Homilias JOÃO PAULO II 1797


1. "Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo" (Mt 16,16). Interrogado pelo Senhor, Pedro, também em nome dos outros Apóstolos, faz a sua profissão de fé.


Nela é afirmado o fundamento seguro do nosso caminho rumo à plena comunhão. De facto, se desejamos a unidade dos discípulos de Cristo, devemos repartir de Cristo. Assim como a Pedro, também a nós é pedido que confessemos que Ele é a pedra angular, o Chefe da Igreja. Na Carta apostólica Ut unum sint escrevi: "Acreditar em Cristo significa querer a unidade; querer a unidade significa querer a Igreja; querer a Igreja significa querer a comunhão de graça que corresponde ao desígnio do Pai desde toda a eternidade" (n. 29).

2. Ut unum sint! Eis de onde provém o nosso compromisso de comunhão, em resposta ao fervoroso desejo de Cristo. Não se trata de uma vaga relação de boa proximidade, mas do vínculo indissolúvel da fé teologal pela qual somos destinados não à separação, mas à comunhão.

Vivemos hoje com sofrimento aquilo que, com o evoluir da história, infrangiu o nosso vínculo de unidade em Cristo. Nesta óptica, o nosso encontro de hoje não é só um gesto de delicadeza, mas uma resposta ao mandamento do Senhor. Cristo é o Chefe da Igreja e nós desejamos continuar a fazer quanto é humanamente possível para colmar aquilo que ainda nos divide e nos impede de comungar o mesmo Corpo e Sangue do Senhor.

3. Com estes sentimentos desejo expressar vivo reconhecimento a Vossa Santidade, pela Sua presença e pelas reflexões que nos quis propor. Sinto-me também feliz por celebrar juntamente com Vossa Santidade a recordação dos Santos Pedro e Paulo, que este ano se celebra no quadragésimo aniversário do encontro abençoado, realizado em Jerusalém, nos dias 5 e 6 de Janeiro de 1964, entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras I.

Santidade, desejo agradecer-lhe de coração por ter aceite o meu convite a tornar visível e a reconfirmar hoje, com este nosso encontro, o espírito que animava aqueles dois singulares peregrinos, os quais dirigiram os seus passos um para o outro, e escolheram abraçarem-se pela primeira vez precisamente no lugar onde a Igreja nasceu.

4. Aquele encontro não pode ser apenas uma recordação. É um desafio para nós! Indica-nos o caminho da redescoberta e reconciliação recíprocas. Caminho certamente não fácil, nem privado de obstáculos. No gesto comovedor dos nossos predecessores em Jerusalém, podemos encontrar a força para superar qualquer desentendimento e dificuldade, para nos consagrarmos sem interrupção a este compromisso de unidade.

A Igreja de Roma moveu-se com firme vontade e com grande sinceridade pelo caminho da plena reconciliação, mediante iniciativas que se revelaram, de cada vez, possíveis e úteis. Desejo hoje expressar que todos os cristãos intensifiquem, cada um pelo seu lado, os esforços, para que se aproxime o dia em que se realizará plenamente o desejo do Senhor: "Que todos sejam um" (Jn 17,11 Jn 17,21). Que a consciência não nos reprove por não termos dado passos, por termos descuidado oportunidades, por não termos tentados todos os caminhos!

5. Sabemo-lo bem: a unidade que procuramos é antes de mais dom de Deus. Contudo, estamos conscientes de que o apressar-se da hora da sua plena realização também depende de nós, da nossa oração, da nossa conversão a Cristo.

1798 Santidade, no que me diz respeito, desejo confessar que sempre me deixei guiar pelo caminho da busca da unidade, como por uma bússula segura, pelo ensinamento do Concílio Vaticano II. A Carta encíclica Ut unum sint, publicada poucos dias antes da memorável visita de Vossa Santidade a Roma em 1995, reafirmava precisamente quanto o Concílio tinha enunciado no Decreto sobre o ecumenismo Unitatis redintegratio, do qual este ano se celebra o quadragégimo aniversário de promulgação.

Tive várias vezes a ocasião de realçar, em circunstâncias solenes, e recordo-o também hoje, que o compromisso assumido pela Igreja Católica com o Concílio Vaticano II é irrevogável. A ele não podemos renunciar!

6. O rito da imposição dos Pálios aos Novos Metropolitas contribui para completar a solenidade e a alegria da celebração de hoje, para a tornar mais rica de conteúdos espirituais e eclesiais.

Venerados Irmãos, o Pálio, que hoje recebeis na presença do Patriarca Ecuménico, nosso Irmão em Cristo, é sinal da comunhão que vos une de modo especial ao testemunho apostólico de Pedro e Paulo. Liga-vos ao Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, chamado a desempenhar um peculiar serviço eclesial para todo o Colégio episcopal. Obrigado pela vossa presença e bons votos e pelo vosso ministério em favor de Igrejas Metropolitas espalhadas em várias Nações. Acompanho-vos de bom grado com o afecto e com a oração.

7. "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!". Quantas vezes recorrem estas palavras na minha oração quotidiana, que constituem a profissão de fé de Pedro! No precioso ícone oferecido pelo Patriarca Atenágoras I ao Papa Paulo VI a 5 de Janeiro de 1964, os dois Santos Apóstolos, Pedro, o Coriféu e André, o Protóclito, abraçam-se, com uma eloquente linguagem de amor, por baixo de Cristo glorioso. André foi o primeiro a pôr-se no seguimento de Cristo, Pedro foi chamado para confirmar os seus irmãos na fé.
O seu abraço sob o olhar de Cristo é um convite a prosseguir no caminho empreendido, rumo àquela meta de unidade que juntos pretendemos alcançar.

Que nenhuma dificuldade nos obste. Mas, ao contrário, caminhemos em frente com esperança, amparados pela intercessão dos Apóstolos e pela materna protecção de Maria, Mãe de Cristo, Filho do Deus vivo.



PALAVRAS DO PAPA JOÃO PAULO II

NO INÍCIO DA MISSA EM RECORDAÇÃO

DO SERVO DE DEUS PAULO VI


FALECIDO EM 6 DE AGOSTO DE 1978


Sexta-feira, 6 de Agosto de 2004

Festa da Transfiguração do Senhor



Caríssimos

Este dia, em que se celebra a festa da Transfiguração do Senhor, evoca para nós a querida e venerada lembrança do Servo de Deus, o Papa Paulo VI: na noite do dia 6 de Agosto de 1978, precisamente nesta casa, ele concluiu a sua jornada terrena. Fiel imitador do seu Senhor, ele trazia no coração a luz do Tabor, e com aquela luz caminhou até ao fim, levando com alegria evangélica a sua cruz.

1799 O dia 6 de Agosto não é somente o aniversário da sua morte, mas também da sua primeira Encíclica, a Ecclesiam suam, que tem a data da Transfiguração de há quarenta anos. Naquele memorável Documento, Paulo VI traçou as linhas programáticas do seu pontificado.

Celebrando a Eucaristia, mais uma vez, agradecemos a Deus por ter dado à Igreja este inesquecível Pastor. Confiando-nos à intercessão de Maria Santíssima, pedimos ao Senhor, que a Igreja de hoje e de amanhã saiba sempre fazer tesouro do seu exemplo e dos seus ensinamentos.



VIAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II A LOURDES



NA SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO


DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA


Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, 15 de Agosto de 2004




1. "Que soy era Immaculada Councepciou". As palavras que Maria dirigiu a Bernadete, no dia 25 de Março de 1858, ressoam com uma intensidade totalmente particular neste ano, durante o qual a Igreja celebra o 150º aniversário da solene definição do dogma proclamado pelo Beato Pio IX, na Constituição apostólica Ineffabilis Deus.

Desejei ardentemente realizar esta peregrinação a Lourdes, para recordar um acontecimento que continua a glorificar a Trindade una e indivisa. A Imaculada Conceição de Maria constitui o sinal do amor gratuito do Pai, a expressão perfeita da redenção levada a cabo pelo Filho, o ponto de partida de uma vida totalmente disponível à acção do Espírito.

2. Sob o olhar maternal da Virgem, saúdo cordialmente todos vós, queridos Irmãos e Irmãs que viestes à Gruta de Massabielle para entoar os louvores daquela que todas as gerações proclamam bem-aventurada (cf. Lc Lc 1,48).

Saúdo os Cardeais, os Bispos e os Sacerdotes. Obrigado pela vossa presença. Saúdo de modo particular os peregrinos franceses e os seus Bispos, nomeadamente D. Jacques Perrier, Bispo de Tarbes e Lourdes, a quem agradeço as amáveis palavras que me dirigiu no início desta celebração.

Saúdo também o Metropolita Emanuel, Presidente da Assembleia dos Bispos Ortodoxos da França. Saúdo o Senhor Ministro do Interior, que representa aqui o Governo francês, assim como as demais pessoas que fazem parte do grupo das Autoridades civis e militares presentes.

Dirijo também o meu pensamento afectuoso a todos os peregrinos vindos aqui de diversas regiões da Europa e do mundo, e todos aqueles que estão espiritualmente unidos a nós através da rádio e da televisão. Saúdo-vos com um carinho especial, queridos doentes, que viestes a este lugar abençoado para procurar conforto e esperança. Que a Virgem Santa vos faça compreender a sua presença e infunda alívio nos vossos corações!

3. "Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade..." (Lc 1,39). As palavras deste trecho evangélico fazem-nos vislumbrar, com os olhos do coração, a jovem de Nazaré a caminho da "cidade da Judeia", onde morava a sua prima, para lhe oferecer os seus serviços. Aquilo que nos surpreende acima de tudo, em Maria, é a sua atenção repleta de ternura pela sua parente idosa. Trata-se de um amor concreto, que não se limita a palavras de compreensão, mas que se compromete pessoalmente numa verdadeira assistência. À sua prima, a Virgem não dá simplesmente algo que lhe pertence; Ela dá-se a si mesma, sem nada exigir como retribuição. Ela compreendeu de maneira perfeita que, mais do que um privilégio, o dom recebido de Deus constitui um dever, que a empenha no serviço aos outros, na gratuidade que é própria do amor.

4. "A minha alma proclama a grandeza do Senhor..." (Lc 1,46). No seu encontro com Isabel, os sentimentos de Maria brotam com vigor no cântico do Magnificat. Através dos seus lábios exprimem-se a expectativa repleta de esperança dos "pobres do Senhor", e a consciência do cumprimento das promessas, porque Deus "se recordou da sua misericórdia" (cf. Lc Lc 1,54).

1800 É precisamente desta consciência que brota a alegria da Virgem Maria, que transparece no conjunto do cântico: alegria de saber que Deus "olha" para Ela, apesar da sua "fragilidade" (cf. Lc Lc 1,48); alegria em virtude do "serviço" que lhe é possível prestar, graças às "grandes obras" que o Todo-Poderoso realizou em seu favor (cf. Lc Lc 1,49); alegria pela antecipação das bem-aventuranças escatológicas, reservadas aos "humildes" e aos "famintos" (cf. Lc Lc 1,52-53).

Depois do Magnificat chega o silêncio; nada se diz acerca dos três meses da presença de Maria ao lado da sua prima Isabel. Talvez nos seja dita a coisa mais importante: o bem não faz ruído, a força do amor expressa-se na discrição tranquila do serviço quotidiano.

5. Mediante as suas palavras e o seu silêncio, a Virgem Maria aparece como um modelo ao longo do nosso caminho. Não se trata de um caminho fácil: em virtude da culpa dos seus pais primitivos, a humanidade traz em si a ferida do pecado, cujas consequências ainda continuam a fazer-se sentir nas pessoas remidas. Mas o mal e a morte não terão a última palavra! Maria confirma-o através de toda a sua existência, sendo testemunha viva da vitória de Cristo, nossa Páscoa.

Os fiéis compreenderam-no. Eis por que motivo eles acorrem em grande número até à Gruta, para escutar as advertências maternais da Virgem, reconhecendo nela "a mulher revestida de sol" (Ap 12,1), a Rainha que resplandece junto do trono de Deus (cf. Salmo responsorial) e intercede em favor deles.

6. No dia de hoje, a Igreja celebra a gloriosa Assunção de Maria ao Céu, de corpo e alma. Os dois dogmas da Imaculada Conceição e da Assunção estão intimamente ligados entre si. Ambos proclamam a glória de Cristo Redentor e a santidade de Maria, cujo destino humano já está perfeita e definitivamente realizado em Deus.

"E quando Eu tiver partido e vos tiver preparado um lugar, voltarei e levar-vos-ei comigo para que, onde Eu estiver, vós estejais também", disse-nos Jesus (Jn 14,3). Maria é o penhor e o cumprimento da promessa de Cristo. A sua Assunção torna-se para nós "um sinal de esperança certa e de consolação" (Lumen gentium LG 68).

7. Estimados Irmãos e Irmãs! Da Gruta de Massabielle, a Virgem Imaculada fala-nos também a nós, cristãos do terceiro milénio. Coloquemo-nos à sua escuta!

Escutai, em primeiro lugar, vós jovens, vós que procurais uma resposta capaz de dar sentido à vossa vida. Vós podeis encontrá-la aqui. Trata-se de uma resposta exigente, mas é a única resposta válida. É nela que se encontra o segredo da verdadeira alegria e da paz.

Desta Gruta, lanço um apelo especial a vós, mulheres. Aparecendo na Gruta, Maria confiou a sua mensagem a uma menina, como que para ressaltar a missão particular que compete à mulher, na nossa época tentada pelo materialismo e pela secularização: ser, na sociedade contemporânea, testemunha dos valores essenciais, que não se podem ver senão com os olhos do coração. Vós, mulheres, tendes o dever de ser sentinelas do Invisível! Irmãos e Irmãs, lanço a todos vós um apelo premente, a fim de que façais tudo o que estiver ao vosso alcance para que a vida, qualquer vida, seja respeitada desde a concepção até ao seu ocaso natural. A vida é uma dádiva sagrada, da qual ninguém se pode apropriar.

Enfim, a Virgem de Lourdes tem uma mensagem para todos. Ei-la: sede mulheres e homens livres! Contudo, recordai-vos: a liberdade humana é uma liberdade marcada pelo pecado. Ela tem necessidade de ser libertada. Cristo é o seu libertador, Ele que "nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres" (Ga 5,1). Defendei a vossa liberdade!

Queridos Amigos, para isto sabemos que podemos contar com Aquela que, sem jamais ter cedido ao pecado, é a única criatura perfeitamente livre. É a Ela que vos confio. Caminhai com Maria, ao longo do trajecto da plena realização da vossa humanidade!



PAPA JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA

1801
Quarta-Feira 25 de Agosto de 2004


NA CELEBRAÇÃO DA PALAVRA

PARA A ENTREGA DO ÍCONE DA MÃE DE DEUS DE KAZAN'


À IGREJA ORTODOXA RUSSA



Caríssimos Irmãos e Irmãos!

1. Como anunciei no domingo passado, o nosso tradicional encontro semanal assume hoje uma fisionomia particular. De facto, encontramo-nos recolhidos em oração à volta do venerado Ícone da Mãe de Deus de Kazan', que está prestes a empreender a viagem de regresso à Rússia, de onde partiu num dia longínquo.

Depois de ter atravessado vários Países e ter permanecido muito tempo no Santuário de Fátima, em Portugal, há mais de dez anos chegou providencialmente à casa do Papa. Desde então encontrou um lugar junto de mim e acompanhou com olhar materno o meu quotidiano serviço à Igreja.

Quantas vezes, a partir daquele dia, invoquei a Mãe de Deus de Kazan', pedindo-lhe que protegesse e guiasse o povo russo que lhe é devoto, e que apressasse o momento em que todos os discípulos do seu Filho, reconhecendo-se irmãos, saberão recompor plenamente a unidade comprometida.

2. Desde o início, desejei que este santo Ícone regressasse ao solo da Rússia, onde segundo credíveis testemunhos históricos foi durante muitos anos objecto de profunda veneração por parte de inteiras gerações de fiéis. Em torno do Ícone da Mãe de Deus de Kazan' desenvolveu-se a história daquele grande povo.

A Rússia é uma nação desde há muitos séculos cristã, é a Santa Rus'. Mesmo quando forças contrárias se abateram contra a Igreja e procuraram cancelar da vida dos homens o santo nome de Deus, aquele povo permaneceu profundamente cristão, testemunhando em tantos casos com o sangue a própria fidelidade ao Evangelho e aos valores que ele inspira.

Portanto, é com particular emoção que dou graças juntamente convosco à Divina Providência, que hoje me concede enviar ao venerado Patriarca de Moscovo e de todas as Rússias a oferta deste santo Ícone.

3. Que esta antiga imagem da Mãe do Senhor diga a Sua Santidade Aleixo II e ao venerando Sínodo da Igreja Ortodoxa russa o afecto que o Sucessor de Pedro nutre por eles e por todos os fiéis que lhes estão confiados. Diga a estima que ele sente pela grande tradição espiritual da qual a Santa Igreja russa é guardiã. Diga o desejo e o firme propósito do Papa de Roma de progredir juntamente com eles pelo caminho do conhecimento e da reconciliação recíprocos, para apressar o dia daquela unidade plena dos crentes, pela qual o Senhor Jesus rezou ardentemente (cf. Jo Jn 17,20-22).

Caríssimos Irmãos e Irmãs, uni-vos a mim para invocar a intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, no momento em que entrego o seu Ícone à Delegação que, em meu nome, a levará a Moscovo.


Oração do Santo Padre à Mãe de Deus de Kazan'



1802 Gloriosa Mãe de Jesus,
que "procedes diante do povo de Deus pelos caminhos da fé,
do amor e da união com Cristo" (cf. Lumen gentium
LG 63), sê bendita!

Todas as gerações te chamam bem-aventurada,
porque "o Omnipotente fez em ti grandes coisas;
é Santo o seu nome" (cf. Lc Lc 1,48-49).

Sê Bendita e honrada, ó Mãe, no teu Ícone de Cazan',
no qual desde há séculos és circundada pela veneração
e pelo amor dos fiéis ortodoxos,
tendo-te tornado protectora e testemunha das maravilhas de Deus
na história do povo russo, que por todos nós é tão amado.

1803 A Providência divina, que tem o poder de vencer o mal
e tirar o bem até das más acções dos homens,
fez com que o Santo Ícone, que desapareceu em tempos longínquos,
aparecesse no santuário de Fátima, em Portugal.

Em seguida, por vontade de pessoas que te são devotas,
ela foi acolhida na casa do Sucessor de Pedro.

Mãe do Povo ortodoxo,
a presença em Roma da tua santa Imagem de Kazan'
fala-nos de uma unidade profunda entre o Oriente e o Ocidente,
que perdura no tempo apesar das divisões históricas
e dos erros dos homens.

1804 Elevamos-te agora com especial intensidade a nossa oração,
ó Virgem, no momento em que nos despedimos
desta tua sugestiva Imagem.

Acompanhar-te-emos com o coração
pelo caminho que te levará à santa Rússia.

Aceita o louvor e a honra que te presta
o povo de Deus que está em Roma.

Ó bendita entre todas as mulheres,
ao venerar o teu Ícone nesta Cidade
marcada pelo sangue dos Apóstolos Pedro e Paulo,
o Bispo de Roma une-se espiritualmente ao seu Irmão
1805 no ministério episcopal,
que preside como Patriarca à Igreja ortodoxa russa.

E pede-te, Mãe Santa, que intercedas
para que se apresse o tempo da plena unidade
entre o Oriente e o Ocidente,
da plena comunhão entre todos os cristãos.

Ó Virgem gloriosa e bendita,
Senhora, Advogada e nosso Conforto,
reconcilia-nos com o teu Filho,
recomenda-nos ao teu Filho, apresenta-nos ao teu Filho!

Amém.



DURANTE A CONCELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA PARA A PROCLAMAÇÃO DE TRÊS NOVOS BEATOS


1806
Loreto, 5 de Setembro de 2004

1. "Pois que homem poderia conhecer a vontade de Deus?" (Sg 9,13). A pergunta, feita pelo Livro da Sabedoria, tem uma resposta: só o Filho de Deus, feito homem para a nossa salvação no seio virginal de Maria, nos pode revelar o desígnio de Deus. Só Jesus Cristo sabe qual é o caminho para "alcançar a sabedoria do coração" (Salmo resp.) e obter paz e salvação.


Qual é o caminho? Ele mesmo no-lo indicou no Evangelho de hoje: é o caminho da cruz. As suas palavras são claras: "Quem não tomar a sua cruz para me seguir não pode ser meu discípulo" (Lc 14,27).

"Carregar a cruz seguindo Cristo" significa estar dispostos a fazer qualquer sacrifício por amor a Ele. Significa não pôr nada nem ninguém antes d'Ele, nem mesmo as pessoas mais queridas, nem sequer a própria vida.

2. Caríssimos Irmãos e Irmãs, estamos reunidos neste "maravilhoso vale de Montorso", como lhe chamou o Arcebispo D. Comastri, a quem agradeço de coração as afáveis palavras que me dirigiu. Com ele, saúdo os Cardeais, os Arcebispos e os Bispos presentes; saúdo os sacerdotes, os religiosos, as religiosas, as pessoas consagradas; e sobretudo saúdo-vos a vós, jovens, que pertenceis à Acção Católica que, guiados pelo Assistente-Geral, Mons. Francesco Lambiasi e pela Presidente nacional, Dr.ª Paola Bignardi, a quem agradeço a calorosa saudação, quisestes reunir-vos aqui, sob o olhar de Nossa Senhora de Loreto, para renovar o vosso compromisso de fiel adesão a Jesus Cristo.

Vós sabeis que aderir a Cristo é uma opção exigente. Jesus não fala por acaso de "cruz". Contudo, Ele esclarece imediatamente: "após mim". É esta a grande palavra: não carregamos sozinhos a cruz. Diante de nós caminha Ele, abrindo-nos a estrada com a luz do seu exemplo e com a força do seu amor.

3. A cruz aceite por amor gera liberdade. Fez esta experiência o apóstolo Paulo, "idoso e agora também prisioneiro por Jesus Cristo", como ele mesmo se define na carta a Filémon, mas com o coração plenamente livre. É precisamente esta a impressão que temos da página que agora foi proclamada: Paulo está preso, mas o seu coração é livre, porque nele habita o amor de Cristo. Por isso, da escuridão da prisão em que sofre pelo seu Senhor, ele pode falar de liberdade a um amigo que está fora da prisão. Filémon é um cristão de Colossos: Paulo dirige-se a ele pedindo-lhe que liberte Onésimo, ainda escravo segundo o direito da época, mas que já se tornou irmão pelo baptismo. Renunciando ao outro como sua posse, Filémon terá o dom de um irmão.


A lição que brota de toda esta vicissitude é clara: não há maior amor do que o da cruz; não há liberdade mais verdadeira do que a do amor; não há fraternidade mais plena do que a que nasce da cruz de Jesus.

4. Foram humildes discípulos e testemunhas heróicas da cruz de Jesus os três Beatos, agora proclamados.

Pedro Tarrés i Claret, primeiro médico e depois sacerdote, dedicou-se ao apostolado laical entre os jovens da Acção Católica de Barcelona, da qual, depois, foi conselheiro. No desempenho da profissão médica entregou-se com especial solicitude aos enfermos mais pobres, convencido de que "o enfermo é símbolo de Cristo sofredor".

Tendo recebido a Ordenação sacerdotal, consagrou-se com generosa intrepidez às tarefas do ministério, permanecendo fiel ao compromisso assumido nas vésperas da Ordenação: "Um só propósito, Senhor: sacerdote santo, custe o que custar". Aceitou com fé e paciência heróica uma grave enfermidade, que o levou à morte com apenas 45 anos. Apesar do sofrimento, repetia com frequência: "Como o Senhor é bom comigo! Eu sou verdadeiramente feliz".

1807 5. Alberto Marvelli, jovem forte e livre, generoso filho da Igreja de Rímini e da Acção Católica, concebeu toda a sua breve vida, que durou apenas 28 anos, como um dom do amor a Jesus pelo bem dos irmãos. "Jesus envolveu-me com a sua graça", escreveu no seu diário; "Mais não vejo do que Ele, penso unicamente n'Ele". Alberto fez da Eucaristia quotidiana o centro da sua vida. Na oração ele procurava inspiração também para o seu compromisso político, convicto da necessidade de viver plenamente como filhos de Deus na história, para fazer dela uma história de salvação.

No difícil período da segunda guerra mundial, que semeava morte e multiplicava violências e sofrimentos atrozes, o beato Alberto alimentava uma intensa vida espiritual, da qual brotava aquele amor a Jesus que o fazia esquecer-se constantemente de si próprio para carregar a cruz dos pobres.

6. Também a beata Pina Suriano nativa de Partinico, na Diocese de Monreale amou Jesus com um amor tão fervoroso e fiel, que pôde escrever com sinceridade: "Mais não faço do que viver de Jesus". Ela falava a Jesus com um coração de esposa: "Jesus, faz-me cada vez mais tua. Jesus, desejo viver e morrer contigo e por ti".

Aderiu desde jovem à Juventude Feminina da Acção Católica, da qual depois foi dirigente paroquial, encontrando na Associação importantes estímulos de crescimento humano e cultural, num clima intenso de amizade fraterna. Maturou gradualmente uma simples e firme vontade de entregar a Deus como oferenda de amor a sua jovem vida, em particular para a santificação e perseverança dos sacerdotes.

7. Amados Irmãos e Irmãs, amigos da Acção Católica, que viestes a Loreto da Itália, da Espanha e de muitas outras partes do mundo! Hoje o Senhor, através do acontecimento da beatificação destes três Servos de Deus, diz-vos: o dom maior que podeis oferecer à Igreja e ao mundo é a santidade.

Tende a preocupação daquilo por que a Igreja mais se preocupa: que muitos homens e mulheres do nosso tempo sejam conquistados pelo fascínio de Cristo; que o seu Evangelho volte a brilhar como luz de esperança para os pobres, os doentes, os famintos de justiça; que as comunidades cristãs sejam cada vez mais vivas, abertas, atraentes; que as nossas cidades sejam hospitaleiras e vivíveis para todos; que a humanidade possa seguir os caminhos da paz e da fraternidade.

8. Compete a vós, leigos, testemunhar a fé mediante as virtudes que vos são específicas: a fidelidade e a ternura em família, a competência no trabalho, a tenacidade no serviço do bem comum, a solidariedade nas relações sociais, a criatividade no empreendimento de obras úteis para a evangelização e a promoção humana. A vós compete também demonstrar em estreita comunhão com os Pastores que o Evangelho é actual, e que a fé não subtrai o crente à história, mas o imerge mais profundamente nela.

Coragem, Acção Católica! O Senhor guie o teu caminho de renovação!

A Imaculada Virgem de Loreto te acompanha com solicitude terna; a Igreja olha para ti com confiança; o Papa saúda-te, apoia-te e abençoa-te de coração.

Obrigado, Acção Católica Italiana!





NA CONCELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA


PARA A PROCLAMAÇÃO DE CINCO NOVO BEATOS


3 de Outubro de 2004



1808 1. "Verbum Domini manet in aeternum A Palavra do Senhor permanece para sempre". A exclamação da Aclamação ao Evangelho leva-nos até aos próprios fundamentos da fé. Diante do tempo que passa e das contínuas transformações da história, a revelação que Deus nos ofereceu em Cristo permanece estável para sempre e, ao longo do nosso caminho terrestre, abre um horizonte de eternidade.

Foi o que experimentaram de maneira singular os cinco novos Beatos: Pedro Vigne, José Maria Cassant, Ana Catarina Emmerick, Maria Ludovica De Angelis e Carlos da Áustria. Eles deixaram-se orientar pela Palavra de Deus como por um farol luminoso e seguro, que jamais cessou de iluminar o seu caminho.

Pedro Vigne

2. Contemplando Cristo presente na Eucaristia e na Paixão salvífica, o Padre Pedro Vigne foi levado a tornar-se um discípulo autêntico e um missionário fiel à Igreja. Que o seu exemplo incuta nos fiéis o desejo de haurir do amor pela Eucaristia e da adoração do Santíssimo Sacramento a audácia pela missão! Peçamos-lhe que sensibilize o coração dos jovens, para que eles aceitem, se forem chamados por Deus, consagrar-se totalmente a Ele no sacerdócio ou na vida religiosa. Que a Igreja na França encontre no Padre Pedro um modelo, para que sejam suscitados novos semeadores do Evangelho.

José Maria Cassant

3. O Padre José Maria depositou sempre a sua confiança em Deus, na contemplação do mistério da Paixão e na união com Cristo presente na Eucaristia. Assim, ele impregnava-se do amor de Deus, abandonando-se a Ele, "a única felicidade da terra", e desapegando-se dos bens do mundo, no silêncio da Trapa. No meio das provações, com o olhar fixo em Cristo, oferecia os seus sofrimentos pelo Senhor e pela Igreja. Possam os nossos contemporâneos, especialmente os contemplativos e os doentes, descobrir no seu exemplo o mistério da oração, que eleva o mundo a Deus e que revigora nos momentos de prova!

Maria Ludovica De Angelis

4. "Deus não nos concedeu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de bom senso" (
2Tm 1,7). Estas palavras de São Paulo convidam-nos a colaborar na edificação do Reino de Deus, a partir da perspectiva da fé. E elas podem ser perfeitamente aplicadas à vida da Beata Ludovica De Angelis, cuja existência foi consagrada inteiramente à glória de Deus e ao serviço dos seus semelhantes.

Na sua figura sobressaem um coração de mãe, as suas qualidades de líder e a audácia própria dos santos. Ela tinha um amor concreto e generoso pelas crianças enfermas, e enfrentava sacrifícios para as consolar; juntamente com os seus colaboradores, no Hospital de La Plata, constituiu um modelo de alegria e de responsabilidade, criando um ambiente de família; para as suas Irmãs de comunidade, foi um exemplo autêntico, como Filha de Nossa Senhora da Misericórdia. Em tudo ela foi sustentada pela oração, e chegou a fazer da sua vida uma comunicação contínua com o Senhor.

Ana Catarina Emmerick

5. A Beata Ana Catarina Emmerick gritou "a dolorosa Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo" e viveu-a no seu próprio corpo. É uma obra da graça divina, o facto de que a filha de pobres camponeses, que buscou com tenacidade a proximidade de Deus, se tenha tornado a conhecida "Mística da região de Monastério". A sua pobreza material contrapõe-se a uma rica vida interior. Ficamos impressionados quer com a sua paciência em suportar a debilidade física, quer com a força da índole da nova Beata e com a sua estabilidade na fé.

1809 Ela hauria esta força da Santíssima Eucaristia. O seu exemplo abria os corações dos pobres e dos ricos, das pessoas simples e instruídas, à dedicação amorosa a Jesus Cristo.
Ainda hoje ela continua a transmitir a todos a mensagem da salvação: todos nós fomos curados pelas chagas de Cristo (cf.
1P 2,24).

Carlos da Áustria

6. A tarefa decisiva do cristão consiste em buscar, reconhecer e seguir a vontade de Deus em tudo. O homem de Estado e cristão Carlos da Áustria enfrentava este desafio quotidianamente. Aos seus olhos, a guerra manifestava-se como "algo horrível". Durante os tumultos da primeira guerra mundial, ele procurou promover a iniciativa de paz do meu predecessor Bento XV.

Desde o início, o Imperador Carlos concebeu o cargo que ocupava como um serviço sagrado aos seus povos. A sua principal preocupação consistia em seguir a vocação do cristão à santidade também na sua acção política. Por este motivo, o seu pensamento estava orientado para a assistência social. Que ele constitua um exemplo para todos nós, sobretudo para aqueles que hoje ocupam lugares de responsabilidade política na Europa.

7. Juntamente com a Igreja inteira, louvemos e demos graças ao Senhor pelas maravilhas que Ele realizou nestes servos bons e fiéis do Evangelho. Maria Santíssima, que durante este mês de Outubro nós invocamos de modo particular com a recitação do Rosário, nos ajude a tornar-nos, por nossa vez, apóstolos generosos e corajosos do Evangelho.

Amém!



ABERTURA DO ANO DA EUCARISTIA


ENCERRAMENTO DO 48° CONGRESSO EUCARÍSTICO


INTERNACIONAL DE GUADALAJARA


DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


17 de Outubro de 2004


1. "Sabei que Eu estarei sempre convosco, até ao fim dos tempos" (Mt 28,20).
Reunidos diante da Eucaristia, neste momento experimentamos com particular intensidade a verdade da promessa de Cristo: Ele está connosco!

Saúdo todos vós que vos encontrais em Guadalajara para participar no encerramento do Congresso Eucarístico Internacional. Em particular, o Cardeal Jozef Tomko, meu Legado; o Cardeal Juan Sandoval Íñiguez, Arcebispo de Guadalajara; os Senhores Cardeais, Arcebispos, Bispos e Sacerdotes do México, assim como de numerosos outros países, que estão ali presentes.

1810 Saúdo também todos os fiéis de Guadalajara, do México e de outras regiões do mundo, que estão unidos a nós na adoração do Mistério eucarístico.

2. A ligação televisiva entre a Basílica de São Pedro, coração da cristandade, e Guadalajara, sede do Congresso, é como que uma ponte lançada entre os continentes e faz com que o nosso encontro de oração seja uma "Statio Orbis" ideal, à qual se unem os fiéis de todo o orbe. O ponto de encontro é o próprio Jesus, realmente presente na Santíssima Trindade com o seu mistério de morte e de ressurreição, em que se unem o céu e a terra, e onde se encontram os diferentes povos e culturas. Cristo é "a nossa paz, Ele que, dos dois povos fez um só..." (
Ep 2,14).

3. "A Eucaristia, luz e vida do novo milénio". O tema do Congresso convida-nos a considerar o Mistério eucarístico, não somente em si mesmo, mas também em relação aos problemas do nosso tempo.

Mistério de luz! De luz tem necessidade o coração do homem, oprimido pelo pecado, por vezes desorientado e cansado, provado por sofrimentos de todos os tipos. O mundo tem necessidade de luz, na busca difícil de uma paz que parece distante no começo de um milénio perturbado e humilhado pela violência, o terrorismo e a guerra.

A Eucaristia é luz! Na Palavra de Deus, constantemente proclamada, no pão e no vinho transubstanciados no Corpo e Sangue de Cristo, é precisamente Ele, o Senhor ressuscitado, que abre a mente e o coração e que se deixa conhecer, como aconteceu com os dois discípulos de Emaús, "ao partir o pão" (cf. Lc Lc 24,25). Neste gesto convival, nós revivemos o sacrifício da Cruz, experimentamos o amor infinito de Deus e sentimo-nos chamados a difundir a luz de Cristo entre os homens e as mulheres do nosso tempo.

4. Mistério de vida! Que aspiração pode ser maior do que a vida? Todavia, sobre este anseio humano universal pairam sombras ameaçadoras: a sombra de uma cultura que nega o respeito pela vida, em cada uma das suas fases; a sombra de uma indiferença, que condena numerosas pessoas a um destino de fome e de subdesenvolvimento; e a sombra de uma investigação científica que, por vezes, se põe ao serviço do egoísmo do mais forte.

Queridos irmãos e irmãs: devemos sentir-nos interpelados pelas necessidades de tantos irmãos. Não podemos fechar o coração aos seus pedidos de socorro. Nem podemos esquecer que "não só de pão vive o homem" (cf. Mt Mt 4,4). Temos necessidade do "pão vivo... que desceu do céu" (Jn 6,51). Este pão é Jesus. Alimentar-nos dele significa receber a própria vida de Deus (cf. Jo Jn 10,10), abrindo-nos à lógica do amor e da partilha.

5. Desejei que este Ano fosse dedicado particularmente à Eucaristia. Na realidade, todos os dias e especialmente no domingo, dia da ressurreição de Cristo, a Igreja vive deste mistério. Porém, neste Ano da Eucaristia convida-se a comunidade cristã a adquirir uma consciência mais viva do mesmo, com uma celebração mais sentida, com uma adoração prolongada e fervorosa, com um maior compromisso de fraternidade e de serviço aos mais necessitados. A Eucaristia é fonte e epifania de comunhão. É princípio e projecto de missão (cf. Mane nobiscum Domine, caps. III-IV).

Seguindo o exemplo de Maria, "mulher eucarística" (Ecclesia de Eucharistia, cap. VI), a comunidade cristã deve viver deste mistério. Consolidada pelo "pão de vida eterna", ela há-de ser presença de luz e de vida, fermento de evangelização e de solidariedade.
6. Mane nobiscum Domine! Como os dois discípulos do Evangelho, também nós te imploramos, Senhor Jesus: permanece connosco!

Tu, divino Peregrino, perito nos nossos caminhos e conhecedor do nosso coração, não nos deixes prisioneiros das sombras da noite.

1811 Ampara-nos no cansaço, perdoa os nossos pecados e orienta os nossos passos pelo caminho do bem.

Abençoa as crianças, os jovens, os idosos, as famílias e particularmente os enfermos. Abençoa os sacerdotes e as pessoas consagradas. Abençoa toda a humanidade.
Na Eucaristia, Tu fizeste-te "remédio de imortalidade": dá-nos o gosto de uma vida plena, que nos ajude a caminhar sobre a terra como peregrinos seguros e alegres, olhando sempre para a meta da vida eterna.

Permanece connosco, Senhor! Permanece connosco! Amém!
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Depois da Santa Missa

Agora, tenho a alegria de anunciar que o próximo Congresso Eucarístico Internacional será celebrado na cidade de Quebeque no ano de 2008.

Que este anúncio suscite nos fiéis um vigoroso compromisso a viver mais intensamente o presente Ano da Eucaristia.





Homilias JOÃO PAULO II 1797