AUDIÊNCIAS 1999 - AUDIÊNCIA

1. Continuando a aprofundar o sentido da conversão, procuraremos hoje compreender também o significado da remissão dos pecados, que nos é oferecida por Cristo através da mediação sacramental da Igreja.

E em primeiro lugar queremos tomar consciência da mensagem bíblica sobre o perdão de Deus: mensagem amplamente desenvolvida no Antigo Testamento e que encontra a sua plenitude no Novo Testamento. A Igreja inseriu este conteúdo da sua fé no próprio Credo, onde precisamente professa a remissão dos pecados: Credo in remissionem peccatorum.

2. O Antigo Testamento fala-nos, de diversas maneiras, do perdão dos pecados. A propósito disso, encontramos uma terminologia diversificada: o pecado é «perdoado», «cancelado» (Ex 32,32), «expiado» (Is 6,7), «lançado para trás» (Is 38,17). Diz por exemplo o Salmo 103: «É Ele quem perdoa as tuas culpas e sara todas as tuas enfermidades» (v. 3), «Não nos tratou segundo os nossos pecados; nem nos castigou segundo as nossas culpas... Como o pai se compadece dos filhos, assim o Senhor se compadece dos que O temem» (vv. 10 e 13).

Esta disponibilidade de Deus ao perdão não atenua a responsabilidade do homem e a necessidade do seu empenho de conversão. Mas, como ressalta o profeta Ezequiel, se o malvado se afastar da sua conduta perversa, o seu pecado já não será recordado, ele viverá (cf. 18, especialmente vv. 19-22).

3. No Novo Testamento, o perdão de Deus manifesta-se através das palavras e dos gestos de Jesus. Ao perdoar os pecados Jesus mostra o rosto de Deus Pai misericordioso. Tomando posição contra algumas tendências religiosas caracterizadas pela severidade hipócrita em relação aos pecadores, Ele ilustra em diversas ocasiões como é grande e profunda a misericórdia do Pai para com todos os seus filhos (cf. Catecismo da Igreja Católica CEC 1443).

Ápice desta revelação pode ser considerada a parábola sublime que se costuma chamar «do filho pródigo», mas que deveria ser denominada do «pai misericordioso» (cf. Lc 15,11-32). Aqui a atitude de Deus é apresentada em termos deveras extraordinários a respeito dos critérios e das expectativas do homem. Na parábola, o comportamento do pai é compreendido em toda a sua originalidade, se tivermos presente que, no contexto social do tempo de Jesus, era normal que os filhos trabalhassem na casa paterna, como os dois filhos do senhor da vinha, dos quais Ele nos fala noutra parábola (cf. Mt Mt 21,28-31). Este regime devia durar até à morte do pai, e só então os filhos dividiam entre si os bens que lhes cabiam como herança. No nosso caso, ao contrário, o pai cede ao filho mais novo, que lhe pede a sua parte de património, e divide os seus bens entre ele e o filho mais velho (cf. Lc Lc 15,12).

4. A decisão do filho mais novo de se emancipar, esbanjando os bens recebidos do pai e vivendo de maneira dissoluta (cf. ibidem, 15, 13), é uma descarada renúncia à comunhão familiar. O afastamento da casa paterna exprime bem o sentido do pecado, com o seu carácter de ingrata rebelião e as suas consequências também humanamente dolorosas. Diante da escolha deste filho o raciocínio humano, expresso de algum modo no protesto do filho mais velho, teria aconselhado a severidade de uma adequada punição, antes de uma plena reintegração na família.

Mas ao contrário o pai, ao vê-lo de longe que retornava, vai ao seu encontro cheio de comoção (ou melhor, «agitando-se nas suas entranhas», como diz literalmente o texto grego: Lc 15,20), estreita-o num abraço de amor e quer que todos lhe façam festa.

A misericórdia paterna é ressaltada mais ainda quando este pai, ao censurar com ternura o irmão mais velho que reivindica os próprios direitos (cf. ibidem, 15, 29 s.), o convida ao comum banquete de alegria. A pura legalidade é superada pelo generoso e gratuito amor paterno, que supera a justiça humana e convoca os dois filhos a sentarem-se mais uma vez à mesa do pai.

O perdão consiste não só em receber de novo sob o tecto paterno o filho que dele se afastara, mas também em acolhê-lo na alegria de uma comunhão recomposta, transferindo-o da morte para a vida. Por esta razão, «era preciso fazer festa e alegrar-se» (ibidem, 15, 32).

O Pai misericordioso, que abraça o filho perdido, é o ícone definitivo do Deus revelado por Cristo. Antes de mais e sobretudo, Ele é Pai. É o Deus Pai que estende os seus braços misericordiosos de bênção, esperando sempre, nunca forçando nenhum dos seus filhos. As suas mãos sustentam, estreitam, dão vigor e ao mesmo tempo confortam, consolam, acariciam. São mãos de pai e contemporaneamente de mãe.

O pai misericordioso da parábola contém em si, transcendendo-os, todos os traços da paternidade e da maternidade. Ao lançar-se ao pescoço do filho, ele demonstra as semelhanças de uma mãe que acaricia o filho e o circunda com o seu calor. Compreende-se, à luz desta revelação do rosto e do coração de Deus Pai, a palavra de Jesus, que transtorna a lógica humana: «Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento» (ibidem, 15, 7). Como também: «Há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se arrepende» (ibidem, 15, 10).

5. O mistério do «retorno a casa» exprime de modo admirável o encontro entre o Pai e a humanidade, entre a misericórdia e a miséria, num círculo de amor que não só se refere ao filho perdido, mas se estende a todos.

O convite ao banquete, que o pai dirige ao filho mais velho, implica a exortação do Pai celeste a todos os membros da família humana para que também eles sejam misericordiosos.

A experiência da paternidade de Deus implica a aceitação da «fraternidade», precisamente porque Deus é Pai de todos, também do irmão que erra.

Ao narrar a parábola, Jesus não fala só do Pai, mas deixa entrever também os seus próprios sentimentos. Diante dos fariseus e dos escribas que O acusam de receber os pecadores e de comer com eles (cf. ibidem, 15, 2), mostra preferir os pecadores e os publicanos que se aproximam d'Ele com confiança (cf. ibidem, 15, 1) e revela assim que foi enviado para manifestar a misericórdia do Pai. É a misericórdia que resplande- ce sobretudo no Gólgota, no sacrifício oferecido por Cristo em remissão dos pecados (cf. Mt Mt 26,28).

Saudações

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa que participam nesta Audiência e, de modo particular, os que aqui se encontram provindos de Portugal e do Brasil. Agradeço a todos a presença e participação nesta prece comum, e convido a reavivar a fé em Cristo nosso Salvador, que por amor nos redimiu e nos chamou a viver como irmãos na justiça e na paz. A todos dou de coração a minha Bênção, que faço extensiva aos vossos familiares e pessoas amigas.

O meu pensamento, cheio de afecto, dirige-se agora a vós, caros Jovens, Doentes e queridos jovens Casais.

A vós, caros rapazes e moças, a hodierna Festa da Natividade de Maria recorda que a juventude é não só uma etapa do vosso crescimento, mas um estado de alma a cultivar na pureza das intenções e das acções. Para vós, queridos doentes e sofredores, esta Festa é um convite à esperança: na sua humildade e «pequenez» evangélica, Maria está próxima de vós e sustenta-vos com a doçura de uma irmã e a solicitude de uma mãe. E vós, prezados jovens esposos, que iniciais a extraordinária aventura de uma nova família, olhai para Maria: esta Mulher maravilhosa quer entrar nos vossos lares, para os cumular de alegria na hora da festa e de conforto no momento da provação.

A todos concedo de coração a Bênção Apostólica.



JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA

Quarta-feira 15 de Setembro de 1999

O sacramento da Penitência




1. O caminho em direcção ao Pai, proposto para a reflexão especial deste ano de preparação para o Grande Jubileu, implica também a redescoberta do sacramento da Penitência, no seu significado profundo de encontro com Aquele que perdoa, mediante Cristo, no Espírito (cf. TMA TMA 50).

Diversos são os motivos por que urge na Igreja uma séria reflexão sobre este sacramento. Antes de tudo, ela é requerida pelo anúncio do amor do Pai, como fundamento do viver e do agir cristão, no contexto da actual sociedade onde muitas vezes resulta ofuscada a visão ética da existência humana. Se muitos perderam a dimensão do bem e do mal, é porque extraviaram o sentido de Deus, interpretando a culpa só segundo perspectivas psicológicas ou sociológicas. Em segundo lugar, a pastoral deve dar novo impulso a um itinerário de crescimento na fé, que ressalte o valor do espírito e da prática penitencial em todo o arco da vida cristã.

2. A mensagem bíblica apresenta essa dimensão "penitencial" como empenho permanente de conversão. Fazer obras de penitência supõe uma transformação da consciência, que é fruto da graça de Deus. Sobretudo no Novo Testamento, a conversão é pedida como opção fundamental àqueles aos quais é dirigida a pregação do reino de Deus: "Convertei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1,15 cf. Mt Mt 4,17). Com estas palavras Jesus inicia o seu ministério, anuncia o cumprimento dos tempos e a iminência do reino. O "convertei-vos" (em grego: metanoéite) é um apelo a mudar o modo de pensar e de se comportar.

3. Este convite à conversão constitui a conclusão vital do anúncio feito pelos Apóstolos depois do Pentecostes. Nele o objecto do anúncio é manifestado de forma plena: já não é genericamente o "reino", mas a própria obra de Jesus, inscrita no plano divino prenunciado pelos profetas. Ao anúncio de quanto ocorreu com Jesus Cristo, morto, ressuscitado e vivo na glória do Pai, segue o premente convite à "conversão", à qual está ligado também o perdão dos pecados. Tudo isto emerge de maneira preclara no discurso que Pedro faz no pórtico de Salomão: "Deus cumpriu o que antecipadamente anunciara pela boca de todos os profetas: que o Seu Messias havia de padecer. Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam apagados" (Ac 3,18-19).

No Antigo Testamento este perdão dos pecados é prometido por Deus no contexto da "nova aliança", que Ele estabelecerá com o seu povo (cf. Jr Jr 31,31-34). Deus escreverá a lei no coração. Nessa perspectiva, a conversão é um requisito da definitiva aliança com Deus e, ao mesmo tempo, uma atitude permanente daquele que, acolhendo as palavras do anúncio evangélico, começa a fazer parte do reino de Deus no seu dinamismo histórico e escatológico.

4. O sacramento da Reconciliação veicula e torna visíveis de maneira misteriosa estes valores fundamentais anunciados pela Palavra de Deus. Ele insere de novo o homem no contexto salvífico da aliança e reabre-o para a vida trinitária, que é diálogo de graça, circulação de amor, dom e acolhimento do Espírito Santo.

Por ocasião do Jubileu, uma cuidadosa releitura do Ordo Paenitentiae ajudará não pouco a aprofundar as dimensões essenciais deste sacramento. A maturidade da vida eclesial depende, em grande parte, da sua redescoberta. O sacramento da Reconciliação, de facto, não se conclui no momento litúrgico-celebrativo, mas conduz a viver a atitude penitencial enquanto dimensão permanente da experiência cristã. Ele é "uma aproximação da santidade de Deus, um reencontro da própria verdade interior, obscurecida e transtornada pelo pecado, um libertar-se no mais profundo de si próprio e, por isso, um reconquistar a alegria perdida de ser salvo, que a maioria dos homens do nosso tempo já não sabe saborear" (Reconciliatio et paenitentia, RP 31, III).

5. No que concerne aos conteúdos doutrinais deste sacramento, remeto à Exortação Apostólica Reconciliatio et paenitentia (cf. nn. 28-34) e ao Catecismo da Igreja Católica (cf. nn. 1420-1484), assim como às outras intervenções do Magistério eclesial. Nesta circunstância, desejo evocar de novo a importância do cuidado pastoral necessário para a valorização deste sacramento no povo de Deus, para que o anúncio da reconciliação, o caminho de conversão e a própria celebração do sacramento possam tocar ainda mais os corações dos homens e das mulheres do nosso tempo.

Em particular, desejo recordar aos pastores que só se é bom confessor se se for autêntico penitente. Os sacerdotes sabem que são depositários dum poder que vem do alto: com efeito, o perdão por eles transmitido "é o sinal eficaz da intervenção do Pai" (RP 31, III), que faz ressurgir da morte espiritual. Por este motivo, vivendo com humildade e simplicidade evangélica uma dimensão tão essencial do seu ministério, os confessores não descuidem o próprio aperfeiçoamento e actualização, para que nunca lhes faltem aquelas qualidades humanas e espirituais que são tão necessárias para a relação com as consciências.

Mas juntamente com os pastores, é a inteira comunidade cristã que deve estar envolvida na renovação pastoral da Reconciliação. Impõe-no a "eclesialidade" própria do sacramento. A comunidade eclesial é o seio que acolhe o pecador arrependido e perdoado e, antes ainda, cria o ambiente adequado para um caminho de retorno ao Pai. Numa comunidade reconciliada e reconciliante os pecadores podem reencontrar o caminho perdido e a ajuda dos irmãos. E por último, através da comunidade cristã, pode ser delineado de novo um sólido caminho de caridade, que torne visíveis através das boas obras o perdão readquirido, o mal reparado e a esperança de ainda poder encontrar os braços misericordiosos do Pai.

Saudações

Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação venturosa e amiga a todos vós especialmente ao grupo de brasileiros que aqui se encontram.

Agradeço-vos a presença, e encorajo-vos a invocar Maria Santíssima, neste dia em que é recordada com a denominação de Nossa Senhora das Dores, para um feliz êxito na vossa configuração a Cristo. A todos abençoo.

Desejo agora saudar com particular afecto os Jovens, os Doentes e os jovens Casais aqui presentes.

Hoje fazemos memória de Nossa Senhora das Dores que, com fé, se deteve junto da Cruz de Jesus.

Caros jovens, não tenhais medo de permanecer, também vós como Maria, junto da Cruz. Jesus moribundo vos há-de infundir a coragem de superar todos os obstáculos na vossa existência quotidiana.

E vós, queridos doentes, possais encontrar em Maria conforto e apoio para aprender do Senhor Crucificado o valor salvífico do sofrimento.

Vós, prezados jovens esposos, nos momentos de dificuldade dirigi-vos com confiança à Virgem das Dores, que vos ajudará a enfrentá-los com a sua intercessão materna.



JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA

Quarta-feira 22 de Setembro de 1999


Reconciliação com Deus e os irmãos




Caríssimos Irmãos e Irmãs

1. Continuando a reflexão sobre o sacramento da Penitência, queremos hoje aprofundar uma dimensão que o caracteriza intrinsecamente: a reconciliação. Este aspecto do sacramento põe-se como antídoto e medicina em relação ao carácter dilacerante, que é próprio do pecado. Com efeito, ao pecar o homem não só se afasta de Deus, mas lança germes de divisão dentro de si mesmo e nas relações com os irmãos. Por isso, o movimento de retorno a Deus implica a reintegração da unidade prejudicada pelo pecado.

2. A reconciliação é um dom do Pai. Só Ele pode actuá-la. Por isso ela representa, antes de tudo, um apelo que provém do alto: "Em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus" (2Co 5,20). Como Jesus nos explica na parábola do Pai misericordioso (cf. Lc Lc 15,11-32), perdoar e reconciliar Consigo é para Ele uma festa. Neste e noutros trechos evangélicos, o Pai não só oferece perdão e reconciliação mas, ao mesmo tempo, mostra como estes dons são fonte de alegria para todos.

No Novo Testamento é significativa a ligação entre a paternidade divina e a alegria festiva do banquete. O reino de Deus é comparado a um banquete jubiloso onde quem convida é precisamente o Pai (cf. Mt Mt 8,11 Mt 22,4 Mt 26,29). O cumprimento de toda a história salvífica é ainda expresso com a imagem do banquete preparado por Deus Pai para as núpcias do Cordeiro (cf. Ap Ap 19,6-9).

3. Precisamente em Cristo, Cordeiro sem mancha, oferecido pelos nossos pecados (cf. 1P 1,19 12, Ap 11), se concentra a reconciliação que provém do Pai. Jesus Cristo é não só o Reconciliador, mas a própria Reconciliação. Como ensina São Paulo, o facto de nos tornarmos criatura nova, renovada pelo Espírito, "vem de Deus, que por meio de Cristo nos reconciliou Consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. Porque era Deus que reconciliava Consigo o mundo em Cristo, não tendo mais em conta os pecados dos homens e colocando nos nossos lábios a mensagem da reconciliação" (2Co 5,18-19).

Exactamente através do mistério da Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo é superado o drama da divisão existente entre o homem e Deus. Com efeito, com a Páscoa o mistério da infinita misericórdia do Pai penetra nas raízes mais obscuras da iniquidade do ser humano. É ali que se actua um movimento de graça que, se for acolhido com livre consentimento, conduz a saborear a doçura da plena reconciliação.

A imensidão do sofrimento e do abandono de Cristo transforma-se assim numa fonte inexaurível de amor compassivo e reconciliador. O Redentor volta a traçar um caminho de retorno ao Pai, que permite experimentar de novo a relação filial perdida e confere ao ser humano a força necessária para conservar esta profunda comunhão com Deus.

4. Infelizmente, também na existência remida há a possibilidade de pecar de novo, e isto exige uma vigilância contínua. Além disso, mesmo depois do perdão, permanecem os "resíduos do pecado" que devem ser removidos e combatidos, através dum programa penitencial de mais forte empenho no bem. Ele exige em primeiro lugar a reparação das injustiças, físicas ou morais, feitas a grupos ou indivíduos. A conversão torna-se assim um caminho permanente, no qual o mistério da reconciliação, actuado no sacramento, se põe como ponto de chegada e de partida.

O encontro com Cristo que perdoa desenvolve no nosso coração aquele dinamismo da caridade trinitária, que o Ordo paenitentiae assim descreve: "Por meio do sacramento da Penitência o Pai acolhe o filho arrependido que a Ele retorna, Cristo põe sobre os seus ombros a ovelha tresmalhada para a reconduzir ao redil, e o Espírito Santo santifica de novo o seu templo ou intensifica nele a sua presença; disto é sinal a renovada e mais fervorosa participação na mesa do Senhor, na alegria grande do banquete que a Igreja de Deus prepara para festejar o retorno do filho distante" (n. 6; cf. também nn. 5 e 19).

5. O "Rito da Penitência" exprime na fórmula da absolvição o vínculo entre o perdão e a paz, oferecidos por Deus Pai na Páscoa do seu Filho e com a "mediação do ministério da Igreja" (OP, 46). Enquanto significa e realiza o dom da reconciliação, o Sacramento põe em evidência o facto de que ela se refere à nossa relação não só com Deus Pai, mas também com os nossos irmãos. A acção reconciliadora de Cristo realiza-se na Igreja. Esta não pode reconciliar por si mesma mas como instrumento vivo do perdão de Cristo, tendo como base um preciso mandato do Senhor (cf. Jo Jn 20,23 Mt 18,18). Esta reconciliação em Cristo realiza-se de modo eminente na celebração do sacramento da Penitência. Mas todo o ser íntimo da Igreja, na sua dimensão comunitária, é caracterizado pela inclinação permanente à reconciliação.

É preciso superar um certo individualismo ao conceber a reconciliação: toda a Igreja coopera para a conversão dos pecadores, através da oração, da exortação, da correcção fraterna, do apoio da caridade. Sem a reconciliação com os irmãos, a caridade não adquire consistência no indivíduo. Assim como o pecado lesa o tecido do Corpo de Cristo, de igual modo a reconciliação cria de novo a solidariedade entre os membros do Povo de Deus.

6. A antiga praxe penitencial ressaltava o aspecto comunitário-eclesial da reconciliação, em particular no momento final da absolvição por parte do Bispo, com a plena admissão dos penitentes na comunidade. O ensinamento da Igreja e a disciplina penitencial promulgada depois do Concílio Vaticano II exortam a restabelecer e a ter em nova consideração a dimensão comunitário-eclesial da Reconciliação (cf. LG também SC 27), sem descartar a doutrina acerca da necessidade da confissão individual.

No contexto do Grande Jubileu do Ano 2000, será importante propor ao povo de Deus válidos e actualizados itinerários de reconciliação, que façam redescobrir a índole comunitária não só da penitência, mas do inteiro plano de salvação do Pai para a humanidade. Deste modo, actualizar-se-á o ensinamento da Constituição Lumen gentium: "Aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade e O servisse santamente" (n. 9).

São Paulo ensina que os cristãos se transformam em «novas criaturas» quando são reconciliadas por Deus, “que por meio de Cristo nos reconciliou Consigo e nos confiou o ministério da reconciliação” (2Co 2,18). Pela graça sacramental, cada fiel volta a experimentar a condição de filho de Deus perdida pelo pecado, e para recuperar as forças que necessita, a fim de conservar sua profunda comunhão com Deus. Mas esta acção reconciliadora é confiada, pelo nosso Redentor, à Igreja, através do Sacramento da Penitência. O Concílio Vaticano II exortou a descobrir de novo a dimensão comunitária-eclesial da reconciliação (cf. LG LG 11 SC 27), conservando, porém, a doutrina tradicional da confissão individual.

Saudações

As minhas saudações cordiais aos ouvintes e presentes neste encontro: a todos desejo felicidades, paz e graça do Senhor! Em particular, saúdo os peregrinos de Portugal e do Brasil. Agradeço vossa participação nesta Audiência, e desejo todo o bem, com as graças divinas, na caminhada para o Reino de Deus: abençoando-vos, penso nas vossas famílias. Que sejais felizes.



JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA GERAL

Quarta-feira, 29 de Setembro de 1999


O dom da Indulgência




1. Em íntima conexão com o sacramento da Penitência, apresenta-se à nossa reflexão um tema que tem particular relação com a celebração do Jubileu: refiro-me ao dom da indulgência, que no ano jubilar é oferecido com particular abundância, como é previsto na Bula Incarnationis mysterium e nas anexas disposições da Penitenciaria Apostólica.

Trata-se dum tema delicado, sobre o qual não faltaram incompreensões históricas, que incidiram de maneira negativa na própria comunhão entre os cristãos. No actual contexto ecuménico, a Igreja sente a exigência de que esta antiga prática, entendida como expressão significativa da misericórdia de Deus, deve ser bem compreendida e acolhida. De facto, a experiência atesta como às indulgências nos aproximamos às vezes com atitudes superficiais, que acabam por prejudicar o dom de Deus, lançando sombra sobre as próprias verdades e os valores propostos pelo ensinamento da Igreja.

2. O ponto de partida para compreender a indulgência é a abundância da misericórdia de Deus, manifestada na cruz de Cristo. Jesus crucificado é a grande "indulgência" que o Pai ofereceu à humanidade, mediante o perdão das culpas e a possibilidade da vida filial (cf. Jo Jn 1,12-13) no Espírito Santo (cf. Gl Ga 4,6 Rm 5,5 Rm 8,15-16).

Este dom todavia, na lógica da aliança que é o coração da inteira economia da salvação, não nos atinge sem a nossa aceitação e correspondência.

À luz deste princípio, não é difícil compreender como a reconciliação com Deus, embora esteja fundada sobre uma oferta gratuita e abundante de misericórdia, implica ao mesmo tempo um árduo processo, no qual o homem está envolvido no seu empenho pessoal e a Igreja na sua tarefa sacramental. Para o perdão dos pecados cometidos depois do baptismo, esse caminho tem o seu centro no sacramento da Penitência, mas desenvolve-se também após a sua celebração. Com efeito, o homem deve ser progressivamente "curado" a respeito das consequências negativas, que o pecado produziu nele (e às quais a tradição teológica chama "penas" e "resíduos" do pecado).

3. À primeira vista, falar de penas após o perdão sacramental poderia parecer pouco coerente. O Antigo Testamento, porém, demonstra-nos como é normal sofrer penas reparadoras depois do perdão. Com efeito, Deus depois de Se ter autodefinido "Deus misericordioso e clemente... que perdoa a iniquidade, a rebeldia e o pecado", acrescenta: "mas não deixa sem punição" (Ex 34,6-7). No segundo livro de Samuel, a humilde confissão do rei David depois do seu grave pecado obtém-lhe o perdão de Deus (cf. 2S 12,13), mas não a supressão do castigo anunciado (cf. ibid. 12, 11; 16, 21). O amor paterno de Deus não exclui o castigo, mesmo que este deva ser sempre compreendido dentro duma justiça misericordiosa que, em função do próprio bem do homem, restabelece a ordem violada (cf. Hb He 12,4-11).

Nesse contexto, a pena temporal exprime a condição de sofrimento daquele que, embora reconciliado com Deus, ainda está marcado por aqueles "resíduos" do pecado, que não o tornam totalmente aberto à graça. Precisamente em vista da cura completa, o pecador é chamado a empreender um caminho de purificação rumo à plenitude do amor.

Neste caminho, a misericórdia de Deus vem ao encontro com ajudas especiais. A própria pena temporal exerce uma função de "medicina", na medida em que o homem se deixa interpelar por ela para a sua conversão profunda. É este também o significado da "satisfação" requerida no sacramento da Penitência.

4. O sentido das indulgências deve ser acolhido neste horizonte de renovação total do homem em virtude da graça de Cristo Redentor, mediante o ministério da Igreja. Elas têm a sua origem histórica na consciência que a Igreja antiga teve de poder exprimir a misericórdia de Deus, mitigando as penitências canónicas infligidas para a remissão sacramental dos pecados. A mitigação, todavia, era sempre compensada por compromissos, pessoais e comunitários, que assumissem, a título substitutivo, a função "medicinal" da pena.

Podemos agora compreender como por indulgência se entende a "remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados, cuja culpa já foi apagada; remissão que o fiel devidamente disposto obtém em certas e determinadas condições pela acção da Igreja, a qual, enquanto dispensadora da redenção, distribui e aplica, por sua autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos santos" (Enchiridion indulgentiarum, Normae de indulgentiis, Livraria Editora Vaticana 1999, pág. 21; cf. Catecismo da Igreja Católica, CEC 1471).

Existe, portanto, o tesouro da Igreja, que através das indulgências é como que "distribuído". Essa "distribuição" não deve ser entendida como uma espécie de transferência automática, como se se tratasse de "coisas". Ela é sobretudo expressão da plena confiança que a Igreja tem de ser escutada pelo Pai, quando - em consideração dos méritos de Cristo e, por seu dom, e também daqueles de Nossa Senhora e dos Santos - Lhe pede que mitigue ou anule o aspecto doloroso da pena, desenvolvendo o seu sentido medicinal através dos outros percursos da graça. No mistério insondável da sabedoria divina, este dom de intercessão pode ser benéfico também aos fiéis defuntos, que recebem os seus frutos no modo próprio da sua condição.

5. Vê-se, então, como as indulgências, longe de serem uma espécie de "desconto" ao empenho de conversão, são antes uma ajuda para um empenhamento mais pronto, generoso e radical. Isto é requerido, a ponto que, condição espiritual para receber a indulgência plenária, é a exclusão "de todo o afecto a qualquer pecado, mesmo venial" (Enchiridion indulgentiarum, pág. 25).
Enganar-se-ia então quem pensasse que pode receber este dom com a simples actuação de algumas observâncias exteriores. Estas são requeridas, ao contrário, como expressão e apoio do caminho de conversão. Manifestam em particular a fé na abundância da misericórdia de Deus e na maravilhosa realidade de comunhão que Cristo realizou, unindo de maneira indissolúvel a Igreja a si mesmo como seu Corpo e sua Esposa.

Apelo


De Timor Leste continuam, nestes dias, a chegar trágicas notícas de massacres perpetrados contra cidadãos inermes, contra cristãos, sacerdotes, religiosos e religiosas, que despenderam a própria vida ao serviço de todos.

Em particular, vim a saber com profunda tristeza que, na tarde de sábado perto de Baucau, foram assassinadas numerosas pessoas, entre as quais também duas missionárias canossianas.
Convido-vos a recordá-las na oração, juntamente com todas as vítimas da tragédia timorense. Oremos pelos que sofrem no corpo e no espírito, pelos prófugos e os refugiados, assim como por todos os que trabalham em favor deles e pela pacificação do território.

Peçamos ao Senhor que o exemplo destas testemunhas da caridade até ao dom total da própria existência, possa contribuir para fazer nascer em Timor Leste um futuro de esperança.
Exprimo também o meu apreço pela iniciativa das emissoras radiofónicas pertencentes à Conferência das Rádios Cristãs Europeias, que hoje testemunham juntas a sua solidariedade com a Igreja e o povo de Timor Leste, dedicando a eles transmissões e apelos.

Saudação

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa que porventura aqui se encontrem, nomeadamente os visitantes provindos de Portugal e do Brasil. Invoco para todos a abundância dos dons divinos, ao conceder de bom grado a minha Bênção Apostólica.



                                                                      Outubro de 1999

JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA GERAL

Quarta-feira, 6 de Outubro de 1999

Aquele que ama conheceu a Deus porque Deus é amor



1. A conversão, de que tratámos nas catequeses precedentes, está orientada para a prática do mandamento do amor. É particularmente oportuno, neste ano do Pai, pôr em ressalto a virtude teologal da caridade, segundo a indicação da Carta Apostólica Tertio millennio adveniente (cf. n. 50).

O apóstolo João recomenda: "Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama, nasceu de Deus e O conhece. Aquele que não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor" (1Jn 4,7-8).

Estas palavras sublimes, enquanto nos revelam a própria essência de Deus como mistério de caridade infinita, lançam também as bases sobre as quais se apoia a ética cristã, toda centrada no mandamento do amor. O homem é chamado a amar a Deus com um empenho total e a relacionar-se com os irmãos com uma atitude de amor, inspirado no amor de Deus. Converter-se significa converter-se ao amor.

Já no Antigo Testamento se pode captar a dinâmica profunda deste mandamento, na relação de aliança instaurada por Deus com Israel: por um lado, há a iniciativa de amor de Deus, por outro, a resposta de amor que Ele espera. Eis, por exemplo, como é apresentada a iniciativa divina no livro do Deuteronómio: "Se o Senhor vos preferiu e vos distinguiu, não foi por serdes mais numerosos do que os outros povos, pois sois o mais pequeno de todos; foi porque o Senhor vos ama" (Dt 7,7-8). A este amor de predilecção, totalmente gratuito, corresponde o mandamento fundamental, que orienta toda a religiosidade de Israel: "Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças" (ibid. 6, 5).

2. O Deus que ama é um Deus que não permanece distante, mas intervém na história. Quando a Moisés revela o próprio nome, fá-lo para garantir a sua assistência amorosa no evento salvífico do Êxodo, uma assistência que durará para sempre (cf. Êx Ex 3,15). Através das palavras dos profetas, Ele recordará continuamente ao seu povo este seu gesto de amor. Lemos, por exemplo, em Jeremias: "Assim fala o Senhor: Achou graça no deserto o povo que tinha escapado da espada. Dentro em pouco, Israel gozará de repouso. De longe se me deixou ver o Senhor: Amei-te com um amor eterno. Por isso me és tão desejada!" (31, 2-3).

É um amor que assume os tons de uma "imensa ternura" (cf. Os Os 11,8 s.; Jr 31,20) e que normalmente se serve da imagem paterna, mas se exprime às vezes também com a metáfora nupcial: "Então te desposarei para sempre; desposar-te-ei conforme a justiça e o direito, com misericórdia e amor" (Os 2, 21, cf. vv. 18-25).

Mesmo depois de ter verificado no seu povo uma repetida infidelidade à aliança, este Deus ainda está disposto a oferecer o próprio amor, criando no homem um coração novo, que o torna capaz de acolher sem reservas a lei que lhe é dada, como lemos no profeta Jeremias: "Imprimirei a Minha lei, gravá-la-ei no seu coração" (Jr 31,33). De maneira análogo, lê-se em Ezequiel: "Dar-vos-ei um coração novo e introduzirei em vós um espírito novo: arrancarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne" (Ez 36,26).

3. O Novo Testamento apresenta-nos esta dinâmica do amor centrada em Jesus, Filho amado pelo Pai (cf. Jo Jn 3,35 Jn 5,20 Jn 10,17), o qual se manifesta mediante Ele. Os homens participam neste amor conhecendo o Filho, ou seja, acolhendo o seu ensinamento e a sua obra redentora.
Não é possível aceder ao amor do Pai senão imitando o Filho na observância dos mandamentos do Pai: "Como o Pai Me amou, também Eu vos amei; permanecei no Meu amor. Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor, do mesmo modo que Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e permaneço no Seu amor" (ibid., 15, 9-10). Tornamo-nos desse modo partícipes também no conhecimento que o Filho tem a respeito do Pai: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vo-lo dei a conhecer" (ibid., v. 15).

4. O amor faz-nos entrar plenamente na vida filial de Jesus, tornando-nos filhos no Filho: "Vede com que amor nos amou o Pai, ao querer que fôssemos chamados filhos de Deus. E, de facto, somo-lo! Por isso, o mundo não nos conhece, porque não O conheceu a Ele" (1Jn 3,1). O amor transforma a vida e ilumina também o nosso conhecimento de Deus, até alcançar aquele conhecimento perfeito de que fala São Paulo: "Hoje conheço de maneira imperfeita; então conhecerei exactamente, como também sou conhecido" (1Co 13,12).

Deve-se sublinhar a relação entre conhecimento e amor. A conversão íntima que o cristianismo propõe, é uma autêntica experiência de Deus, no sentido indicado por Jesus, durante a última Ceia, na oração sacerdotal: "E a vida eterna consiste nisto: Que Te conheçam a Ti, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste" (Jn 17,3). Certamente o conhecimento de Deus tem também uma dimensão de ordem intelectual (cf. Rm Rm 1,19-20). Mas a experiência viva do Pai e do Filho realiza-se no amor, isto é, em última análise, no Espírito Santo, pois "o amor de Deus foi derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo" (Rm 5,5).

O Paráclito é Aquele, graças ao qual fazemos a experiência do amor paterno de Deus. E o efeito mais consolador da sua presença em nós é precisamente a certeza de que este amor perene e infinito, com que Deus nos amou em primeiro lugar, nunca nos abandonará: "Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?... Porque estou certo que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, Nosso Senhor" (ibid., 8, 35.38-39). O coração novo, que ama e conhece, pulsa em sintonia com Deus que ama com amor perene.



Apelo
Notícias confortadoras chegam da África Oriental. Os múltiplos e louváveis esforços da Comunidade Internacional, sobretudo da Organização dos Estados Africanos, para uma solução negociada do conflito que opõe a Eritreia à Etiópia, estão a registar os primeiros consensos.
Oremos para que sejam superados os obstáculos e vencidas as desconfianças que ainda permanecem e se possa, assim, oferecer aos muitos "Países da dor" o testemunho encorajador de que a paz é sempre possível.

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa que se encontram aqui, de modo especial os visitantes do Brasil e de Portugal. A todos formulo votos de paz e de prosperidade em união com a vontade de Deus. Que a Virgem Santíssima conceda, pela sua intercessão junto de seu divino Filho, abundantes graças e bênçãos.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

Dirijo, por fim, um afectuoso pensamento aos Jovens, aos Doentes e aos jovens Casais.
Amanhã a Igreja celebrará a festa de Nossa Senhora do Rosário. Outubro é o mês do Santo Rosário, que nos convida a valorizar esta oração tão querida à tradição do povo cristão.
Convido-vos, caros jovens, a "descobrir" o Rosário como via para um encontro pessoal com Cristo. Encorajo-vos, queridos doentes, a crescer, graças à recitação do Rosário, no confiante abandono nas mãos de Maria. Exorto-vos, prezados jovens esposos, a fazer do Rosário uma constante contemplação dos mistérios evangélicos.



AUDIÊNCIAS 1999 - AUDIÊNCIA