Homilias JOÃO PAULO II 163


VISITA PASTORAL AOS DOENTES

DA CLÍNICA «REGINA APOSTOLORUM» DE ALBANO


Albano, 3 de Setembro de 1979

Eis-me no meio de vós, Irmãs caríssimas, a quem a doença reserva, com as suas provações duríssimas, mais íntima união com Cristo que sofre. Saúdo-vos com paternal afecto, agradeço-vos o convite que me dirigistes e sobretudo aquilo que sabeis sofrer e oferecer pela salvação de tantas almas.


1. Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir (Lc 4,21).

Com estas divinas palavras o Senhor Jesus deu cumprimento e actualização, na Sinagoga de Nazaré, às Escrituras e à salvação nelas expressa.

Também a exortação de São Paulo aos habitantes de Tessalónica, por nós ouvida na primeira leitura desta sagrada liturgia, nos leva a considerar o tempo da esperança, não como os pagãos que não têm essa consolação (1Th 4,13), mas como o tempo de Deus, o hoje de Deus, isto é, o "tempo breve" (Cfr. 1Co 7,29) a nós reservado para conseguirmos a salvação.

Essa salvação não consiste numa realidade abstracta ou num sistema filosófico, mas é uma Pessoa: é o próprio Cristo, que foi enviado pelo Pai a realizar a obra de libertarão de todos os que são conforme a passagem do profeta Isaías agora proclamada no Evangelho (Cfr. Lc 4,18-19 Is 61,1-2.) —, "pobres", "oprimidos", "prisioneiros" e "doentes", vencendo com tal fim provações e afastamentos na sua pátria e fora dela, e enfrentando a Paixão e a Morte.

2. Tempo privilegiado de Deus é sobretudo aquele em que ouvimos e acolhemos com fé a palavra divina, que penetra no íntimo... e perscruta os sentimentos e os pensamentos do coração (He 4,12), e portanto encarna em nós; mas é-o igualmente aquele que se realiza no sinal sacramental, e sobretudo na Eucaristia, que nos dispomos a partir juntos nesta Missa, em que o tempo de Deus é ritmado pelo binómio inseparável da morte e da ressurreição. No sacrifício eucarístico, na verdade, realiza-se em nós, de maneira admirável, o acontecimento salvador, o tempo da salvação, que invade totalmente quer a vida individual quer a comunitária de todos nós. Nele se verifica uma conversão pessoal mediante a união a Cristo vítima e, ao mesmo tempo, uma conversão comunitária, expressa na troca do perdão e da paz entre os presentes.

A este propósito, São Gregório Magno, meu venerado Predecessor, de quem hoje celebramos a memória, nalguns textos famosos define muito bem estes dois momentos que se realizam no sacrifício eucarístico. Afirma o grande Doutor da Igreja: "Cristo será verdadeiramente hóstia de reconciliação com Deus, se procurarmos tornar-nos hóstias nós próprios"; e a respeito da dimensão comunitária, que na Santa Missa nos faz pedir e conceder o perdão e nos reconcilia com os nossos irmãos, diz: "Deus não recebe a nossa oferta, se não se extingue a discórdia do coração" (Cfr. São Gregório Magno, Diálogos, cap. 58 e 60).

3. Eis aqui, Irmãs caríssimas, algumas reflexões singelas sobre os tempos e os modos da salvação, que nos oferecem as leituras das passagens bíblicas desta Missa. Continuai a esforçar-vos por uma cada vez mais consciente realização destes grandes temas da nossa fé. Nos momentos em que sintais a fraqueza humana, que vem junta com a doença, recordai-vos da experiência maravilhosa de São Paulo, que, aflito com o seu "aguilhão na carne", foi confortado pelo Senhor com estas palavras: Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que a Minha força se revela (2Co 12,9).

164 Por meu lado, asseguro-vos que, se conto muito com o auxílio espiritual de todos os doentes, muito mais confio em vós, nas vossas orações e no valor dos vossos sofrimentos, porque vós unis ao carisma da vocação duma vida inteiramente consagrada a Deus a riqueza inigualável da vossa enfermidade, de maneira que pode dizer cada uma de vós: Adimpleo. Peço-vos por isso: continuai a ajudar de tal modo a Igreja, a edificá-la com os vossos sacrifícios ocultos e com a vossa cooperação misteriosa e dolorosa; continuai a ajudar a humanidade, para se conseguir aquela santidade interior que é sinónimo de serenidade e de paz da alma, sem a qual nada valeriam nem a saúde física nem qualquer outro bem-estar terreno.

Acompanhe-vos neste comum esforço a Virgem Santíssima por vós invocada sob o título de "Regina Apostolorum" e paire sempre sobre vós o espírito bendito do vosso venerado Fundador, Don Giacomo Alberione, de cujo coração apostólico brotou esta providencial Casa de cura e de assistência cristã. Ámen.



CERIMÓNIA PARA AS EXÉQUIAS DO CARDEAL ALBERTO DI JORIO


Quinta-feira, 6 de Setembro de 1979




Senhores Cardeais,
Veneráveis Irmãos,
Caríssimos filhos e filhas

Encontramo-nos hoje reunidos para a celebração litúrgica do Funeral do saudoso Cardeal Alberto di Jorio, chamado desde 1958 a fazer parte do Sacro Colégio por João XXIII, de feliz memória. Toda a sua longa vida foi consagrada ao serviço do Senhor e da Igreja. De modo particular, deu grande parte de si mesmo a esta Sé Apostólica, em favor da qual despendeu as suas melhores energias.

Temos, portanto, a seu respeito um dever de reconhecimento, que desempenhamos uma vez mais hoje, aqui, diante do Senhor.

Toda a sua existência terrena se pode sintetizar à volta destas três características: foi bom sacerdote, diligente administrador e generoso benfeitor. Da primeira é testemunho a múltipla actividade de ministério sagrado, exercida desde os primeiros anos do Presbiterado; a segunda prova-se com vários decénios de serviço quer ao Vicariato de Roma quer à Santa Sé; da terceira constituem documento expressivo várias iniciativas de promoção social, cultural e eclesial. Trata-se de boas qualidades e boas obras que o Senhor aprecia certamente, assim como louvou, fosse embora em termos de parábola, aquele servo bom e fiel que fizera frutificar abundantemente os talentos recebidos, não os arrecadando para si mas restituindo-os, multiplicados, ao patrão (Cfr. Mt Mt 25,14-21). Ora a paga por serviço tão prolongado, fiel e fecundo, só do próprio Senhor lhe pode vir, e nós estamos aqui precisamente para a implorar, grande e beatificante.

É a própria liturgia que nos orienta para este objectivo, e enriquece mais ainda a nossa meditação por meio das Leituras bíblicas que terminamos de ouvir. Todas três estão centradas no tema da comunhão com Deus, que principia já nesta vida mediante a redenção que nos procurou Cristo, e floresce depois noutra, futura e sem ocaso, para além da história.

No Evangelho de São João, afirma Jesus solenemente que é vontade explícita do Pai celeste que todo aquele que vê o Filho e acredita n'Ele, tenha a vida eterna (Jn 6,40). Mas no sentido joanino, a "vida eterna" não está só reservada ao futuro do além, é a que já se realiza desde agora na adesão de fé ao Logos divino, encarnado neste mundo. Ela, no interior da nossa existência histórica, tão densa de obrigações, actividades e preocupações, torna-se princípio secreto mas dinâmico de fermentação e transformação de todo o nosso ser e do nosso operar. Este é o princípio cristão e sacerdotal, que orientou e inspirou seguramente a existência do eminente Falecido e deve aliás estar na base da vida de qualquer baptizado.

165 A possibilidade mesma desta maravilhosa realidade é dada, como anuncia São Paulo na segunda Leitura, pelo facto de, enquanto éramos ainda pecadores, Cristo ter morrido por nós (Rm 5,8), destruindo mesmo as regras humanas do heroísmo, que pode levar quando muito a que se morra por um justo (Ib., 5, 7). O que fez Cristo na Cruz é, por um lado, motivo eficaz da nossa salvação ou reconciliação com Deus (Cfr. Ib. 5, 10); mas, por outro, deve também tornar-se estímulo e parâmetro do nosso comportamento quotidiano: dar a vida pelos homens nossos irmãos e, em particular, pelos mais pobres, os menos considerados e os que são marginalizados por um cálculo demasiado humano. É precisamente aqui, afinal, que resplandece a beleza do Cristianismo, quer dizer, num amor totalmente gratuito, destituído de motivações espectaculares, desinteressado, e portanto puríssimo. Tal o comportamento de Deus mesmo.

Disto resulta alcançarem grande realce as palavras da primeira Leitura, tirada do Livro da Sabedoria: As almas dos justos estão nas mãos de Deus...; e os que são fiéis habitarão com Ele no amor (Sg 3,1 Sg 3,9). O cristão é "justo" não por força própria e endógena, mas por livre e adorável dom divino, que se torna porém inspirador e promotor de operosidade, isto é, princípio de caridade, na vida de cada dia. nisto, de facto, que se mede o ser "fiel" a Deus, porque ser fiel ao seu amor só é possível concretamente dando o meu amor. E que vem a ser a vida depois da morte, senão exactamente o triunfo definitivo duma indestrutível comunhão recíproca? Por isso, "viverão junto d'Ele no amor" aqueles que já nesta existência histórica vivem ou viveram orientados para esta meta suprema, mas que não começa só cronologicamente no termo da carreira terrena; já idealmente a antecipava, melhor, a partir de dentro informava, a soma do nosso jornadear terreno.

Peçamos por isso ao Senhor que a alma do Cardeal Alberto di Jorio, resgatada por Cristo e gasta pela santa Igreja sob o signo da caridade, participe efectiva e totalmente da luz, da paz e do amor sem fim.



VISITA PASTORAL A LORETO E ANCONA (ITÁLIA)


Santuário de Loreto, 8 de Setembro de 1979




1. "O teu nascimento, ó Virgem Mãe de Deus; anunciou a alegria ao mundo inteiro".

Hoje é o dia desta alegria. A Igreja, a 8 de Setembro, nave meses depois da solenidade da Imaculada Conceição da Mãe do Filho de Deus, celebra a recordação do seu nascimento. O dia da natividade da Mãe faz voltar os nossos corações para o Filho: "De ti nasceu o Sol da Justiça, Cristo nosso Deus: Ele levantou a maldição e trouxe a graça, venceu a morte e deu-nos a vida eterna" (Ant. do Benedictus).

Assim pois, a grande alegria da Igreja passa do Filho para a Mãe. O dia da sua natividade e verdadeiramente um prenúncio e o inicio do mundo melhor ("origo mundi melioris"), como proclamou de modo esplêndido o Papa Paulo VI.

E por isso a liturgia de hoje confessa e anuncia que o nascimento de Maria esparge a própria luz sobre todas as Igrejas que há no orbe.

2. A festividade do nascimento de Maria dir-se-ia que projecta a sua luz, de modo especial, sobre a Igreja da terra italiana, precisamente aqui, em Loreto, no admirável santuário, que hoje é a meta da nossa peregrinação comum. Desde o princípio do meu pontificado desejei ardentemente vir a este local; esperei porém exactamente este dia, esta festividade de hoje. Hoje cá estou, e alegro-me que na minha peregrinação participem também veneráveis Cardeais e Bispos, numerosos Sacerdotes e Religiosas, e uma multidão de peregrinos, provenientes sobretudo das várias cidades desta região da Itália. Associado eu a todos, desejo trazer para aqui hoje as palavras calorosas de veneração a Maria, as palavras que brotam de todos os corações e, ao mesmo tempo, da plurissecular tradição desta terra, que a Providência escolheu para sede de Pedro e em seguida foi irradiada pela luz deste Santuário, que a profunda piedade cristã ligou de modo especial, à recordação do mistério da Encarnação. Estou agradecido pelo convite, que me foi dirigido primeiramente pelo Cardeal Umberto Mozzoni, Presidente da Comissão Cardinalícia para o Santuário, e depois pelo Arcebispo Loris Francesco Capovilla, cuja pessoa nos recorda a figura do Servo de Deus o Papa João, e a sua peregrinação a Loreto na véspera da abertura do Concílio Vaticano II.

Não posso também passar em silêncio o facto de, nas vizinhanças do Santuário, se encontrar o cemitério em que repousam os corpos dos meus compatriotas, soldados polacos. Durante a segunda guerra mundial, batalhando caíram sobre esta terra, combatendo pela "vossa e nossa liberdade", como diz o antigo motete polaco. Caíram aqui e podem repousar junto do Santuário da Virgem Maria, cujo mistério de nascimento difunde a sua luz pela Igreja na terra polaca e na terra italiana. Também eles participam, de modo invisível, na peregrinação de hoje.

3. O culto da Mãe de Deus nesta terra anda ligado, segundo antiga e viva tradição, à casa de Nazaré. A casa em que, segundo recorda o Evangelho de hoje, Maria habitou, a seguir aos desposórios com José. A casa da Sagrada Família. Cada casa é sobretudo santuário da mãe. Esta cria-o, de modo especial, com a sua maternidade. E necessário que os filhos da família humana, ao virem ao mundo, encontrem um tecto sobre a cabeça; que tenham uma casa. A casa de Nazaré, como sabemos, não foi todavia o lugar do nascimento do Filho de Maria e Filho de Deus. Provavelmente, todos os predecessores de Cristo, de que fala a genealogia do Evangelho de hoje, segundo Mateus, vieram ao mundo debaixo do tecto duma casa. Isto porém não lhe foi concedido a Ele. Nasceu como um exilado em Belém, num estábulo. E não pôde voltar à casa de Nazaré, porque foi obrigado a fugir à crueldade de Herodes, indo de Belém para o Egipto, e só depois da morte do rei, se atreveu José a levar Maria com o Menino para a casa de Nazaré.

166 Desde então, aquela casa foi o local da vida quotidiana, o local da vida oculta do Messias; a casa da Sagrada Família. Foi o primeiro templo, a primeira igreja, sobre a qual a Mãe de Deus irradiou a própria luz com a sua Maternidade. Irradiou-a com a sua luz, a emanar do grande mistério da Encarnação; do mistério do seu Filho.

4. Abrangidas por esta luz crescem, em todo o vosso país de sol, as casas familiares. E tantas são elas. Dos picos dos Alpes e das Dolomitas — de que me pude aproximar no domingo 26 de Agosto visitando os lugares natalícios do Papa João Paulo I — até à Sicília. Tantas, tantas casas; as casas familiares. E tantas, tantas famílias; cada uma delas mantém-se, graças à tradição cristã e mariana da vossa pátria, em certa ligação espiritual com aquela luz que promana da casa de Nazaré, particularmente hoje: no dia da natividade da Mãe de Cristo.

Talvez essa luz, que procede da tradição da casa nazaretana em Loreto, realize alguma coisa ainda mais profunda: faça que todo este país, que a vossa pátria, se torne uma como grande casa familiar. Grande casa, habitada por grande comunidade, cujo nome é "Itália". É necessário retroceder na realidade histórica, mesmo talvez até à realidade pré-histórica, para chegar às suas raízes longínquas. Um estrangeiro como eu, que tem consciência da realidade "que forma a história da própria nação, interna-se nesta realidade com especial respeito e com atenção cheia de recolhimento. Mas como se desenvolve, a partir das suas raízes antiquíssimas, esta grande comunidade humana, cujo nome é "Itália"? Com que laço, os homens, que hoje a constituem, estão unidos hoje àquelas gerações que passaram através da terra, desde os tempos da antiga Roma até aos tempos presentes? O Sucessor de Pedro, cujo lugar se mantém nesta terra desde os tempos da Roma imperial, sendo testemunha de tantas mudanças e, ao mesmo tempo, de toda a história da vossa terra, tem o direito e o dever de se propor tais perguntas.

E tem o direito de assim perguntar o Papa que é filho doutra terra, o Papa cujos compatriotas jazem aqui em Loreto, no cemitério de guerra. Sabe todavia porque é que eles caíram aqui. O antigo adágio romano "pro aris et focis" explica-o no melhor dos modos. Caíram por cada altar da fé e por cada família na terra natal, que desejavam preservar da destruição. Pois, em meio de todas as alternativas da história, cujos protagonistas são os homens, e sobretudo os povos e as nações, permanece sempre a casa, como arca da aliança das gerações e garantia dos valores mais profundos: dos valores humanos e divinos. Por isso, a família e a pátria, a fim de preservarem estes valores, não poupam nem sequer os próprios filhos.

5. Como vedes, caros Irmãos e Irmãs, venho aqui a Loreto para reler o misterioso destino do primeiro santuário mariano na terra italiana. Na verdade, a presença da Mãe de Deus no meio dos filhos da família humana, e no meio de cada nação da terra em particular, diz-nos tanta coisa das nações e mesmo das comunidades!

E venho, ao mesmo tempo, no período de preparação para um importante encargo, que me convém tomar, a seguir ao convite do Secretário-Geral da ONU, diante do alto foro da mais representativa Organização do mundo contemporâneo. Venho procurar aqui neste Santuário, pela intercessão de Maria, nossa Mãe, a luz. Já no domingo último pedi em Castel Gandolfo, durante o encontro do Angelus, que se ore pelo Papa e pela sua missão cheia. de responsabilidades no foro da ONU. Hoje repito e renovo uma vez mais essa petição.

Trata-se, na verdade, de trabalhar e colaborar para que na terra, que a Providência destinou a ser a habitação dos homens, a casa de família, símbolo da unidade e do amor, ela vença tudo quanto ameaça esta unidade e o amor entre os homens: o ódio, a crueldade, a destruição e a guerra. Para esta casa familiar se tornar a expressão das aspirações dos homens, dos povos, das nações e da humanidade — apesar de tudo, o que lhe é contrário, que a elimina da vida dos homens, das nações e da humanidade, que abala os seus fundamentos, quer sócio-económicos quer éticos, porque sobre uns e sobre outros é que se baseia cada casa: seja a que para si constrói cada família, seja também a que, com o esforço de gerações inteiras, para si constróem os povos e as nações: a casa da própria cultura, da própria história; a casa de todos e a casa de cada um.

6. Eis a inspiração que encontro aqui, em Loreto. Eis o imperativo moral que daqui desejo levar comigo. Eis, ao mesmo tempo, o problema, que exactamente diante da tradição da Casa de Nazaré e diante do rosto da Mãe de Cristo em Loreto, desejo recomendar e confiar, de modo especial, ao seu maternal Coração, à sua omnipotência de intercessão ("omnipotentia supplex").

Assim como já fiz em Guadalupe, no México, e depois na polaca Jasna Gora (Monte Claro) em Czestochowa, desejo neste encontro de hoje em Loreto recordar aquela consagração ao Coração Imaculado de Maria que, há vinte anos, fizeram os Pastores da Igreja italiana, em Catânia, a 13 de Setembro de 1959, no encerramento do 16° Congresso Eucarístico Nacional. E desejo referir as palavras que, naquela ocasião, dirigiu aos fiéis o meu Predecessor João XXIII de venerada memória, na sua mensagem radiofónica: "Nós confiamos que, em virtude desta homenagem à Virgem Santíssima, os Italianos todos, com renovado fervor, venerem n'Ela a Mãe do Corpo Místico, de que é a Eucaristia símbolo e centro vital; imitem n'Ela o modelo mais perfeito da união com Jesus, nossa Cabeça; a Ela se unam na oferta da Vítima divina, e da sua maternal intercessão implorem, para a Igreja, os dons da unidade e da paz, sobretudo mais viçoso e fiel florescer de vocações sacerdotais. Deste modo, a consagração tornar-se-á motivo de empenho cada vez mais sério na prática das virtudes cristãs, que é defesa eficacíssima contra os males que as ameaçam e fonte de prosperidade mesmo temporal, segundo as promessas de Cristo" (João XXIII, AAS 51, 1959, 713).

Tudo quanto, há vinte anos, foi expresso no acto de consagração a Maria, realizado pelos Pastores da Igreja italiana, hoje desejo eu não só recordar, mas também, com todo o coração, repetir, renovar e fazer propriedade minha, em certo modo, já que, em virtude dos imperscrutáveis decretos da Providência, me tocou aceitar o património dos Bispos de Roma na Sé de São Pedro.

7. E faço-o com a mais profunda convicção da fé, da inteligência e do coração juntamente. Porque na nossa difícil época, e também nos tempos que virão, só pode salvar o homem o verdadeiro e grande Amor.

167 Só graças a ele esta terra, habitação da humanidade, pode tornar-se uma casa: a casa das famílias. a casa das nações e a casa da humanidade inteira. Sem amor, sem o grande e verdadeiro Amor, não há casa para o homem na terra. O homem seria condenado a viver privado de tudo, mesmo que erguesse os mais esplêndidos edifícios e os mobilasse o mais modernamente possível.

Aceitai, ó Senhora de Loreto, ó Mãe da Casa de Nazaré, esta minha e nossa peregrinação, que é grande oração comum pela casa do homem da nossa época: pela casa que prepara os filhos da terra inteira para a eterna casa do Pai, no céu. Ámen.



VISITA PASTORAL A GROTTAFERRATA


Abadia de Santa Maria

Grottaferrata, 9 de Setembro de 1979




1. Foi a proximidade não só local, mas também e sobretudo de espírito, que me trouxe esta tarde ao meio de vós, para celebrar a liturgia dominical e dirigir-vos uma palavra de exortação e incitamento. O nosso encontro realiza-se no XVI centenário da morte de São Basílio Magno, Bispo de Cesareia da Capadócia; e eu desejo, antes de mais, agradecer e saudar os bons Religiosos, que vão buscar o nome a este insigne Doutor da Igreja Oriental e nos hospedam à sombra da sua histórica Abadia. Em seguida, saúdo cordialmente todos vós que viestes tão numerosos e me patenteastes os vossos sentimentos de afectuosa homenagem.

2. Acabamos de ouvir as leituras da Sagrada Escritura, todas ricas de ensinamentos e dignas de atenta reflexão. Mas de preferência deter-me-ei no episódio evangélico, que se refere à cura milagrosa dum surdo-mudo, operada por nosso Senhor Jesus Cristo. Como é belo, caríssimos Irmãos, aquele grito unânime que se levanta da multidão: "Tudo fez admiravelmente!". Esta exclamação, ditada — como observa o evangelista — por uma viva admiração, é mais que simples reconhecimento do poder do Senhor ou tributo de espanto pelo prodígio. Na realidade, encerra a "violação" duma ordem dada por Jesus, que pedira silêncio a respeito deste facto; além disso — coisa bem mais importante — é seguida e, diria, completada por outras palavras que lhe prestam claro testemunho messiânico. Tudo fez admiravelmente — disseram os presentes —; faz ouvir os surdos e falar os mudos. Não reconheciam, precisamente nestas acções, alguns daqueles "sinais" que, segundo os anúncios dos profetas, se verificariam na chegada do Messias? E não lemos acaso no texto de Isaías, que precedeu este Evangelho, as palavras inspiradas: Então se abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão os ouvidos dos surdos. Então... a língua do mudo dará gritos de alegria (Is 35,6)?

Sim, Irmãos, baseando-nos no valor probante de tal correspondência entre predições e cumprimento delas, constituindo eco ao entusiasmo das turbas, nós cremos e confessamos que Jesus é verdadeiramente o Messias, isto é, o Ungido de Deus, o Cristo. Ele foi consagrado por Deus e enviado ao mundo. Nós nunca meditaremos suficientemente, tanto ele é importante e denso de conteúdo, este dado do nosso Credo: Jesus, Filho unigénito de Deus, em cumprimento das antigas profecias, veio na plenitude dos tempos ao meio de nós; constituindo-se filho do homem, colocou-se no centro da história para realizar, de maneira autêntica e definitiva, o desígnio de salvação, concebido pelo Pai desde a eternidade. Iluminados pela fé, devemos olhar não só para a figura do Messias, mas também para esta sua função que diz respeito à humanidade em geral e a cada um de nós em particular.

Já no Antigo Testamento, é o Messias como o catalizador dos anseios e das expectativas do povo de Israel, durante todo o decorrer da sua história: toda a esperança de libertação e de santificação se concentra nele. Mas é no Novo Testamento que tal função do Messias se concretiza como missão de salvação espiritual e universal. Encontrando-se um dia na sinagoga de Nazaré, Jesus leu uma página de Isaías: O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres... para dar a vista aos cegos..., e principiou a explicação com um significativo prelúdio: Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir (Cfr. Lc Lc 4,16-21). E aos discípulos de João Baptista, que tinham vindo perguntar-lhe "És Tu aquele que há-de vir ou devemos esperar outro?", Jesus respondeu apelando para os factos previstos e preditos que devia realizar o Messias: Ide contar a João o que vedes e ouvis: Os cegos vêem... os surdos ouvem... e a Doa Nova é anunciada aos pobres (Cfr. Mt Mt 11,2-6).

Retomemos agora, à luz destes textos, a narrativa do Evangelho de hoje.

3. O milagre diz-nos ainda outra coisa do ponto de vista do "modus operandi", seguido por Jesus Messias. Tinham-lhe apresentado um surdo-mudo, pedindo que lhe impusesse a mão: Jesus, pelo contrário, realiza sobre ele vários gestos: afasta-se com ele, mete-lhe os dedos nos ouvidos e toca-lhe na língua. Para quê tudo isto? Porque a condição, que Jesus exige sempre dos que sofrem e dos doentes, é a fé, interrogando-os a respeito dela ou estimulando-os a ela, segundo os casos. Ora, no caso do surdo-mudo, tocar nos seus sentidos impedidos corresponde exactamente a este fim: comunicar com quem não pode ouvir nem falar, e provocar nele um movimento de fé.

Mas há mais que isso: Jesus levanta os olhos ao céu, depois suspira e articula a palavra decisiva Ephatha, um dos poucos termos que nos foram conservados com o som que lhes imprimiu Jesus ao pronunciá-los. Notemos o poder desta palavra, que encerra um conteúdo dinâmico, porque realiza o efeito que exprime. Como tratando-se doutros vocábulos de Cristo, referidos nos Evangelhos, do tipo de Talita Kum, que fez levantar da cama a morta, filha de Jairo (Cfr. Mc Mc 5, 22-24, 35-43), ou como a expressão Lazare, veni foras, que fez surgir vivo, do sepulcro, o amigo cujo corpo estava já em decomposição (Cfr. Jo Jn 11,38-44), estamos aqui diante do mistério do poder taumatúrgico, que é atributo conatural do Messias Filho de Deus. Este, sendo o Verbo do Pai, a Palavra viva do Pai, tirou do nada, como outrora com o Fiat criador, todas as coisas, assim também com a palavra saída da sua boca humana tem a virtude, isto é, o poder absoluto de sujeitar ao seu querer todas as coisas.

168 Porque não tentamos então experimentar em nós mesmos esta virtude permanente de Cristo? Ao lado das suas palavras realizadoras de milagres físicos, quantas outras palavras estão contidas no Evangelho, que "agitam" a nível interior e operam no plano sobrenatural? Recordo rapidamente as palavras Filho, tem confiança, os teus pecados estão perdoados, dirigidas ao paralítico (Mt ,9, 3); e vai e doravante não tornes a pecar, dirigidas à adúltera (Jn 8,11). Recordo também o milagre que a simples presença de Jesus opera em Zaqueu: Veio hoje a salvação a esta casa (Lc 19,9). E poderia acrescentar o "Vinde após Mini", que é determinante para a vocação dos Apóstolos (Cfr. Mt Mt 4,19); ou o Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja (Mt 16,18), ou as mais misteriosas e sublimes palavras da última Ceia: Isto é o Meu corpo; isto é o Meu sangue (Mt 26,26 Mt 26,28).

Intimamente persuadidos da força miraculosa, da dynamis de Cristo, que prestes a deixar este mundo reivindicou para si todo o poder no céu e na terra (Mt 28,18), nós devemos ir a Ele para nos curarmos dos nossos males físicos e morais. para nos restabelecermos das nossas fraquezas e dos nossos pecados: obteremos o que desejamos em razão e na medida da nossa fé, esperança, força e salvação.

4. Mas que direi eu em particular aos Religiosos Basilianos e a toda a comunidade monástica de Grottaferrata? A palavra de Deus, que desejei explicar, vale sem dúvida para eles também. Mas sei que esperam ao menos um pensamento, para conforto da sua vida de especial consagração ao Senhor no espírito dos ensinamentos ascéticos de São Basílio.

Aqui a poucos quilómetros de Roma, vós sois expressão, meus caros Irmãos, da fecundidade do ideal monástico de rito bizantino, e a vossa Abadia — como escreveu já o meu Predecessor Pio XI de venerável memória ao erigi-la canonicamente — é "como fulgidíssima pérola oriental" engastada no diadema da Igreja Romana (Cfr. Const. Apost. Pervetustum Cryptaeferratae Coenobium, AAS XXX, 1938, PP 183-186). É do meu conhecimento, por outro lado, o singular vínculo de fidelidade que este Mosteiro, desde a sua fundação nos princípios do século XI, manteve constantemente com a Sé Apostólica: causa esta, e não última, da benevolência a ele demonstrada pelos Sumos Pontífices. E sei também que tal relação se manterá sempre estável... Pois bem, na exemplaridade da vossa dedicação à Sé de Pedro, empenhai-vos em oferecer válido testemunho a todos quantos encontram maneira de se aproximar de vós e vos ouvir: sabei irradiar a pura luz evangélica diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai que está nos Céus (Mt 5,6). O exercício das virtudes, a começar pela caridade fraterna, o equilíbrio na vida religiosa, a assídua diligência, o estudo amoroso das Sagradas Escrituras e a tensão contínua para a "outra vida", como se encontram entre os princípios salientes nas Regras do grande Basílio, assim devem ser as qualidades que vos distingam, em conformidade com a autêntica e ininterrupta tradição de espiritualidade que tanto honra o vosso Instituto. Exactamente por representardes esta tradição monástica grega, deverá distinguir-vos outra qualidade, isto é, uma especial sensibilidade ecuménica: pela vossa posição e pela vossa formação, podeis fazer muito neste campo, empenhando-vos no diálogo e sobretudo na oração com o intuito de favorecer a ambicionada unidade entre Católicos e Ortodoxos.

Ao recomeçar agora a celebração da Santa Missa, convido-vos a vós, Religiosos, e convosco todos os fiéis que vos rodeiam, a unirdes-vos a mim na comum invocação para que o Senhor Jesus, como que renovando o prodígio do surdo-mudo, queira abrir os nossos ouvidos para ouvirem sempre fielmente a Sua palavra, e torne prontas as nossas línguas para louvar e dar graças ao Seu e nosso Pai celestial. Assim seja.



ORDENAÇÃO EPISCOPAL DE MONSENHOR JOZEF TOMKO


Capela Sistina

Sábado, 15 de Setembro de 1979




Queridos Irmãos e Irmãs

1. Eis o nosso irmão José, que o Espírito Santo "estabelece" (Cfr. Ep 4,11) hoje como Bispo da Igreja; inclui-o, por meio do serviço que estou prestando, no âmbito deste Colégio que, como herança dos Apóstolos, recebe não só os sinais vivos de todo o Povo de Deus, mas também um especial poder sacerdotal, magisterial e pastoral em relação com as outras pessoas.

Constitui este, momento solene e importante, não só para o Bispo que é consagrado, mas para toda a Igreja. O nosso irmão José deve tomar o importante cargo de Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, isto é, do órgão que, segundo a decisão do último Concílio, se tornou expressão particularmente frutuosa e o instrumento da colegialidade episcopal.

2. Neste momento, entre o novo ordinando e Cristo vivo na Igreja, trava-se um diálogo singular, cujas três etapas são traçadas pelas leituras de hoje, da liturgia da Palavra.

169 Na primeira etapa somos testemunhas de tudo o que diz Aquele que nos conhece eternamente, Aquele que sabe o que há em cada homem (Cfr. Jo Jn 2,25): Antes que fosses formado no ventre de tua mãe, Eu já te conhecia (Jr 1,5); e o homem por Ele chamado parece responder: Ah! Senhor Deus, não sei falar (Jr 1,6); por sua vez, o Senhor do coração humano diz: Irás aonde Eu te enviar e dirás o que Eu te mandar. Não os temas, porque estarei contigo para te livrar (Jr 1,7-8). Esta a primeira etapa.

3. Na segunda etapa fala só o Senhor, o chamado escuta. O Senhor, nas suas palavras, expressa as exigências com as palavras do Apóstolo Paulo na segunda carta a Timóteo: Exorto-te a que reanimes o dom que Deus te fez pela imposição das minhas mãos... participa comigo dos trabalhos do Evangelho, fortificado pelo poder de Deus... (Cristo) destruiu a morte e irradiou luz de vida e imortalidade por meio do Evangelho... Toma por norma as sãs palavras que ouviste de mim, baseando-te na fé e no amor de Jesus Cristo. Guarda o bom depósito pela virtude do Espírito Santo que habita em nós (2Tm 1,6-8 2Tm 1,10 2Tm 1,12).

Provêm estas palavras de Paulo que as dirigiu a Timóteo. Nelas está encerrada uma expressão esplêndida da sucessão apostólica. A consagração episcopal, que o nosso irmão José recebe hoje das mãos de João Paulo, Bispo de Roma, inclui-o na successão apostólica e é novo anel da mesma.

4. Por fim a terceira etapa. No Evangelho fala Cristo em pessoa. As exigências, expressas há pouco, acrescenta o seu próprio exemplo e modelo. Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas... Eu sou o Bom Pastor: conheço as Minhas ovelhas e as Minhas ovelhas conhecem-Me. Assim como o Pai Me conhece, também Eu conheço o Pai (Jn 10, 11, 14-15).

As palavras de Cristo ressoam com especial eco na alma de cada um que, juntamente com a imposição das mãos, recebe o múnus pastoral, a solicitude e a responsabilidade. Precisamente com esta alegoria, com este exemplo, obriga Jesus Cristo com a maior profundidade cada um de nós. Quer que nós sejamos como Ele é: o bom Pastor.

Aqui estão as três etapas do diálogo que, durante a liturgia de hoje, se trava entre Cristo, vivo na Igreja, e o nosso irmão José, que recebe a Ordenação episcopal. Seria difícil acrescentar alguma coisa a estas palavras do Senhor. Estão cheias de sabedoria e de amor supremo. Todos nós, que escutamos, nos esforçamos por sustentar com a oração o nosso Irmão, para estas palavras se tornarem o programa da sua vida e o conteúdo do novo ministério na Igreja.

5. (Em eslovaco) De modo especial, o sustentam hoje com a oração as pessoas que se encontram mais perto dele, sobretudo os seus pais, a irmã e o cunhado, e outros parentes, que puderam vir da sua nativa Eslováquia; depois os seus irmãos no sacerdócio, os peregrinos de Kosice, Presov, Trnava e Brastilava, outros peregrinos provenientes de toda a Europa, e também do Canadá, dos Estados Unidos da América e da Austrália, como também os que espiritualmente se unem connosco neste importante momento.

Os meus pensamentos, juntamente com os do novo Bispo, vão neste momento para aquelas regiões de que ele provém. Para o declive meridional de Tatra donde já não está longe Udavské, o seu ninho natal: a Igreja de que provém e em que entrou por meio do Baptismo e do Crisma, por meio dos costumes cristãos da sua família, o exemplo dos pais e a amizade dos conterrâneos. Os nossos pensamentos vão também para aquela paróquia onde, no meio da comunidade cristã, deu os primeiros passos e onde ouviu certamente as primeiras palavras da chamada de Cristo ao sacerdócio.

Hoje abarcamos de modo especial, com a lembrança e o amor, toda aquela terra e toda a nação, porque hoje é o dia de Maria Virgem das Dores, que na Eslováquia, precisamente neste dia, é venerada como a principal Padroeira celeste. Estando presente aos pés da cruz, Ela uniu-se do modo mais pleno ao seu Filho, nosso Redentor. Estando presente aos pés da cruz, continua a ser para nós o mais esplêndido modelo da fortaleza materna quando, com intrépida força de espírito, parece repetir: Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38). Estando presente aos pés da cruz, aceita como filho seu cada um de nós, assim como aceitou João.

Assim, aceita Ela hoje também este filho da terra eslovaca que, na Capela Sistina em Roma, recebe, das mãos do Papa, a ordenação episcopal. E parece dizer a todos os filhos e filhas da longínqua Eslováquia: Ficai comigo! Ficai com Cristo! Sede os filhos do amor supremo, com que o próprio Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho único, para que todo o que n'Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (Jn 3,16).

(Em checo) Encontram-se aqui também irmãos boémios do novo Arcebispo, os seus colegas de estudos no Pontifício Colégio Nepomuceno, que também o acompanham com as suas orações. Igualmente para a querida nação irmã checa vai neste momento a lembrança de nós todos e a certeza expressa de que está sempre perto do coração do Papa.




Homilias JOÃO PAULO II 163