Mateus (CNB) 11

11 1 Quando Jesus terminou estas instruções aos doze discípulos, partiu dali, a fim de ensinar e proclamar nas cidades da região.
2
Ora, João Batista, estando na prisão, ouviu falar das obras do Cristo e mandou alguns discípulos 3 para lhe perguntar: “És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” 4 Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: 5 cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são curados, surdos ouvem, mortos ressuscitam e aos pobres se anuncia a Boa-Nova. 6 E feliz de quem não se escandaliza a meu respeito!”

João, o Reino e a geração presente

7 Enquanto os enviados se afastavam, Jesus começou a falar às multidões sobre João: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8 Que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Olhai, os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. 9 Que fostes ver então? Um profeta? Sim, eu vos digo, e mais do que profeta. 10 Este é de quem está escrito:
Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho diante de ti’.
11
Em verdade, eu vos digo, entre todos os nascidos de mulher não surgiu quem fosse maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. 12 A partir dos dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e violentos procuram arrebatá-lo. 13 Pois até João foi o tempo das profecias – de todos os Profetas e da Lei. 14 E, se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. 15 Quem tem ouvidos, ouça.
16
Com quem vou comparar esta geração? É parecida com crianças sentadas nas praças, gritando umas para as outras:
17
‘Tocamos flauta para vós, e não dançastes. Entoamos cantos de luto e não chorastes!’
18
Veio João, que não come nem bebe, e di­zem: ‘Tem um demônio’. 19 Veio o Filho do Ho­mem, que come e bebe, e dizem: ‘É um co­milão e beberrão, amigo de publicanos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras”.

A incredulidade das cidades da Galiléia

20 Então Jesus começou a censurar as cidades nas quais tinha sido realizada a maior parte de seus milagres, porque não se converteram. 21 “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Bet­saida! Se em Tiro e Sidônia se tivessem rea­lizado os milagres feitos no meio de vós, há muito tempo teriam demonstrado arrependimento, vestindo-se de saco e cobrindo-se de cinza. 22 Pois bem! Eu vos digo: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura do que vós. 23 E tu, Cafar­naum! Acaso serás elevada até o céu? Até o inferno serás rebaixada! Pois se os milagres realizados no meio de ti se tivessem produzido em Sodoma, ela existiria até hoje! 24 Eu, porém, te digo: no dia do juízo, Sodoma terá uma sentença menos dura do que tu!”

A revelação aos pequenos

25 Naquela ocasião, Jesus pronunciou estas palavras: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. 26 Sim, Pai, assim foi do teu agrado. 27 Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém­ conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
28
Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. 29 Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. 30 Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

Arrancando espigas no sábado

12 1 Naquele tempo, num dia de sábado, Jesus passou pelas plantações de trigo. Seus discípulos estavam com fome e começaram a arrancar espigas para comer. 2 Vendo isso, os fariseus disseram-lhe: “Olha, os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer em dia de sábado!” 3 Jesus respondeu: “Nunca lestes o que fez Davi, quando ele teve fome e seus companheiros também? 4 Ele entrou na casa de Deus e todos comeram os pães da oferenda, que nem a ele, nem aos seus companheiros era permitido comer, mas unicamente aos sacerdotes? 5 Ou nunca lestes na Lei, que em dia de sábado, no templo, os sacerdotes violam o sábado e não são culpados? 6 Ora, eu vos digo: aqui está quem é maior do que o templo. 7 Se tivésseis chega­do a compreender o que significa, ‘Mise­ri­córdia eu quero, não sacrifícios’, não con­denaríeis inocentes. 8 De fato, o Filho do Ho­mem­ é Senhor do sábado”.

A mão seca curada no sábado

9 Prosseguindo dali, Jesus foi à sinagoga de­les. 10 Lá estava um homem com a mão se­ca.­ Eles, então, a fim de acusá-lo, perguntaram a Jesus: “É permitido curar em dia de sá­bado?” 11 Ele lhes disse: “Se alguém de vós pos­sui uma ovelha só e ela cai num poço em dia de sá­bado, não vai apanhá-la, tirando-a de lá? 12 Ora, um ser humano vale muito mais do que uma ovelha. Portanto, em dia de sábado é per­mitido fazer o bem. 13 Disse então ao homem: “Estende a mão!” Ele a estendeu,­ e a mão?fi­cou curada, sadia como a outra. 14 Os fariseus saíram e tomaram a decisão de matar Jesus.

Jesus, o Servo de Deus

15 Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Gran­des multidões o seguiram, e ele curou a todos. 16 Advertiu-os, no entanto, que não dissessem quem ele era. 17 Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Isaías:
18
Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual está meu agrado; farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará às nações o julgamento. 19 Ele não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. 20 Não quebrará o caniço rachado, nem apagará a mecha que ainda fumega, até que faça triunfar o julgamento. 21 Em seu nome as nações depositarão sua esperança”.

Cura do cego e mudo; o pecado contra o Espírito Santo

22 Trouxeram um possesso que era cego e mudo. Jesus o curou, e ele começou a falar e a enxergar. 23 Toda a multidão se espantou e começou a dizer: “Não será este o Filho de Davi?” 24 Os fariseus, ao ouvirem isso, disse­ram: “Ele expulsa os demônios pelo poder de Beelzebu, o chefe dos demônios!”
25
Conhecendo seus pensamentos, Jesus lhes disse: “Todo reino internamente dividido ficará destruído; e toda cidade ou família internamente dividida não se manterá. 26 Por isso, se Satanás expulsa Satanás, está dividido internamente. Como, então, poderá manter-se? 27 E se é pelo poder de Beelzebu que eu expulso­ demônios, pelo poder de quem, então, vossos discípulos os expulsam? Por isso, eles mesmos­ serão vossos juízes. 28 Se expulso, no entanto, pelo Espírito de Deus, é porque já chegou até vós o Reino de Deus.
29
Como pode alguém entrar na casa de um homem forte e saquear os seus bens, sem antes amarrá-lo? Só depois poderá saquear a sua casa. 30 Quem não está comigo, é contra mim; e quem não recolhe comigo, espalha.
31
Por isso, eu vos digo: todo pecado e toda blas­fêmia serão perdoados; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada. 32 Mesmo se alguém falar uma palavra contra­?o Filho do Homem, lhe será perdoada. Mas, se falar contra o Espírito Santo, não será per­doa­do, nem neste mundo, nem no mundo que há de vir.

A árvore e os frutos, o coração e as palavras

33 “Ou a árvore é boa, e o fruto, bom; ou a ár­vore é má, e o fruto, mau. É, portanto, pelo fruto que se conhece a árvore. 34 Víboras que sois! Como podeis falar coisas boas, sendo maus? A boca fala daquilo de que o coração está cheio. 35 Quem é bom faz sair coisas boas de seu tesouro, que é bom. Mas quem é mau faz sair coisas más de seu tesouro, que é mau. 36 Eu vos digo: de toda palavra vã que se pro­ferir há de se prestar conta, no dia do juízo. 37 Por causa das tuas palavras serás considerado justo; e por causa das tuas palavras serás condenado”.

O sinal de Jonas

38 Então, alguns escribas e fariseus disseram a Jesus: “Mestre, queremos ver um sinal da tua parte”. 39 Ele respondeu-lhes: “Uma geração perversa e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas. 40 De fato, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra. 41 No dia do Juízo, os habitantes de Nínive se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão, pois eles mostraram arrependimento com a pregação de Jonas, e aqui está quem é mais do que Jonas. 42 No dia do Juízo, a rainha do Sul se levantará juntamente com esta geração e a condenará; pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui está quem é mais do que Salomão.

A volta do espírito impuro

43 “Quando o Espírito impuro sai de alguém, fica vagando por lugares áridos, à procura de repouso, e não encontra. 44 Então diz: ‘Vou voltar para a minha casa de onde saí’. Quando chega, ele a encontra desocupada, varrida e arrumada. 45 Então, ele vai e toma consigo outros sete espíritos piores do que ele, que entram e se instalam aí. No fim, o estado dessa pessoa fica pior do que antes. Assim acontecerá também a esta geração má”.

A mãe e os irmãos de Jesus

46 Enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47 Alguém lhe disse: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo”. 48 Ele respondeu àquele que lhe falou: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49 E, estendendo a mão para os discípulos, acrescentou: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50 Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.


SERMÃO DAS PARÁBOLAS

O semeador

13 1 Naquele dia, Jesus saiu de casa e sentou-se à beira-mar. 2 Uma grande multidão ajuntou-se em seu redor. Por isso, ele entrou num barco e sentou-se ali, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3 Ele falou-lhes muitas coisas em parábolas, dizendo: “O semeador saiu para semear. 4 Enquanto semea­va, algumas sementes caíram à beira do cami­nho, e os pássaros vieram e as comeram. 5 Ou­tras caíram em terreno cheio de pedras, onde não havia muita terra. Logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6 Mas, quando o sol saiu, ficaram queimadas e, como não tinham raiz, secaram. 7 Outras caíram no meio dos espinhos, que cresceram sufocando as sementes. 8 Outras caíram em terra boa e produziram fruto: uma cem, outra sessenta, outra trinta. 9 Quem tem ouvidos, ouça!”

O porquê das parábolas

10 Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que lhes falas em parábolas?” 11 Ele respondeu: “Porque a vós foi dado co­nhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não. 12 Pois a quem tem será dado ain­da mais, e terá em abundância; mas a quem não tem será tirado até o que tem. 13 Por isto eu lhes falo em parábolas: porque olhando não enxergam e ouvindo não escutam, nem entendem. 14 Deste modo se cumpre ne­les a profecia de Isaías:
Por mais que escuteis, não entendereis, por mais que olheis, nada vereis. 15 Pois o coração deste povo se endureceu, e eles ouviram com o ouvido indisposto. Fecharam os seus olhos, para não verem com os olhos, para não ouvirem com os ouvidos, nem entenderem com o coração, nem se converterem para que eu os pudesse curar’.
16
Felizes são vossos olhos, porque vêem, e vossos ouvidos, porque ouvem! 17 Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram; desejaram ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram.

Explicação da parábola do semeador

18 “Vós, portanto, ouvi o significado da parábola do semeador. 19 A todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração; esse é o grão que foi semeado à beira do caminho. 20 O que foi semeado nas pedras é quem ouve a palavra e logo a recebe com alegria; 21 mas não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando chega tribulação ou perseguição por causa da palavra, ele desiste logo. 22 O que foi semeado no meio dos espinhos é quem ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza su­focam a palavra, e ele fica sem fruto. 23 O que foi semeado em terra boa é quem ouve a palavra e a entende; este produz fruto: um cem, outro sessenta e outro trinta”.

O joio e o trigo

24 Jesus apresentou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como alguém que semeou boa semente no seu campo. 25 Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi embora. 26 Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. 27 Os servos foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não se­measte boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ 28 O dono respondeu: ‘Foi al­gum inimigo que fez isso’. Os servos pergun­taram ao dono: ‘Queres que vamos retirar o joio?’ 29 ‘Não!’, disse ele. ‘Pode acontecer que, ao retirar o joio, arranqueis também o trigo. 30 Deixai crescer um e outro até a colhei­ta. No momento da colheita, direi aos que cor­tam o trigo: retirai primeiro o joio e amar­rai-o em feixes para ser queimado! O trigo, porém, guardai-o no meu celeiro!’”

O grão de mostarda e o fermento

31 Jesus apresentou-lhes outra parábola ainda: “O Reino dos Céus é como um grão de mostarda que alguém pegou e semeou no seu campo. 32 Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior que?as outras hortaliças e torna-se um arbusto, a tal ponto que os pássaros do céu vêm fazer ni­nhos em seus ramos”.
33
E contou-lhes mais uma párabola: “O Rei­no dos Céus é como o fermento que uma mulher pegou e escondeu em três porções de farinha, até que tudo ficasse fermentado”.

As parábolas como cumprimento das Escrituras

34 Jesus falava tudo isso em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar de parábolas, 35 para se cumprir o que foi dito pelo profeta:
“Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo”.

Explicação da parábola do joio

36 Então Jesus deixou as multidões e foi pa­ra casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” 37 Ele respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38 O cam­po é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39 O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os que cortam o trigo são os anjos. 40 Como o joio é retirado e queimado no fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41 o Filho do Homem enviará seus anjos e eles retirarão do seu Reino toda causa de pecado e os que praticam o mal; 42 depois, serão joga­dos na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. 43 Então os justos­ brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.

O tesouro e a pérola

44 “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo. Alguém o encontra, deixa-o lá bem escondido e, cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo.
45
O Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas. 46 Ao encontrar uma de grande valor, ele vai, vende todos os bens e compra aquela pérola.

A rede

47 “O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que pegou peixes de todo tipo. 48 Quando ficou cheia, os pescado­res puxaram a rede para a praia, sentaram-se, recolheram os peixes bons em cestos e jogaram fora os que não prestavam. 49 Assim acontecerá no fim do mundo: os anjos virão para separar os maus dos justos, 50 e lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes.

O escriba instruído no Reino

51 “Entendestes tudo isso?” – “Sim”, responderam eles. 52 Então ele acrescentou: “Assim, pois, todo escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é como um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”.


Pela cruz, À glória.


TREVAS E LUZ AO CONSTITUIR A COMUNIDADE

Jesus em sua própria terra

53 Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali. 54 Ele foi para sua própria cidade e se pôs a ensinar na sinagoga local, de modo que ficaram admirados. Diziam: “De onde lhe vêm essa sabedoria e esses milagres? 55 Não é ele o filho do carpin­teiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56 E suas irmãs não estão todas conos­co? De onde, então, lhe vem tudo isso?” 57 E mostravam-se chocados com ele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é valorizado em sua própria cidade e na sua própria casa!” 58 E não fez ali muitos milagres, por cau­sa da incredulidade deles.

Herodes vê em Jesus João Batista redivivo

14 1 Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do rei Herodes. 2 Ele disse aos seus cortesãos: “É João Batista! Ele ressuscitou dos mortos; por isso, as forças milagrosas atuam nele”.
3
De fato, Herodes tinha mandado prender João, acorrentá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. 4 Pois João vivia dizendo a Herodes: “Não te é permitido viver com ela”. 5 Herodes queria matá-lo, mas ficava com medo do po­vo, que o tinha em conta de profeta. 6 Por oca­sião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes 7 que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. 8 Instigada pela mãe, ela pediu: “Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista.” 9 O rei ficou triste, mas, por causa do juramento e dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela. 10 E mandou cortar a cabeça de João, na prisão. 11 A cabeça foi trazida num prato, entregue à moça, e esta a levou para a sua mãe. 12 Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois vieram contar tudo a Jesus.

Primeira multiplicação dos pães

13 Ao ser informado da morte de João, Jesus partiu dali e foi, de barco, para um lugar deserto, a sós. Quando as multidões o souberam, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14 Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15 Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16 Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Vós mesmos dai-lhes de comer!” 17 Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18 Ele disse: “Tra­zei-os aqui”. 19 E mandou que as multidões se sentassem na relva. Então, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às multidões. 20 Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram recolheram ainda doze cestos cheios. 21 Os que comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

Caminhando sobre as águas

22 Logo em seguida, Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23 Depois de despedi-las, subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e Jesus continuava lá, sozinho.
24
O barco, entretanto, já longe da terra, era atormentado pelas ondas, pois o vento era contrário. 25 Nas últimas horas da noite, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26 Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27 Mas Jesus logo lhes falou: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” 28 Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água.” 29 Ele respondeu: “Vem!” Pedro desceu do barco e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30 Mas, sentindo o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31 Jesus logo estendeu a mão, segurou-o e lhe disse: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” 32 Assim que subiram no barco, o ven­to cessou. 33 Os que estavam no barco ajoelha­ram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”

Curas em Genesaré

34 Após a travessia, aportaram em Genesaré. 35 Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a ele todos os doentes;­ 36 suplicavam que pudessem ao menos tocar a franja de seu manto. E todos os que tocaram­ ficaram curados.

Jesus e as tradições humanas

15 1 Alguns fariseus e escribas vindos de Jerusalém dirigiram-se a Jesus perguntando: 2 ”Por que os teus discípulos desobedecem à tradição dos antigos? Eles não lavam as mãos quando vão comer!” 3 Ele respondeu-lhes: “E vós, por que desobede­ceis aos mandamentos de Deus em nome de vossa tradição? 4 Pois Deus disse: ‘Honra pai e mãe’, e também: ‘Quem insulta pai ou mãe deve morrer’. 5 Vós, porém, ensinais: ‘Quem disser a seu pai ou a sua mãe: a ajuda que po­deríeis receber de mim é para oferenda, 6 esse não precisa honrar pai ou mãe’. Desse modo, anulastes o mandamento de Deus em nome de vossa tradição. 7 Hipócritas! O profeta Isaías profetizou bem a vosso respeito:
8
Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 9 É inútil o culto que me prestam:as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’”.

Puro e impuro

10 Jesus chamou a multidão e disse: “Escutai e compreendei. 11 O que torna alguém impuro não é o que entra pela boca, mas o que sai da boca, isso é que o torna impuro”.
12
Então os discípulos se aproximaram e disseram-lhe: “Sabes que os fariseus ficaram indignados ao ouvir as tuas palavras?” 13 Ele respondeu: “Toda planta que não foi plantada pelo meu Pai celeste será arrancada. 14 Deixai-os! São cegos guiando cegos. Ora, se um cego guia outro cego, os dois caem no buraco”.
15
Pedro tomou a palavra e disse: “Explica-nos esta parábola”. 16 Jesus respondeu: “Também vós ainda não entendeis? 17 Não compreendeis que tudo o que entra pela boca vai ao estômago e depois é evacuado na fossa? 18 Mas o que sai da boca vem do coração, e isso é que torna impuro. 19 É do coração que saem as más intenções: homicídios, adultérios, imoralidade sexual, roubos, falsos testemunhos e calúnias. 20 Isso é que torna alguém impuro. Mas comer sem lavar as mãos não torna ninguém impuro”.

A mulher cananéia

21 Partindo dali, Jesus foi para a região de Tiro e Sidônia. 22 Uma mulher cananéia, vinda daquela região, pôs-se a gritar: “Senhor, filho de Davi, tem compaixão de mim: minha filha é cruelmente atormentada por um demônio!” 23 Ele não lhe respondeu palavra alguma. Seus discípulos aproximaram-se e lhe pediram: “Manda embora essa mulher, pois ela vem gritando atrás de nós”. 24 Ele tomou a palavra: “Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”. 25 Mas a mulher veio prostrar-se diante de Jesus e começou a implorar: “Senhor, socorre-me!” 26 Ele lhe disse: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos”. 27 Ela insistiu: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” 28 Diante disso, Jesus respondeu: “Mulher, grande é tua fé! Como queres, te seja feito!” E a partir daquela hora, sua filha ficou curada.

Curas diversas

29 Partindo dali, Jesus foi para as margens do mar da Galiléia, subiu a montanha e sentou-se. 30 Grandes multidões iam até ele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. Eles os trouxe­ram aos pés de Jesus, e ele os curou. 31 A mul­tidão ficou admirada, quando viu mudos­ falando, aleijados sendo curados, coxos andando e cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel.

Segunda multiplicação dos pães

32 Jesus chamou seus discípulos e disse: “Sinto compaixão dessa multidão. Já faz três dias que estão comigo, e não têm nada para comer. Não quero mandá-los embora sem comer, para que não desfaleçam pelo caminho”. 33 Os discípulos disseram: “De onde vamos conseguir, num lugar deserto, tantos pães que possamos saciar tão grande multidão?” 34 Jesus perguntou: “Quantos pães tendes?” Eles responderam: “Sete, e alguns pei­xinhos”. 35 Jesus mandou que a multidão se sen­tasse pelo chão. 36 Depois tomou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os e os deu­ aos discípulos, e os discípulos os distribuíram às multidões. 37 Todos comeram e fi­caram saciados; e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram. 38 Os que comeram­ foram quatro mil homens, sem contar mulheres e crianças. 39 Tendo despedido as multidões, entrou no barco e foi para a região de Magadã.

Pedido de um sinal

16 1 Os fariseus e os saduceus se aproximaram de Jesus e, para pô-lo à prova, pediram que lhes mostrasse um sinal do céu. 2 Ele respondeu-lhes: “No fim da tarde, dizeis: ‘Vai fazer tempo bom, pois o céu está cor de fogo’, 3 e de madrugada: ‘Hoje teremos tempestade, pois o céu está vermelho escuro’. Sabeis, pois, distinguir muito bem os aspectos do céu; mas não reconheceis os sinais dos tempos! 4 Geração perversa e adúltera! Busca um sinal, mas não lhe será dado sinal algum, a não ser o sinal de Jonas”. E deixando-os de lado, foi embora.

O fermento dos fariseus e saduceus

5 Ao passarem para a outra margem do lago, os discípulos se esqueceram de levar pães. 6 Jesus lhes disse: “Atenção! Cuidado com o fermento dos fariseus e dos saduceus!” 7 Eles, então começaram a discutir entre si e a dizer: “É porque não trouxemos pão”. 8 Percebendo isso, Jesus lhes disse: “Homens de pouca fé! Por que discutis entre vós o fato de não terdes pão? 9 Ainda não entendeis? Não vos recordais dos cinco pães distribuídos a cinco mil homens, e de quantos cestos recolhestes? 10 Nem dos sete pães distribuídos a quatro mil, e de quantos cestos recolhestes? 11 Como não compreendeis que não vos falei por causa de pães? Cuidado com o fermento dos fariseus e dos saduceus!” 12 Só então entenderam que ele mandara tomar cuidado não com o fermento dos pães, mas com a doutrina dos fariseus e dos saduceus.

Profissão de fé de Pedro

13 Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos discípulos: “Quem dizem as pessoas ser o Filho do Homem?” 14 Eles responderam: “Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros ainda, Jeremias ou algum dos profetas”. 15 “E vós”, retomou Jesus, “quem dizeis que eu sou?” 16 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. 17 Jesus então declarou: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne­ e sangue quem te revelou isso, mas o meu?Pai que está no céu. 18 Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão ven­cê-la. 19 Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. 20 Em seguida, recomendou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo.

Primeiro anúncio da Paixão

21 A partir de então, Jesus começou a mostrar aos discípulos que era necessário ele ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar. 22 Então Pedro o chamou de lado e começou a censurá-lo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!” 23 Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse: “Vai para trás de mim, satanás! Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens!”
24
Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. 25 Pois quem quiser salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará. 26 De fato, que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida? Ou que poderá alguém dar em troca da própria vida? 27 Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta. 28 Em verdade, vos digo: alguns dos que estão aqui não provarão a morte sem antes terem visto o Filho do Homem vindo com o seu Reino”.

A transfiguração

17 1 Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os fez subir a um lugar retirado, numa alta montanha. 2 E foi transfigurado diante deles: seu rosto brilhou como o sol e suas roupas ficaram brancas como a luz. 3 Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. 4 Pedro, então, tomou a palavra e lhe dis­se: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se que­res, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias”. 5 Ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa­ os cobriu com sua sombra. E, da nuvem, uma voz dizia: “Este é o meu filho amado, nele está meu pleno agrado: escutai-o!” 6 Ouvin­do­ isto, os discípulos caíram com o rosto em ter­ra e ficaram muito assustados. 7 Jesus se apr­oximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos, não tenhais medo”. 8 Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser Jesus.
9
Ao descerem da montanha, Jesus recomendou-lhes: “Não faleis a ninguém desta visão, até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”.

A volta de Elias

10 Os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os escribas dizem que primeiro deve vir Elias?” 11 Ele respondeu: “Sim, Elias vem; e porá tudo em ordem. 12 E eu vos digo mais: Elias já veio, e não o reconheceram. Pelo contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles.” 13 Então os discípulos compreenderam que ele lhes havia falado de João Batista.

O menino epilético

14 Quando voltaram para junto da multidão, alguém aproximou-se de Jesus, caiu de joelhos e disse: 15 “Senhor, tem compaixão do meu filho. Ele tem crises de epilepsia e passa mal. Muitas vezes cai no fogo ou na água. 16 Levei-o aos teus discípulos, mas eles não conseguiram curá-lo!” 17 Jesus tomou a pa­lavra: “Ó geração sem fé e perversa! Até quando vou ficar convosco? Até quando vou suportar-vos? Trazei aqui o menino”. 18 Então­ Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino, que ficou curado a partir dessa hora. 19 Então, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram em particular: “Por que nós não conseguimos expulsar o demônio?” 20 Ele respondeu: “Por causa da fraqueza de vossa fé! Em verdade vos digo: se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá’, e ela irá. Nada vos será impossível”. [21 ]

Segundo anúncio da Paixão

22 Quando estava reunido com os discípulos na Galiléia, Jesus lhes disse: “O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens, 23 e eles o matarão, mas no terceiro dia ressuscitará”. E os discípulos ficaram extremamente tristes.

O imposto do templo

24 Quando chegaram a Cafarnaum, os que cobravam o imposto do templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: “O vosso mes­tre não paga o imposto do templo?” 25 Pedro respondeu: “Paga, sim!” Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se e perguntou: “Simão, que te parece: os reis da terra cobram impostos ou tributos de quem, do próprio povo ou dos estranhos?” 26 Ele respondeu: “Dos estranhos!” – “Logo o próprio povo está isento”, retrucou Jesus, 27 “mas, para não escandalizar essa gente, vai até o lago, lança o anzol e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda valendo duas vezes o imposto; pega-a e entrega a eles por mim e por ti”.


SERMÃO DA COMUNIDADE

Quem é o maior?

18 1 Naquela hora, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” 2 Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles 3 e disse: “Em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. 4 Quem se faz pequeno como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus. 5 E quem acolher em meu nome uma criança como esta, estará acolhendo a mim mesmo.

Não causar a queda dos pequenos

6 “Quem provocar a queda de um só destes pequenos que crêem em mim, melhor seria que lhe amarrassem ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem no fundo do mar. 7 Ai do mundo por causa dos escândalos. É inevitável, sem dúvida, que eles ocorram, mas ai daquele que os provoca.
8
Se tua mão ou teu pé te leva à queda, corta e joga fora. É melhor entrares na vida tendo só uma das mãos ou dos pés do que, com duas mãos ou dois pés, seres lançado ao fogo eterno. 9 Se teu olho te leva à queda, arranca-o e joga fora. É melhor entrares na vida tendo um olho só do que, com os dois, seres lançado ao fogo do inferno.
10
Cuidado! Não desprezeis um só destes pequenos! Eu vos digo que os seus anjos, no céu, contemplam sem cessar a face do meu Pai que está nos céus. [11 ]

A ovelha perdida

12 “Que vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove nos morros, para ir à procura daquela que se perdeu? 13 E se ele a encontrar, em verdade vos digo, terá mais alegria por esta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. 14 Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos.

A correção fraterna e a oração em comum

15 “Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganho o teu irmão. 16 Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, de modo que toda questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17 Se ele não vos der ouvido, dize-o à igreja. Se nem mesmo à igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano. 18 Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.
19
Eu vos digo mais isto: se dois de vós estiverem de acordo, na terra, sobre qualquer coisa que quiserem pedir, meu Pai que está nos céus o concederá. 20 Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles.”

O perdão. Parábola do servo cruel

21 Pedro dirigiu-se a Jesus perguntando: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22 Jesus respondeu: “Digo-te, não até sete ve­zes, mas até setenta vezes sete vezes.
23
O Reino dos Céus é, portanto, como um rei que resolveu ajustar contas com seus servos. 24 Quando começou o ajuste, trouxeram-lhe um que lhe devia uma fortuna inimaginável. 25 Como o servo não tivesse com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher, os filhos e tudo o que possuía, para pagar a dívida. 26 O servo, porém, prostrou-se diante dele pedindo: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. 27 Diante disso, o senhor teve compaixão, soltou o servo e perdoou-lhe a dívida. 28 Ao sair dali, aquele servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia uma quantia irrisória. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29 O companheiro, caindo aos pés dele, suplicava: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei’. 30 Mas o servo não quis saber. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que estava devendo.
31
Quando viram o que havia acontecido, os outros servos ficaram muito sentidos, procuraram o senhor e lhe contaram tudo. 32 Então o senhor mandou chamar aquele servo e lhe disse: ‘Servo malvado, eu te perdoei toda a tua dívida, porque me suplicaste. 33 Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? 34 O senhor se irritou e mandou entregar aquele servo aos carrascos, até que pagasse toda a sua dívida. 35 É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.


CONTROVÉRSIAS EM JERUSALÉM

Partida para a Judéia


Mateus (CNB) 11