AUDIÊNCIAS 1997

O Líbano não é um País grande e está situado no centro do Médio Oriente. Durante a minha peregrinação, assim como muitas vezes no decurso dos últimos anos, dirigi-me tanto à inteira região médio-oriental como a todos os Países da Comunidade internacional, para que assegurem efectivas garantias de paz nesse País, que já sofreu tanto. A paz é, num certo sentido, a missão fundamental do Líbano. Se deve realizar esta missão, que brota da sua própria complexidade cultural e religiosa, o País tem direito a ser sustentado nisto por todos os que podem influir sobre a paz no seu território. Somente nessas condições o Líbano pode ser ele mesmo, isto é, um País em que as várias comunidades culturais e religiosas coexistem e convivem, respeitando reciprocamente as suas identidades.

Ao espírito do Líbano qualquer fundamentalismo é estranho. E é precisamente isto que o distingue de outros Países, em que a vida social e política é fortemente condicionada por extremismos, que muitas vezes fazem injustificada referência à religião. O Líbano é uma sociedade aberta. Faço votos aos seus cidadãos, bem como aos Países vizinhos, por que possa continuar a colaboração a favor dessa abertura. Só deste modo, com efeito, o Líbano pode realizar a própria missão, no seu interior e também na grande família das Nações e das sociedades do Próximo Oriente. Deposito estes votos nas mãos do Presidente da República, de todas as Autoridades, e ao mesmo tempo nas mãos das Igrejas que estão no Líbano, bem como das várias Comunidades de religião islâmica, agradecendo a grande hospitalidade recebida de todos aqueles que cooperaram para o bom êxito da Visita apostólica.

Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs!

Saúdo com afecto no Senhor os ouvintes de língua portuguesa, nomeadamente os grupos de visitantes do Brasil e de Portugal aqui presentes. Desejo a todos quantos me ouvem felicidades, graça e paz; e que, à luz da Ascensão do Senhor, se afeiçoem cada vez mais às «coisas do Alto», com a minha Bênção.

Acolho com prazer as pessoas francófonas presentes esta manhã. Em particular, é-me grato saudar um grupo de Libaneses, com os quais partilho as bonitas recordações da minha visita à sua pátria. A todos, concedo do íntimo do coração a Bênção Apostólica.

É-me grato dar as boas-vindas aos visitantes de expressão inglesa, especialmente aos peregrinos da Inglaterra, da África do Sul, da Indonésia, da Tailândia, do Japão, das Filipinas, do Canadá e dos Estados Unidos. Agradeço ao coro «Bambanani» de Pretória o seu cântico de louvor a Deus. Sobre todos vós invoco, de coração, a alegria e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo.

Dirijo calorosas boas-vindas aos peregrinos lituanos, em particular ao coro «Ausra» de Vilna, que veio participar no Concurso dos coros religiosos e faço votos por que a visita a Roma seja espiritualmente profícua para cada um e contribua para fazer descobrir e viver a alegria da solidariedade cristã.

Levai a minha saudação cordial e a minha Bênção Apostólica a todos os habitantes da Lituânia, sobretudo às crianças, aos doentes e àqueles que sofrem.

Louvado seja Jesus Cristo!

Dirijo cordiais boas-vindas ao grupo de fiéis ortodoxos da Paróquia de Santa Sofia, na Bulgária, guiados pelos seus sacerdotes.

Caríssimos, enquanto vos agradeço a vossa presença, de coração faço votos por que esta peregrinação vos sirva de estímulo para um sempre mais generoso empenho de testemunho evangélico na vossa Pátria.

A preparação para o Grande Jubileu estimula os baptizados a aprofundar a vocação do homem, revelada por Deus em Cristo que, nascendo de Maria virgem, Se fez verdadeiramente um de nós, em tudo semelhante a nós, excepto no pecado (cf. Heb He 4,15).

Agora dou as boas-vindas aos peregrinos croatas e concedo-lhes a Bênção Apostólica.

Louvados sejam Jesus e Maria!

Por fim, dirijo uma saudação cordial aos Jovens, aos Doentes e aos jovens Casais, aqui presentes.

Nestes dias, que precedem a Solenidade do Pentecostes, a Comunidade cristã invoca com maior impulso o Espírito Santo, dom do Senhor ressuscitado.

Caros jovens, sede sempre dóceis à acção do Espírito Santo, para vos tornardes testemunhas do Evangelho, onde quer que o Senhor vos chame. Vós, queridos doentes, haurireis da presença do Consolador conforto e alívio no sofrimento e na prova.

E vós, prezados jovens esposos, pedi ao Espírito divino que torne a vossa família cada vez mais «igreja doméstica» e lugar de autêntico crescimento humano e espiritual.

A todos concedo a minha Bênção.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


21 de Maio de 1997

Maria e a ressurreição de Cristo




1. Depois da deposição de Jesus no sepulcro, Maria «é a única que permanece a ter viva a chama da fé, preparando- se para acolher o anúncio jubiloso e surpreendente da ressurreição» (Alocução da Audiência geral, L’Osserv. Rom , 6/4/96, pág. Rm 12). A espera vivida no Sábado Santo constitui um dos momentos mais altos da fé da Mãe do Senhor: na obscuridade que envolve o universo, Ela entrega-se plenamente ao Deus da vida e, recordando as palavras do Filho, espera a realização plena das promessas divinas.

Os Evangelhos narram diversas aparições do Ressuscitado, mas não o encontro de Jesus com a sua Mãe. Este silêncio não deve levar a concluir que, depois da Ressurreição, Cristo não tenha aparecido a Maria; convida-nos, ao contrário, a procurar os motivos dessa escolha por parte dos evangelistas.

Supondo uma «omissão», ela poderia ser atribuída ao facto que tudo o que é necessário para o nosso conhecimento salvífico é confiado à palavra de «testemunhas anteriormente designadas por Deus» (Ac 10,41), isto é, aos Apóstolos que «com grande poder» deram testemunho da ressurreição do Senhor Jesus (cf. Act Ac 4,33). Antes que a eles, o Ressuscitado apareceu a algumas mulheres fiéis, por causa da sua função eclesial: «Ide dizer a Meus irmãos que partam para a Galileia, e lá Me verão» (Mt 28,10).

Se os autores do Novo Testamento não falam do encontro da Mãe com o Filho ressuscitado, isto talvez seja atribuível ao facto que semelhante testemunho poderia ser considerado, por parte daqueles que negavam a ressurreição do Senhor, muito interessado, e portanto não digno de fé.

2. Os Evangelhos, além disso, referem um pequeno número de aparições de Jesus ressuscitado, e não certamente o relatório completo de quanto aconteceu nos quarenta dias após a Páscoa. São Paulo recorda uma aparição «a mais de quinhentos irmãos, de uma só vez» (1Co 15,6). Como justificar que um facto conhecido por muitos não seja referido pelos Evangelistas, apesar do seu carácter excepcional? É sinal evidente de que outras aparições do Ressuscitado, embora estivessem no elenco dos notórios factos ocorridos, não tenham sido mencionadas.

Como poderia a Virgem, presente na primeira comunidade dos discípulos (cf. Act Ac 1,14), ter sido excluída do número daqueles que se encontraram com o seu divino Filho, ressuscitado dos mortos?

3. É antes legítimo pensar que, de modo semelhante a Mãe tenha sido a primeira pessoa a quem Jesus ressuscitado apareceu. A ausência de Maria do grupo das mulheres que ao alvorecer se dirige ao sepulcro (cf. Mc Mc 16,1 Mt 28,1), não poderia talvez constituir um indício do facto de Ela já se ter encontrado com Jesus? Esta dedução encontraria confirmação no dado que as primeiras testemunhas da ressurreição, por vontade de Jesus, foram as mulheres, que tinham permanecido fiéis ao pé da Cruz, e portanto mais firmes na fé.

Com efeito, a uma delas, Maria de Magdala, o Ressuscitado confia a mensagem a ser transmitida aos Apóstolos (cf. Jo Jn 20,17-18). Também este elemento consente talvez pensar em Jesus que aparece em primeiro lugar à sua Mãe, Aquela que permaneceu a mais fiel e, na prova, conservou íntegra a fé.

Por fim, o carácter único e especial da presença da Virgem no Calvário e a sua perfeita união com o Filho no sofrimento da Cruz, parecem postular uma sua particularíssima participação no mistério da ressurreição.

Um autor do século quinto, Sedúlio, afirma que Cristo Se mostrou no esplendor da vida ressuscitada, antes de tudo, à própria Mãe. Com efeito, Aquela que na Anunciação tinha sido a via do Seu ingresso no mundo, era chamada a difundir a maravilhosa notícia da ressurreição, para se fazer anunciadora da Sua vinda gloriosa. Inundada assim pela glória do Ressuscitado, Ela antecipa o «resplendor» da Igreja (cf. Sedúlio, Carmen Pascale, 5, 357-364, CSEL 10, 140 s.).

4. Sendo imagem e modelo da Igreja, que espera o Ressuscitado e que no grupo dos discípulos O encontra durante as aparições pascais, parece razoável pensar que Maria tenha tido um contacto pessoal com o Filho ressuscitado, para gozar também ela da plenitude da alegria pascal.

Presente no Calvário durante a Sexta- Feira Santa (cf. Jo Jn 19,25) e no Cenáculo, no Pentecostes (cf. Act Ac 1,14), a Virgem Santíssima foi provavelmente testemunha privilegiada da ressurreição de Cristo, completando desse modo a sua participação em todos os momentos essenciais do Mistério pascal. Acolhendo Jesus ressuscitado, Maria é além disso sinal e antecipação da humanidade, que espera obter a sua plena realização mediante a ressurreição dentre os mortos. No tempo pascal a comunidade cristã, ao dirigir-se à Mãe do Senhor, convida- a a alegrar-se: «Regina caeli, laetare. Alleluja!», «Rainha do céu, alegra-te. Aleluia!». Recorda assim a alegria de Maria pela ressurreição de Jesus, prolongando no tempo o «alegra-te» que lhe fora dirigido pelo Anjo na anunciação, para que se tornasse «causa de júbilo» para a humanidade inteira.



Saudações

Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação fraterna e agradecida pela vossa presença amiga. De modo especial, saúdo os membros das paróquias Santa Teresa de Jesus, de São Paulo, e Dom Bosco, de Campo Grande. Os vossos patronos souberam contagiar o mundo com a alegria de Deus, que inundava os seus corações: tinham aprendido que o seu amor de Pai não podia ficar indiferente perante os problemas de seus filhos. Valia a pena confiar. Valia a pena arriscar. Animando- vos a confiar e arriscar por Deus, concedo a vós e às vossas famílias e comunidades cristãs a minha Bênção.

Cordiais boas-vindas às pessoas doentes aqui presentes e aos membros do voluntariado Petyrkov, de Praga, assim como aos peregrinos provenientes de Otrokovuice, da Morávia Meridional e de Ostrava-Poruba.

No Pentecostes os Apóstolos receberam o dom do Espírito de Deus para poderem, publicamente e com coragem, dar testemunho de Cristo. O mesmo Espírito é concedido a cada cristão no Sacramento da Crisma, com o qual culmina a obra iniciada no Baptismo (cf. Act Ac 2,38 Ac 8,17). Possa o Espírito Santo encontrar sempre nos vossos corações uma digna morada! Com estes votos vos concedo de coração a Bênção Apostólica.

Louvado seja Jesus Cristo!

Dirijo, por fim, uma saudação cordial aos Jovens, aos Doentes e aos jovens Casais aqui presentes. Obrigado por terdes vindo.

Caríssimos jovens, abri o vosso coração à palavra de Deus, que vos sugere o caminho pelo qual orientar a vossa vida: esta adquirirá então todo o seu sentido e será verdadeiramente digna de ser vivida.

Caríssimos doentes, procurai o Senhor também no meio dos sofrimentos quotidianos. Neste áspero terreno podeis fazer uma particular experiência do Senhor, que veio carregar connosco o peso da Cruz que salva.

Também vós jovens esposos, não esqueçais a importância da escuta da palavra de Deus, contida na Sagrada Escritura. É o Amor infinito, do qual deriva todo o amor, que nela vos fala.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 28 de Maio de 1997

Maria e o dom do Espírito



Caríssimos Irmãos e Irmãs:

1. Percorrendo o itinerário da vida da Virgem Maria, o Concílio Vaticano II recorda a sua presença na comunidade que espera o Pentecostes: «Tendo sido do agrado de Deus não manifestar solenemente o mistério da salvação humana antes que viesse o Espírito prometido por Cristo, vemos que, antes do dia de Pentecostes, os Apóstolos “perseveravam unanimemente em oração, com as mulheres, Maria Mãe de Jesus e Seus irmãos” (Ac 1,14), implorando Maria, com as suas orações, o dom daquele Espírito, que já sobre si descera na anunciação » (LG 59). A primeira comunidade constitui o prelúdio do nascimento da Igreja; a presença da Virgem contribui para lhe delinear o rosto definitivo, fruto do dom do Pentecostes.

2. No clima de espera, predominante no Cenáculo após a Ascensão, qual é a posição de Maria em relação à descida do Espírito Santo?

O Concílio sublinha expressamente a sua presença orante em vista da efusão do Paráclito: Ela implora «com as suas orações o dom do Espírito». Esta observação resulta particularmente significativa, a partir do momento que na Anunciação o Espírito Santo já havia descido sobre ela, recobrindo-a com a «sua sombra » e dando origem à Encarnação do Verbo. Tendo já feito uma experiência muito singular acerca da eficácia desse dom, a Virgem Santíssima estava na condição de o poder apreciar mais do que qualquer outro; com efeito, à intervenção misteriosa do Espírito Ela devia a sua maternidade, que fazia dela a via de ingresso do Salvador no mundo. Diversamente daqueles que estavam presentes no Cenáculo em trépida espera, Ela, plenamente consciente da importância da promessa de seu Filho aos discípulos (cf. Jo Jn 14,16), ajudava a comunidade a dispor-se bem para a vinda do «Paráclito». A sua singular experiência, então, enquanto a fazia desejar ardentemente a vinda do Espírito, empenhava-a também em predispor mentes e corações daqueles que estavam ao seu lado.

3. Durante aquela oração no Cenáculo, em atitude de comunhão profunda com os Apóstolos, com algumas mulheres e com os «irmãos» de Jesus, a Mãe do Senhor invoca o dom do Espírito para si mesma e para a Comunidade. Era oportuno que a primeira efusão do Espírito sobre ela, ocorrida em vista da maternidade divina, fosse renovada e fortalecida. Com efeito, ao pé da cruz, Maria tinha sido investida de uma nova maternidade, em relação aos discípulos de Jesus. Precisamente esta missão exigia um renovado dom do Espírito. A Virgem desejava-o, portanto, em vista da fecundidade da sua maternidade espiritual. Enquanto na hora da Encarnação o Espírito Santo tinha descido sobre ela, como pessoa chamada a participar dignamente no grande mistério, agora tudo se realiza em função da Igreja, da qual Maria é chamada a ser tipo, modelo e mãe. Na Igreja e para a Igreja Ela, lembrando- se da promessa de Jesus, espera o Pentecostes e implora para todos uma multiplicidade de dons, segundo a personalidade e a missão de cada um.

4. Na comunidade cristã a oração de Maria reveste um significado peculiar: favorece o advento do Espírito, solicitando a Sua acção no coração dos discípulos e no mundo. Assim como na Encarnação o Espírito havia formado no seu seio virginal o corpo físico de Cristo, de igual modo agora no Cenáculo o mesmo Espírito desce para animar o Seu Corpo Místico. O Pentecostes, portanto, é fruto também da incessante oração da Virgem, que o Paráclito acolhe com favor singular, porque é expressão do amor materno dela para com os discípulos do Senhor. Contemplando a poderosa intercessão de Maria, que espera o Espírito Santo, os cristãos de todos os tempos, no longo e fatigoso caminho rumo à salvação, recorrem com frequência à sua intercessão para receber com maior abundância os dons do Paráclito.

5. Respondendo à oração da Virgem e da comunidade reunida no Cenáculo no dia de Pentecostes, o Espírito Santo cumula da plenitude dos seus dons a Virgem e os presentes, operando neles uma profunda transformação em vista da difusão da Boa Nova. À Mãe de Cristo e aos discípulos são concedidos nova força e novo dinamismo apostólico para o crescimento da Igreja. Em particular, a efusão do Espírito conduz Maria a exercer a sua maternidade espiritual de modo singular, através da sua presença cheia de caridade e do seu testemunho de fé. Na Igreja nascente Ela entrega aos discípulos, como tesouro inestimável, as suas recordações sobre a Encarnação, sobre a infância, sobre a vida oculta e sobre a missão do Filho divino, contribuindo para fazer com que Ele seja conhecido e para fortalecer a fé dos crentes. Não possuímos nenhuma informação sobre a actividade de Maria na Igreja primitiva, mas é lícito supor que, mesmo depois do Pentecostes, Ela tenha continuado a viver uma existência escondida e discreta, vigilante e eficaz. Iluminada e conduzida pelo Espírito, exerceu uma influência profunda sobre a comunidade dos discípulos do Senhor.



                                                                            Junho de 1997

JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA

Quarta-feira 18 de Junho de 1997

Os grandes motivos da visita pastoral à Polónia

Queridos Irmãos e Irmãs


1. Desejo abrir o encontro de hoje falando- vos da recente peregrinação, que a Providência divina me deu a oportunidade de efectuar na Polónia. Três foram os motivos principais desta Visita pastoral: o Congresso Eucarístico Internacional em Wroclaw, o 1000° aniversário do martírio de Santo Adalberto e o 600° aniversário da fundação da Universidade Jagelónica de Cracóvia. Esses eventos constituíram o núcleo do inteiro itinerário que, de 31 de Maio a 10 de Junho, abrangeu Wroclaw, Legnica, Gorzów Wielkopolski, Gniezno, Poznan, Kalisz, Czestochowa, Zakopane, Ludzmierz, Cracóvia, Dukla e Krosno, detendo-se sobretudo em três grandes cidades: Wroclaw, lugar do 46° Congresso Eucarístico Internacional, Gniezno, cidade ligada à morte de Santo Adalberto, e Cracóvia, onde foi fundada a Universidade Jagelónica.

2. O 46° Congresso Eucarístico Internacional em Wroclaw teve início a 25 de Maio, domingo da Santíssima Trindade, com a Celebração eucarística presidida pelo meu Legado, Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado. Um rico programa espiritual e litúrgico preencheu a semana inteira, desenvolvendo-se em torno do tema condutor constituído pelas palavras: «Foi para a liberdade que Cristo nos libertou» (Ga 5,1). O Senhor concedeu-me participar no encerramento dos trabalhos e assim, no último dia de Maio pude, juntamente com os presentes vindos de todas as partes do mundo, venerar Cristo na Eucaristia, adorando-O na catedral de Wroclaw. Participei, naquele mesmo dia, na oração ecuménica com representantes de Igrejas e Comunidades eclesiais. No dia seguinte, domingo 1 de Junho, a solene Santa Missa – statio orbis – concluiu o Congresso.

Experiência eclesial extraordinária, o Congresso Eucarístico Internacional reuniu muitos teólogos, sacerdotes, religiosos e leigos. Foi certamente um tempo de reflexão aprofundada sobre o mistério da Eucaristia e proporcionou aos cristãos, provenientes da Polónia, da Europa e de outras partes do mundo, deter-se longamente em oração. Oração de quando em quando presidida por Cardeais e Bispos de diversas Nações, convidados para a ocasião. O Congresso de Wroclaw foi o 46°, desde o primeiro que se realizou em Lila, na França, em 1881. Nos últimos tempos os Congressos Eucarísticos Internacionais foram realizados normalmente cada quatro anos, na seguinte ordem: Lourdes, na França, em 1981; Nairobi, no Quénia, em 1985; Seul, na Coreia, em 1989; Sevilha, na Espanha, em 1993. O próximo terá lugar em Roma, por ocasião do Grande Jubileu do Ano 2000.

3. O milénio de Santo Adalberto, martirizado precisamente em 997, era o outro motivo da Visita. Ele provinha da Boémia e pertencia à família principesca Slavník. Nascido em Libice no território da hodierna diocese de Hradec Králové, tornou-se Bispo de Praga em idade jovem. No final de Abril passado, celebrávamos solenemente na República Tcheca o milénio de Adalberto com a participação de muitos Bispos que vieram dos Países ligados à vida e à actividade deste Santo. Santo Adalberto chegou à Polónia por volta do final da sua vida, a convite do rei Boleslau, o Valoroso. Aceitou o convite a empreender uma missão de evangelização junto dos povos pagãos, que habitavam nas regiões do mar Báltico. Ali encontrou a morte, e o seu corpo, depois do martírio, foi resgatado pelo rei Boleslau, o Valoroso, e levado para Gniezno, que a partir de então se tornou o centro do culto de Santo Adalberto. Junto das relíquias do Santo mártir foi realizado, no ano 1000, um importante encontro, não só religioso mas também político. Para essa circunstância, foram a Gniezno tanto o imperador Otão III como o Legado Pontifício. A reunião deles com o rei Boleslau, o Valoroso, é recordada como o Encontro de Gniezno, e foi precisamente naquele tempo que se formou em Gniezno a primeira metrópole da Polónia de então. Sob o ponto de vista político, o Encontro de Gniezno foi um acontecimento importante, porque significou a entrada da Polónia dos Piast na Europa unida. Na recente comemoração do milénio da morte de Santo Adalberto unimo-nos de novo àquele evento histórico e ao seu peculiar significado para o nosso continente. Para o recordar vieram a Gniezno os Presidentes dos Países ligados à tradição de Santo Adalberto: da República Tcheca, da Lituânia, da Alemanha, da Polónia, da Eslováquia, da Ucrânia e da Hungria. Agradeço mais uma vez ao Senhor e a quantos trabalharam activamente para a realização desse significativo evento.

4. A fundação da Universidade Jagelónica em Cracóvia era o terceiro motivo da Visita. Esta primeira Universidade na Polónia foi fundada pelo rei Casimiro, o Grande, em 1364. Era um Studium Generale, mas ainda não uma universidade completa, porque faltava a Faculdade de Teologia. Em 1397 a rainha Edviges e o seu marido Ladislau Jagelão fizeram quanto era necessário para erigir a Faculdade teológica. Graças à iniciativa dos fundadores da dinastia dos Jagelões, nasceu em Cracóvia uma universidade com plenos direitos, que muito rapidamente se tornou um grande centro de estudos, famoso não só na Polónia, mas também em toda a Europa desse tempo.

Para a cidade de Cracóvia e para o corpo universitário a jornada de 8 de Junho resultou uma grande festa: após 600 anos a rainha Edviges foi finalmente canonizada. Nessa circunstância realizou- se um encontro com os representantes das Universidades polacas, que não só participaram na solene Celebração eucarística, mas também no acto académico, que se realizou junto do túmulo de São João Kanty, na igreja académica de Santa Ana. Para todas as pessoas ligadas à Alma Mater de Cracóvia foi um momento de singular solenidade.

No último dia da permanência na Polónia teve lugar outra canonização, a de João de Dukla, franciscano do século XV, também ele ligado ao ambiente académico da Universidade de Cracóvia. Embora tenha nascido em Dukla, a sua vida e o seu serviço franciscano desenrolaram-se em Leópolis. Dou graças ao Senhor porque me foi concedido honrar a memória dele na sua terra, ainda que a canonização se tenha realizado em Krosno, na Arquidiocese de Przemysl. Além das duas canonizações, durante a peregrinação, tive a alegria de proclamar duas Beatas: na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, 6 de Junho, em Zakopane, Maria Bernardina Jablonska, co-fundadora da Congregação das Irmãs Albertinas, e Maria Karlowska, fundadora da Congregação das Irmãs Pastorinhas.

5. Caríssimos Irmãos e Irmãs! Enquanto dirijo ao Senhor o meu grato pensamento, desejo exprimir de novo o meu vivo agradecimento a todas as pessoas que, de vários modos, contribuíram para a preparação e o desenvolvimento da minha peregrinação na Pátria. Estou reconhecido às Autoridades estatais e eclesiásticas, às Organizações que de todos os modos trabalharam para tornar serena e profícua a minha viagem, assim como a todas as outras Instituições envolvidas na organização. Agradeço, além disso, à Direcção e aos operadores da rádio e da televisão, que consentiram à Polónia e ao mundo inteiro compartilhar as emoções de quantos puderam assistir directamente aos eventos.

Exprimo a minha profunda alegria por ter podido, durante os onze dias da minha peregrinação na Pátria, cantar juntamente com muitos dos meus compatriotas o Te Deum de acção de graças ao Senhor, por todo o bem que, no arco de mil anos, prodigalizou na Polónia e no mundo inteiro.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 25 de Junho de 1997

A dormida da Mãe de Deus



Caríssimos Irmãos e Irmãs,

1. A propósito da conclusão da vida terrena de Maria, o Concílio retoma os termos da Bula de definição do dogma da Assunção e afirma: «A Virgem Imaculada, que fora preservada de toda a mancha de culpa original, terminando o curso da sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma» (LG 59). Com esta fórmula, a Constituição dogmática «Lumen gentium», seguindo o meu venerado Predecessor Pio XII, não se pronuncia sobre a questão da morte de Maria. Todavia, Pio XII não quis negar o facto da morte, mas apenas não julgou oportuno afirmar solenemente a morte da Mãe de Deus, como verdade que devia ser admitida por todos os crentes.

Na verdade, alguns teólogos afirmaram a isenção da morte da Virgem e a sua passagem directa da vida terrena à glória celestial. Todavia, esta opinião é desconhecida até ao século XVII, enquanto na realidade existe uma comum tradição que considera a morte de Maria a sua introdução na glória celeste.

2. É possível que Maria de Nazaré tenha experimentado na sua carne o drama da morte? Reflectindo sobre o destino de Maria e sobre a sua relação com o Filho divino, parece legítimo responder afirmativamente: dado que Cristo morreu, seria difícil afirmar o contrário no que concerne à Mãe.

Neste sentido raciocinaram os Padres da Igreja, que não tiveram dúvidas a este propósito. Basta citar São Tiago de Sarug († 521), segundo o qual quando para Maria chegou «o tempo de caminhar pela via de todas as gerações», ou seja, a via da morte, «o coro dos doze Apóstolos» reuniu-se para enterrar «o corpo virginal da Bem-aventurada» (Discurso sobre a sepultura da Santa Mãe de Deus, 87-99 em C. VONA, Lateranum 19 [1953], 188). São Modesto de Jerusalém († 634), depois de ter falado amplamente da «beatíssima dormida da gloriosíssima Mãe de Deus», conclui o seu «elogio» exaltando a intervenção prodigiosa de Cristo que «a ressuscitou do sepulcro» para a receber consigo na glória (Enc. in dormitionem Deiparae semperque Virginis Mariae, nn. 7 e 14; bis, 3293; 3311). São João Damasceno († 704), por sua vez, pergunta: «Como é possível que aquela que no parto ultrapassou todos os limites da natureza, agora se submeta às leis desta e o seu corpo imaculado se sujeite à morte? ». E responde: «Certamente era necessário que a parte mortal fosse deposta para se revestir de imortalidade, porque nem o Senhor da natureza rejeitou a experiência da morte. Com efeito, Ele morre segundo a carne e com a morte destrói a morte, à corrupção concede a incorruptibilidade e o morrer faz d'Ele nascente de ressurreição» (Panegírico sobre a Dormida da Mãe de Deus, 10: SC 80,107).

3. É verdade que na Revelação a morte se apresenta como castigo do pecado. Todavia, o facto de a Igreja proclamar Maria liberta do pecado original por singular privilégio divino não induz a concluir que Ela recebeu também a imortalidade corporal. A Mãe não é superior ao Filho, que assumiu a morte, dandolhe novo significado e transformando-a em instrumento de salvação.

Empenhada na obra redentora e associada à oferta salvífica de Cristo, Maria pôde compartilhar o sofrimento e a morte em vista da redenção da humanidade. Também para Ela vale quanto Severo de Antioquia afirma a propósito de Cristo: «Sem uma morte preliminar, como poderia ter lugar a ressurreição?» (Antijulianistica, Beirute 1931, 194 s.). Para ser partícipe da ressurreição de Cristo, Maria devia compartilhar antes de mais a Sua morte.

4. O Novo Testamento não oferece qualquer notícia sobre as circunstâncias da morte de Maria. Este silêncio induz a supor que esta se tenha verificado normalmente, sem qualquer pormenor digno de menção. Se assim não tivesse sido, como poderia a notícia permanecer escondida aos contemporâneos e, de alguma forma, não chegar até nós?

Quanto aos motivos da morte de Maria, não parecem fundadas as opiniões que lhe quereriam excluir causas naturais. Mais importante é a busca da atitude espiritual da Virgem no momento da sua despedida deste mundo. A este propósito, São Francisco de Sales considera que a morte de Maria se tenha verificado como efeito de um transporte de amor. Ele fala de um morrer «no amor, por causa do amor e por amor», chegando por isso a afirmar que a Mãe de Deus morreu de amor pelo seu filho Jesus (Traité de l'Amour de Dieu, Lib. 7, c. XIII-XIV).

Qualquer que tenha sido o facto orgânico e biológico que, sob o aspecto físico, causou a cessação da vida do corpo, pode-se dizer que a passagem desta vida à outra constituiu para Maria uma maturação da graça na glória, de tal forma que jamais como nesse caso a morte pôde ser concebida como uma «dormida».

5. Nalguns Padres da Igreja encontramos a descrição de Jesus mesmo que vem acolher a sua Mãe no momento da morte, para a introduzir na glória celeste. Assim, estes apresentam a morte de Maria como um evento de amor que a levou a alcançar o seu Filho divino para participar da Sua vida imortal. No final da sua existência terrena, ela terá experimentado, como Paulo e mais do que ele, o desejo de se libertar do corpo para estar com Cristo para sempre (cf. Fl Ph 1,23).

A experiência da morte enriqueceu a pessoa da Virgem: passando pela comum sorte dos homens, ela pode exercer com mais eficácia a sua maternidade espiritual em relação àqueles que chegam à hora suprema da vida.

Saudação

A todos os visitantes e ouvintes de língua portuguesa, nomeadamente a uma peregrinação Redentorista vinda de Portugal, convido a manter vivo o Amor à Virgem Maria, nossa maternal intercessora diante de Deus, ao mesmo tempo que lhes concedo com afecto a minha Bênção Apostólica, extensiva aos seus familiares.



                                                                                 Julho de 1997

JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 2 de Julho de 1997

A Assunção de Maria, verdade de fé



Queridos Irmãos e Irmãs,

1. Seguindo as pegadas da Bula Munificentissimus Deus, do meu venerado predecessor Pio XII, o Concílio Ecuménico Vaticano II afirma que a Imaculada Virgem, «terminando o curso da sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma» (Lumen gentium LG 59).

Os Padres conciliares quiseram reafirmar que Maria, diversamente dos outros cristãos que morrem na graça de Deus, foi elevada à glória do Paraíso também com o próprio corpo. Trata-se de uma milenária crença expressa mesmo com uma longa tradição iconográfica, que representa Maria no momento em que «entra» no céu com o seu corpo.

O dogma da Assunção afirma que o corpo de Maria foi glorificado depois da morte. Com efeito, enquanto para os outros homens a ressurreição dos corpos se há-de verificar no fim do mundo, para Maria a glorificação do próprio corpo foi antecipada por singular privilégio.

2. No dia 1 de Novembro de 1950, ao definir o dogma da Assunção, Pio XII evitou usar o termo «ressurreição» e tomar posição a propósito da questão da morte da Virgem como verdade de fé. A Bula Munificentissimus Deus limita- se a afirmar a elevação do corpo de Maria à glória celeste, declarando tal verdade como um «dogma divinamente revelado».

Como deixar de observar aqui que a Assunção da Virgem faz parte do povo cristão que, afirmando o ingresso de Maria na glória celeste, quis proclamar a glorificação do seu corpo

O primeiro vestígio da fé na Assunção da Virgem está presente nas narrações apócrifas, intituladas «Transitus Mariae », cujo núcleo originário remonta aos séculos II-III. Trata-se de representações populares e por vezes romanceadas que, entretanto, neste caso recolhem uma intuição de fé do povo de Deus.

Em seguida, foi-se desenvolvendo uma longa reflexão em relação à sorte de Maria no além. Pouco a pouco, isto levou os crentes à fé na elevação gloriosa da Mãe de Jesus, em corpo e alma, e à instituição no Oriente das festividades litúrgicas da «Dormitio» e da Assunção de Maria.

A fé no destino glorioso da alma e do corpo da Mãe do Senhor depois da sua morte, do Oriente difunde-se com grande rapidez no Ocidente e, a partir do século XIV, generaliza-se. No nosso século, na véspera da definição do dogma, esta constitui uma verdade quase universalmente aceite e professada pela comunidade cristã em todos os recantos do mundo.

3. Foi assim que em Maio de 1946, com a Encíclica Deiparae Virginis Maria, Pio XII prometeu uma ampla consultação, interpelando os Bispos e, através deles, o clero e o povo de Deus, sobre a possibilidade e a oportunidade de definir a assunção corpórea de Maria como dogma de fé. A reacção foi amplamente positiva: somente seis das 1.181 respostas manifestavam alguma reserva acerca do carácter revelado de tal verdade.

Citando este dado, a Bula Munificentissimus Deus afirma: «O consentimento universal do Magistério ordinário da Igreja oferece um argumento certo e sólido para provar que a assunção corpórea da Bem-aventurada Virgem Maria ao céu... é uma verdade revelada por Deus e portanto deve ser acreditada firme e fielmente por todos os filhos da Igreja» (AAS 42 [1950] 757).

A definição do dogma, segundo a fé universal do povo de Deus, exclui de maneira definitiva qualquer dúvida e postula a expressa adesão de todos os cristãos.

Depois de ter sublinhado a fé actual da Igreja na Assunção, a Bula interpela a base bíblica de tal verdade.

O Novo Testamento, embora não afirme explicitamente a Assunção de Maria, oferece o seu fundamento porque põe bem em evidência a perfeita união da Santa Virgem com o destino de Jesus. Esta união, que se manifesta a partir da prodigiosa concepção do Salvador, na participação da Mãe na missão do Filho e, sobretudo, na associação ao sacrifício redentor, não pode deixar de exigir uma continuação depois da morte. Perfeitamente unida à vida e à obra salvífica de Jesus, Maria compartilha o Seu destino celeste na alma e no corpo.

4. A mencionada Bula Munificentissimus Deus, fazendo referência à participação da mulher do Proto-Evangelho, na luta contra a serpente, e reconhecendo em Maria a nova Eva, apresenta a Assunção como consequência da união de Maria na obra redentora de Cristo. A este propósito, afirma: «Consequentemente, assim como a gloriosa ressurreição de Cristo constituiu uma parte essencial e o derradeiro troféu desta vitória, assim era necessário que o combate levado a cabo pela Santa Virgem, unida ao seu Filho, terminasse com a glorificação do seu corpo virginal...» (AAS 42 [1950] 768).

Portanto, a Assunção constitui o ponto de chegada da luta que empenhou o amor generoso de Maria na redenção da humanidade e é fruto da sua singular participação na vitória da Cruz.



Saudações

Amados peregrinos de língua portuguesa, a graça e a paz de Deus se derramem abundantemente sobre todos, para que se multipliquem as boas obras em vossas mãos e as acções de graças nos vossos lábios. Confirmo estes votos com a Bênção apostólica para as pessoas e famílias dos presentes, com menção particular para o Coral «Paulo VI», de Teófilo Otoni, e para o grupo de Professores brasileiros vindos de São Paulo e de Lins.

Saúdo cordialmente todos os peregrinos croatas aqui reunidos, em particular os Professores e Alunos da Escola elementar de Samobor e um grupo de crianças de Novi eher. A todos concedo a minha Bênção.

Louvados sejam Jesus e Maria!

Saúdo-vos com cordialidade, queridos peregrinos húngaros. A vossa peregrinação romana e o hodierno encontro que oferece a imagem mais preclara da unidade na fé, vos levem a redescobrir a presença real de Cristo na Igreja e as vias da oração, encorajando-vos a viver como livres filhos de Deus. É o que imploro para vós, com a minha oração e a Bênção apostólica.

Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo os peregrinos de Vinja Gora, na Eslovénia. A festividade dos Apóstolos Pedro e Paulo trouxe-vos à Cidade eterna para professar a vossa fidelidade a Cristo e à Sua Igreja, e assim revigorar a vossa actividade cristã. A Mãe celestial vos cumule com todas as graças necessárias para o agir quotidiano. A vós e aos vossos entes queridos, concedo a minha Bênção apostólica!

É com afecto que saúdo os peregrinos eslovacos de Nové Zámky, de Tesáre e Modraanka, de Ružomberok, Rimavská Sobota e de Hody, de Kysuce, de Jamník e Odorín, de Kežmarok, Rožnava e Prievidza.

Caros Irmãos e Irmãs, sinto-me feliz pela vossa presença aqui em Roma, nos dias de preparação para a festividade dos Santos Cirilo e Metódio. Eles foram os primeiros peregrinos da vossa Pátria vindos a Roma. Aqui confirmaram a sua ortodoxia. Aqui consagraram os seus discípulos sacerdotes para os vossos países. Estou feliz por caminhardes nas pegadas dos vossos evangelizadores. É para mim uma alegria por terdes em Roma o Instituto Cirilo e Metódio, onde se preparam os sacerdotes para a Eslováquia. Rezai pela vossa nação, a fim de que permaneça fiel à verdadeira fé e tenha sempre suficientes e santos sacerdotes. Também eu rezo por esta intenção e, de coração, concedo-vos a minha Bênção apostólica.

Louvado seja Jesus Cristo!

Sejam bem-vindos todos os peregrinos belgas e neerlandeses, hoje em particular o grupo de fiéis de Volendam, que vieram a Roma a pé. Caríssimos Irmãos e Irmãs, realizastes a vossa peregrinação em acção de graças ao Senhor pela reestruturação da vossa igreja paroquial. Continuai a amar a vossa paróquia, pois ela é o lugar privilegiado em que os fiéis recebem a salvação através do anúncio do Evangelho e a celebração dos sacramentos.

Do íntimo do coração, concedo-vos Bênção apostólica.

Saúdo cordialmente o grupo de peregrinos provenientes da Rússia.

O Senhor Deus abençoe todos vós e os vossos entes queridos!

Enfim, dirijo uma saudação aos jovens, aos enfermos e aos jovens casais aqui presentes.

Caríssimos jovens, com a vossa presença testemunhais a fé em Jesus Cristo, que vos chama a edificar juntamente com os vossos Pastores a Sua Igreja, cada um segundo o próprio dom e a própria responsabilidade. Correspondei com generosidade ao Seu convite.

Caríssimos enfermos, também vós estais aqui hoje para realizar um acto de fé e de comunhão eclesial. O peso quotidiano dos vossos sofrimentos, se for oferecido a Jesus Cristo crucificado, dar-vos-á a possibilidade de cooperar na salvação vossa e do mundo.

E ainda vós, prezados jovens casais, com a vossa união sois chamados a ser expressão do amor que une Cristo à Igreja. Sede sempre conscientes da alta missão em que vos empenha o sacramento que recebestes.

A todos a minha Bênção.




AUDIÊNCIAS 1997