Discursos João Paulo II 1999 - Sexta-feira, 7 de Maio de 1999

Em particular, faço votos por que um crescente entendimento entre quantos se honram do nome cristão - ortodoxos, católicos dos diversos ritos e protestantes das várias denominações - seja fermento de unidade e de concórdia no interior da vossa Pátria e no próprio Continente europeu.

A paz de Cristo esteja sempre convosco. Amém!



JOÃO PAULO II


ENCONTRO DO SANTO PADRE


COM A CONFERÊNCIA EPISCOPAL ROMENA


Sexta-feira, 7 de Maio de 1999


Caríssimos Irmãs no Episcopado da Roménia!
Te Deum laudamus, Te dominum confitemur,
Te aeternum Patrem omnis terra veneratur!

1. Com as palavras deste antigo hino, talvez de Santo Ambrósio, mas atribuíído também a São Niceta, apóstolo desta terra quando ainda era a Dácia romana, é-me grato dar início ao encontro convosco, no começo da minha visita pastoral na Roménia. Venho aqui para agradecer convosco ao Pai da misericórdia e ao Deus de toda a consolação (cf. 2Co 1,3) que, após anos de sofrimento, permitiu a esta nobre nação cantar em liberdade os louvores de Deus. A Ele peço que torne esta visita rica de frutos para a Igreja católica no vosso País, para o conjunto das Igrejas e comunidades cristãs e para o inteiro povo romeno.

Estou-vos grato pelo caloroso acolhimento. Obrigado também a D. Lucian Muresan, Presidente da vossa Conferência, pelas palavras que acabou de me dirigir, sublinhando a vossa profunda comunhão com o Sucessor de Pedro. Dirijo uma especial saudação ao Em.mo Card. Alexandru Todea, Arcebispo Emérito de Fagaras e Alba Julia, que espero poder encontrar. Desejo exprimir-lhe o meu apreço pelo seu grande testemunho de fidelidade cristã e de indefectível união com a Sé de Pedro nos tempos da perseguição.

Mediante vós, desejo saudar os presbíteros, assim como todos os religiosos, as religiosas e os diáconos, cujo entusiasmo e dedicação à causa do Reino de Deus bem conheço.

2. Neste último ano de preparação para o grande Jubileu, a Igreja inteira contempla a figura de Deus Pai.É uma ocasião preciosa para fazer com que todos redescubram o rosto paterno de Deus, como Jesus nos revelou. Ao chamar a Deus com o nome de «Abba» (cf. Mc Mc 14,36), Ele revelou a íntima e consubstancial relação que O une ao Pai celeste, na insondável profundidade do mistério trinitário. Ao mesmo tempo, ao sacrificar-Se por nós e ao conceder-nos o seu Espírito, deu-nos a graça de participar na sua experiência filial, permitindo-nos invocar, também nós, a Deus com o doce nome de Pai (cf. Rm Rm 8,15 Ga 4,6). É este o anùncio de graça que sois chamados a levar como apóstolos de Cristo. «Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho único» (Jn 3,16): esta alegre boa nova vibre nas vossas palavras, brilhe no vosso rosto, seja testemunhada pelas vossas obras. Para cada um de vós, possa dizer-se aquilo que foi dito a respeito de São Niceta, prestes a retornar à Dácia como arauto do evangelho: «O nimis terra et populi beati, / quos modo a nobis remeans adibis, / quos tuo accedens pede visitabit / Christus et ore» (São Paulino de Nola, Cântico XVII, 13-16).

3. Sim, sede a imagem de Cristo para os vossos fiéis. Sede-o sobretudo como artífices de comunhão. Neste ano do Pai devemos sentir mais forte o ardente desejo de Cristo pela unidade: «Pai... que todos sejam um como Nós somos» (Jn 17,22). O Bispo é o garante da comunhão e o seu papel paterno deve ajudar a comunidade a crescer como família, reflectindo de algum modo a paternidade mesma de Deus (cf. Santo Inácio de Antioquia, Aos Tralianos, III, 1).

Mùltiplas são as formas e as exigências da comunhão que os Bispos são chamados a cultivar. É fundamental a comunhão que os une aos outros Bispos e, em particular, ao Bispo de Roma, Sucessor de Pedro. Esta comunhão deve ser vivida de modo mais concreto com os irmãos Bispos do próprio País, de maneira que ela se torne fonte de enriquecimento recíproco. Isto vale de modo particular quando, como no caso da Roménia, a tradição da Igreja se exprime em ritos diferentes, cada um dos quais oferecendo o próprio contributo de história, de cultura e de santidade.

A vossa Conferência reúne de facto os Bispos das Igrejas latina e greco-católica, enquanto um de vós é também Ordinário para a Igreja arménia. Ela oferece-vos um lugar de encontro fraterno e de apoio mùtuo, assim como a oportunidade de coordenar as actividades que se referem às questões que vos são comuns, acerca da evangelização e da promoção humana. À luz da experiência destes anos, deve-se reconhecer que esta instituição demonstrou a sua utilidade. Ela está destinada a ser um sinal de unidade para a vossa inteira sociedade, mostrando como a legítima diversidade, longe de ser factor de divisão, pode contribuir para uma união mais profunda, porque é enriquecida pelos dons de cada um.

4. É preciso conhecer-se e apreciar-se mutuamente, levando os fardos uns dos outros (cf. Gl Ga 6,2). Para estes sentimentos de partilha é preciso educar o povo de Deus e, em particular, os futuros presbíteros. Para essa finalidade, a formação comum dos seminaristas é um instrumento significativo, para que aprendam de maneira concreta o sentido do respeito e do acolhimento do próximo, na estima quotidianamente renovada do precioso depósito da mesma fé que lhes foi confiada. Sejam eles deveras a menina dos vossos olhos.

A comunhão deve caracterizar as relações dos fiéis entre si, com os presbíteros e o Bispo. Deve-se promovê-la de todos os modos, através da prática da escuta recíproca e da valorização dos organismos de participação. Para este testemunho de unidade e para a própria vitalidade da missão da Igreja é decisivo o empenho dos presbíteros, indispensáveis colaboradores da ordem episcopal. Se por um lado é dever dos sacerdotes reconhecer no Bispo o seu Pai e obedecer-lhe com profundo respeito, por seu lado, como recorda o Concílio, «o Bispo considere os sacerdotes, seus colaboradores, como filhos e amigos» (Lumen gentium LG 28).

Caríssimos, estai próximos dos vossos sacerdotes. Sustentai-os nos momentos de provação. Preocupai-vos da sua formação permanente, desenvolvendo, juntamente com eles, os espaços da oração, da reflexão e da actualização pastoral.

5. De semelhantes solicitudes devem obviamente beneficiar também os religiosos e as religiosas.No respeito pelos seus carismas e pelas peculiaridades de cada Instituto, é tarefa dos Bispos harmonizar a sua presença para o bem comum de toda a Igreja.

Depois, deve-se dar graças ao Senhor pelas numerosas vocações, masculinas e femininas, que Ele continua a suscitar na Roménia. É preciso, contudo, garantir a quantos são chamados ao sacerdócio e à vida consagrada uma educação sólida e integral, do ponto de vista tanto doutrinal, como pastoral e espiritual. E isto de preferência no vosso próprio Paí, razão por que é necessário formar bem os professores, os educadores e, em particular, os padres espirituais. Sei que muito foi feito, mas é preciso continuar nesta direcção, devido às complexas e crescentes exigências do nosso tempo.

6. Um especial cuidado deve ser dedicado à promoção dos leigos, que é uma exigência da Igreja inteira, mas de modo particular dos Países que saíram da experiência do comunismo. Trata-se de os ajudar a tomar consciência da sua vocação específica, que é «procurar o Reino de Deus tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus» (Lumen gentium LG 31). Obviamente, há amplos espaços de serviço a eles abertos também no interior da comunidade cristã, mas é tarefa insubstituível dos leigos fazer presente o Evangelho naqueles sectores da vida social, económica e política, onde o clero normalmente não actua. Para esta sua importante missão eles têm necessidade do apoio da comunidade inteira, como também são chamadas a desempenhar um papel significativo as associações laicais, aprovadas pelos Bispos e actuantes num clima de respeito mùtuo e de colaboração com os Pastores.

7. Após os eventos de 1989, também no vosso País foi instaurado o sistema democrático: é uma reconstrução que requer tempo, paciência e constância. A Igreja católica, por sua parte, pôde reorganizar-se e pode exercer livremente a sua actividade pastoral. Embora não faltem dificuldades, é preciso olhar com confiança para o futuro e, com a ajuda do Senhor, dedicar-se com entusiasmo à obra da nova evangelização.

Um desafio de primeira ordem é cuidar de propor a fé às novas gerações. Do ponto de vista estatístico, a Roménia é um país bastante «jovem». Infelizmente, os jovens enfrentam hoje novas dificuldades que entrelaçam e insidiam o seu processo educativo. É importante que a Igreja sustente a tarefa dos pais, primeiros educadores dos seus filhos, e ofereça depois a sua contribuição específica, sobretudo com a catequese e o ensino da religião.

Antes da segunda guerra mundial, a Igreja católica tinha na Roménia numerosas escolas, com um elaborado sistema para a sua sustentação. Com o confisco dos bens, essa importante obra eclesial esmoreceu. Embora se reconheça que seria difícil retornar à situação preexistente, seria um dever de justiça restituir as escolas e os bens confiscados, tornando a Igreja capaz de exercer a sua missão também no campo educativo. Não há dùvida de que a inteira sociedade haveria de haurir disto abundantes vantagens.

8. A restituição dos bens é uma questão que muitas vezes reaparece, sobretudo para a Igreja católica de rito bizantino-romeno, ainda hoje privada de numerosos lugares de culto, de que dispunha antes da sua supressão. Obviamente, a justiça exige que aquilo que foi tirado seja, na medida do possível, restituído. Tenho conhecimento de que os Hierarcas não pedem a restituição simultânea de todos os bens confiscados, mas desejariam dispor daqueles que em maior medida servem para as funções litùrgicas: as catedrais, as igrejas decanais, etc.

A esse respeito, acompanhei com grande interesse os trabalhos da Comissão mista entre a Igreja Ortodoxa Romena e a Igreja Greco-Católica acerca das mencionadas questões. Não há dùvida de que, apesar das dificuldades, essa Comissão teve um papel positivo. Formulo os mais ardentes votos por que ambas as partes se empenhem em continuar a tratar da questão, no diálogo sincero e respeitoso, e espero que esta minha visita possa dar uma ulterior contribuição para esse caminho de diálogo fraterno, na verdade e na caridade.

Este diálogo inscreve-se, depois, no mais amplo horizonte do empenho ecuménico, ao qual a Igreja inteira é chamada. Todos nós devemos esforçar-nos, com abertura de coração e perseverança, no diálogo tanto teológico como operativo com as outras Igrejas e comunidades cristãs, em vista da meta da unidade de todos os discípulos de Cristo. Quanto a isto, não esqueçamos o ensinamento do Concílio Vaticano II, quando sublinha que a conversão do coração, a santidade e a oração são a alma do movimento ecuménico (cf. Unitatis redintegratio UR 8). Espero que também na Roménia, com os nossos irmãos ortodoxos e as outras comunidades cristãs, se possam organizar iniciativas ecuménicas por ocasião do Ano jubilar, para juntos implorarem do Senhor que «cresça a unidade entre todos os cristãos das diversas Confissões até à obtenção da plena unidade» (Tertio millennio adveniente, TMA 16).

9. Ao lado das perspectivas de carácter intra-eclesial e ecuménico, o empenho da Igreja católica na Roménia deve responder também a precisas expectativas no âmbito social. Muitos são os problemas que chamam em causa o testemunho cristão. Desejo indicar a atenção especial que merece a família, célula básica da sociedade. É preciso oferecer às famílias a orientação e o apoio de que têm necessidade, para basear o seu caminho e o seu papel educativo sobre autênticos valores morais e espirituais. Em particular, deve-se inculcar o respeito pela vida de toda a pessoa, desde o momento da concepção até à morte natural.

A Igreja deve cultivar uma concreta e generosa atenção para com os mais pobres e marginalizados.Trata-se de uma tarefa enorme, para cuja actuação se exige que o esforço eclesial seja coordenado com o empenho que neste sector devem assegurar as instituições governamentais e n(l-abreve)o governamentais, assim como todos os homens de boa vontade.

10. Caríssimos, a reconstrução da sociedade romena será tanto mais sólida, quanto mais se enriquecer nas vossas melhores tradições. É preciso sobretudo descobrir de novo a força da fé de quantos preferiram antes morrer do que renegar Deus ou a Igreja.

Cada Igreja e comunidade religiosa no vosso País teve os seus mártires, também no século XX. A todos quero hoje prestar homenagem. Da sua parte, a Igreja católica é convidada a recolher a memória dos seus mártires, para seguir o testemunho de fidelidade e dedicação ao Senhor.

Como não recordar, por exemplo, o saudoso Card. Iuliu Hossu (1885-1970), Bispo de Cluj-Gherla? O meu predecessor Paulo VI revelou que um dos Cardeais «in pectore» no Consistório de 20 de Abril de 1969 era precisamente D. Hossu, e definiu-o «insigne servidor da Igreja, muito benemérito pela sua fidelidade e pelos prolongados sofrimentos e privações que ela lhe causaram: símbolo e representante ele mesmo da fidelidade de muitos Bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis da Igreja de rito bizantino» (AAS LXV, 165).

Também a Igreja católica de rito latino foi objecto de perseguição, como o testemunhou a figura do intrépido Servo de Deus D. Aaron Marton (1896-1980), Bispo de Alba Julia, o qual foi primeiro encarcerado e depois constrangido a viver no degredo. Com profunda comoção recordo, além disso, D. António Durcovici (1888-1951), heróico Bispo de Iasi, morto no cárcere.

São apenas algumas das numerosas ilustres figuras de discípulos de Cristo, vítimas de um regime que, hostil a Deus pelo seu ateísmo, ofendeu também o homem, criado à imagem de Deus.

11. Agora, caros Irmãos no Episcopado, uma página nova abriu-se na vossa história. É um dom e ao mesmo tempo uma tarefa. Guiai com vigor as comunidades a vós confiadas, para que todo o povo possa caminhar rumo a um futuro sempre mais conforme com o desígnio de Deus. A vossa confiança seja posta n'Aquele que, ao enviar os Seus apóstolos ao mundo, assegurou: «Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo» (Mt 28,20).

Confio o empenho das vossas Igrejas à protecção materna da Virgem Santa. Ela que foi para vós a «estrela da manhã», para a qual olhastes na noite da perseguição, seja agora a «estrela da nova evangelização» e indique à inteira sociedade romena o caminho do seu Filho Jesus Cristo, o «caminho» que leva à casa do Pai.

A vós, aos vossos sacerdotes, religiosos, religiosas, diáconos e a todos os fiéis desta amada terra da Roménia concedo de coração a minha Bênção.



JOÃO PAULO II



AO PRESIDENTE DA ROMÉNIA E CORPO DIPLOMÁTICO


Sexta-feira, 7 de Maio de 1999


Senhor Presidente,
Senhores Presidentes do Senado,
e da Câmara dos Deputados.
Senhores Membros do Governo
e dos Organismos constituídos,
Senhoras e Senhores,
Membros do Corpo Diplomático,
Senhores Representantes
das várias Comunidades religiosas!

1. Senhor Presidente, aceitando o convite que Vossa Excelência me fez para visitar a Roménia, estou feliz de pisar o solo do seu país pela primeira vez. Agradeço-lhe profundamente a hospitalidade e as amáveis palavras que me acaba de dirigir, tanto em seu nome como no das Autoridades da Nação. Saúdo os membros dos Organismos constituídos e os representantes do Povo romeno, bem como os membros das Comunidades religiosas e do Corpo Diplomático; de forma mais vasta, dirijo as minhas cordialíssimas saudações aos responsáveis da vida pública, assim como às pessoas que contribuíram para preparar a minha visita e a todos os romenos.

2. É como peregrino da paz, da fraternidade e da compreensão no seio das nações, entre os povos e no meio dos discípulos de Cristo que venho à vossa terra. Durante as diversas etapas da minha visita, encontrar-me-ei com as várias comunidades eclesiais, e também com o povo da Roménia. Agradeço muito cordialmente a Sua Beatitude Teoctisto, Patriarca da Roménia, as palavras de boas-vindas que me dirigiu hoje de manhã. O nosso encontro e os momentos de oração que haveremos de compartilhar constituem eloquentes testemunhos de fraternidade evangélica. A seguir ao último Concílio, na perspectiva do Grande Jubileu, estes são gestos que caracterizam de maneira significativa o caminho da unidade entre os cristãos.Formulo votos por que os pastores e os fiéis, por sua vez, realizem gestos concretos de diálogo e de acolhimento recíproco, demonstrando que a caridade fraternal em Cristo não constitui uma palavra vã, mas um componente da vida cristã e da Igreja.

3. Desejo também saudar os Bispos católicos da Roménia, assim como todos os membros das suas comunidades latina, greco-católica e arménia. Asseguro-lhes o meu afecto paternal e fraterno. Ao reiterar-lhes a minha admiração pelo trabalho que levam a cabo no meio das provações, com fidelidade e coragem, regozijo-me pela sua acção pastoral em comunhão com o Sucessor de Pedro, sinal da unidade do Corpo de Cristo e do seu compromisso no seio da sociedade romena.

4. Estou feliz por me encontrar com os membros do Corpo Diplomático; a sua presença manifesta a atenção que os Estados vizinhos, a Europa e o mundo inteiro dedicam à Roménia, ao seu desenvolvimento interno e às suas relações com o estrangeiro. Faço votos por que a comunidade internacional intensifique a sua assistência às nações que, tendo saído do jugo comunista, devem reorganizar a própria vida económica e social; desta forma, estes países tornar-se-ão artífices de paz e de prosperidade para os seus habitantes e parceiros ainda mais responsáveis na vida internacional.

5. A presença de Representantes de diferentes Comunidades religiosas convida-me a salientar o papel essencial das Igrejas. Compete a elas ser artífices de paz, de solidariedade e de fraternidade, a fim de não se corportarem como antagonistas, mas como colaboradoras em vista do bem comum, eliminando tudo aquilo que pode exacerbar os contrastes, as paixões e as ideologias que, durante os decénios passados, procuraram prevalecer sobre as pessoas, as comunidades humanas locais e os princípios de liberdade e de verdade. No respeito da autonomia das realidades temporais, a sua missão espiritual convida-as a ser sentinelas no mundo, para recordar os valores que fundamentam a vida social e para indicar sob o ponto de vista humano e espiritual a falta de respeito devido a cada pessoa, à sua dignidade e às suas liberdades fundamentais, de maneira particular a liberdade religiosa e a liberdade de consciência.

6. A Roménia vive um período de transição determinante para o seu futuro, para a sua participação mais intensa na construção da Europa e para a sua presença no cenário internacional. O meu pensamento dirige-se para quantos atravessam provações, de modo especial para as pessoas que são gravemente atingidas pela crise económica e vivem situações de pobreza ou de enfermidade, bem como para as famílias que encontram dificuldade em satisfazer as próprias necessidades. Convido todos os romenos a dar provas de solidariedade, testemunhando desta forma concretamente que a vida num mesmo território cria vigorosos vínculos de fraternidade. Ninguém deve sentir-se marginalizado, nem pode encontrar na lentidão das transformações um pretexto para desanimar ou se afastar do caminho comum. Cada um é responsável pelos seus irmãos e pelo futuro do país.

7. Quarenta anos de comunismo ateu deixaram vestígios e cicatrizes na carne e na memória do vosso povo, e instauraram um clima de desconfiança; tudo isto não pode desaparecer sem um concreto esforço de conversão da parte dos cidadãos na sua vida pessoal e nas suas relações com o conjunto da comunidade nacional. Cada um deve estender a mão aos próprios irmãos, a fim de que a promoção e o desenvolvimento constituam um benefício para todos, em particular para aqueles que padeceram os efeitos nefastos das diversificadas crises do passado. O vosso povo é rico de recursos insuspeitáveis, de confiança em si e de solidariedade. Revigorado por estes valores, ele é chamado a desenvolver a arte de viver em conjunto, que constitui um suplemento de alma e de humanidade. A solidariedade e a confiança exigem da parte de todos os protagonistas da vida social a concertação e o respeito dos diferentes níveis de intervenção, assim como um compromisso perseverante e uma atitude de honestidade da parte de todos aqueles que devem gerir as questões sociais. A partir disto constitui-se uma verdadeira comunidade. Encorajo os habitantes da Roménia a trabalharem para edificar uma sociedade ao serviço de todos e a deixarem-se alcançar pela mensagem de Cristo, como os seus ancestrais fizeram desde os tempos apostólicos, demonstrando que os valores cristãos, espirituais, morais e humanos ocupam um lugar importante na vida da nação.

8. As subversões que se seguiram aos acontecimentos de 1989 aumentaram as diferenças entre os cidadãos. Às vezes as dificuldades da transição democrática levam ao desencorajamento. O caminho da vida democrática passa em primeiro lugar por uma educação cívica de todos os cidadãos, a fim de que eles possam participar activa e responsavelmente na vida pública, no seio das colectividades locais e a todos os níveis da sociedade. Formado no sentido cívico, o povo tomará consciência de que as evoluções não podem dizer respeito unicamente às estruturas, mas concernem também às mentalidades. É oportuno, em particular, que os jovens possam readquirir confiança no seu país e não sejam tentados a imigrar. Por outro lado, é importante que um Estado que aspira à convivência e à paz seja solícito para com todos os indivíduos que vivem no território nacional, sem excluir ninguém. Com efeito, uma Nação tem o dever de fazer tudo o que lhe é possível para consolidar a unidade nacional, fundamentada sobre a igualdade entre todos os habitantes, independentemente da sua origem e da sua religião, e para desenvolver o sentido da hospitalidade ao estrangeiro.

Sem dúvida, as modificações territoriais que contribuíram para unir populações de diferentes pertenças étnicas e religiosas, delinearam sobretudo na Transilvânia um complexo mosaico sócio-religioso. É com a paciência e de forma especial com a vontade de praticar a arte de viver em conjunto que, graças à convivência nacional e religiosa, as oposições e os temores poderão ser superados. «É preciso passar de uma posição de antagonismo e de conflito a um nível onde um e outro se reconheçam reciprocamente como parceiros» (Carta Encíclica Ut unum sint UUS 29). Se a história não pode ser esquecida, é prodigalizando-se pelo respeito das minorias e pelo diálogo, com a vontade do perdão e da reconciliação, que hoje os cidadãos podem descobrir-se como parceiros e, em primeiro lugar, como irmãos.

9. Enfim, desejo mencionar a hospitalidade que a Roménia reservou de maneira tão generosa aos meus compatriotas e ao governo polaco durante a II guerra mundial. Quereria também prestar homenagem ao impulso de generosidade, de que numerosas pessoas se demonstraram capazes durante os eventos de 1989. Trata-se de sinais, entre muitos outros, que ainda hoje podem suscitar atitudes corajosas e perseverantes, em vista do advento de uma sociedade onde se possa viver bem.

10. Estou-lhe grato, Senhor Presidente, por me ter convidado a participar por algumas horas na história do seu país, permitindo-me também encontrar as comunidades católicas e cumprir, nos meus contactos com a Igreja ortodoxo-romena, uma importante etapa ao longo do caminho da unidade cristã. Invoco sobre Vossa Excelência, a sua família, as pessoas aqui presentes e sobre toda a população da Roménia, a abundância das Bênçãos divinas.



JOÃO PAULO II


ENCONTRO DO PAPA


COM SUA BEATITUDE TEOCTISTO


E COM OS MEMBROS DO SANTO SÍNODO


Sábado, 8 de Maio de 1999


Beatitude,
Venerados Metropolitas e Bispos
do Santo Sínodo
da Igreja Ortodoxa Romena.
Senhor Presidente da Roménia,
Senhoras e Senhores,
Queridos amigos

1. Uma passagem evangélica apresentou-se com frequência ao meu espírito enquanto me preparava para este encontro tão desejado: a do Apóstolo André, vosso primeiro evangelizador, que, cheio de entusiasmo, se apresenta ao seu irmão Pedro para lhe anunciar a clamorosa boa nova: «Encontrámos o Messias (que quer dizer Cristo)!» (Jn 1,41). Esta descoberta mudou a vida dos dois irmãos: deixaram as próprias redes e tornaram-se «pescadores de homens» (Mt 4,19) e, depois de terem sido transformados interiormente pelo Espírito do Pentecostes, puseram-se a caminho pelas estradas do mundo para levar a todos o anúncio da salvação. Outros discípulos continuaram a obra evangélica por eles empreendida, convidando as nações à salvação e «baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28,19).

Beatitude, venerados Irmãos no episcopado, somos os filhos desta evangelização. Também nós recebemos este anúncio, também nós fomos remidos em Cristo. Encontramo-nos hoje aqui, graças a um desígnio de ternura da Santíssima Trindade que, na vigília do Grande Jubileu, quis conceder-nos, a nós sucessores destes Apóstolos, a graça de recordar o encontro deles. A Igreja cresceu e difundiu-se no mundo; o Evangelho fecundou as culturas. Também aqui, nesta terra da Roménia, tesouros de santidade, de fidelidade cristã adquirida às vezes à custa da vida, tornaram mais precioso aquele templo espiritual que é a Igreja. Neste dia, nós damos graças a Deus.

2. A emoção suscitada pela vossa visita, Beatitude, à cidade dos Santos Pedro e Paulo, os Corifeus dos Apóstolos, está sempre viva no meu espírito. Conservo uma recordação comovedora desse encontro, que teve lugar em tempos difíceis para a vossa Igreja. Sou eu agora, peregrino da caridade, que presto homenagem a esta terra impregnada do sangue dos mártires antigos e recentes, que «lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do Cordeiro» (Ap 7,14). Venho ao encontro de um povo que acolheu o Evangelho, que o assimilou e o defendeu dos repetidos ataques, considerando-o parte integrante do seu património cultural.

Trata-se de uma cultura elaborada pacientemente, em continuidade com a herança da Roma antiga, numa tradição de santidade que teve origem nas celas de inúmeros monges e monjas, que consagraram o seu tempo a cantar os louvores de Deus e a manter os braços alçados, como Moisés, para a oração, a fim de que fosse ganha a batalha pacifica da fé, em benefício das populações desta terra. A mensagem evangélica chegou assim até à mesa dos intelectuais, muitos dos quais, mediante o seu carisma, contribuíram para promover a sua assimilação por parte das novas gerações romenas, empenhadas na construção do seu futuro.

Beatitude, vim aqui como peregrino para dizer quanto toda a Igreja católica vos está próxima com afecto, no esforço dos Bispos, do clero e dos fiéis da Igreja Católica Romena, no momento em que um milénio está a terminar e outro se apresenta no horizonte. Estou próximo de vós, e é com estima e admiração que vos apoio no programa de renovação eclesial, que o Santo Sínodo empreendeu nos sectores tão essenciais, como a formação teológica e catequética, para fazer desenvolver de novo a alma cristã, que forma um todo com a vossa história. Nesta obra de renovação abençoada por Deus, saiba, Beatitude, que os católicos estão ao lado dos seus irmãos ortodoxos, através da oração e da sua disponibilidade a qualquer colaboração útil. O único Evangelho espera ser anunciado por todos, no amor e na estima recíproca. Muitos sectores se abrem diante de nós para uma tarefa que envolve todos nós, no respeito mútuo e no desejo partilhado de sermos úteis à humanidade, pela qual o Filho de Deus ofereceu a própria vida! O testemunho comum é um poderoso meio de evangelização. A divisão, ao contrário, marca a vitória das trevas sobre a luz.

3. Beatitude, nós dois, na nossa história pessoal, vimos as cadeias e experimentámos a opressão de uma ideologia que queria extirpar, da alma dos nossos povos, a fé no Senhor Jesus Cristo. Contudo, as portas do inferno não prevaleceram sobre a Igreja, Esposa do Cordeiro. Foi Ele, o Cordeiro imolado e glorioso, que nos sustentou no desespero e, agora, nos permite entoar o cântico da liberdade reencontrada. Foi Ele, a quem um dos vossos teólogos contemporâneos chamou «o restaurador do homem», Aquele que cura o homem doente e o reergue após a longa submissão ao pesado fardo da escravidão. Depois de tantos anos de violência, de repressão da liberdade, a Igreja pode derramar sobre as feridas do homem o bálsamo da graça e curá-lo em nome de Cristo, dizendo como Pedro ao coxo: «Não tenho ouro nem prata, mas vou dar-te o que tenho: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda» (Ac 3,6). A Igreja não se cansa de exortar, de suplicar que os homens e as mulheres do nosso tempo se levantem, retomem o seu caminho rumo ao Pai e se deixem reconciliar com Deus. Esta é a primeira caridade que a humanidade espera de nós: o anúncio evangélico e o renascimento mediante os sacramentos, que se prolongam no serviço aos irmãos.

Beatitude, vim contemplar o Rosto de Cristo esculpido na vossa Igreja; vim venerar este Rosto sofredor, penhor duma esperança renovada. A vossa Igreja, consciente de ter «encontrado o Messias», esforça-se por conduzir os seus filhos e todos os homens, que procuram Deus, a encontrarem-n'O com um coração sincero; fá-lo mediante a celebração solene da divina Liturgia e a acção pastoral quotidiana. Este empenho coincide com a vossa tradição, tão rica de figuras que souberam unir uma profunda vida em Cristo com um generoso serviço aos necessitados; um empenho apaixonado no estudo com uma incansável solicitude pastoral. Desejaria recordar aqui o santo monge e bispo Callinicos de Tchernica, tão próximo ao coração dos fiéis de Bucareste.

4. Beatitude, caros Irmãos Bispos, o nosso encontro tem lugar no dia em que a liturgia bizantina celebra a festa do Santo Apóstolo e Evangelista João, o Teólogo. Quem melhor do que ele, que foi intensamente amado pelo Mestre, nos pode comunicar esta viva experiência de amor? Eis aquela que, nas suas cartas, parece ser a síntese da sua vida, a palavra que, na velhice, quando desaparece o que é supérfluo, lhe restava para indicar a sua experiência pessoal: «Deus é Amor». É aquilo que ele contemplara ao pousar a sua cabeça no coração de Jesus e ao elevar o olhar para o Seu lado trespassado, de onde saíam a água do Baptismo e o Sangue da Eucaristia. Esta experiência do amor de Deus não só nos convida, mas, eu diria, nos obriga docemente ao amor, síntese única e autêntica da fé cristã.

«A caridade é paciente, a caridade é benigna, não é invejosa; a caridade não se ufana, não se ensoberbece, não é inconveniente, não procura o seu interesse, não se irrita, não suspeita mal, não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta» (1Co 13,4-7). São estas as palavras dirigidas pelo Apóstolo Paulo a uma comunidade atormentada por conflitos e tensões; são palavras válidas para todos os tempos. Bem sabemos que estas palavras são hoje dirigidas, antes de tudo, a nós. Elas não servem para recriminar o erro do outro, mas para desmascarar o nosso, o de cada um de nós. Conhecemos oposições, recriminações, reticências interiores e fechamentos recíprocos. Contudo, ambos somos testemunhas do facto que, apesar destas divisões, no momento da grande provação, quando as nossas Igrejas pareciam abaladas até aos seus fundamentos, também aqui, nesta terra da Roménia, os mártires e os confessores souberam glorificar o nome de Deus com um só coração e uma só alma. Precisamente considerando a obra maravilhosa do Espírito, incompreensível à lógica humana, a nossa debilidade encontra a própria força e o coração adquire de novo coragem e confiança no meio das dificuldades da situação presente.

5. Rejubilo por ter sido possível iniciar de maneira concreta aqui, na Roménia, um diálogo fraterno sobre os problemas que ainda nos dividem. A Igreja greco-católica da Roménia sofreu nestas últimas décadas uma violenta repressão, os seus direitos foram vilipendiados e violados. Os seus filhos sofreram muito, alguns até ao testemunho supremo do sangue. O fim da perseguição restabeleceu a liberdade, mas o problema das estruturas eclesiais ainda espera uma solução definitiva. Que o diálogo seja o caminho para curar as feridas ainda abertas e resolver as dificuldades que ainda subsistem! A vitória da caridade será um exemplo não só para as Igrejas, mas para toda a sociedade. Oro a Deus, Pai da misericórdia e fonte da paz, para que o amor, recebido e dado, seja o sinal pelo qual os cristãos são reconhecidos como fiéis ao seu Senhor.

As Igrejas ortodoxas e a Igreja católica percorreram um longo caminho de reconciliação: quero exprimir a Deus a minha gratidão comovida e profunda por tudo o que foi realizado, e desejo agradecer-vos, venerados Irmãos em Cristo, os esforços que tendes prodigalizado neste caminho. Não chegou agora o momento de retomar com resolução a pesquisa teológica, sustentada pela oração e pela boa vontade de todos os fiéis, ortodoxos e católicos?

Deus sabe quanto o nosso mundo, e também a nossa Europa, que esperamos livre de lutas fratricidas, têm necessidade de um testemunho de amor fraterno, que prevaleça sobre o ódio e sobre as discórdias e que abra os corações à reconciliação! Onde estão as nossas Igrejas quando o diálogo se cala e as armas fazem ouvir a sua linguagem de morte? Como educar os nossos fiéis para a lógica das bem-aventuranças, tão diferente do modo de raciocinar dos poderosos deste mundo?

Beatitude, caros Irmãos no episcopado, procuremos dar de novo uma unidade visível à Igreja, caso contrário este mundo será privado de um testemunho que só os discípulos do Filho de Deus, morto e ressuscitado por amor, podem oferecer-lhe para o levar a abrir-se à fé (cf. Jo Jn 17,21). E o que pode impelir os homens de hoje a crer nµEle, se continuamos a rasgar a túnica inconsútil da Igreja, se não nos reunimos para obter de Deus o milagre da unidade, trabalhando para eliminar os obstáculos que impedem a sua plena manifestação? Quem nos perdoará esta falta de testemunho? Tenho procurado a unidade com todas as minhas forças e continuarei a prodigalizar-me até ao fim, para que ela esteja entre as preocupações prioritárias das Igrejas e daqueles que as governam mediante o ministério apostólico.

6. Na vossa terra existem numerosos mosteiros, como o de São Nicodemos de Tismana, escondido nas montanhas e entre os bosques, onde bate o coração da oração incessante, da invocação do Santo Nome de Jesus. Graças a Pasy Velitchkovsky e aos seus discípulos, a Moldávia tornou-se o centro de uma renovação monástica, que se difundiu nos países vizinhos no final do século XVIII e também depois. A vida monástica, que jamais faltou, mesmo no tempo das perseguições, ofereceu e ainda oferece personalidades de grande estatura espiritual, à volta das quais surgiu, nestes últimos anos, um promissor florescimento de vocações.

Os conventos, as igrejas cobertas de afrescos, os ícones, os ornamentos litúrgicos, os manuscritos, são não só as jóias da vossa cultura mas também testemunhos comoventes de fé cristã, duma fé cristã vivida. Este património artístico, nascido da oração dos monges e das monjas, dos artesãos e dos camponeses inspirados pela beleza da liturgia bizantina, constitui uma contribuição particularmente significativa para o diálogo entre o Oriente e o Ocidente, assim como para o renascimento da fraternidade, que o Espírito Santo suscita em nós, no limiar de um novo milénio. A vossa terra da Roménia, entre a latinitas e Bizâncio, pode tornar-se terra de encontro e de comunhão. Ela é atravessada pelo majestoso Danúbio, que banha regiões do Oriente e do Ocidente: saiba a Roménia, como este rio, criar relações de entendimento e de comunhão entre povos diferentes, contribuindo assim para consolidar na Europa e no mundo a civilização do amor!

7. Beatitude, caros Padres do Santo Sínodo, apenas poucos dias nos separam do início do terceiro milénio da era cristã. Os homens, na sua expectativa, têm os olhos fixos em nós. Estão atentos para ouvir de nós, mais ainda da nossa vida do que das nossas palavras, o anúncio antigo: «Encontrámos o Messias». Eles querem ver se também nós somos capazes de deixar as redes do nosso orgulho e dos nossos temores, para «anunciar um ano da graça do Senhor».

Cruzaremos este limiar com os nossos mártires, com todos aqueles que deram a própria vida pela fé: ortodoxos, católicos, anglicanos, protestantes. Desde sempre o sangue dos mártires é uma semente que dá vida a novos fiéis de Cristo. Mas para o fazer, devemos morrer para nós mesmos, sepultar o homem velho nas águas da regeneração e ressuscitar como criaturas novas. Não podemos deixar de dar atenção ao apelo de Cristo e às expectativas do mundo, nem deixar de unir as nossas vozes a fim de que ressoe ainda mais a palavra eterna de Cristo para as novas gerações.

Obrigado por terdes querido ser a primeira Igreja ortodoxa que convidou ao vosso país o Papa de Roma; obrigado por me terdes dado a alegria deste encontro fraterno; obrigado pelo dom desta peregrinação, que me permitiu revigorar a minha fé em contacto com a fé de fervorosos irmãos em Cristo!

«Vinde, caminhemos juntos na luz do Senhor!». A Ele, honra e glória pelos séculos dos séculos! Amém.




Discursos João Paulo II 1999 - Sexta-feira, 7 de Maio de 1999