Discursos João Paulo II 1999 - Varsóvia, 11 de Junho de 1999

JOÃO PAULO II


DISCURSO DO SANTO PADRE NO PARLAMENTO


Varsóvia, 11 de Junho de 1999


Senhor Presidente da República
Senhor Presidente da Dieta
Senhor Presidente do Senado
Senhor Primeiro-Ministro
Representantes da Magistratura
Membros do Corpo Diplomático
Representantes das Igrejas
e das Comunidades confessionais
na Polónia
Senhoras e Senhores
Deputados e Senadores

1. Recebei a minha cordial saudação e, ao mesmo tempo, o meu agradecimento pelo convite. Saúdo também a inteira Nação polaca, todos os meus queridos Compatriotas.

Há vinte anos, durante a minha primeira peregrinação à Pátria, juntamente com as multidões congregadas na comunidade orante na Praça da Vitória, invoquei o Espírito Santo, implorando: «Fazei descer o vosso Espírito e renovai a face da terra. Desta terra!» (Discurso de 2 de Junho de 1979). Pedindo com confiança esta renovação, ainda não sabíamos que forma teriam assumido as transformações polacas. Hoje, já sabemos como foi profunda a acção do poder divino, que liberta, cura e purifica. Podemos estar reconhecidos à divina Providência por tudo aquilo que conseguimos alcançar, em virtude de uma sincera abertura dos corações à graça do Espírito consolador. Agradeço ao Senhor da história as actuais transformações na Polónia, o testemunho da dignidade e da firmeza espiritual de todos aqueles que, nesses dias difíceis, estavam unidos pela mesma solicitude em relação aos direitos do homem, pela mesma consciência de que a vida na nossa Pátria podia tornar-se melhor, mais humana. Unia-os a profunda convicção acerca da dignidade de cada pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus e chamada a ser remida por Cristo. A vós foi confiado hoje aquele património de esforços corajosos e ambiciosos, empreendidos em nome do maior bem da República da Polónia. Depende de vós a forma concreta que a liberdade e a democracia assumirão na Polónia.

2. Este encontro tem uma múltipla eloquência simbólica. É a primeira vez que o Papa intervém diante das Câmaras reunidas no Parlamento polaco, na presença dos Poderes Executivo e Judiciário, com a participação do Corpo Diplomático. Neste momento, não se pode deixar de recordar a longa história da Dieta polaca, que remonta ao século XV, ou ainda aquele glorioso testemunho de sabedoria legislativa dos nossos antepassados, representado pela Constituição de 3 de Maio de 1791. Hoje, neste lugar, damo-nos conta do papel essencial que num Estado democrático é exercido por uma justa ordem jurídica, cujo fundamento deveria ser sempre e em toda a parte o homem, a plena verdade sobre o homem, os seus direitos inalienáveis e os direitos de toda a comunidade que é a Nação.

Sei que, depois de longos anos de ausência de uma plena soberania do Estado e de uma autêntica vida pública, não é fácil construir uma nova ordem democrática e institucional. Por isso, quero expressar desde o início a minha alegria por este encontro que se realiza precisamente aqui, no lugar onde, mediante a formação das leis, são edificadas as bases duradouras para o funcionamento de um Estado democrático e, nele, de uma sociedade soberana. Quereria também desejar à Dieta e ao Senado que no âmago dos seus esforços legislativos se encontre sempre o homem e o seu bem autêntico, segundo a clássica fórmula: Hominum causa omne ius constitutum est (o latim ainda tem o seu valor, como na minha geração). Na «Mensagem para o Dia Mundial da Paz» deste ano, escrevi: «Quando a promoção da dignidade da pessoa é o princípio orientador que nos inspira, quando a busca do bem comum constitui o empenho predominante, estão a ser colocados alicerces sólidos e duradouros para a edificação da paz. Ao contrário, quando os direitos humanos são ignorados ou desprezados, quando a procura de interesses particulares prevalece injustamente sobre o bem comum, então é inevitável que se está a semear os germes da instabilidade, da revolta e da violência» (Ed. port. de L'Osservatore Romano de 19 de Dezembro de 1998, pág. 18, n. 1). No preâmbulo, a Concordata entre a Sé Apostólica e a República da Polónia fala também de maneira muito clara: «O desenvolvimento de uma sociedade livre e democrática funda-se no respeito da dignidade da pessoa humana e dos seus direitos».

A Igreja na Polónia, que no arco de todo o período do pós-guerra sob o poder do sistema totalitário, muitas vezes intervinha em defesa dos direitos do homem e da Nação, também agora em condições de democracia quer favorecer a edificação da vida social - e nisto também a ordem jurídica que a regulamenta - sobre sólidos fundamentos éticos. Para esta finalidade, é preciso antes de mais a educação para um uso responsável da liberdade na sua dimensão tanto individual como social, e também - se for necessário - a atenção aos perigos que podem derivar de divisões redutivas da essência e da vocação do homem e da sua dignidade. Isto faz parte da missão evangélica da Igreja, que desta forma oferece o seu contributo específico à obra de defesa da democracia a partir das suas próprias fontes.

3. O lugar em que nos encontramos induz a uma profunda reflexão sobre o uso responsável, na vida pública, do dom da liberdade reconquistada e sobre a necessidade da cooperação a favor do bem comum. Numa reflexão deste género, que nos ajude a recordação dos testemunhos heróicos - bastante numerosos nos últimos dois séculos - da aspiração polaca a um seu Estado soberano, que por muitas gerações dos nossos compatriotas existia somente nos sonhos, nas tradições familiares e na oração. Penso em primeiro lugar nos tempos das divisões e, a estes vinculada, na luta para reconquistar a Polónia perdida, cancelada do mapa da Europa. A falta desta fundamental estrutura política que forma a realidade social foi sempre, de maneira especial durante a última guerra mundial, tão intensamente sentida a ponto de levar, em condições de perigo mortal da mesma existência biológica da Nação, à constituição de um Estado polaco clandestino, que nada teve de análogo em toda a Europa ocupada. Antes de vir aqui, benzi um monumento a este Estado clandestino e ao Exército da Nação. Isto suscitou em mim uma grande emoção.

Todos nos damos conta do facto de que o encontro hodierno no Parlamento não seria possível se não tivesse havido o primeiro protesto dos operários polacos nas costas do Báltico, no memorável mês de Agosto de 1980. Ele não seria possível sem o movimento «Solidarnosc», que escolheu a via da luta pacífica pelos direitos do homem e de toda a nação. Essa escolheu também o princípio - aquilo que nessa época se aceitava universalmente! - de que «não há liberdade sem solidariedade»: sem a solidariedade pelo outro homem, a solidariedade que ultrapassa os vários tipos de barreiras de classe, de ideologia, de cultura e até mesmo de geografia, como podia provar a recordação dos nossos vizinhos do Leste.

Os acontecimentos do ano de 1989, que deram início às grandes transformações políticas e sociais na Polónia e na Europa, foram - não obstante os sofrimentos, os sacrifícios e as humilhações durante a guerra e os anos sucessivos - a consequência da escolha precisamente desses métodos pacíficos de luta por uma sociedade de cidadãos livres e por um Estado democrático. Há não muito tempo, recordámos isto juntamente com o Chanceler Kohl, durante a minha visita a Berlim, diante da Porta de Brandemburgo.

Não é lícito esquecer aqueles eventos. Eles trouxeram não só a suspirada liberdade, mas contribuíram de forma decisiva para a derrocada dos muros, que por quase meio século separaram do mundo livre as sociedades e as nações da nossa parte do continente. Aquelas mudanças históricas inscreveram-se na história contemporânea como exemplo e como ensinamento: aspirando às grandes metas da vida colectiva, «o homem há-de seguir, no seu caminho ao longo da história, a via dos mais nobres anélitos do espírito humano» (Discurso na Sede da O.N.U., a 5 de Outubro de 1995; cf. ed. port. de L'Osservatore Romano de 15.10.95, pág. 3). Ele pode e deve escolher antes de tudo a atitude de amor, de fraternidade e de solidariedade, a atitude do respeito da dignidade do homem e, portanto, os valores que então decidiram a vitória, sem o perigosíssimo conflito nuclear.

4. A recordação das mensagens morais de «Solidarnosc» e, por conseguinte, também das nossas experiências, muitas vezes trágicas, deveria hoje influenciar em maior medida a qualidade da vida polaca colectiva, o estilo da política ou o modo de realizar qualquer outra actividade pública, especialmente aquela que se exerce em virtude da eleiç(l-abreve)o e portanto da confiança da parte da sociedade.

O serviço à nação deve orientar-se rumo ao bem comum, que garante o bem de cada cidadão. A este propósito, o Concílio Vaticano II pronuncia-se de modo muito claro: «A comunidade política existe por causa do bem comum no qual está a sua plena justificação e sentido, e do qual deriva a sua legitimidade inata e própria. O bem comum compreende o conjunto daquelas condições de vida social que permitem aos homens, às famílias e aos grupos poderem alcançar mais plena e facilmente a sua própria perfeição» (Gaudium et spes GS 74). «Também a ordem social e o seu progresso devem subordinar-se constantemente ao bem da pessoa, visto que a ordem das coisas deve submeter-se à ordem pessoal, e não o contrário (...). Esta ordem deve desenvolver-se diariamente, fundar-se na verdade, edificar-se na justiça, vivificar-se no amor; mas deve encontrar um equilíbrio cada vez mais humano na liberdade» (Ibid., 26).

Na tradição polaca não faltam modelos de uma vida dedicada totalmente ao bem comum da nossa nação. Estes exemplos de coragem e de humildade, de fidelidade aos ideais e de espírito de sacrifício despertavam os mais lindos sentimentos e atitudes em muitos compatriotas, que de maneira abnegada e com dedicação socorriam a Pátria, quando esta era submetida a duríssimas provas.

É óbvio que a solicitude pelo bem comum deveria ser levada a cabo por todos os cidadãos e manifestar-se em cada um dos sectores da vida social. Porém, de modo particular a solicitude pelo bem comum é uma exigência no campo da política. Penso aqui naqueles que se consagram completamente à actividade política, assim como em cada cidadão. O exercício da autoridade política, tanto na comunidade como nas instituições que representam o Estado, deveriam ser um generoso serviço ao homem e à sociedade, e não uma busca de lucros pessoais ou de grupo, descuidando o bem comum da inteira nação.

Como deixar de evocar aqui os «Sermões para a Dieta» do pregador real, Pe. Pedro Skarga, e a sua ardente exortação dirigida aos senadores e aos deputados da primeira República: «Tende um coração magnífico e generoso. Não limiteis nem restrinjais o amor às vossas casas, nem aos lucros individuais. Não o fecheis nas vossas habitações e nos vossos tesouros. Que este seja por vós derramado sobre todo o povo, como das altas montanhas o rio corre para as planícies (...). Quem serve a própria Pátria serve a si mesmo; porque nela está encerrado todo o seu bem» (cf. II Sermão, Do amor àPátria).

A Igreja espera esta atitude, impregnada do espírito de serviço ao bem comum, antes de mais da parte de todos os católicos leigos. «Os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na 'política', ou seja, da múltipla e variada acção económica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum» (Christifideles laici CL 42). Juntamente com todos, devem impregnar as realidades humanas do espírito do Evangelho, de modo a oferecer o seu contributo específico para a promoção do bem comum. Esta é a sua obrigação de consciência, que deriva da vocação cristã.

5. Os desafios que se apresentam a um Estado democrático exigem a cooperação solidária de todos os homens de boa vontade que, independentemente da opção política ou da ideologia, desejam construir juntos o bem comum da Pátria. Respeitando a autonomia própria da vida de uma comunidade política, é necessário ao mesmo tempo ter presente o facto de que esta não pode ser compreendida como independente dos princípios éticos. Tão pouco podem os Estados pluralistas renunciar às normas éticas na vida pública. «Após a queda, em muitos países, das ideologias - escrevi na Encíclica Veritatis splendor - que vinculavam a política a uma concepção totalitária do mundo - sendo o marxismo a primeira dentre elas - esboça-se hoje um risco não menos grave para a negação dos direitos fundamentais da pessoa humana e para a reabsorção na política da própria inquietação religiosa que habita no coração de cada ser humano: é o risco da aliança entre democracia e relativismo ético, que tira à convivência civil qualquer seguro ponto de referência moral e, mais radicalmente, a priva da vivificação da verdade. De facto, 'se não existe nenhuma verdade última que guie e oriente a acção política, então as ideias e as convicções políticas podem ser facilmente instrumentalizadas para fins de poder. Uma democracia sem valores converte-se com facilidade num totalitarismo aberto ou simulado, como a história demonstra' (Carta Encíclica Centesimus annus [1 de Maio de 1991], 46: AAS 83 [1991], pág. 850)» (n. 101).

Compartilhando a alegria pelas transformações positivas que se verificam na Polónia, diante dos nossos olhos, não podemos deixar de nos dar conta também do facto que numa sociedade livre devem existir inclusive valores que garantam o bem supremo de todo o homem. Cada transformação económica deve contribuir para a formação de um mundo mais humano e mais justo. Aos políticos polacos e a todas as pessoas comprometidas na vida política, quereria formular votos por que não poupem forças na edificação de um Estado que circunde de particular cuidado a família, a vida humana, a educação da jovem geração, que respeite o direito ao trabalho, aborde os problemas essenciais de toda a nação e seja sensível às necessidades do homem concreto, de maneira especial do homem pobre e frágil.

6. Os eventos de há dez anos na Polónia criaram uma ocasião histórica para que o continente europeu, tendo abandonado definitivamente as barreiras ideológicas, reencontrasse o caminho rumo à unidade. Falei sobre isto várias vezes, desenvolvendo a metáfora dos «dois pulmões» com que a Europa deveria respirar, reunindo em si mesma as tradições do Oriente e do Ocidente. Em vez da almejada comunidade de espírito, estamos a observar novas divisões e novos conflitos. Para os políticos, para os homens da ciência e da cultura, bem como para todos os cristãos, uma situação deste género comporta uma urgente necessidade de renovadas iniciativas, que contribuam para a integração da Europa.

Peregrinando ao longo das sendas do tempo, a Igreja transmitiu a própria missão ao nosso continente de maneira tão estreita como a nenhum outro. O rosto espiritual da Europa formava-se graças aos esforços dos grandes missionários e ao testemunho dos mártires. Formava-se com grande abnegação nos templos construídos e nos centros de vida contemplativa, bem como na mensagem humanista das universidades. Chamada à solicitude pelo crescimento espiritual do homem como de um ser social, a Igreja inseria na cultura europeia um singular conjunto de valores. Ela estava sempre persuadida de que «uma autêntica política cultural deve atender ao homem na sua totalidade, quer dizer em todas as suas dimensões pessoais - sem esquecer os aspectos ético e religioso» (Mensagem ao Director-Geral da UNESCO, por ocasião da Conferência sobre as políticas culturais, 26 de Julho de 1982; ed. port. de L'Osservatore Romano de 8.8.82, pág. 1). Quão pobre seria a cultura europeia, se lhe tivesse faltado a inspiração cristã!

É por isso que a Igreja alerta contra uma redução da visão da Europa, que a considere exclusivamente nos seus aspectos económicos e políticos, assim como contra uma relação acrítica no que concerne a um modelo de vida consumista. Se quisermos que a nova unidade da Europa seja duradoura, devemos construir sobre estes valores espirituais, que outrora estiveram na sua base, tendo em consideração a riqueza e a diversidade das culturas e das tradições de cada uma das nações. Efectivamente, esta deve ser a grande Comunidade Europeia do Espírito. Também aqui renovo o meu apelo, dirigido ao Velho Continente: «Europa, abre as portas a Cristo!».

7. Por ocasião do encontro hodierno, desejo uma vez mais expressar o meu apreço pelos esforços coerentes e solidários que, desde quando se reconquistou a soberania, visam a busca e a consolidação de um devido e seguro lugar da Polónia na Europa, que se está a unir, e no mundo.

A Polónia tem pleno direito de participar no processo geral do progresso e do desenvolvimento do mundo, e de maneira particular da Europa. A integração da Polónia na União Europeia foi desde o início sustentada pela Sé Apostólica. A experiência histórica própria da Nação polaca, a sua riqueza espiritual e cultural, podem contribuir de modo eficaz para o bem comum de toda a família humana, especialmente na consolidação da paz e da segurança na Europa.

8. O 60° aniversário do início da II guerra mundial, que se comemora neste ano, e o 10° aniversário dos eventos que mencionámos, deveriam tornar-se para todos os polacos uma ocasião de reflexão sobre a liberdade como «dom» e, ao mesmo tempo, como «tarefa». De uma liberdade que exige um ininterrupto esforço, em vista de a consolidar e de a viver de modo responsável. Que os magníficos testemunhos de amor à Pátria, de abnegação e de heroísmo, numerosos na nossa história, constituam um desafio para uma dedicação colectiva às grandes metas da nação, porque «o melhor uso da liberdade é a caridade, que se realiza no dom e no serviço» (Redemptor hominis RH 21).

A todos os presentes e a cada um dos meus Compatriotas, faço votos por que cruzem o limiar do terceiro milénio com a esperança e a confiança, com a vontade de construírem juntos a civilização do amor, que se funda nos valores universais da paz, da solidariedade, da justiça e da liberdade.

O Espírito Santo sustenha incessantemente o grandioso processo de transformação, que tem em vista a renovação da face da terra. Desta nossa Terra comum!



JOÃO PAULO II


DISCURSO DURANTE O ENCONTRO COM OS DIRIGENTES E FUNCIONÁRIOS DA COMPANHIA AÉREA DA POLÓNIA


Varsóvia, 13 de Junho de 1999


Louvado seja Jesus Cristo!

Com esta saudação cristã, quero dar as boas-vindas a quantos estão aqui reunidos. Agradeço ao Cardeal Primaz a sua presença e o cuidado pastoral que dedica ao aeroporto situado no território da Arquidiocese de Varsóvia, e também as palavras de boas-vindas. Saúdo o Senhor Ministro dos Transportes, e quantos me deram as boas-vindas em nome dos presentes, e agradeço-lhes as palavras de boas-vindas.

Estou feliz por que, durante esta peregrinação, me é concedido deter-me entre os funcionários da aviação civil polaca. Este nosso encontro possui um carácter excepcional. Com efeito, não é com frequência que tenho a oportunidade de me encontrar com as pessoas que representam um grupo profissional. Todavia, o 70° aniversário da existência das Linhas Aéreas Polacas, LOT, oferece uma boa ocasião para me entreter com aquelas pessoas que de várias formas servem os passageiros de avião. Num certo sentido, esta visita é também caracterizada pela vontade de cancelar, pelo menos parcialmente, a dívida de gratidão em relação à LOT e a todas as outras companhias aéreas do mundo inteiro, que sempre contraio como Papa peregrino. Agradeço-vos muito esta particular ajuda ao meu serviço à Igreja.

Saúdo cordialmente os pilotos e os funcionários de bordo. Nutro um sincero apreço pela vossa profissionalidade e dedicação. Atravessando os continentes, testemunhais tudo aquilo que existe de bom na nossa realidade polaca, na nossa cultura e na nossa espiritualidade. Estou-vos grato por isto e peço-vos que continueis a cuidar do bom nome da Polónia no mundo. Lá de cima aparece com extraordinária clarividência a beleza da criação, a pequenez e ao mesmo tempo a grandeza do homem - tudo isto, que é a manifestação da infinita potência e sabedoria do Criador. Esta experiência quotidiana seja para vós fonte de consolidação e renovamento da fé! Reavive constantemente a vossa confiança no amor de Deus! Estas palavras são destinadas aos pilotos.

Dirijo palavras de saudação e de apreço aos funcionários de terra, porque os pilotos partem da terra e voltam à terra. O vosso trabalho ajuda o homem que se encontra diante da necessidade de se separar da terra - de se separar não só em sentido físico. Isto é frequentemente acompanhado de uma experiência de perda do sentido de segurança e de confusão interior. Por isso, o vosso serviço generoso é muito importante: um sorriso amistoso, uma palavra amiga, a compreensão e a cordialidade, também para com os passageiros. Peço-vos que cumprais o vosso serviço, recordando-vos das palavras de Cristo: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40).

Por fim, dirijo um particular obrigado a todos aqueles que se ocupam da manutenção do aeroporto, aos técnicos, aos controladores do trânsito aéreo. Pesa em grande medida sobre vós a responsabilidade pela segurança dos passageiros. Desempenhais um trabalho que os homens não notam. Talvez mesmo por isso ele é particularmente precioso aos olhos de Deus, que vê o trabalho do homem, também o que passa despercebido (cf. Mt Mt 6,6). Esta consciência seja para vós sustento e exortação a uma zelosa assunção das tarefas quotidianas.

Alegro-me por que, desde há alguns anos, em quatro aeroportos internacionais da Polónia existem capelas onde os funcionários e os viajantes podem encontrar momentos de silêncio e de oração. Agradeço de coração a todos aqueles que contribuíram para isto. O cuidado pastoral da aviação civil é a expressão da responsabilidade e da fidelidade da Igreja. «Dado que ninguém pode ser privado da mensagem da salvação, a Igreja estende [deste modo] a mão a todos aqueles que, em consideração das circunstâncias da sua vida, não podem usufruir de maneira satisfatória de um normal cuidado pastoral ou deste são completamente privados» (cf. Documento do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes [1995], nn. 4-5).

Pela sétima vez aproveito a benevolência das Linhas Aéreas Polacas, LOT, durante a minha peregrinação na Pátria. Aceitai o meu cordial obrigado! Ao mesmo tempo, faço votos por que a LOT, o Aeroporto de Varsóvia-Okecie e os outros aeroportos da Polónia se desenvolvam cada vez mais e se modernizem, tornando-se desta forma um especial cartão de visita da nossa Pátria. Ao prodigalizar-vos pelo progresso tecnológico, não vos esqueçais do homem. Fomulo-vos votos por que saibais servir, em espírito de recíproco entendimento e de uma boa cooperação, a grande obra de aproximação dos homens entre si.

Durante este momento, pensei na última vez em que tive um encontro semelhante, num ambiente parecido e, no fim, recordei-me: foi com a Alitália. A propósito do «meneio» do Papa pelo mundo, infelizmente a Alitália supera-vos. Mas talvez seja bom não a invejar.



VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA JOÃO PAULO II

À POLÓNIA (5 A 7 DE JUNHO DE 1999)

SAUDAÇÃO DO SANTO PADRE

AOS PEREGRINOS REUNIDOS


NO SANTUÁRIO MARIANO


DA VIRGEM DE JASNA GÓRA


Czêstochowa, 17 de Junho de 1999



1. «Maria, desde sempre és a Rainha da Polónia! Maria, dize uma palavra em nosso favor!».

No percurso da minha peregrinação na Pátria, não podia faltar o Santuário de Jasna Góra. Este lugar é muito querido ao meu coração e a cada um de vós, caros Irmãos e Irmãs. Habituámo-nos a vir aqui e a trazer à Mãe do Filho de Deus e nossa Mãe, os problemas pessoais e familiares, e também as grandes questões nacionais, tal como fizeram os nossos antepassados durante séculos inteiros.

Acostumámo-nos a dizer tudo isto Àquela que está presente de modo particular no mistério de Cristo e da Igreja, no mistério de cada homem. Maria como Mãe do Salvador é também Mãe de todo o Povo de Deus e acompanha-o no caminho da fé e da vida quotidiana.

Estou feliz porque hoje me é dado encontrar-me mais uma vez neste santo lugar, neste particular lugar de oração, e olhar de perto o Rosto da nossa Mãe. Mediante «a sua fé, caridade e perfeita união com Cristo» (cf. Lumen gentium LG 63), ela tornou-se para nós um vivo modelo de santidade e de amor à Igreja.

2. Saúdo com muito afecto os Padres Eremitas de São Paulo – Guardiães deste Santuário, tendo à frente o Padre-Geral e o Padre Prior. Saúdo D. Stanislaw – Pastor da Igreja de Czêstochowa, o Auxiliar D. Antoni, os sacerdotes diocesanos e religiosos, as religiosas e todas as pessoas consagradas. De todo o coração saúdo os habitantes desta cidade e os peregrinos que vieram de várias partes da Polónia.

3. Vim a Jasna Góra como peregrino, para prestar homenagem a Maria, Mãe de Cristo, para lhe suplicar e orar com Ela.

Quero agradecer-lhe a protecção durante estes dias do meu serviço pastoral à Igreja na minha Pátria. Ao longo de todo o percurso desta peregrinação Maria esteve presente connosco, suplicando para nós, junto do seu Filho, dons espirituais a fim de «fazermos tudo o que Ele nos disser» (cf. Jo Jn 2,5).

Agradeço-lhe todo o bem espiritual e material que se realiza na terra polaca.

Confio-me à materna protecção da Senhora de Jasna Góra, assim como a Igreja e todos os meus compatriotas, sem excluir ninguém. A Ela confio todo o coração polaco, cada lar e cada família. Todos somos seus filhos. Seja Maria exemplo e guia no nosso trabalho quotidiano e difícil. Ajude cada um a crescer no amor a Deus e aos homens, a construir o bem comum da Pátria, a introduzir e consolidar a justa paz nos nossos corações e nos nossos ambientes.

Peço-te, Mãe de Jasna Góra, Rainha da Polónia, abraça com o teu coração de Mãe a minha Nação inteira. Aumenta a sua coragem e as forças do espírito, a fim de que possa assumir a grande responsabilidade que lhe compete. Que ela cruze com fé, esperança e caridade o limiar do terceiro milénio e adira ainda mais fortemente ao teu Filho, Jesus Cristo, e à sua Igreja edificada sobre o fundamento dos Apóstolos. Nossa Mãe de Jasna Góra, ora por nós e guia-nos, a fim de podermos testemunhar Cristo Redentor de todo o homem.

«Cuida da Nação inteira que vive para a tua glória, ó Maria, que ela se desenvolva de maneira esplêndida!».



JOÃO PAULO II


DISCURSO DE DESPEDIDA


Cracóvia, 17 de Junho de 1996


1. Bendita sejas, ó minha Pátria, terra dilecta!

No termo da minha peregrinação no país natal, do mais íntimo do coração exprimo estes votos da bênção divina e dirijo-os à inteira Polónia e a todos os seus habitantes. Quero encerrar neles os sentimentos, os pensamentos e as orações que me acompanharam cada dia no caminho de peregrino. De que outra forma se pode exprimir o amor por esta terra e por este povo, senão mediante uma ardente imploração para que Deus, que é amor, abençoe todos com abundância? Todas as vezes que visito a Polónia confirmo a convicção de que aqui não faltam pessoas de coração puro, que vivendo todos os dias como pobres em espírito, mansos, misericordiosos e operadores de paz, obtêm com perseverança a graça da bênção divina para a sua Pátria. Assim foi também neste ano, a começar por Danzigue, através de Pelplin, Elblag, Bydgoszcz, Torun, Lichen, Elk, Siedlce, Wigry, Drohiczyn, Sandomierz, Zamosc, Varsóvia, Lowicz, Sosnowiec, Gliwice, Stary Sacz, até à minha cidade natal Wadowice e Cracóvia. Orei em toda a parte a fim de que a existência quotidiana dos homens que vivem no espírito das bem-aventuranças frutifique, para a prosperidade de todos neste país. Dou graças a Deus por ter podido depor esta oração também aos pés de Maria Rainha da Polónia, em Jasna Góra.

2. Durante esta peregrinação, na vigília do Grande Jubileu do Ano 2000, foi-nos dado retornar aos lugares, eventos e pessoas, que testemunham de modo eloquente o facto de que, no decurso de mil anos de existência da Igreja na Polónia, o mistério da encarnação do Filho de Deus e a sua obra de redenção penetraram profundamente na sua história, formaram durante séculos a sua índole espiritual e constituem um sólido fundamento para a construção do seu futuro feliz. A celebração do milénio da instituição da organização eclesiástica na Polónia não podia ser iniciada de outro modo senão na presença de Santo Adalberto. Com efeito, foi a sua canonização que deu início à Arquidiocese de Gniezno. Retornámos, pois, ao afã apostólico e ao martírio do Bispo de Praga. Recordando o preço que lhe coube pagar pelo dom da fé que nos trouxera, orámos a Deus a fim de que à nossa geração seja dado transmitir íntegro este depósito às gerações do terceiro milénio. E na oração sustentavam-nos: Regina Protmann, Edmundo Bojanowski, Vicente Frelichowski, os 108 Mártires e a Princesa Kinga que, em nome da Igreja, proclamei Beatos e Santos. O exemplo das suas vidas e a sua intercessão são, através dos séculos, um dom particular à Igreja na Polónia e no mundo. Por isso não cesso de render graças à divina Providência.

Um sinal eloquente da vontade de assumir a responsabilidade para o futuro da Igreja no nosso país foi o II Sínodo Plenário, que nestes anos se tornou ocasião para uma comum reflexão de todos os crentes, clérigos e leigos, sobre o modo de realizar de maneira eficaz a missão salvífica na realidade do mundo contemporâneo. Na solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus celebrámos o solene encerramento dos trabalhos deste Sínodo, confiando os seus frutos ao amor de Deus. À Igreja na Polónia faço votos por que, pondo em prática as suas decisões, continue de maneira eficaz a obra da nova evangelização.

3. Estou feliz por ter podido, durante a presente peregrinação, encontrar-me com aqueles que exercem os Poderes legislativo, executivo e judiciário no nosso país. Nesta circunstância extraordinária pudemos convencer-nos de que o bem comum é aquele valor, em torno do qual os homens se podem unir numa cooperação criativa, não obstante a diversidade de convicções e de divisões políticas, que é normal para uma democracia. Ao Senhor Presidente, a ambas as Câmaras do Parlamento, ao Governo da República e aos Tribunais de todos os graus faço votos por que sirvam com perseverança os seus compatriotas, tendo diante dos olhos o bem da Pátria e da nação, e possam usufruir dos frutos desse serviço.

Ao peregrinar pelos vários ângulos do país, pude notar que ele se desenvolve sob todos os aspectos. Sei que esta é a consequência do esforço de toda a sociedade, esforço que às vezes custou muitas renúncias e sacrifícios. A todos aqueles que edificam com amor um futuro próspero para a Pátria, quero exprimir hoje o meu sincero reconhecimento e agradecimento. Ao mesmo tempo, damo-nos conta de que no caminho deste desenvolvimento não faltam obstáculos, problemas e perigos. Mais uma vez quero exprimir a minha esperança de que, com a ajuda de Deus e a concorde cooperação de cada um, todas as dificuldades sejam superadas. Oro a Deus por isto, pensando sobretudo nos valores espirituais que as gerações passadas conservaram com fidelidade e que não podem ser perdidos no meio das justas solicitudes pelo bem-estar material do país. Como Papa e filho desta Nação dirijo-me a todos os homens de boa vontade e, de modo particular, aos meus irmãos na fé, com uma ardente exortação a fazerem todos os esforços possíveis, a fim de que a Polónia entre no terceiro milénio não só como um Estado politicamente estável e rico sob o ponto de vista económico, mas também refortalecido pelo espírito do amor recíproco e social.

4. Ao dar graças a Deus pelo dom desta visita, quero também expressar o meu agradecimento a todos aqueles que tornaram possível a sua actuação. Nas mãos do Senhor Presidente da República da Polónia deponho o meu agradecimento às Autoridades do Estado pelo convite e por toda a fatiga enfrentada para a preparação e a positiva realização da peregrinação. Estou grato por todos os sinais de benevolência. Dirijo o meu agradecimento também às Autoridades regionais e locais, que não pouparam esforços e meios, a fim de que os encontros dos fiéis com o Papa se desenvolvessem num esplêndido ambiente e numa atmosfera de paz e de alegria. Deus vos recompense pela hospitalidade!

Um agradecimento cordial dirige-se ao Exército polaco, à Polícia e aos Bombeiros, aos outros serviços de ordem e à imensa multidão de voluntários - a todos aqueles que, com grande dedicação e sincera benevolência, cuidaram do desenvolvimento seguro desta visita. Não posso esquecer nem sequer aqueles que, com grande dedicação, asseguraram um constante serviço médico-sanitário aos necessitados de cuidados. Agradeço aos jornalistas e a todos os que, mediante a rádio, a televisão, a internet e a palavra escrita, colaboraram com solicitude para a transmissão das crónicas sobre a viagem pontifícia, ao serviço daqueles que, por várias razões, não puderam nela participar pessoalmente. A quem quer que tenha contribuído de algum modo para o eficaz e digno desenvolvimento desta peregrinação, digo de todo o coração: «Deus vos recompense!».

5. Com particular gratidão dirijo-me à Igreja na Polónia. Nestes dias visitei muitas dioceses - algumas delas pela primeira vez - mas não pude estar em todos os lugares onde fui convidado. Por isso, mais uma vez quero assegurar que, com o espírito, estive em toda a Polónia, em cada prefeitura, paróquia, comunidade religiosa e casa de família. Vim para todos e sem excepções, para recordar no final deste milénio esta única verdade essencial, sobre a qual foi edificada a nossa fé - a verdade de que «Deus é amor».

Agradeço com muito afecto ao Cardeal Primaz, ao Cardeal Franciszek as palavras que me dirigiu, a todos os Purpurados polacos e hóspedes, aos Arcebispos e Bispos, a preparação desta peregrinação. Com o coração abraço todos os sacerdotes. Quero exprimir aos Bispos a gratidão pelo contributo dado a esta visita, e também pelo seu quotidiano e fiel serviço ao Povo de Deus na Polónia. Todos os dias oro a Cristo, Sumo Sacerdote, para que, ao cumprirem o seu ministério pastoral, possam gozar da sua graça e da gratidão dos homens. Com esta oração abraço também as pessoas consagradas, que nas comunidades religiosas assumem as tarefas que lhes são atribuídas pelo carisma e pelas necessidades da Igreja. Estou-lhes grato também pela perseverança na oração, especialmente durante a presente peregrinação, pela humilde obra de misericórdia e pelo testemunho apostólico de vida segundo os conselhos evangélicos. Recomendo a Deus todos os alunos dos Seminários Maiores. Agradeço-lhes a sua activa inserção no desenvolvimento da peregrinação e de modo especial o serviço litúrgico. Oro para que se abram sempre mais amplamente à acção do Espírito Santo, que os prepara para as difíceis tarefas no novo milénio.

Exprimo o meu particular reconhecimento a todos os fiéis da Igreja na Polónia. Sei quanto esforço, sacrifícios materiais e espirituais despenderam na preparação desta visita. Agradeço a grande benevolência e o caloroso acolhimento, e sobretudo o testemunho de viva fé. Com gratidão abraço todos os homens de boa vontade na Polónia. Que o bom Deus recompense com a abundância da sua bênção cada acto de generosidade! Inclino-me com amor sobre o sofrimento de cada pessoa que carrega a cruz da doença, da velhice, da solidão e do sofrimento. Sei quanto devo aos doentes, que não só estiveram perto de mim durante estes dias mas me acompanham em todo o meu ministério na Sé de São Pedro. Agradeço-lhes de coração este poderoso apoio. Apresento a minha saudação aos jovens, presentes tão numerosos em todos os nossos encontros. Agradeço-lhes o seu entusiasmo juvenil, a fé e o profundo recolhimento na oração. Oro a fim de que, ao entrarem no novo milénio, levem com entusiasmo o amor de Deus às futuras gerações.

6. Tertio millennio adveniente. A peregrinação que está para terminar, nós vivemo-la em espírito de preparação para o Grande Jubileu da redenção e para cruzarmos o limiar do novo milénio. Foi um tempo de comum oração e reflexão, tempo de acção de graças pelo passado, de entrega a Deus de tudo aquilo de que a Polónia vive hoje e daquilo que o futuro vai trazer. Creio que foram dias frutuosos e o seu fruto será duradouro. Este tempo solene está para chegar ao seu termo. Espero, porém, que o espírito de paz, de unidade e de cooperação no bem, que reinou entre nós, continue a animar os esforços de cada pessoa que se interessa pela prosperidade da Pátria e a felicidade dos seus habitantes.

Ao retornar ao Vaticano, não abandono o meu país nativo. Levo comigo a imagem da minha terra pátria, desde o Báltico até aos Tatra, e conservo no coração tudo aquilo que me foi dado experimentar entre os meus compatriotas. Quero, mais uma vez, assegurar que nos meus pensamentos e nas minhas orações a Polónia e os polacos ocupam um lugar particular. A vós, dilectos Irmãos e Irmãs, peço que continueis a sustentar-me no meu ministério petrino, até quando a divina Providência me conceder cumpri-lo.

À protecção da Rainha da Polónia de Jasna Góra, confio todos e cada um de vós. Ao seu amor materno confio a vossa vida quotidiana, os vossos desejos e as vossas acções.

«O amor de Deus Pai, a graça de nosso Senhor Jesus Cristo e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!».

Deus abençoe a minha Pátria e todos os meus compatriotas!




Discursos João Paulo II 1999 - Varsóvia, 11 de Junho de 1999