de amanhã está posta, sobretudo na mente e no coração dos universitários de hoje" (Gravissimum educationis, nota 33). Esta sábia observação do Papa Pio XII é um convite dirigido a vós, a fim de que possais estar cônscios do privilégio e da responsabilidade que muitos de vós, presentes hoje aqui, têm como jovens que frequentam um instituto de estudos superiores.

A universidade oferece-vos um conjunto de excelentes meios para completar a vossa formação. Vós, porém, não deveis pensar somente em vós mesmos.Sois chamados a contribuir para a construção da sociedade humana. Como universitários, tendes disposição abundantes meios que deveis aprender a conhecer bem e a valorizar.

A estrutura de uma universidade é verdadeiramente uma estrutura comunitária. A própria palavra "universidade", originalmente, significava uma sociedade de professores e estudantes. A universidade apoia-se em pilastras societárias. Ela oferece aos seus membros intensas experiências comunitárias. Esforça-se a ser um campo de treinamento para futuros expertos que assumirão posições-chave na família humana. O Concilio Vaticano II sabia muito bem que os jovens numa universidade, "enquanto conscientes da sua importância na vida social, desejam assumir nela quanto antes as suas responsabilidades" (Gaudium et Spes GS 7). O vosso desejo é louvável, a vossa impaciência juvenil muito compreensível. Mas deveis, agora, preparar-vos a vós mesmos para o vosso nobre serviço no futuro, pois que a eficácia do vosso serviço estará directamente proporcional aos recursos de verdade que possuirdes.

Um estudante universitário, por isso, deve ter um programa permanente para conseguir a verdade. Não é tarefa fácil. Requer estudo e perseverança; exige generosidade e abnegação. A assimilação da verdade está condicionada à cultura circunstante. Em primeiro lugar, deveis pessoalmente fazer um exame critico e procurar formar uma síntese orgânica. Somente assim um estudante universitário será capaz de trazer o seu contributo, mediante o qualificado, diligente e criativo serviço que dele ou dela espera a sociedade.

Sem dúvida, a conquista da verdade deve realizar-se no pleno respeito aos diversos pontos de vista e em aberto diálogo com os outros: um diálogo que em todos os campos alcança particular intensidade numa universidade. Encontrando-me aqui, nesta ilustre Universidade de São Tomás, que nos deu uma tão cordial e generosa hospitalidade, devo ao menos fazer breve referência ao particular aspecto do diálogo entre a Igreja e o mundo: isto é, pelo facto que ele permite "que se veja de um modo mais claro como a fé e a razão colaboram para a verdade única, conforme o ensinamento dos Doutores da Igreja, sobretudo de São Tomás de Aquino" (Gravissimum educationis GE 10).

4. Em terceiro lugar desejo que verifiqueis como a fé católica, por vós professada, está em harmonia com as vossas outras duas características de jovens e de estudantes universitários.

A catolicidade da Igreja possui em si — porque o seu divino Fundador o quis — um dinamismo intrínseco que se harmoniza perfeitamente com o entusiasmo juvenil. As palavras "catolicidade" e "universidade" soam quase como sinónimos. Tanto a Igreja como a universidade não admitem confins. Há uma diferença na dimensão vertical: a Igreja não se contenta de uma abertura simplesmente hipotética à transcendência; ela professa que tal abertura é um facto.

Para um jovem estudante universitário, o ser católico não é simplesmente uma coisa a mais. O ser católico implica valores que são originais e específicos; significa possuir uma incomparável força tanto para a construção de um mundo melhor como para a proclamação do Reino de Deus. Como jovens estudantes universitários católicos, vós sois chamados a trabalhar em harmonia com estudantes de diferentes religiões e ideologias, num comum esforço para fazer progredir a verdade, para servir o homem e honrar a Deus. Sois chamados a uma sincera colaboração ecuménica com todos aqueles que são os vossos irmãos e as vossas irmãs em Cristo. Mas, ao mesmo tempo, sois chamados a dar um contributo especificamente católico, a nível universitário, à evangelização da cultura. Deveis, como católicos, confessar abertamente Cristo, sem hesitação, no vosso ambiente universitário.

Deste modo contribuís também para manter o carácter católico da vossa Universidade, no seu compromisso institucional com o Evangelho de Cristo, como é proclamado pela Igreja Católica. O facto de dedicar-vos em profundidade à evangelização da vossa cultura, torna-vos capazes de, como católicos, acrescentar novos elementos para um diálogo aberto e enriquecedor. Como jovens universitários católicos, portanto, haveis de dar um especial testemunho. Não fazer isto, significa privar a humanidade de um qualificado e necessário contributo: contributo que só pode dar quem se orgulha de ser um dos seguidores de Cristo.

Caros jovens, a missão a vós confiada por Cristo é universal, mas ao mesmo tempo realiza-se de um modo singular em cada um de vós. A maneira particular como ela é desenvolvida depende dos missionários, de vós. É vosso dever descobrir todos os modos justos para cumprir a missão do Senhor no vosso mundo de jovens estudantes universitários. Cristo conta com a vossa ajuda. Ele tem necessidade de vós para difundir a Boa Nova do seu amor e o Evangelho da salvação eterna. É verdadeiramente providencial que o nosso encontro de amizade se conclua sobre o tema da evangelização, num país que tem uma grande missão por Cristo: Para cada um isto constitui um desafio. Cada um de vós é chamado a tomar o archote e proclamam a verdade de Cristo. Vós podeis fazê-lo! Podeis fazê-lo com o vosso entusiasmo tipicamente juvenil e com a confiança — a certeza — demonstrada pelos primeiros Apóstolos, quando a Igreja era jovem. Podeis fazê-lo, contanto que o façais juntos, com Cristo e com a sua Igreja.

5. Concluo com uma afectuosa e reconhecida recordação da Virgem Maria.

É a nossa Mãe, uma íntima, discreta e afectuosa Mãe. Embora o seu afecto seja por todos, é um facto que os jovens, especialmente hoje, têm necessidade particular dos seus cuidados.

É a nossa Mestra, porque é nossa Mãe. Da sua adesão de profunda reverência diante do incomensurável mistério de Deus, os estudantes devem aprender uma lição maravilhosa; como também da sua busca da verdade mediante a contemplação e a oração.

É a Rainha dos Apóstolos: de todos os apóstolos, tanto dos da origem da Igreja como os do momenta histórico actual. A sua presença é, hoje, tão discreta e eficaz, como o era em Caná da Galileia. Que a Virgem esteja sempre convosco! Oxalá Ela interceda por vós junto do seu divino Filho, como fez outrora para impedir que uma sombra de aflição perturbasse a felicidade dos esposos, que eram jovens precisamente como vós — seus filhos, precisamente como vós, como cada um de vós.

E no nome do seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que é sempre o amigo da juventude do mundo, deixo-vos com esta vossa herança, que é fé, esperança e caridade.



VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE

AO EXTREMO ORIENTE (PAQUISTÃO, FILIPINAS,

GUAM, JAPÃO E ALASKA)

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II

NO ENCONTRO COM REPRESENTANTES


DE ASSOCIAÇÕES DE MEMBROS


DAS PROFISSÕES LIVRES


E MENSAGEM AOS CATEQUISTAS


Araneta Coliseum

Manila (Filipinas), 18 de Fevereiro de 1981



Caros representantes das profissões livres
Meus queridos amigos em Cristo

1. É motivo de alegria para mim poder cumprimentar os representantes das diversas profissões livres, provenientes de diversos lugares das Filipinas: advogados, médicos, enfermeiros, engenheiros, educadores e expoentes de outras profissões. Muitos de vós ocupam cargos directivos ao serviço da comunidade no mundo ou mesmo de dirigentes leigos na Igreja: sois pessoas que tiveram o benefício de uma instrução e de uma preparação profissional. Consenti-me que vá directamente ao coração da minha mensagem. Ei-la: Jesus Cristo precisa de vós para edificar o seu Reino sobre a terra. E a Igreja tem necessidade dos vossos dotes especiais, como indivíduos e como comunidade, para realizar a sua missão de comunicar Cristo. Além disso, milhões de colegas vossos, homens e mulheres, contam convosco para viver uma vida digna, de acordo com a sua dignidade humana e cristã.

2. Podeis notar, portanto, como este encontro acentua o grande interesse da Igreja por vós, e o seu desejo de consultar, escutar e convocar todos aqueles que desempenham uma tarefa de responsabilidade nos diversos campos da cultura e que exercem esta responsabilidade num espírito cristão de serviço. Como representantes de profissões, que requerem uma maior preparação, e como criadores e difusores de cultura, participais de maneira específica na vida e na missão da Igreja.

Este encontro de hoje acentua também a necessidade de ir além de um estilo de vida individualista. É vosso dever criar formas sempre mais eficazes de associações e de colaboração tanto em geral, entre os católicos que pertencem às diversas profissões, como em particular, no interior de cada uma das profissões de modo que possais reflectir sobre as vossas responsabilidades de Cristãos à luz da fé e do ensinamento social da Igreja.

3. Sois pessoas que chegaram à própria posição actual como resultado de duros e sérios esforços tanto pessoais quanto comunitários. Esforços pessoais, no sentido que os estudos que fizestes para obter o título profissional certamente exigiram de vós sacrifício, autodisciplina e rigor intelectual. Somente depois de terdes alcançado o objectivo podeis apreciar verdadeiramente o caminho percorrido. Cada um recolhe somente os frutos do que foi bem semeado no início. Mas, vós sois também o resultado de um grande esforço a nível comunitário. Porque as vossas famílias e a vossa nação tiveram que investir grandes recursos materiais e espirituais para adestrar e aperfeiçoar um número cada vez maior de construtores da sociedade, com uma sólida formação intelectual e técnica.

4. Vós tendes uma dupla chamada. Em primeiro lugar, deveis satisfazer as vossas necessidades pessoais e as das vossas famílias, através do exercício da vossa profissão. Nisto experimentastes, algumas vezes, dificuldades e frustrações e, talvez, também desencorajamento. E mesmo assim, não deveis ceder, sabendo, e vós sabei-lo, que sois chamados também a dar o vosso contributo ao serviço do bem comum. Quando as coisas vão bem, não vos fecheis em vós mesmos separando-vos da sociedade por amor ao dinheiro, ou ao poder, ou para adquirir maiores conhecimentos; não vos coloqueis em posições de privilégio. Fazei frutificar os vossos talentos servindo sempre mais generosamente as necessidades e as aspirações de todos os vossos irmãos e irmãs das Filipinas. Penso em particular naquele grande número de pessoas que, por motivo de diversas circunstâncias — injustiça, pobreza, inevitabilidade de levar uma vida difícil, falta de estímulos culturais não tiveram a possibilidade de adquirir os níveis de adestramento e de instrução universitária de que vós usufruístes.

Por isso, existe uma estreita relação entre as vossas actividades profissionais empenhativas e a dura fadiga do operário, a vida do camponês, e a abnegação da doméstica na sua casa. Eis porque a vossa sensibilidade aos valores humanos e cristãos será a fonte de uma força criativa que vos ajudará a colocar real e eficazmente a vossa capacidade e a vossa actividade ao serviço da vossa gente e em resposta às suas necessidades.

O desenvolvimento integral dos homens que vivem no vosso país e a satisfação das suas necessidades espirituais e materiais, requerem um grande esforço da vossa parte; a tutela da saúde de todos; a defesa da natureza sagrada da vida humana e a sua promoção; a afirmação da função da lei nas relações sociais e políticas, se uma verdadeira ordem e uma liberdade real devem ser asseguradas, a construção de habitações dignas, adequadas às exigências de cada família e de cada indivíduo; a educação da juventude com um ensino orientado para a busca da verdade e a sua afirmação; o uso equilibrado e frutuoso dos recursos naturais para assegurar a todos a possibilidades de lhe compartilharem os benefícios: todos estes problemas vos tocam directamente.

Muitas vezes a grande maioria dos leigos, que se esforçam com zelo como grupos organizados para penetrar nas realidades terrestres com o espírito do Evangelho e para edificar comunidades cristãs genuínas, provém de grupos de pessoas que não exercem profissões livres. Por conseguinte, cria-se a má impressão de que as associações dos que têm profissões livres não estão profundamente interessadas em actividades religiosas. Num país onde a grande maioria da população olha para os dirigentes e é levada com facilidade a seguir-lhe o exemplo, um tal apostolado de testemunho e de exemplo tem grande eficácia e deveria ser incrementado. Espero, sinceramente, que vós possais oferecer cada vez mais o vosso talento e o vosso tempo ao serviço da Igreja e ao apostolado dos leigos, para edificar uma autêntica comunidade cristã. Aqueles que, por exemplo, são reconhecidos como autoridades no campo da medicina podem fazer muito para promover os princípios católicos que dizem respeito ao valor intrínseco da vida em todos os seus estádios. Do mesmo modo, para as outras profissões, uma guia verdadeiramente cristã é eficacíssima.

5. Oxalá os vossos esforços nesta direcção sejam sempre sustentados por uma inflexível integridade de conduta, no meio de todos os problemas profissionais que encontrareis. Mas, ainda mais, que eles sejam inspirados por um desejo de ajudar aqueles que se encontram em maior necessidade, de modo que o vosso serviço seja guiado por critérios de justiça e verdade, de liberdade e integridade, e seja coroado pelo amor. Recordai sempre que, como Cristãos, sois chamados a viver segundo os princípios que aprendestes de Cristo e da sua Igreja. Sois chamados a viver uma vida recta e coerente com os princípios do vosso Evangelho.

6. Todos se dão conta que as profissões que vós exerceis requerem constante actualização, de modo que possais acompanhar as novas descobertas. A vossa capacidade de seguir estes progressos e de vos actualizardes dependerá do vosso estudo constante dos princípios básicos sobre os quais se fundam as vossas disciplinas. E oxalá a vossa fé católica também seja constantemente renovada; cresça mais em profundidade e se desenvolva mediante o radical dinamismo de uma constante conversão a Cristo, conversão animada por uma vida vivida segundo o Evangelho e de harmonia com o Magistério, nutrida por uma vida de piedade pessoal, baseada sobre a oração e sobre os sacramentos. O testemunho da vossa fé resplandeça vivamente na vossa vida profissional, como também na vossa vida pessoal e familiar.

7. Sois conscientes dos riscos actuais relacionados com o encerramento dentro dos estreitos limites de uma "especialização". As especializações podem restringir os horizontes de um homem, fragmentar a sua vida pessoal e obscurecer as riquezas naturais da vida em geral. É muito claro que a especialização profissional deve ser considerada dentro do horizonte mais amplo da chamada cultura geral. É neste contexto que eu vos solicito a assumir, como vossos pontos fundamentais de referência, os valores éticos e religiosos que são os poderosos promotores da cultura, dirigindo a sua luz sobre os diferentes problemas e sobre as mais profundas aspirações do homem, e transformando a sua vida inteira e todo o seu conhecimento. A vossa experiência profissional beneficiará, assim, em profundidade, perspectiva e fecundidade.

Como Católicos com nível de instrução mais elevado e como representantes dos que exercem profissões livres, sois chamados a mostrar que os vossos conhecimentos e o vosso trabalho profissional se unem intimamente com a riqueza e com os recursos da cultura do povo das Filipinas. Esta cultura está enraizada na tradição Cristã e está, por isso, embebida pela sabedoria libertadora e vivificante que diz respeito à natureza e à dignidade da pessoa humana, ao significado da sua vida, da sua morte e do seu destino final.

Saúdo-vos mais uma vez, e nas vossas pessoas saúdo as vossas famílias e todos os representantes das profissões livres deste país. Deus vos conceda as suas bênçãos abundantes!

8. E agora gostaria de me dirigir a outro grupo que está entre vós: aqueles homens e aquelas mulheres, tão queridos à Igreja e ao Papa, que são os catequistas.

Obrigado, meus queridos catequistas, pela oferta da vossa presença. Obrigado porque me dais a possibilidade de vos dizer, e por meio de vós a todos os outros catequistas do país que não estão aqui connosco, quanto sois necessários.

O mundo tem necessidade de vós porque precisa de catequese. Porque o dom mais precioso que a Igreja pode oferecer ao mundo moderno — confuso e sem paz como está — é formar Cristãos seguros no que é essencial, e humildemente alegres na sua fé. A catequese faz isto e fá-lo por meio de vós.

A Igreja precisa de vós. Necessita de vós para poder cumprir a sua tarefa absolutamente fundamental de formar Cristo no coração do homem, de colocar o homem em íntima comunhão com Cristo (cf. Catechesi Tradendae CTR 5). Na catequese, o que se ensina é Cristo, a Palavra Encarnada e o Filho de Deus, e tudo o mais que se ensina é em referência a Ele.

Quão nobre e importante é então o vosso serviço! Mas é tão difícil quanto nobre, tão delicado quanto importante. A catequese não é um modo de transmitir ideias. Trata-se, sobretudo, de comunicar Cristo e a sua mensagem de salvação e de ajudar o homem a dar a sua resposta de fé e de amor.

De que necessitais, meus queridos catequistas, para provocar a resposta, apropriada à mensagem de vida de Cristo? É necessário que sejais fiéis a Cristo, à sua Igreja e ao homem.

Deveis ser fiéis antes de tudo a Cristo, à sua verdade, ao seu mandato; de contrário, existiria uma mensagem distorcida, traída. Afinal, como catequistas, sois o eco de Cristo (cf. Catechesi Tradendae CTR 6). A Igreja também deveria ser o objecto da vossa fidelidade coerente. Porque a catequese, que é crescimento na fé e maturação de vida Cristã, é um trabalho que Cristo quer realizar na sua Igreja. Um autêntico catequista deve necessariamente ser um catequista eclesial. Enfim, deveis ser fiéis ao homem, porque a palavra e a mensagem do Senhor são dirigidas a cada pessoa humana. Não a uma pessoa abstracta ou imaginária, mas ao indivíduo que vive neste tempo, com as suas dificuldades, os seus problemas e as suas esperanças. É a esta pessoa que o Evangelho deve ser proclamado, de modo que ele ou ela, através do mesmo Evangelho, possa receber do Espírito Santo a luz e a força de alcançar a plena maturidade cristã. Em grande medida, a eficácia da catequese dependerá da sua capacidade de dar significado, significado cristão, a tudo o que constitui a vida do homem neste mundo.

Amados catequistas, falei-vos com profundo afecto. Gostaria de estar mais a longo convosco, mas devo encontrar-me também com outros vossos irmãos e irmãs. Antes de vos deixar, porém, asseguro-vos a minha confiança, dou-vos o meu amor e confirmo-vos na paz de Cristo.

A Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe e Modelo de todos os catequistas, vos guie na vossa grande missão de comunicar Cristo. Ela vos alegria, como também vossas famílias, e proteja para sempre as Filipinas.



Discursos João Paulo II 1981 - Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 1981