AUDIÊNCIAS 1997 - AUDIÊNCIA

JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira, 5 de Fevereiro de 1997

«Desejo que todos sejais “bons” como Santa Águeda,

isto é, fiéis testemunhas do amor do Pai»



Caríssimos Irmãos e Irmãs!

A gripe entrou na casa do Papa e também me atingiu. O médico desaconselhou- me a sair e, em particular, pediu-me que renunciasse à habitual Audiência geral de quarta-feira.

Devo, por isso, limitar-me a saudar-vos da janela do meu escritório. Faço-o com grande afecto, agradecendo-vos a vossa presença, apesar da chuva, e a vossa oração.

Celebramos hoje a memória de Santa Águeda, martirizada em Catânia, provavelmente durante a perseguição de Décio, no terceiro século. Águeda significa «boa». O nome corresponde à realidade: «Santa Águeda — lemos na Liturgia das Horas desta manhã — porque, sendo de Deus, vem da parte do seu Esposo, Cristo, a tornar-nos participantes daqueles bens de que o seu nome leva o valor e o sentido».

Fonte de toda a bondade é Deus, nosso sumo bem. Desejo que todos sejais «bons», isto é, fiéis testemunhas do amor do Pai celeste, que nos cumula de tantos dons e nos chama a participar da Sua própria alegria.

Quem tem esta fé conserva, mesmo no meio das dificuldades, aquela paz profunda que nasce do confiante abandono nas mãos sempre próvidas e sapientes de Deus, que não perturba a alegria dos seus filhos senão para lhes preparar uma mais íntima e maior.

Saúdo cada um de vós aqui presentes; envio o meu cordial pensamento aos doentes, assegurando a todos uma particular lembrança na oração.

Invocando a protecção da Virgem Santa, abençoo-vos com afecto.

Saudação aos peregrinos:

Desejo-vos uma boa permanência em Roma. Estamos entre chuva e sol, sol e chuva.

Adeus!



JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA

Quarta-feira 12 de Fevereiro de 1997

Quaresma: um itinerário espiritual de oração e de penitência

Caríssimos Irmãos e Irmãs:


1. Hoje, quarta-feira de Cinzas, primeiro dia da Quaresma, iniciamos o caminho de preparação para a Santa Páscoa. Um itinerário espiritual de oração e de penitência, com o qual os cristãos se deixam purificar e santificar pelo Senhor, que os quer partícipes nos Seus sofrimentos e na Sua glória (cf. Rm Rm 8,17).

O Espírito Santo, que conduziu e sustentou Cristo no «deserto», introduz-nos neste tempo da Quaresma, dando-nos a graça necessária para resistirmos às seduções do antigo tentador e vivermos com renovado empenho na liberdade dos filhos de Deus.

Com efeito, Jesus não pede observâncias formais e meras mudanças exteriores, mas a conversão do coração para uma decidida adesão à vontade do Seu e nosso Pai.

Neste tempo quaresmal, Jesus chama-nos a segui-l’O pelo caminho que O conduz a Jerusalém para ser imolado na Cruz. «Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-Me» (Lc 9,23). Convite, sem dúvida, exigente e difícil, mas capaz de libertar, em quem o acolhe, a força criativa do amor.

Desde o primeiro instante deste tempo da Quaresma, o olhar é dirigido, portanto, para a Cruz gloriosa de Cristo. O autor da Imitação de Cristo escreve: «Na cruz há salvação; na cruz encontra-se a vida; na cruz existe a defesa contra o inimigo; na cruz está o dom sobrenatural das doçuras do céu; na cruz está a força da mente e a alegria do espírito; na cruz resumem-se as virtudes e faz-se perfeita a santidade» (XII, 1).

2. «Arrependei-vos e acreditai na Boa Nova» (Mc 1,14). Ao recebermos as cinzas sobre a cabeça, voltamos a escutar hoje esta expressão do evangelista Marcos. Com ela é-nos recordado que a salvação, oferecida a nós por Jesus no mistério da Sua Páscoa, exige a nossa resposta.

A Liturgia, portanto, solicita-nos que tornemos concreto e visível o dom da conversão do coração, indicando-nos qual a estrada a percorrer e quais os instrumentos a adoptar. A escuta assídua da Palavra de Deus, a oração incessante, o jejum interior e exterior, as obras de caridade que tornam concreta a solidariedade para com os irmãos, são pontos irrenunciáveis para aqueles que, regenerados para a vida nova com o Baptismo, desejam viver não já segundo a carne, mas segundo o Espírito (cf. Rm Rm 8,4).

À solidariedade para com os irmãos eu fiz referência também na Mensagem para a Quaresma deste ano: a Quaresma é «o tempo da solidariedade para com as precárias situações em que vivem indivíduos e povos de tantas partes do mundo». Entre as situações de precariedade coloquei em particular evidência a situação dramática de quem vive sem casa.

3. Este ano o tempo quaresmal insere-se no itinerário trienal de preparação imediata para o Grande Jubileu do Ano 2000. O ano de 1997, primeira etapa deste percurso, é «dedicado à reflexão sobre Cristo, Verbo do Pai, feito homem por obra do Espírito Santo» (Tertio millennio adveniente TMA 40). Durante este ano, todos somos convidados a redescobrir em profundidade a pessoa de Cristo Salvador e Evangelizador, para uma renovada adesão a Ele.

Assim como as multidões do Evangelho permaneciam admiradas diante dos gestos e do ensinamento de Jesus, assim ainda hoje a humanidade poderá com mais facilidade ser fascinada por Cristo e decidir-se por Ele, se for atingida pelo testemunho de fé e de caridade dos cristãos. O Senhor, através da obra da Igreja, continua a chamar homens e mulheres ao Seu seguimento.

4. No caminho de conversão e de penitência há pouco iniciado, nos acompanhe a Virgem Santa. O seu auxílio materno nos leve a vencer toda a preguiça e temor, a fim de avançarmos com fé intrépida rumo ao Calvário, sabendo deter- nos com amor junto da Cruz, na esperança jubilosa de participarmos da glória da Ressurreição do Senhor.



Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs!

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa que, por acaso, aqui se encontrem. Que a presença em Roma vos sirva para vivificar a própria fé, continuando a «voltar-vos para Deus, acreditando no Evangelho», como convida a Quaresma, em preparação das festividades pascais. A todos, graça, paz e alegria em Cristo, numa Feliz Páscoa!

Acolho cordialmente os seminaristas de Nancy, os membros da Escola da Fé, de Friburgo, e também os outros peregrinos de língua francesa. Nossa Senhora vos ajude a progredir no caminho da fé e a responder aos apelos do Senhor! Deus vos abençoe!

Tenho o prazer de saudar os visitantes de língua inglesa, de modo especial os peregrinos da Irlanda e dos Estados Unidos. Agradeço aos corais o seu louvor a Deus mediante a música. Sobre todos vós invoco, do íntimo do coração, abundantes bênçãos de graça e de paz.

Desejo saudar com afecto os peregrinos de língua espanhola, em particular os jovens desportistas de Buenos Aires, os fiéis da diocese de Lomas de Zamora e de Tenerife, o grupo de pensionistas de Valência, assim como os numerosos estudantes vindos da Espanha, da Argentina e do Chile. A todos concedo de coração a Bênção Apostólica.

Saúdo cordialmente os peregrinos Eslovacos de Dubnica nad Váhom. Dentro de dois dias celebraremos a festa dos Santos Cirilo e Metódio, Padroeiros da Europa e Apóstolos dos povos Eslavos. Há mil e cento e trinta anos eles vieram a Roma para visitar o Sucessor de Pedro. Seguindo os seus passos, também vós viestes a Roma. Esta peregrinação vos revigore na fé que eles anunciaram aos vossos antepassados. Para isto concedo-vos a minha Bênção Apostólica. Louvado seja Jesus Cristo!

Ao saudar agora todos os peregrinos de língua italiana, dirijo um cordial pensamento ao grupo de Oficiais, Suboficiais e Alunos da Escola de Artilharia antiaérea de Sabaudia, assim como aos Alunos Suboficiais da Marinha Militar de Taranto. Saúdo também o grupo da Associação «Esposas dos Médicos Italianos » e os membros do Clube «Leontine De Nittis» de Barletta.

Caríssimos, agradeço-vos a vossa participação e, de coração, faço votos por que este encontro sirva para fortalecer os vossos propósitos de coerente testemunho cristão.

Por fim, apresento uma particular saudação aos Jovens, aos Doentes e aos jovens Casais.

Espero que o tempo quaresmal, que precisamente hoje iniciamos, conduza cada um de vós a uma sempre maior proximidade de Cristo e a uma Sua mais fiel imitação.

Exorto-vos, então, caros irmãos e irmãs, a traduzir na vossa existência, segundo as diversas situações em que vos encontrais, os mesmos sentimentos de Cristo. Encontrareis exemplo e conforto no mistério de Deus que, por amor, dá o próprio Filho pela salvação de todos os homens.

Maria, de quem ontem fizemos especial memória, vos acompanhe neste itinerário de conversão interior, obtendo para cada um as graças necessárias para permanecer fiel à própria vocação.

A todos a minha Bênção.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 26 de Fevereiro de 1997

Maria nas bodas de Caná



Caríssimos Irmãos e Irmãs:

1. No episódio das bodas de Caná, São João apresenta a primeira intervenção de Maria na vida pública de Jesus e põe em relevo a sua cooperação na missão do Filho.

Desde o início da narração, o evangelista avisa que «a mãe de Jesus estava presente» (2, 1) e, como que a querer sugerir que essa presença está na origem do convite dirigido pelos esposos ao próprio Jesus e aos Seus discípulos (cf. Redemptoris Mater RMA 21), acrescenta: «Jesus e os Seus discípulos foram convidados para as bodas» (2, 2). Com tais observações, João parece indicar que em Caná, como no evento fundamental da Encarnação, Maria é aquela que introduz o Salvador.

O significado e o papel que assume a presença da Virgem, manifestam-se quando vem a faltar o vinho. Ela, experiente e prudente dona de casa, percebe isso imediatamente e intervém para que não termine a alegria de todos e, principalmente, para socorrer os esposos em dificuldade.

Dirigindo-se a Jesus com as palavras: «Não têm vinho» (Jn 2,3), Maria exprime- Lhe a sua preocupação por essa situação, aguardando uma Sua intervenção resolutiva. Mais precisamente, segundo alguns exegetas, a Mãe espera um sinal extraordinário, dado que Jesus não tinha vinho à disposição.

2. A escolha de Maria, que teria podido, talvez, providenciar noutro lugar o vinho necessário, manifesta a coragem da sua fé porque, até àquele momento, Jesus não tinha realizado algum milagre, nem em Nazaré, nem na vida pública.

Em Caná a Virgem mostra mais uma vez a sua total disponibilidade a Deus. Ela que, na Anunciação, crendo em Jesus antes de O ver, contribuíra para o prodígio da concepção virginal, aqui, confiando no poder não ainda revelado de Jesus, suscita o Seu «primeiro sinal», a prodigiosa transformação da água em vinho. Desse modo, ela precede na fé os discípulos que, como refere João, hão-de crer depois do milagre: Jesus «manifestou a Sua glória e os Seus discípulos acreditaram n’Ele» (Jn 2,11). Antes, obtendo o sinal prodigioso, Maria oferece- lhes um apoio à fé.

3. A resposta de Jesus às palavras de Maria: «Que temos nós com isso, mulher A minha hora ainda não chegou » (Jn 2,4) exprime uma aparente rejeição, quase pondo à prova a fé de Maria.

Segundo uma interpretação, Jesus a partir do momento que inicia a Sua missão, parece colocar em discussão a natural relação de filho, chamado em causa pela mãe. A frase, na língua falada do ambiente, quer, de facto, evidenciar uma distância entre as pessoas, com a exclusão da comunhão de vida. Esta distância não elimina respeito e estima; o termo «mulher», com o qual Ele Se dirige à mãe, é usado numa acepção que retornará nos diálogos com a Cananeia (cf. Mt Mt 15,28), com a Samaritana (cf. Jo Jn 4,21), com a adúltera (cf. Jo Jn 8,10) e com Maria Madalena (cf. Jo Jn 20,13), em contextos que manifestam uma relação positiva de Jesus com as Suas interlocutoras.

Com a expressão: «Que temos nós com isso, mulher?», Jesus pretende colocar a cooperação de Maria no plano da salvação que, empenhando a sua fé e a sua esperança, pede a superação do seu papel natural de mãe.

4. De maior relevo aparece a motivação formulada por Jesus: «A Minha hora ainda não chegou» (Jn 2,4).

Alguns estudiosos do texto sagrado, seguindo a interpretação de Santo Agostinho, identificam essa «hora» com o evento da Paixão. Para outros, porém, ela refere-se ao primeiro milagre em que haveria de ser revelado o poder messiânico do profeta de Nazaré. Outros, ainda, pensam que a frase é interrogativa e prolonga a pergunta anterior: «Que temos nós com isso, mulher? A Minha hora ainda não chegou». Jesus faz com que Maria entenda que afinal Ele já não depende dela, mas deve tomar a iniciativa para realizar a obra do Pai. Maria, então, abstém-se docilmente de insistir junto d’Ele e dirige-se, ao contrário, aos servidores para os convidar a ser-Lhe obedientes.

Em todo o caso a sua confiança no Filho é recompensada. Jesus, a Quem ela deixou totalmente a iniciativa, realiza o milagre, reconhecendo a coragem e a docilidade da Mãe: «Disse-lhes Jesus: “Enchei de água essas talhas”; e encheram- nas até à borda» (Jn 2,7). Também a obediência deles, portanto, contribui para a obtenção do vinho em abundância.

O pedido de Maria: «Fazei o que Ele vos disser», conserva um seu valor sempre actual para os cristãos de todas as épocas, e é destinado a renovar o seu efeito maravilhoso na vida de cada um. Ela exorta a uma confiança sem hesitação, sobretudo quando não se compreendem o sentido e a utilidade de quanto Cristo pede.

Assim como na narração da Cananeia (Mt 15,24-26), a aparente rejeição de Jesus exalta a fé da mulher, assim as palavras do Filho: «A Minha hora ainda não chegou», juntamente com o cumprimento do primeiro milagre, manifestam a grandeza da fé que a Mãe tem e a força da sua oração.

O episódio das bodas de Caná animanos a ser corajosos na fé e a experimentar na nossa existência a verdade da palavra evangélica: «Pedi e vos será dado» (Mt 7,7 Lc 11,9).

Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa que aqui se encontram. De modo especial os integrantes do Coro «Eco dos Montes» vindos do Brasil. Peço a Deus que nesta Quaresma, e em preparação do Jubileu da Redenção, o Espírito Santo ilumine o caminho de todos com um «forte desejo de conversão e de renovamento pessoal». Desde já, envio os meus votos de Felizes Páscoas na paz e no amor em Cristo, que estendo igualmente aos seus familiares, ao dar-lhes a minha Bênção.

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua francesa presentes nesta audiência. De entre eles, sinto-me particularmente feliz por acolher os jovens de diferentes colégios da França, assim como os estudantes e os professores do Instituto católico de Ensino superior de La Roche-sur-Yon. Durante a vossa peregrinação junto do túmulo dos Apóstolos, no decurso do tempo da Quaresma, faço votos por que descubrais sempre mais profundamente a pessoa viva de Cristo. A todos, concedo do íntimo do coração a Bênção Apostólica.

Apresento especiais saudações aos representantes da «BBC» e aos espectadores dos «Cânticos de Louvor», transmitidos da Basílica de Santa Maria Maior: Deus encha os vossos corações de sentimentos de alegria e gratidão ao nosso Criador. A todos os visitantes de expressão inglesa, especialmente aos da Grã- Bretanha, Tailândia, Hong-Kong e Estados Unidos da América, invoco de todo o coração o júbilo e a paz de Jesus Cristo, nosso Salvador.

Saúdo com afecto todos os peregrinos de língua espanhola. Em especial, o grupo de jovens universitários de Barcelona, os fiéis da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, de Santiago do Chile, e a juventude feminina de Schoenstatt.Convido-vos a acolher as palavras de Maria nas Bodas de Caná, a qual nos exorta a ser corajosos e decididos na fé e a testemunhar, com a própria vida, a mensagem salvífica do Evangelho. A vós e às vossas famílias concedo de coração a Bênção Apostólica. Muito obrigado!

Quereria agora saudar os peregrinos, provenientes dos Países Baixos e da Bélgica, de modo particular os alunos e os professores do Instituto «Aldenhof» de Hoensbroek. Desejo a todos vós que a visita aos lugares sagrados vos inspire a percorrer o caminho de renovamento interior, o caminho de reconciliação com Deus e com os outros, ao qual cada um de nós é chamado neste período da Quaresma. De coração concedo a Bênção Apostólica a vós e aos vossos entes queridos.

Prezados amigos luteranos da Suécia e da Dinamarca! Oxalá o renovamento quaresmal suscite o desejo, em todos nós, de uma verdadeira unidade em Cristo. Deus vos abençoe, a vós e à inteira Suécia e Dinamarca!

Saúdo cordialmente os peregrinos que vieram da Lituânia.

Caríssimos, a permanência no centro do cristianismo — lugar tão rico de valores culturais, espirituais e históricos — permaneça dentro de vós como um tempo de recolhimento e de reflexão. A oração junto dos túmulos dos Santos Apóstolos torne mais fortes a fé no amor salvífico de Cristo e a tensão para os valores eternos.

De coração vos abençoo, a vós e aos vossos familiares. Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo afectuosamente D. Ante Juric, Arcebispo de Espálato-Makarska, o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Omi e, de modo particular, os cantores dos cânticos originais dálmatas, vindos a Roma por ocasião do 30º aniversário do Festival dos grupos das canções dálmatas de Omi .

Parte integrante da rica herança cultural dos Croatas, os cânticos dálmatas exprimem a totalidade dos sentimentos do homem arraigado na sua terra natal, situada nas proximidades do mar. A beleza da natureza e da comunhão humana reflecte-se na harmonia melódica das vozes. Depois da derrocada do comunismo, pode-se exprimir nas canções dálmatas, com mais liberdade, a inspiração religiosa, redescobrindo, de algum modo, as suas raízes e o vínculo com o cântico eclesial.

Enquanto com o salmista vos convido a «cantar ao Senhor um cântico novo», sobre vós aqui presentes, sobre as vossas famílias e sobre todos os vossos amigos, imploro de bom grado a bênção do Senhor.

Louvados sejam Jesus e Maria!

Dirijo cordiais boas-vindas a todos os peregrinos de língua italiana. Em particular, é-me grato acolher o grupo de jovens sacerdotes e seminaristas do Seminário de Tortona, que, acompanhados por D. Martino Canessa, quiseram visitar- me. Caríssimos, sede sempre generosos ao seguir o Senhor, que vos chamou ao Seu serviço.

Saúdo depois as Servas do Sagrado Coração de Jesus, de modo especial a Superiora-Geral, eleita precisamente na Assembleia Capitular que se está a realizar nestes dias.

Dirijo agora, como de costume, um pensamento aos Jovens, aos Doentes e aos jovens Casais. Antes de tudo, agradeço- vos, caríssimos jovens, que hoje vejo particularmente numerosos, a vossa viva e festiva presença. Quereria aproveitar esta circunstância para exprimir o meu agradecimento, a vós e aos muitos coetâneos vossos, que continuamente me fazeis chegar apreciados testemunhos de afecto. Faço votos por que vós e todos os jovens cristãos, sempre com entusiasmo e generosidade, sigais Cristo, a verdadeira luz que revela a cada homem o significado e a finalidade da existência.

Convido depois vós, caros doentes, a não temerdes pôr-vos na escola da cruz, ainda que pareça árdua e penosa: é a via para chegar com Cristo à alegria da ressurreição. Por fim, faço votos a vós, prezados jovens esposos, por que fundeis o vosso lar sobre a rocha sólida do amor fiel de Deus, revelado ao mundo pelo Mistério pascal.

A todos a minha Bênção!



                                                                                Março de 1997

JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 5 de Março de 1997

Em Caná, Maria levou Jesus a realizar o primeiro milagre

Queridos Irmãos e Irmãs


1. Ao narrar a presença de Maria na vida pública de Jesus, o Concílio Vaticano II recorda a sua participação em Caná por ocasião do primeiro milagre: «Nas bodas de Caná, movida de compaixão, levou Jesus Messias a dar início aos Seus milagres (cf. Jo Jn 2,1-11)» (LG 58).

Seguindo a esteira do evangelista João, o Concílio faz notar o papel discreto e, ao mesmo tempo, eficaz da Mãe que, com a sua palavra, leva o Filho ao «primeiro sinal». Ela, embora exerça uma influência discreta e materna, com a sua presença resulta, no final, determinante. A iniciativa da Virgem aparece ainda mais surpreendente, se se considera a condição de inferioridade da mulher na sociedade judaica. Em Caná, com efeito, Jesus não só reconhece a dignidade e o papel do génio feminino, mas, acolhendo a intervenção de Sua Mãe, oferece- lhe a possibilidade de ser partícipe na obra messiânica. Não contrasta com esta intenção de Jesus o apelativo «Mulher », com o qual Ele se dirige a Maria (cf. Jo Jn 2,4). Ele, de facto, não contém em si nenhuma conotação negativa e será de novo usado por Jesus em relação à Mãe, aos pés da Cruz (cf. Jo Jn 19,26). Segundo alguns intérpretes, este título «Mulher» apresenta Maria como a nova Eva, mãe de todos os crentes na fé.

O Concílio, no texto citado, usa a expressão «movida de compaixão», deixando entender que Maria era inspirada pelo seu coração misericordioso. Tendo divisado a eventualidade do desapontamento dos esposos e dos convidados pela falta de vinho, a Virgem compadecida sugere a Jesus que intervenha com o seu poder messiânico.

A alguns o pedido de Maria parece desproporcionado, porque subordina a um acto de piedade o início dos milagres do Messias. À dificuldade respondeu Jesus mesmo que, com o seu assentimento à solicitação materna, demonstra a superabundância com que o Senhor responde às expectativas humanas, manifestando também quanto pode o amor de uma mãe.

2. A expressão «dar início aos milagres », que o Concílio retomou do texto de João, chama a nossa atenção. O termo grego archè, traduzido por início, princípio, foi usado por João no Prólogo do seu Evangelho: «No princípio já existia o Verbo» (1, 1). Esta significativa coincidência induz a estabelecer um paralelo entre a primeira origem da glória de Cristo na eternidade e a primeira manifestação da mesma glória na sua missão terrena.

Ressaltando a iniciativa de Maria no primeiro milagre e recordando depois a sua presença no Calvário, aos pés da Cruz, o evangelista ajuda a compreender como a cooperação de Maria se estende à inteira obra de Cristo. O pedido da Virgem coloca-se no interior do desígnio divino de salvação.

No primeiro sinal operado por Jesus os Padres da Igreja divisaram uma forte dimensão simbólica, acolhendo, na transformação da água em vinho, o anúncio da passagem da antiga à nova Aliança. Em Caná, precisamente a água das jarras, destinada à purificação dos Judeus e ao cumprimento das prescrições legais (cf. Mc 7,1-15), torna-se o vinho novo do banquete nupcial, símbolo da união definitiva entre Deus e a humanidade.

3. O contexto de um banquete de núpcias, escolhido por Jesus para o Seu primeiro milagre, remete ao simbolismo matrimonial, frequente no Antigo Testamento para indicar a Aliança entre Deus e o Seu povo (cf. Os. Os 2,21 Jr 2,1-8 Ps 44 etc. ) e no Novo Testamento para significar a união de Cristo com a Igreja (cf. Jo Jn 3,28-30 Ep 5,25-32 Ap 21,1-2 etc. ).

A presença de Jesus em Caná manifesta, além disso, o projecto salvífico de Deus a respeito do matrimónio. Nessa perspectiva, a falta de vinho pode ser interpretada como alusiva à falta de amor, que infelizmente, não raro, ameaça a união esponsal. Maria pede a Jesus que intervenha em favor de todos os esposos, que só um amor fundado em Deus pode libertar dos perigos da infidelidade, da incompreensão e das divisões. A graça do Sacramento oferece aos esposos esta força superior de amor, que pode corroborar o empenho da fidelidade também nas circunstâncias difíceis.

Segundo a interpretação dos autores cristãos, o milagre de Caná contém, além disso, um profundo significado eucarístico. Realizando-o na proximidade da solenidade da Páscoa judaica (cf. Jo Jn 2,13), Jesus manifesta, como na multiplicação dos pães (cf. Jo Jn 6,4), a intenção de preparar o verdadeiro banquete pascal, a Eucaristia. Esse desejo, nas bodas de Caná, parece sublinhado ainda mais pela presença do vinho, que alude ao sangue da Nova Aliança, e pelo contexto de um banquete.

Desse modo Maria, depois de ter estado na origem da presença de Jesus na festa, obtém o milagre do vinho novo, que prefigura a Eucaristia, sinal supremo da presença do seu Filho ressuscitado entre os discípulos.

4. No final da narração do primeiro milagre de Jesus, que se tornou possível pela fé sólida da Mãe do Senhor no seu divino Filho, o evangelista João conclui: «Os Seus discípulos acreditaram n’Ele» (2, 11). Em Caná Maria inicia o caminho da fé da Igreja, precedendo os discípulos e orientando para Cristo a atenção dos servos.

A sua perseverante intercessão encoraja, além disso, aqueles que às vezes se encontram diante da experiência do «silêncio de Deus». Eles são convidados a esperar para além de toda a esperança, confiando sempre na bondade do Senhor.

Saudações

Amados peregrinos de língua portuguesa!

Como nas Bodas de Caná, Maria continua a interceder junto de seu Filho pelas nossas necessidades, mas a nós, os servos de Jesus, recomenda: «Fazei o que Ele vos disser». Diante do «silêncio de Deus», que por vezes põe à prova a nossa esperança, aquela exortação materna lembra-nos que devemos continuar a esperar, seguros da bondade do Senhor, numa disponibilidade pronta ao que Ele mandar. Confiando à Virgem Mãe a vossa caminhada cristã para a Páscoa, invoco, com a minha Bênção sobre os vossos passos e a vossa família, a abundância das graças da Redenção.

Saúdo cordialmente os peregrinos de expressão francesa, sobretudo o grupo organizado pela Nossa Senhora da Saúde e desejo a todos que prossigais com coragem o caminho rumo à Páscoa. A cada um de vós, dou de bom grado a minha Bênção Apostólica!

Tenho o prazer de dar as boas-vindas aos visitantes de expressão inglesa, especialmente aos grupos de peregrinos dos Estados Unidos da América. A minha especial saudação dirige-se aos estudantes do Centro de Bolonha da Universidade de João Hopkins. Também agradeço ao Coro os seus Cânticos de louvor a Deus. Sobre todos vós invoco de coração a alegria e a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo.

É-me grato saudar agora os peregrinos de língua espanhola, de modo particular os estudantes dos colégios de Madrid, Castellón de la Plana e Santiago do Chile. Que a perseverante intercessão de Maria vos anime no vosso caminho quaresmal, confiando sempre na bondade do Senhor. Com estes votos, concedo-vos de coração a Bênção Apostólica, que faço extensiva às vossas famílias.

Meus caros amigos da Noruega e da Dinamarca! Possa o nosso Salvador ajudar-nos, a nós cristãos, naquela unidade pela qual Ele orava. Deus vos abençoe a todos e à inteira Noruega e Dinamarca.

Saúdo cordialmente o grupo de peregrinos provenientes da Lituânia. Caríssimos, com afecto concedo a todos vós, aos vossos entes queridos e ao inteiro povo lituano a minha Bênção Apostólica. Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo com afecto os estudantes da Universidade de Zagrábia. Caríssimos, no tempo da Quaresma que nos prepara para a solenidade da Páscoa, o Senhor convida cada cristão à conversão por meio da oração, do jejum e das boas obras. Abri também vós os vossos corações ao Senhor, bom e misericordioso, a fim de que a Sua graça vos renove e possais, com a vossa vida cristã, ser Suas verdadeiras testemunhas. A vós, às vossas famílias e a todos os vossos amigos, concedo de bom grado a Bênção Apostólica. Louvados sejam Jesus e Maria!

Saúdo de coração os peregrinos eslovacos de Košice e Prešov, de Svidník e Vranov.

Caros Irmãos e Irmãs, viestes a Roma, junto do túmulo de São Pedro, que seguiu Cristo até à morte. E viestes a Roma também para saudar o Sucessor de Pedro, o Papa, o qual recebeu de Cristo a missão de confirmar os irmãos na fé. Oro por vós, a fim de que acrediteis de modo cada vez mais firme que Jesus Cristo é o único e necessário Salvador do mundo, e para que O sigais sempre com fidelidade. Para isto vos concedo a minha Bênção Apostólica.

Dirijo cordiais boas-vindas aos numerosos peregrinos de língua italiana. Para as Filhas de Maria Auxiliadora, que saúdo com afecto, invoco os frutos desejados das jornadas de espiritualidade que elas se aprestam a viver na terra de origem da Fundadora, Santa Maria Domingas Mazzarello.

O meu pensamento dirige-se por fim aos Doentes, aos jovens Casais e, de modo especial, aos Jovens, presentes em grande número na Audiência hodierna, e entre os quais saúdo em particular os adolescentes do Decanado de Vimercate, vindos a Roma a fim de se prepararem para a profissão de fé.

Caríssimos, o tempo da Quaresma exorta-nos a reconhecer Cristo como suprema esperança do homem. Convido-vos, caros jovens, a ser no mundo testemunhas corajosas do Evangelho, para incidirdes positivamente nos vários ambientes de vida. A vós, queridos doentes, recomendo a virtude da paciência, para que o vosso sofrimento, unido ao de Cristo, seja oferta agradável ao Pai. E encorajo-vos, prezados jovens esposos, a descobrir o valor da oração na «igreja doméstica» que formastes.

A todos concedo de coração a minha Bênção. E antes desta Bênção conclusiva, cantemos o «Pai Nosso» em latim, rezando de modo especial pela paz na Albânia.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 12 de Março de 1997

A participação de Maria na vida pública do Filho

Queridos Irmãos e Irmãs


1. O Concílio Vaticano II, depois de ter recordado a intervenção de Maria nas bodas de Caná, sublinha a sua participação na vida pública de Jesus: «Durante a pregação de Seu Filho, acolheu as palavras com que Ele, pondo o reino acima de todas as relações de parentesco, proclamou bem-aventurados todos os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática (cf. Mc Mc 3,35 par.; Lc 11,27-28), coisa que fazia fielmente (cf. Lc )» (LG 58).

O início da missão de Jesus assinalou também a Sua separação da Mãe, a qual nem sempre seguiu o Filho durante o Seu peregrinar pelas estradas da Palestina. Jesus escolheu deliberadamente a separação da Mãe e dos afectos familiares, como se deduz das condições que põe aos Seus discípulos para O seguirem e se dedicarem ao anúncio do Reino de Deus.

Não obstante isto, Maria escutou às vezes a pregação do Filho. Pode-se supor que ela estivesse presente na Sinagoga de Nazaré, quando Jesus, depois de ter lido a profecia de Isaías, comentou o seu texto, aplicando a Si mesmo o conteúdo (cf. Lc Lc 4,18-30). Quanto deve ter sofrido nessa ocasião, depois de ter compartilhado a admiração geral pelas «palavras repletas de graça que saíam da Sua boca» (Lc 4,22), ao constatar a dura hostilidade dos concidadãos que expulsaram Jesus da Sinagoga e até tentaram matá-l’O! Das palavras do evangelista Lucas emerge a dramaticidade daquele momento: «E, erguendo-se, lançaram- n’O fora da cidade e levaram-n’O ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitar dali. Mas, passando por meio deles, Jesus seguiu o Seu caminho» (4, 29-30).

Depois daquele evento, Maria, intuindo que haveria outras provações, confirmou e aprofundou a sua total adesão à Vontade do Pai, oferecendo-Lhe o seu sofrimento de mãe e a sua solidão.

2. Segundo os Evangelhos, Maria teve oportunidade de escutar o seu Filho também noutras circunstâncias. Antes de tudo em Cafarnaum, para onde Jesus Se dirige, depois das bodas de Caná, «com a mãe, os irmãos e os discípulos» (Jn 2,12). Além disso, é provável que O tenha podido seguir também em Jerusalém, por ocasião da Páscoa, no Templo, que Jesus qualifica como casa de Seu Pai, pela qual Ele arde de zelo (cf. Jo Jn 2,16-17). Ela, depois, encontra-se entre a multidão, no momento em que, não conseguindo aproximar-se de Jesus, O ouve responder a quem Lhe anuncia a presença sua e dos parentes: «Minha mãe e Meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática» (Lc 8,21).

Com essa expressão Cristo, embora relativizando os laços familiares, dirige um grande elogio à Mãe, afirmando um vínculo muito mais alto com Ela. Maria, com efeito, pondo-se à escuta do Filho, acolhe todas as Suas palavras e põe-nas fielmente em prática.

Pode-se pensar que Maria, embora não seguindo Jesus no Seu caminho missionário, se tenha informado sobre o desenvolvimento da actividade apostólica do Filho, acolhendo com amor e trepidação as notícias sobre a Sua pregação, através daqueles que O haviam encontrado.

A separação não significava afastamento do coração, bem como não impedia à mãe seguir espiritualmente o Filho, conservando e meditando o Seu ensinamento, como já tinha feito na vida oculta de Nazaré. A sua fé, de facto, permitia-lhe acolher o significado das palavras de Jesus, antes e melhor do que os Seus discípulos, que muitas vezes não compreendiam os Seus ensinamentos e, de modo especial, as referências à futura Paixão (cf. Mt Mt 16,21-23 Mc 9,32 Lc 9,45).

3. Maria, seguindo de longe as vicissitudes do Filho, participa no Seu drama de Se sentir rejeitado por uma parte do povo eleito. Tendo-Se manifestado desde a Sua visita a Nazaré, essa rejeição torna- se cada vez mais visível nas palavras e nas atitudes dos chefes do povo.

Deste modo, a Virgem pôde muitas vezes conhecer as críticas, insultos e ameaças dirigidos a Jesus. Também em Nazaré, várias vezes foi ferida pela incredulidade de parentes e conhecidos, que tentavam instrumentalizar Jesus (cf. Jo Jn 7,2-5) ou interromper a Sua missão (cf. Mc Mc 3,21).

Através destes sofrimentos suportados com grande dignidade e no escondimento, Maria compartilha o itinerário de Seu Filho «a Jerusalém» (Lc 9,51) e, cada vez mais unida a Ele na fé, na esperança e no amor, coopera na salvação.

4. A Virgem torna-se, assim, um exemplo para aqueles que acolhem a palavra de Cristo. Crendo desde a Anunciação na mensagem divina e aderindo plenamente à Pessoa do Filho, Ela ensina- nos a pôr-nos em escuta confiante do Salvador, para descobrirmos n’Ele a Palavra divina que transforma e renova a nossa vida. A sua experiência encoraja-nos, além disso, a aceitar as provas e os sofrimentos que derivam da fidelidade a Cristo, tendo o olhar fixo na bem-aventurança prometida por Jesus àqueles que escutam e guardam a Sua Palavra.

Saudações

Amados visitantes do Brasil e de Portugal, com quantos aqui se encontram de língua portuguesa: para todos, a minha saudação de boas-vindas, com votos de que a peregrinação até a estes lugares, santificados pela palavra e pelo sangue dos Apóstolos Pedro e Paulo, incite o coração de cada um a aderir com plena disponibilidade a Cristo e ao Evangelho. Que a Virgem Maria vos acompanhe e proteja!

É-me grato acolher os peregrinos de expressão francesa vindos esta manhã, sobretudo os jovens e, entre eles, os professores e os alunos de Sainte-Marie de Neuilly. A exemplo da Virgem Maria, escutai a palavra de Cristo e ponde-vos no Seu seguimento no caminho de Jerusalém, da Cruz e da Ressurreição! De todo o coração, dou-vos a Bênção Apostólica.

Desejo saudar os visitantes de expressão inglesa, especialmente os grupos de peregrinos da Irlanda, do Sri Lanka, do Canadá e dos Estados Unidos. Sobre todos vós invoco, do íntimo do coração, a alegria e a paz de Jesus Cristo nosso Salvador.

Apresento calorosas boas-vindas à Comissão Ecuménica da Diocese de Estocolmo. Com profundas lembranças da minha visita à Suécia, encorajo-vos a perseverar no vosso trabalho pela unidade de todos os cristãos no vosso país.

Saúdo agora com grande afecto todos os peregrinos de língua espanhola, de modo particular os jovens estudantes de Rosário (Argentina) e Villaviciosa de Odón (Espanha), assim como os fiéis da Costa Rica. Que Maria, modelo de acolhimento dos ensinamentos de Cristo, acompanhe o vosso itinerário espiritual neste tempo da Quaresma para a alegria pascal. Com estes votos, concedo-vos a Bênção Apostólica, que de coração faço extensiva também às vossas famílias.

Saúdo-vos cordialmente, queridos peregrinos de Budapeste. Segundo as palavras de Maria, Mãe de Deus, façamos também nós tudo aquilo que Cristo nos diz, especialmente no nosso caminho quaresmal. O Senhor nos ajude a preparar-nos, com penitência e fé, para a festa da Páscoa. Peço-o para vós, para os vossos entes queridos e para os irmãos na pátria, com a minha oração e com a minha Bênção Apostólica. Louvado seja Jesus Cristo!

Dirijo agora uma saudação particular aos participantes na Peregrinação «Via Catherinae», promovida pela Família Dominicana no 650° aniversário do nascimento de Santa Catarina de Sena. Queridos Irmãos e Irmãs, agradeço-vos a vossa presença e, de coração, faço votos por que a vossa peregrinação, em vista também do Grande Jubileu do Ano 2000, contribua para fazer conhecer melhor a especificidade da espiritualidade de Santa Catarina e fortaleça em todos vós o amor que a Santa tinha para com a Igreja.

Saúdo depois o grupo de sacerdotes e de estudantes de teologia, provenientes de várias nações e que pertencem ao Movimento dos Focolarinos, que participam num encontro em Loppiano. Caríssimos, ao desejar-vos que esta experiência fortaleça a vossa fé, oro ao Senhor para que possais empenhar-vos, com generosidade sempre maior, no cumprimento do mandamento do Amor que Ele nos deixou como Seu testamento.

Por fim, dirijo uma cordial saudação aos Jovens, aos Doentes e aos jovens Casais. Neste tempo da Quaresma, prossigamos, caríssimos, com empenho o caminho rumo à Páscoa, mistério central da nossa fé.

Convido-vos, caros jovens, a testemunhar com fé jubilosa a vida que brota da cruz de Cristo.

A vós, queridos doentes, faço votos por que tenhais fixo o olhar em Jesus crucificado e ressuscitado, para saberdes viver a prova da dor como acto de amor.

E vós, prezados jovens esposos, imitando a fidelidade de Cristo para com a Sua Igreja, sabei fazer sempre da vossa existência um dom recíproco e responsável.




AUDIÊNCIAS 1997 - AUDIÊNCIA