Homilias JOÃO PAULO II 1821

1821 É com gratidão que faço o meu pensamento extensivo aos membros da Secretaria de Estado, chefiados pelo Cardeal Angelo Sodano, assim como aos componentes do Pontifício Conselho "Justiça e Paz" e de modo particular ao seu Presidente, o Cardeal Renato Martino.

3. O Dia Mundial da Paz constitui um convite aos cristãos e a todos os homens de boa vontade a renovar o seu decidido compromisso na construção da paz. Isto pressupõe o acolhimento de uma exigência moral fundamental, expressa oportunamente pelas palavras de São Paulo: "Não te deixes vencer pelo mal, vence antes o mal com o bem" (
Rm 12,21).

Diante das múltiplas manifestações do mal, que infelizmente ferem a família humana, a exigência prioritária consiste em promover a paz recorrendo a instrumentos coerentes, dando importância ao diálogo, às obras de justiça e educando para o perdão (cf. Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2005, n. 1).

4. Vencer o mal com as armas do amor torna-se o modo com o qual todos podem contribuir para a paz de todos. Esta é a vereda pela qual são chamados a caminhar os cristãos e os fiéis das diversas religiões, juntamente com quantos se reconhecem na lei moral universal.

Caríssimos Irmãos e Irmãs, a nossa missão conjunta é promover a paz na terra!

Que a Virgem Maria nos ajude a realizar as palavras do Senhor: "Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5,9).

Feliz Ano Novo a todos!

Louvado seja Jesus Cristo!



NAS EXÉQUIAS DO CARDEAL JAN PIETER SCHOTTE NA BASÍLICA DE SÃO PEDRO Sexta-feira, 14 de Janeiro de 2005

14105 1. "Felizes os pacificadores..." (Mt 5,9). As palavras de Cristo iluminam-nos e confortam-nos nesta triste liturgia, com a qual nos despedimos do venerado Irmão, o amado cardeal Jan Pieter Schotte.

Ele foi um homem de paz! Fez do valor da paz um dos pontos qualificantes do seu longo e intenso serviço à Igreja universal e, em particular, à Santa Sé. Estava de tal forma convencido que o cristianismo deve testemunhar a paz, que escolheu como lema episcopal: "Parare viam Domino pacis". No lema reconhece-se a referência a São João Baptista, Padroeiro da Congregação do Coração Imaculado de Maria, à qual pertencia. De facto, era tarefa do Baptista "preparar os caminhos para o Senhor" (cf. Lc Lc 1,76). O Cardeal Schotte quis acrescentar a menção explícita da paz colocando-a ao lado do nome do Senhor "Parare viam Domino pacis" quase a realçar que só no acolhimento de Cristo e do seu Evangelho se pode alcançar a paz verdadeira (cf. Sab Sg 3,3).

2. Depois de ter desempenhado importantes funções no âmbito da sua Família religiosa, o saudoso Cardeal por mais de trinta anos pôs à disposição da Cúria Romana generosa e incansavelmente os seus numerosos dotes de inteligência, humildade e espiritualidade, desempenhando vários cargos. Penso no trabalho por ele desempenhado primeiro na Secretaria de Estado, depois na Pontifícia Comissão "Iustitia ed Pax", da qual o chamei, em seguida, a desempenhar o cargo de Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos. Nem me posso esquecer tudo o que fez, entre outras coisas, como Presidente da Repartição do Trabalho da Sé Apostólica.

Incansável artífice de comunhão, ele colaborou activamente na solicitude pastoral universal do Sucessor de Pedro.

3. Recordamos este nosso amado Irmão como testemunha do amor que provém de Deus e que constitui o fundamento da unidade da Igreja (cf. 1Jn 3,14-16). Conforta-nos a esperança que ele agora está a contemplar face a face o "Senhor da paz", que tanto amou e generosamente serviu durante a vida.

Que Deus misericordioso o acolha no seu Reino de paz. Acompanhe-o a Virgem Imaculada no momento em que recebe o prémio prometido aos servos bons e fiéis do Evangelho. Amém!









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