Homilias JOÃO PAULO II 1467


JUBILEU DA TERCEIRA IDADE


Domingo, 17 de Setembro de 2000



1. "E vós, quem dizeis que Eu sou?" (Mc 8,29). É a pergunta que Cristo faz aos seus discípulos, depois de os ter interrogado sobre a opinião comum do povo. Ele aprofunda assim o diálogo com os discípulos, como que obrigando-os a uma resposta mais directa e pessoal. Em nome de todos Pedro responde com prontidão e clareza de fé: "Tu és o Messias" (Ibid.).

O diálogo de Jesus com os apóstolos, ressoado hoje nesta praça por ocasião do Jubileu da Terceira Idade, impele a aprofundar o significado do evento que estamos a celebrar. No Ano jubilar que recorda os dois mil anos desde o nascimento de Cristo, a Igreja inteira eleva ao Senhor de um modo muito particular "uma grande oração de louvor e de agradecimento, sobretudo pelo dom da Encarnação do Filho de Deus e da Redenção por Ele realizada" (cf. Tertio millennio adveniente, 32).

"E vós, quem dizeis que Eu sou?". Diante desta pergunta que continua a interperlar-nos, estamos aqui para fazer nossa a resposta de Pedro, reconhecendo em Cristo o Verbo que se fez carne, o Senhor da nossa vida.

2. Caríssimos Irmãos e Irmãs, vindos em peregrinação a Roma para o vosso Jubileu! Dou-vos as mais cordiais boas-vindas, feliz por celebrar juntamente convosco este singular momento de graça e de comunhão eclesial.

Saúdo todos vós com afecto. Um particular pensamento dirige-se ao Senhor Cardeal James Francis Stafford e a todos os Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio aqui presentes. Transmito uma recordação afectuosa aos Bispos e Sacerdotes anciãos do mundo inteiro, assim como a quantos na vida religiosa ou laical despenderam as suas energias no cumprimento dos deveres do próprio estado. Obrigado pelo exemplo de amor, dedicação e fidelidade à vocação recebida, por vós oferecido!

Desejo exprimir o meu apreço a todos os que enfrentaram dificuldades e transtornos para não faltar a este encontro. Ao mesmo tempo, porém, o meu pensamento dirige-se a todas as pessoas anciãs, sozinhas ou doentes, que não puderam deslocar-se de casa, mas que estão espiritualmente unidas a nós e acompanham esta celebração através da rádio e da televisão. A quantos se encontram em situações precárias ou de particular dificuldade, asseguro a minha cordial proximidade e a minha lembrança na oração.

1468 3. O Jubileu da Terceira Idade, que hoje celebramos, reveste uma importância particular, se se considera a crescente presença de pessoas idosas na sociedade actual. Celebrar o Jubileu significa antes de tudo acolher a mensagem de Cristo para estas pessoas, mas ao mesmo tempo valorizar a mensagem de experiência e de sabedoria de que elas mesmas são portadoras nesta particular fase da sua vida. Para muitas delas a Terceira Idade é o tempo para reorganizar a própria vida, fazendo frutificar a experiência e a capacidade adquiridas.

Na realidade como tive ocasião de sublinhar na Carta aos Anciãos (cf. n. 13) também a idade avançada é um tempo de graça que convida a unir-se com amor mais intenso ao mistério salvífico de Cristo e a participar de maneira mais profunda no seu projecto de salvação. A Igreja olha com amor e confiança para vós anciãos, empenhando-se por favorecer a realização de um contexto humano, social e espiritual, no seio do qual toda a pessoa possa viver esta importante etapa da própria vida de forma plena e digna.

Precisamente nestes dias, o Pontifício Conselho para os Leigos quis oferecer um contributo a este aspecto da pastoral, promovendo uma reflexão sobre o tema: "O dom de uma longa vida: responsabilidade e esperança". Apreciei vivamente esta iniciativa e faço votos por que este simpósio estimule nas famílias, no pessoal religioso e leigo das casas que acolhem os anciãos e em todos os agentes nos serviços em prol da Terceira Idade, a vontade de contribuírem activamente para a renovação de um específico empenho social e pastoral. De facto, ainda se pode fazer muito para tomar maior consciência das exigências dos anciãos, para os ajudar a exprimir do melhor modo as suas capacidades, para facilitar a sua inserção activa na vida da Igreja, sobretudo para fazer com que a sua dignidade de pessoas seja sempre e em todo o caso respeitada e valorizada.

4. Sobre tudo isto lançam luz as Leituras deste domingo, que nos convidam a aprofundar o modo em que se cumpriu o desígnio salvífico de Deus. Escutámos do livro do profeta Isaías a descrição do Servo sofredor, que é o retrato de uma pessoa que se põe totalmente à disposição de Deus. "O Senhor Javé abriu os meus ouvidos e eu não fiz resistência nem recuei" (
Is 50,5). O Servo de Javé aceita a missão que lhe foi confiada, ainda que seja árdua e repleta de insídias: a confiança que põe em Deus dá-lhe a força e os recursos necessários para a realizar, permanecendo firme também nas adversidades.

O mistério de sofrimento e de redenção anunciado pela figura do Servo de Javé realizou-se plenamente em Cristo. Como escutámos no Evangelho deste dia, Jesus começou a ensinar aos Apóstolos "que o Filho do Homem devia sofrer" (Mc 8,31). À primeira vista, essa perspectiva parece humanamente difícil de ser aceite, como se observa também pela imediata reacção de Pedro e dos apóstolos (cf. ibid., vv. 32-35). E como poderia ser diversamente? O sofrimento não pode deixar de causar medo! Mas precisamente no sofrimento redentor de Cristo está a verdadeira resposta ao desafio da dor, que tanto pesa sobre a nossa condição humana. De facto, Cristo tomou sobre si os nossos sofrimentos e assumiu as nossas dores, pondo-os, mediante a sua Cruz e a sua Ressurreição, numa nova luz de esperança e de vida.

5. Queridos Irmãos e Irmãs, amigos anciãos! Em um mundo como o actual, no qual são muitas vezes mitificados a força e o poder, tendes a missão de testemunhar os valores que deveras contam para além das aparências, e que permanecem para sempre porque estão inscritos no coração de todo o ser humano e são garantidos pela Palavra de Deus.

Precisamente como pessoas da chamada Terceira Idade, tendes uma contribuição específica a oferecer para o desenvolvimento de uma autêntica "cultura da vida" vós tendes, nós temos, porque também eu pertenço à vossa idade testemunhando que cada momento da existência é um dom de Deus e cada período da vida humana tem as suas riquezas específicas a serem postas à disposição de todos.

Vós mesmos podeis experimentar que o tempo, transcorrido sem o tormento de tantas ocupações, pode favorecer uma reflexão mais aprofundada e um mais difundido diálogo com Deus na oração. A vossa maturidade impele-vos, além disso, a compartilhar com os mais jovens a sabedoria acumulada com a experiência, sustentando-os na fadiga de crescer e dedicando-lhes tempo e atenção no momento em que eles se abrem ao futuro e procuram o próprio caminho na vida. Podeis desempenhar para eles uma tarefa deveras preciosa.

Caríssimos Irmãos e Irmãs! A Igreja olha para vós com grande estima e confiança. A Igreja precisa de vós! Assim disse aos jovens, há um mês, e o mesmo digo a vós anciãos, a nós idosos! A Igreja precisa de nós! Mas também a sociedade civil tem necessidade de nós! Sabei empregar com generosidade o tempo que tendes à disposição e os talentos que Deus vos concedeu, abrindo-vos à ajuda e ao apoio dos outros. Contribuí para anunciar o Evangelho como catequistas, animadores da liturgia, testemunhas de vida cristã. Dedicai tempo e energias à oração, à leitura da Palavra de Deus e à reflexão sobre ela.

6. "Eu, com as minhas obras, te mostrarei a minha fé" (Jc 2,18). Com estas palavras, o apóstolo Tiago convidou-nos a não ter medo de exprimir na vida quotidiana, abertamente e com coragem, a fé em Cristo, de modo especial através das obras de caridade e de solidariedade para com todos os que estão em necessidade (cf. Ibid., vv. 15-16).

Hoje dou graças ao Senhor pelos inúmeros irmãos que testemunham esta fé operosa no serviço quotidiano aos anciãos, mas também pelos muitos anciãos que, nos limites da suas possibilidades, ainda continuam a prodigalizar-se pelos outros.

1469 Nesta festiva celebração do Jubileu da Terceira Idade quereis renovar a vossa profissão de fé em Cristo, único Salvador do homem, e a vossa adesão à Igreja, no empenho de uma vida vivida sob o sinal do amor.

Juntos queremos hoje dar graças pelo dom da Encarnação do Filho de Deus e da Redenção por ele realizada. Prossigamos a peregrinação da nossa existência quotidiana na certeza de que a história humana, no seu conjunto, e a própria vicissitude pessoal de cada um fazem parte de um plano divino, sobre o qual lança luz o mistério da ressurreição de Cristo.

Peçamos a Maria, Virgem peregrina na fé e nossa Mãe celeste, que nos acompanhe pelos caminhos da vida e nos auxilie a pronunciar como Ela o nosso "sim" à vontade de Deus, cantando juntamente com Ela o nosso Magnificat, na confiança e na alegria perene do coração.





DURANTE A MISSA DE ENCERRAMENTO DO


XX CONGRESSO MARIOLÓGICO-MARIANO INTERNACIONAL


Domingo, 24 de setembro de 2000

Caríssimos Irmãos e Irmãs


1. "Pegou numa criança e colocou-a no meio" (Mc 9,36). Este singular gesto de Jesus, recordado pelo Evangelho que há pouco se proclamou, vem imediatamente depois da admoestação com que o Mestre exortara os discípulos a desejarem não o primado do poder, mas a primazia do serviço. Foi um ensinamento que decerto sensibilizou profundamente os Doze, os quais acabavam de "discutir sobre qual deles era o maior" (Mc 9,34). Dir-se-ia que o Mestre sentiu a necessidade de explicar um ensinamento tão comprometedor, com a eloquência de um gesto rico de ternura. A uma criança, que em conformidade com os parâmetros dessa época não contava nada, Ele deu o seu abraço e quase se identificou com ela: "Quem receber em meu nome uma destas crianças, é a mim que recebe" (Mc 9,37).

Nesta Eucaristia, que conclui o XX Congresso Mariológico-Mariano Internacional e o Jubileu Mundial dos Santuários Marianos, apraz-me assumir como perspectiva de reflexão precisamente este singular ícone evangélico. Nele emerge, mais do que um ensinamento moral, uma indicação cristológica e, de maneira indirecta, uma indicação mariana.

No abraço à criança, Cristo revela em primeiro lugar a delicadeza do seu coração, capaz de todas as vibrações da sensibilidade e do afecto. Antes de mais nada, há a tenura do Pai que, desde a eternidade, no Espírito Santo, a ama e no seu rosto humano vê o "Filho predilecto" em quem encontra agrado (cf. Mc Mc 1,11 Mc 9,7). Depois, há a ternura totalmente feminina e materna, com a qual Maria O circundou nos longos anos transcorridos na sua casa de Nazaré. Sobretudo na Idade Média, a tradição cristã deteve-se com frequência para contemplar a Virgem que abraça o Menino Jesus. Aelredo de Rievaulx, por exemplo, dirige-se com afecto a Maria, convidando-a a abraçar o Filho que Ela, depois de três dias, reencontrou no templo (cf. Lc Lc 2,40-50): "Aperta, dulcíssima Senhora, aperta Aquele que Tu amas, lança-te ao seu pescoço, abraça-O, beija-O e compensa os três dias da sua ausência com múltiplas delícias" (De Iesu puero duodenni 8: SCh 60, pág. 64).

2. "Se alguém quer ser o primeiro, deverá ser o último e ser aquele que serve a todos" (Mc 9,35). Da imagem do abraço à criança emerge todo o vigor deste princípio que, na pessoa de Jesus e depois na de Maria, encontra a sua realização exemplar.

Ninguém como Jesus pode dizer que é o "primeiro". Efectivamente, Ele é "o primeiro e o último", "o alfa e o ómega" (cf. Ap Ap 22,13), a irradiação da glória do Pai (cf. Hb He 1,3). Na ressurreição, foi-lhe dado "o Nome que está acima de qualquer outro nome" (Ph 2,9). Mas também na Paixão Ele se mostrou como "o último de todos" e, com "o servo de todos", não hesitou em lavar os pés aos seus discípulos (cf. Jo Jn 13,14).

Nesta humilhação, Maria segue-O de muito perto! Ela, que teve a missão da maternidade divina e os excepcionais privilégios que a colocam acima de qualquer outra criatura, sente-se sobretudo a Escrava do Senhor (cf. Lc Lc 1,38 Lc Lc 1,48), e dedica-se totalmente ao serviço do Filho divino. E com pronta disponibilidade faz-se também "serva" dos irmãos, como alguns episódios evangélicos desde a Visitação até às Bodas de Caná nos fazem entrever muito bem.

1470 3. Por isso, o princípio enunciado por Jesus no Evangelho ilumina inclusivamente a grandeza de Maria. O seu "primado" está radicado na sua "humildade". Foi precisamente por esta humildade que Deus a escolheu, cumulando-a com os seus favores celestiais, fazendo dela a "kecharitome", a cheia de graça (cf. Lc Lc 1,28). No Magnificat, Ela mesma confessa: "Olhou para a humilhação da sua serva... o Todo-Poderoso realizou grandes obras em meu favor" (Lc 1,48-49).

No Congresso Mariológico-Mariano, que se acaba de concluir, fixastes o olhar nas "grandes obras" realizadas por Maria, considerando a sua dimensão mais interior e profunda, a da sua especialíssima relação com a Trindade. Se Maria é a Theotokos, a Mãe do Unigénito de Deus, como não se admirar com o facto de Ela gozar de uma relação totalmente única também com o Pai e o Espírito Santo?

Certamente, esta relação não a priva, na sua vida terrestre, do cansaço da condição humana: Maria viveu plenamente a realidade quotidiana de muitas famílias humildes do seu tempo, conheceu a pobreza, a dor, a fuga, o exílio e a incompreensão. Portanto, a sua grandeza espiritual não a torna "distante" de nós: Ela percorreu o nosso caminho e foi solidária connosco na "peregrinação da fé" (Lumen gentium, LG 58). Mas neste caminho interior, Maria cultivou uma fidelidade absoluta ao desígnio de Deus. É exactamente no abismo de tal fidelidade que se radica inclusive o abismo de grandeza que a torna "a mais humilde e a mais excelsa das criaturas" (Dante, par. XXXIII, 2).

4. Maria salta aos nossos olhos sobretudo como "filha predilecta" (Lumen gentium, LG 53) do Pai. Se todos somos chamados por Deus "a ser seus filhos adoptivos por obra de Jesus Cristo" (cf. Ef Ep 1,5), "filhos no Filho", isto vale de maneira singular para Aquela que tem o privilégio de poder repetir com plena verdade humana a palavra pronunciada por Deus Pai acerca de Jesus: "Tu és o meu Filho" (cf. Lc Lc 3,22 Lc 2,48). Em virtude desta sua tarefa maternal, Ela foi dotada de uma santidade excepcional, na qual repousa o olhar do Pai.

Com a segunda Pessoa da Trindade, o Verbo que se fez carne, Maria tem uma relação única, dado que está directamente envolvida no mistério da Encarnação. Ela é Mãe e, como tal, Cristo honra-a e ama-a. Ao mesmo tempo, Ele reconhece-O como seu Deus e Senhor, fazendo-se discípula com um coração atento e fiel (cf. Lc Lc 2,19 Lc Lc 2,51) e sua generosa companheira (cf. Lumen gentium, LG 61) na obra da Redenção. No Verbo encarnado e em Maria, a distância infinita entre o Criador e a criatura tornou-se a máxima proximidade; eles constituem o espaço santo das misteriosas núpcias entre a natureza divina e a natureza humana, o lugar em que a Trindade se manifesta pela primeira vez e onde Maria representa a nova humanidade, pronta a retomar o diálogo da aliança em amor obediente.

5. De resto, o que dizer da sua relação com o Espírito Santo? Maria é o "sacrário" puríssimo em que Ele habita. A tradição cristã descreve Maria como o protótipo da resposta dócil à moção interior do Espírito, o paradigma da plena aceitação das suas dádivas. O Espírito sustenta a sua fé, consolida a sua esperança, reaviva a sua chama de amor. O Espírito torna fecunda a sua virgindade e inspira o seu cântico de alegria. O Espírito ilumina a sua meditação sobre a Palavra, abrindo-lhe progressivamente a inteligência à compreensão da missão do Filho. É ainda o Espírito que sustém o seu ânimo prostrado no Calvário e a prepara, na expectativa orante do Cenáculo, para receber a plena efusão dos dons do Pentecostes.

6. Dilectos Irmãos e Irmãs! Diante deste mistério de graça, vê-se bem quão oportunos ao Ano jubilar foram os dois acontecimentos que se concluem com esta celebração eucarística: o Congresso Mariológico-Mariano Internacional e o Jubileu dos Santuários Marianos. Não comemoramos porventura os dois mil anos do nascimento de Cristo? Por conseguinte, é natural que o Jubileu do Filho seja também o Jubileu da Mãe!

Por isso, formulam-se bons votos para que, entre todos os frutos deste Ano de graça, ao lado de um amor mais vigoroso a Cristo, haja também o de uma renovada piedade mariana. Sim, Maria deve ser muito amada e honrada, mas com uma devoção que, para ser autêntica, há-de:
estar bem assente na Escritura e na Tradição, valorizando em primeiro lugar a liturgia e haurindo dela a inequívoca orientação para as manifestações mais espontâneas da religiosidade popular; expressar-se no esforço de imitar a Toda Santa ao longo de um caminho de perfeição pessoal; estar distante de todas as formas de superstição e de credulidade vã, aceitando no justo sentido, em sintonia com o discernimento eclesial, as manifestações extraordinárias com que, não raro, a Bem-Aventurada Virgem gosta de se conceder para o bem do povo de Deus;
ser capaz de remontar sempre à nascente da grandeza de Maria, tornando-se incessante Magnificat de louvor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

7. Caríssimos Irmãos e Irmãs! "Quem receber um destes pequeninos em meu nome, é a mim que recebe", disse-nos Jesus no Evangelho. Com mais razão ainda, poderia dizer-nos: "Quem receber minha Mãe, é a mim que recebe". E Maria, por sua vez, recebida com amor filial, indica-nos de novo o Filho, como fez nas Bodas de Caná: "Fazei o que Ele mandar" (Jn 2,5).

1471 Caríssimos, seja esta a mensagem da celebração jubilar de hoje, que une Cristo e a sua Santíssima Mãe num único louvor. Faço votos para que cada um de vós receba disto frutos abundantes e seja encorajado a uma genuína renovação de vida. Ad Iesum per Mariam!

Amém.





NA CONCELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA DAS


EXÉQUIAS DO CARDEAL VINCENZO FAGIOLO


Terça-feira, 26 de setembro de 2000



1. "Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão" (Da 12,2).

As palavras de Daniel, que escutámos na primeira leitura, ultrapassam o horizonte histórico e levam-nos até aos últimos tempos, para anunciar a ressurreição dos mortos com expressões que o próprio Cristo retomará no Evangelho. Ao falar do juízo final, Jesus afirma: "vai chegar a hora em que todos os que estão nos túmulos ouvirão a Sua voz; os que tiverem praticado boas obras sairão, ressuscitando para a vida, e os que tiverem praticado o mal hão-de ressuscitar para a condenação" (Jn 5,28-29).

Senhores Cardeais, venerados Irmãos no Episcopado e no Saccerdócio, queridos irmãos, à luz da fé em Cristo, nossa vida e ressurreição (cf. Jo Jn 11,25), celebramos hoje as exéquias do querido e venerado Cardeal Vincenzo Fagiolo, que na passada sexta-feira, com oitenta e dois anos de idade, terminou a sua peregrinação terrena. Ele pertence, assim consideramos, à multidão dos que "praticaram o bem" e por isso esperamos que ele esteja agora à espera de ser chamado pela voz de Cristo à "ressurreição da vida".

2. "Os que tiverem levado muitos aos caminhos da justiça brilharão como estrelas com um esplendor eterno" (Da 12,3).

Neste momento, apraz-me recordar o saudoso Purpurado, "mestre de justiça". O estudo e o ensino do direito canónico constituíram uma característica da sua vida. A vocação sacerdotal e por conseguinte a chamada ao Episcopado transfiguraram este interesse segundo a perspectiva evangélica. Educar para a verdadeira justiça, a justiça de Cristo: eis o ministério que o Cardeal Fagiolo exerceu durante toda a sua vida. Foi isto que ele teve constantemente como finalidade nas diferentes situações às quais o levou, de cada vez, a obediência: das aulas universitárias ao magistério episcopal na Arquidiocese de Chieti-Vasto, dos escritórios da Conferência Episcopal Italiana aos da Cúria Romana.

Por ocasião da sua nomeação episcopal, D. Fagiolo escolheu como lema a expressão de S. Paulo "Plenitudo legis dilectio" (Rm 13,10). Ele resume admiravelmente toda a vida deste "homem de Igreja" que soube, no amor de Cristo, reconhecer e procurar o cumprimento de todas as leis e empregou a sua existência para testemunhar esta verdade com os ensinamentos e as obras. Numa entrevista recente, afirmara: "Tudo na Igreja procede com o amor, tudo deve ser finalizado para o crescimento do amor".

3. "Mas Deus, que é rico em misericórdia... deu-nos a vida juntamente com Cristo" (Ep 2,4).
Fixando com o apóstolo Paulo o olhar no mistério da encarnação, paixão, morte e ressurreição de Cristo, reconhecemos que a nossa autêntica justiça é dom da misericórdia divina. Com efeito, a graça de Deus, derramada em abundância sobre nós mediante o sangue de Cristo crucificado, liberta-nos do pecado e da "segunda morte" (cf. Ap Ap 20,14), e abre-nos a porta da vida eterna. O Grande Jubileu que estamos a viver convida os crentes a renovar a fé neste mistério de amor, proclamando a todos: "pela graça fostes salvos" (Ep 2,5).

1472 O Cardeal Vincenzo Fagiolo adormeceu no Senhor precisamente durante o Ano jubilar, depois de ter podido viver uma parte considerável do mesmo. Sem dúvida, isto serviu-lhe de conforto na última parte do caminho rumo a Cristo. Ele sabia que se podia apresentar ao tribunal de Deus levando muito frescos, por assim dizer, os frutos da indulgência jubilar.

4. "Pai, quero que aqueles que Me deste, onde Eu estiver, também eles estejam Comigo" (
Jn 17,24).

A vontade salvífica de Cristo, reflexo perfeito da do Pai eterno, resplandece no Evangelho de João em toda a sua clareza. O Pai quer que o Filho dê a vida eterna a todos os que crêem n'Ele, e os ressuscite no último dia (cf. Jo Jn 6,39-40). Em obediência a esta vontade misericordiosa, o Verbo fez-Se homem, veio à terra e entregou-Se a Si mesmo, para que os homens tivessem vida e a tivessem em abundância (cf. Jo Jn 10,10).

Esta luminosa verdade evangélica conforta-nos todas as vezes que prestamos a extrema saudação a um irmão defunto. No Cardeal Vincenzo Fagiolo, Cristo reconhece certamente um dos que "o Pai lhe deu para que andassem com Ele". Conforta-nos pensar naquele Cristo no qual o Cardeal acreditou e esperou e que agora o quer consigo onde Ele está, no Paraíso.

Verdadeiramente nesta vontade de Cristo, mais firme que a rocha, encontra fundamento a nossa esperança da paz sem fim.

5. "Laetatus sum in eo quod dixerunt mihi: In domum Domini laetantes ibimus" (Salmo resp.).
Caríssimos, agora o nosso venerado Irmão encontra-se à entrada da Jerusalém santa. Já há trinta anos, em previsão deste momento, ele escrevera um testamento espiritual, com uma sucessiva anotação: "Se me perturba o pensamento que devo morrer, conforta-me a esperança de que o Senhor Jesus Cristo, pelos méritos da sua paixão e morte, na sua grande misericórdia, benigno me abrirá as portas da sua eterna e bem-aventurada casa". E após ter dado graças pelos dons da vida, da fé e do sacerdócio, o Cardeal acrescentava: "O agradecimento mais sentido e grande dirijo-o à Bem-Aventurada Virgem Maria, doce Mãe da Confiança: ... a ela o último beijo da vida que termina". Nesta perspectiva ele exprimia o desejo de que no seu funeral fosse executado o cântico da antífona mariana do Salve Regina.

À Mãe de Jesus e nossa Mãe, nesta celebração repleta de esperança, confiamos de coração o nosso querido Irmão Cardeal Vincenzo Fagiolo. Temos a certeza de que ela terá a bondade de o receber para o introduzir na casa do Senhor, onde poderá gozar eternamente da plenitude da paz.

Amém.



JOÃO PAULO II

DURANTE A MISSA DE SUFRÁGIO PELOS


PAPAS PAULO VI E JOÃO PAULO I


Quinta-feira, 28 de Setembro de 2000



1. "Permanecei com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas" (Lc 12,35).

1473 Muitas vezes, no Evangelho, Cristo convida os discípulos a vigiar. Aliás, trata-se de um verdadeiro mandamento: vigiai! Estai preparados! Ele ecoa hoje para nós, venerados Irmãos, durante esta celebração, que nos vê reunidos à volta do altar do Senhor para oferecer o seu Sacrifício em favor das almas eleitas dos Sumos Pontífices Paulo VI e João Paulo I. É comovedor, neste momento, pensar neles e quase vê-los assim, "com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas", preparados, graças à sua pessoal virtude e ao seu ministério, para o encontro definitivo com Nosso Senhor Jesus Cristo.

Para o Papa Luciani, de maneira particular, verificou-se literalmente a bem-aventurança daqueles que o senhor encontra acordados "quando chega no meio da noite" (cf. Lc
Lc 12,38). Que ele estava vigilante, na sua solicitude por toda a Igreja, confirma-o a profunda impressão por ele deixada no coração dos fiéis, apesar dos breves dias de Pontificado.

2. Este ano, a tradicional celebração em sufrágio pelos meus venerados predecessores Paulo VI e João Paulo I recebe do tempo de graça jubilar um especial significado e uma ulterior eficácia espiritual.

Reflectindo bem, esta eficácia não beneficia apenas as almas destes nossos Irmãos defuntos, mas também todos nós, aqui reunidos em oração. Com efeito, se nos é concedido oferecer sufrágios pelas suas almas, eles, de além do limiar da morte, convidam-nos a meditar sobre a meta definitiva da peregrinação terrena.

3. "Quem nos poderá separar do amor de Cristo?" (Rm 8,35). É o apóstolo Paulo que faz a pergunta. Conhecemos a resposta: o pecado separa o homem de Deus, mas o mistério da encarnação, paixão, morte e ressurreição de Cristo restabeleceu a aliança perdida. Nada nem ninguém jamais poderá separar-nos do amor de Deus Pai, revelado e manifestado em Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo. A própria morte, sem o veneno do pecado, já não causa receio: para quem crê ela tornou-se um sono, que anuncia o repouso eterno, na terra prometida.

O Livro da Sabedoria recordou-nos que "mesmo que morra prematuramente, o justo encontrará repouso" (Sg 4,7). Que amor grande o Pai destinou aos venerados Pontífices Paulo VI e João Paulo I! Chamou-os à fé, ao Sacerdócio, ao Episcopado, ao Ministério petrino. Enriqueceu-os de numerosos dons de sabedoria e de virtudes. E nós, enquanto rezamos a Deus por eles, confiantes de que "a graça e a misericórdia de Deus são para os Seus escolhidos" (Sg 4,15), agradecemos-lhe por tê-los dado à Igreja, que foi e continua a ser edificada pelo seu testemunho e serviço.

4. "A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo" (Ps 41,3). Esta sede, que o Papa Montini e o Papa Luciani sentiram intensamente, será saciada quando "veremos a face de Deus" (cf. Sl Ps 41,3).

No registo dos espíritos Beatos, que já contemplam a glória divina, foram recentemente inscritos dois Pontífices Romanos: Pio IX e João XXIII. Confiamos à sua especial intercessão a nossa oração de sufrágio, para que, na liturgia do Céu, Paulo VI e João Paulo I caminhem "em direcção à casa de Deus, em gritos de alegria e louvor, no barulho da festa" (Ps 41,5).

Acolha-os, junto do trono do Altíssimo, a Bem-Aventurada Virgem Maria, em cuja imaculada beleza poderão admirar, finalmente perfeita, a da Igreja, que na terra amaram e serviram.







DURANTE O RITO DE CANONIZAÇÃO DE


123 NOVOS SANTOS


1° de Outubro de 2000

1. "A tua palavra é a verdade: consagra-nos no teu amor" (Aclamação ao Evangelho, cf. Jo Jn 17,17). Esta invocação, eco da oração que Cristo dirigiu ao Pai após a Última Ceia, parece elevar-se da plêiade de santos e beatos, que o Espírito de Deus, de geração em geração, vai suscitando na sua Igreja.


1474 Dois mil anos depois do início da Redenção, hoje fazemos nossas aquelas palavras, enquanto temos à nossa frente, como modelos de santidade, Agostinho Zhao Rong e 119 Companheiros mártires na China, Maria Josefa do Coração de Jesus Sancho de Guerra, Catarina Maria Drexel e Josefina Bakhita. Deus Pai "consagrou-os no seu amor", satisfez o pedido do Filho, que para Lhe adquirir um povo santo estendeu os braços na cruz e, morrendo, destruiu a morte e proclamou a ressurreição (cf. Oração eucarística II, Prefácio).

Queridos Irmãos e Irmãs, dirijo a minha cordial saudação a todos vós que viestes aqui em tão grande número para exprimir a vossa devoção a estas luminosas testemunhas do Evangelho.

2. "Os preceitos do Senhor dão alegria" (Sal. resp.). Estas palavras do Salmo responsorial reflectem bem a experiência de Agostinho Zhao Rong e 119 Companheiros mártires na China. Os testemunhos que chegaram até nós deixam entrever neles um estado de espírito marcado por uma profunda serenidade e alegria.

Hoje a Igreja agradece ao seu Senhor, que a abençoa e a imbui de luz com o esplendor da santidade destes filhos e filhas da China. Não é porventura o Ano Santo o momento mais oportuno para fazer resplandecer o seu testemunho heróico? A jovem Ana Wang, com catorze anos, resiste às ameaças do carnífice que a convida a renegar e, dispondo-se à decapitação, declara com o rosto radiante: "A porta do Céu está aberta a todos" e murmura três vezes "Jesus". E Chi Zhuzi, com dezoito anos, grita destemido aos que acabavam de lhe cortar o braço direito e se preparavam para o esfolar vivo: "Cada pedaço da minha carne, cada gota do meu sangue vos repetirão que sou cristão".

Igual convicção e alegria testemunharam os outros 85 chineses, homens e mulheres de todas as idades e condições, sacerdotes, religiosos e leigos, que selaram a própria indefectível fidelidade a Cristo e à Igreja com o dom da vida. Isto aconteceu ao longo de vários séculos e em complexas e difíceis épocas da história da China. Esta celebração não é a ocasião oportuna para formular juízos sobre aqueles períodos históricos: poder-se-á e dever-se-á fazê-lo noutra circunstância. Com esta solene proclamação de santidade, a Igreja só deseja reconhecer que aqueles Mártires constituem um exemplo de coragem e de coerência para todos nós e honram o nobre povo chinês.

Nesta plêiade de Mártires resplandecem também 33 missionários e missionárias, que deixaram a sua terra e procuraram introduzir-se na realidade chinesa, assumindo com amor as suas características, no desejo de anunciar Cristo e de servir aquele povo. Os seus túmulos estão lá, como que a significar a sua definitiva pertença à China, que eles, apesar dos seus limites humanos, amaram com sinceridade, despendendo por ela as suas energias. "Nunca fizemos mal a ninguém responde D. Francisco Fogolla ao governador que se prepara para o golpear com a espada. Ao contrário, fizemos o bem a muitos".

Deus faz vir a felicidade.

3. Tanto a primeira leitura como o evangelho da liturgia de hoje nos mostram que o espírito sopra onde quer, e que Deus, em todos os tempos, elege pessoas para manifestar o seu amor aos homens e suscita instituições chamadas a ser instrumentos privilegiados da sua acção. Assim acontece com Santa Maria Josefa do Coração de Jesus Sancho de Guerra, fundadora das Servas de Jesus da Caridade.

Na vida da nova Santa, primeira basca a ser canonizada, manifesta-se de modo particular a acção do Espírito. Ele guiou-a ao serviço dos enfermos e preparou-a para ser Mãe de uma nova Família religiosa.

Santa Maria Josefa viveu a sua vocação como apóstola autêntica no campo da saúde, pois o seu estilo assistencial procurava conjugar a atenção material com o cuidado espiritual, buscando a salvação das almas com todos os meios. Apesar de estar enferma nos últimos doze anos da sua vida, não poupou esforços nem sofrimentos, e entregou-se sem limites ao serviço caritativo dos enfermos num clima de espírito contemplativo, recordando que "a assistência não consiste apenas em dar remédios e alimentos ao enfermo, mas que há outro tipo de assistência... a do coração, procurando adaptar-se à pessoa que sofre".

O exemplo e a intercessão de Santa Maria Josefa do Coração de Jesus ajudem o povo basco a banir para sempre a violência e que Euskadi seja uma terra abençoada e um lugar de convivência pacífica e fraterna, onde se respeitem sempre os direitos de cada pessoa e jamais seja derramado o sangue inocente!

1475 4. "Amontoastes tesouros para o fim dos tempos" (Jc 5,3).

Na segunda leitura da liturgia de hoje, o Apóstolo Tiago reprova os ricos que crêem na sua riqueza e tratam os pobres injustamente.

Madre Catarina Drexel nasceu numa família abastada em Filadélfia, nos Estados Unidos. Contudo, aprendeu dos seus pais que os bens da sua família não eram só para eles, mas deviam ser compartilhados com os que tinham menos sorte. Quando era jovem, sentia-se profundamente perturbada em relação à pobreza e às condições desesperadas de muitos nativos americanos e afro-americanos. Começou a distribuir os seus bens à obra missionária e pedagógica para os membros mais pobres da sociedade. Sucessivamente, compreendeu que era preciso fazer mais. Com grande coragem e confiança na graça de Deus, quis dedicar não só os seus bens, mas também toda a sua vida ao Senhor.

À sua comunidade religiosa, as Irmãs do Santíssimo Sacramento, ensinou uma espiritualidade baseada na união orante com o Senhor eucarístico e no serviço devoto aos pobres e às vítimas da discriminação racial. O seu apostolado contribuiu para aumentar a consciência da necessidade de combater todas as formas de racismo, através da educação e dos serviços sociais. Catarina Drexel é um exemplo excelente daquela caridade prática e da solidariedade generosa para com os que têm menos sorte e são, desde há muito tempo, sinais distintivos dos católicos norte-americanos.
O seu exemplo ajude todos os jovens a compreender que, neste mundo, não existe maior tesouro do que seguir Cristo com o coração indiviso e usar com generosidade os dons que recebemos para servir o próximo e edificar um mundo mais justo e fraterno.

5. "A lei de Javé é perfeita... instrução para o ignorante" (Ps 19,8).

Estas palavras do salmo responsorial de hoje ecoam na vida da Irmã Josefina Bakhita. Escravizada e vendida com apenas sete anos de idade, sofreu muito nas mãos de senhores cruéis. Apesar disso compreendeu a verdade profunda que Deus, e não o homem, é o verdadeiro senhor de todos os seres humanos, de cada vida humana. Esta experiência torna-se fonte de grande sabedoria para esta humilde filha da África.

No mundo de hoje, numerosas mulheres continuam a ser vítimas, até nas sociedades modernas mais progredidas. Na Santa Josefina Bakhita encontramos uma luminosa advogada da emancipação autêntica. A história da sua vida não inspira a aceitação passiva, mas a firme determinação para realizar uma obra eficaz, a fim de libertar jovens e mulheres da opressão e da violência e restituir-lhes a liberdade no exercício total dos seus direitos.

Penso no País da nova Santa, que nos últimos 17 anos foi dilacerado por uma guerra cruel, para cuja solução só se vêem poucos sinais. Em nome da humanidade que sofre, dirijo-me mais uma vez aos responsáveis: abri o vosso coração aos brados de milhares de vítimas inocentes e optai pela via da negociação. Imploro à comunidade internacional: não continueis a ignorar esta enorme tragédia humana. Convido toda a Igreja a invocar a intercessão de Santa Bakhita por todos os irmãos e irmãs perseguidos e escravizados, sobretudo na África e no seu País natal, o Sudão, para que possam conhecer a paz e a reconciliação.

Por fim, dirijo uma palavra de afectuosa saudação às Filhas da Caridade Canossianas, que hoje rejubilam pela elevação da sua Irmã à glória dos altares. Do exemplo de Santa Josefina Bakhita, elas saibam haurir um renovado estímulo e a generosa dedicação ao serviço a Deus e ao próximo.
6. Caríssimos Irmãos e Irmãs, animados pelo tempo de graça jubilar, renovemos a disponibilidade a deixar-nos purificar e santificar profundamente pelo Espírito. É por este caminho que nos guia também a Santa, cuja memória se festeja hoje: Teresa do Menino Jesus. Confiamos hoje a ela, padroeira das missões, e aos novos Santos, a missão da Igreja no início do terceiro milénio.

1476 Maria, Rainha de todos os Santos, ampare a senda dos cristãos e de todos os que são dóceis ao Espírito de Deus, para que em todas as partes do mundo se difunda a luz de Cristo Salvador.





Homilias JOÃO PAULO II 1467