Números (CNB) 16

16 1 Coré filho de Isaar, filho de Caat, filho de Levi, junto com Datã e Abiram filhos de Eliab e com On filho de Felet, que eram filhos de Rúben, 2 revoltaram-se contra Moisés com mais duzentos e cinqüenta israe­litas, todos chefes da comunidade, membros do conselho e pessoas de posição. 3 Amo­ti­naram-se contra Moisés e Aarão e lhes disse­ram: “Basta! Todos os membros da co­mu­ni­dade são consagrados, e o Senhor está no meio deles. Com que direito vos co­locais aci­ma da comunidade do Senhor?”
4
Quando ouviu isso, Moisés prostrou-se por terra. 5 Depois falou a Coré e a todo o ban­do: “Amanhã cedo o Senhor fará saber quem é seu e quem é o consagrado que ele quer perto de si. Fará aproximar-se de si quem ele escolher. 6 Fazei o seguinte: Coré, e vós de seu ban­do, arranjai incensórios, 7 e amanhã deitai neles fogo e incenso, na presença do Senhor. Aquele que o Senhor escolher, esse será o consagrado.­ Que isso vos baste, filhos de Levi!”
8
Moisés disse a Coré: “Escutai, filhos de Levi! 9 Parece-vos pouco que o Deus de Israel­ vos tenha separado da comunidade de Israel pa­ra vos aproximar de si no serviço da mora­da do Senhor e para estardes à disposição?da comunidade e servi-la? 10 Ele te aproximou de si junto com todos os teus irmãos levitas, e agora ambicionais também o sacerdócio? 11 É por isso que tu e teus partidários vos amo­tinais contra o Senhor! Não sabeis quem é Aarão para que murmureis contra ele?”
12
Moisés mandou chamar Datã e Abiram filhos de Eliab. Mas eles responderam: “Não iremos! 13 Não basta nos teres tirado de uma terra onde corre leite e mel para nos fazeres morrer no deserto, e ainda pretendes ser o nos­so chefe? 14 Não nos conduziste a uma terra on­de corre leite e mel, não nos deste em herança nenhum pedaço de terra ou de vinha. Que­res cegar os olhos de todos estes homens? Não vamos subir!” 15 Moisés ficou muito indignado e disse ao Senhor: “Não aceites a oferta deles! Nunca lhes tirei nem sequer um ju­mento e a ninguém prejudiquei”.
16
Depois disse a Coré: “Amanhã comparecei­ diante do Senhor, tu e teus partidários, jun­ta­mente com Aarão. 17 Cada um pegará seu in­censório e porá nele incenso. Depois tu, Aarão e os duzentos e cinqüenta homens vos apro­ximareis do Senhor com os incensórios”. 18 Pegando, pois, cada um seu incensório, puseram nele brasas e incenso e pararam à entrada da Tenda do Encontro. O mesmo fizeram Moisés e Aarão. 19 Coré reuniu em torno deles toda a comunidade na entrada da Tenda do?En­contro. Então a glória do Senhor se manifestou a toda a comunidade.

 O castigo de Datã e Abiram

20 O Senhor disse a Moisés e Aarão: 21 “Afas­tai-vos do meio desse bando, pois num momento vou acabar com eles”. 22 Mas eles se prostraram com o rosto em terra e disseram: “Ó Deus, Deus dos espíritos de todas as criatu­ras!­ Um só homem está pecando e te enfureces­ contra toda a comunidade?”
23
O Senhor respondeu a Moisés: 24 “Fala à comunidade nestes termos: Afastai-vos das proximidades da moradia de Coré, Datã e Abiram”. 25 Moisés dirigiu-se para onde esta­vam Datã e Abiram, seguido dos anciãos de Israel, 26 e avisou a comunidade: “Retirai-vos já das tendas dessa gente má! Não toqueis em nada do que lhes pertence para não serdes var­ridos por causa de seus pecados”. 27 Eles se afastaram das proximidades da moradia de Coré, Datã e Abiram. Datã e Abiram, po­rém, saíram e ficaram à entrada de suas tendas, juntamente com as mulheres, os filhos e as crianças. 28 Disse então Moisés: “Agora ides saber que foi o Senhor quem me enviou­ para fazer tudo o que tenho feito, e que não agi por conta própria. 29 Se estes morrerem de morte natural e tiverem o destino do comum dos mortais, então não foi o Senhor quem me enviou. 30 Mas se o Senhor fizer?algo de inaudito, se a terra abrir as entranhas­ e os tragar com tudo o que lhes pertence, se eles descerem vivos para o Abismo, então sa­bereis que essa gente desprezou o Senhor”.
31
Mal acabou de pronunciar essas palavras, o solo fendeu-se debaixo deles, 32 a terra abriu as entranhas e os tragou com as suas famílias,­ com todos os partidários de Coré e todos os seus pertences. 33 Logo que eles desceram vi­vos para a morada dos mortos com tudo o?que lhes pertencia, a terra os cobriu, e assim eles desapareceram do meio da assembléia. 34 E todos os israelitas que estavam em torno deles­ fugiram ao ouvir o grito deles, e exclamavam: “Que não nos trague a terra a nós também!”
35
Mas um fogo enviado pelo Senhor devorou os duzentos e cinqüenta homens que ofe­reciam incenso.

 Os incensórios

17 1 36O Senhor falou a Moisés: 2 37“Manda Eleazar, filho do sacerdote Aarão, tirar os incensórios do meio do incêndio e espalhar as brasas mais longe, pois estão consagrados. 3 38Quanto aos incensórios dos que pecaram e pagaram o pecado com a vida, man­da reduzi-los a lâminas para revestir o al­tar. Assim os incensórios que foram apresentados diante do Senhor e ficaram consagrados servirão de lembrança para os israeli­tas”. 4 39O sacerdote Eleazar pegou os incen­só­rios de bronze, que os homens que foram queimados tinham apresentado, e mandou re­duzi-los a lâminas para revestir o altar. 5 40As lâminas serviam de advertência aos israelitas­ para que nenhum estranho à descendência de Aarão se aproximasse para oferecer incen­so diante do Senhor e não lhe acontecesse o mesmo que a Coré e seu bando, conforme o Se­nhor tinha predito por meio de Moisés.

 Nova revolta do povo

6 41No dia seguinte, toda a comunidade dos israelitas se pôs a murmurar contra Moisés e Aa­rão, dizendo: “Fostes vós que matastes o po­vo do Senhor”. 7 42Mas quando a comunida­de se amotinou contra Moisés e Aarão e?se?di­rigiu à Tenda do Encontro, a nuvem a envolveu­ e a glória do Senhor apareceu. 8 43Moisés e?Aa­rão vieram para a frente da Tenda do Encontro.­
9
44O Senhor falou a Moisés e Aarão: 10 45“Retirai-vos do meio desta comunidade, para que num instante eu acabe com eles”. Mas eles se prostraram com o rosto em terra.­ 11 46Então Moisés disse a Aarão: “Toma o in­censório, põe nele brasas tiradas do altar, dei­ta o incenso e corre para junto da comunidade a fim de fazer a expiação, pois o Senhor desencadeou seu furor, e a mortandade já co­meçou”. 12 47Aarão pegou o incensório conforme a ordem de Moisés e correu para o meio da multidão. Entrementes a mortandade já tinha começado entre o povo. Mas ele co­locou o incenso e fez a expiação pelo povo, 13 48permanecendo de pé entre os mortos e os vivos até cessar a mortandade. 14 49As vítimas­ daquela mortandade foram catorze mil e se­tecentos, além dos que tinham morrido por causa de Coré. 15 50Terminada a mortandade, Aarão retornou para junto de Moisés à entra­da da Tenda do Encontro.

 Floresce a vara de Aarão

16 17,1O Senhor disse a Moisés: 17 2“Fala aos israelitas e toma de cada casa patriarcal uma vara– doze varas, portanto, uma para cada che­fe de casa patriarcal. Escreve o nome de cada uma sobre a respectiva vara. 18 3Na vara de Levi escreverás o nome de Aarão, pois cada vara representa o chefe da casa patriarcal. 19 4Colocarás as varas na Tenda do Encon­tro, diante da arca da Aliança, lá onde eu me encontro con­vosco. 20 5A vara daquele que eu escolher flo­rescerá. Assim afastarei de mim as murmu­rações que os israelitas fazem contra vós”.
21
6Moisés pediu aos israelitas que os chefes­ lhe entregassem doze varas, uma vara para cada chefe, representando a respectiva casa pa­triarcal. Entre as varas estava a vara de Aa­rão. 22 7Moisés depositou as varas diante do?Se­nhor na Tenda da Aliança. 23 8No dia?se­guinte, ao entrar na Tenda da Aliança, Moisés­ viu que a vara de Aarão, da casa de Levi,?ti­nha produzido brotos e dado flores e amêndoas madu­ras. 24 9Moisés retirou todas as va­ras da presen­ça do Senhor e as trouxe aos is­raelitas. Eles?as viram e cada um pegou a sua.
25
10O Senhor disse a Moisés: “Recoloca a vara de Aarão diante do documento da Aliança, para guardá-la como sinal para esses rebeldes. Assim terminarão as murmurações contra mim, e eles não morrerão”. 26 11Moisés­ fez assim como o Senhor lhe havia ordenado.­

 Deveres dos sacerdotes e levitas

27 12Os israelitas disseram a Moisés: “Estamos morrendo! Estamos perdidos, todos per­didos! 28 13Toda vez que alguém se aproxima da morada do Senhor, morre. Acaso deveremos todos morrer?”

18 1 O Senhor disse para Aarão: “A responsabilidade acerca das faltas cometidas no santuário é confiada a ti, a teus filhos­ e à casa de teu pai , mas apenas tu com teus fi­lhos sereis os responsáveis pelas faltas co­metidas no exercício do sacerdócio. 2 Admite­ perto de ti também teus irmãos da tribo de Levi, tua tribo patriarcal, para que te auxiliem­ e te sirvam quando estiveres junto com teus filhos diante da Tenda da Aliança; 3 eles esta­rão a teu serviço e a serviço da Tenda em?ge­ral. Apenas não poderão aproximar-se dos utensílios do santuário nem do altar. Do con­trá­rio morreriam eles e vós também. 4 Serão teus auxiliares e estarão a serviço da Ten­da do Encontro para qualquer tarefa relacionada com a Tenda. Nenhum que não seja le­vita deverá aproximar-se de vós.
5
Vós cuidareis do serviço do santuário e do altar. Assim a ira não se voltará mais con­tra os israelitas. 6 Fui eu mesmo que escolhi vossos?ir­mãos, os levitas, do meio dos israeli­tas, como um dom de vossa parte ao Senhor, para fazerem o serviço da Tenda do Encontro. 7 Mas tu exer­cerás com teus filhos o sacerdócio, servin­do em tudo o que se refere ao altar e o que está por trás do véu de separa­ção. Confio a vós o?sa­cerdócio como um ser­viço e como um privilégio. O não-levita que se aproximar será morto”.­
8
O Senhor falou a Aarão: “A ti eu confio o cuidado de minhas oferendas em tudo o que se refere às coisas que os israelitas consa­gram. Entrego isto a ti e a teus filhos por di­reito?perpétuo em razão da unção. 9 Eis o que te?ca­be­rá das coisas santíssimas que não são queimadas: qualquer oferenda, oblação, sacrifício­ pelo pecado e sacrifício de expiação que me trou­xerem, são todas coisas san­tíssimas que per­tencem a ti e a teus filhos. 10 Deverás comê-las em lugar santíssimo. Toda pessoa do sexo masculino poderá co­mê-las. Serão para ti coi­sa sagrada.
11
Também será tua a parte reservada de qual­quer dom oferecido pelos israelitas com um gesto. Eu a dou a ti e a teus filhos e filhas­ por direito perpétuo. Poderá comê-la qualquer um de tua casa que estiver puro. 12 Dou-te­ o melhor­ azeite fresco, o melhor vinho e tri­go, os primei­ros frutos oferecidos ao Senhor. 13 Os primeiros­ frutos que trouxerem para o Senhor de qualquer produto da terra se­rão teus. Qualquer um de tua casa, que estiver puro, poderá comê-los. 14 Tudo o que em Israel for consagrado a Deus te pertence. 15 Qualquer criatura viva nas­cida de primeiro parto, tanto de homens como de animais, que vierem oferecer ao Senhor, será tua. Mas os primogênitos dos homens e os primogênitos dos animais impuros deverás resgatar. 16 Efetuarás o resgate deles quando­ tiverem um mês de idade, avaliando-os em cin­co moedas de prata, conforme o peso usado no santuário (que corresponde a dez gramas).
17
Mas não aceitarás resgate pelos primogê­nitos de vacas, ovelhas ou cabras. São consa­grados. Deverás derramar-lhes o sangue sobre o altar e queimar as partes gordas ao fogo como oferta de suave odor ao Senhor. 18 A car­ne, porém, será tua. Igualmente teus serão­ o peito oferecido com um gesto e a coxa di­reita. 19 Todo o tributo das coisas sagradas?que os israelitas oferecem ao Senhor, eu o dou a ti e a teus filhos e filhas por direito perpétuo.­ É uma aliança inviolável, perene, válida diante do Senhor para ti e para tua descendência”.­
20
O Senhor disse a Aarão: “Tu não terás he­rança na terra dos israelitas, nem haverá parte para ti em seu meio. Eu sou tua parte e tua herança no meio deles. 21 Aos levitas dou como herança os dízimos em Israel em tro­ca do serviço que cumprem, o serviço da Tenda do Encontro. 22 Os israelitas já não de­verão aproximar-se da Tenda do Encontro, para não incorrerem em pecado e morrerem. 23 Só os levitas farão o serviço da Tenda do Encontro e só eles serão responsáveis pelas suas faltas. É uma lei perene, válida para vos­sos descendentes. Os levitas não terão heran­ça entre os israelitas, 24 porque lhes dou por herança os dízimos que os israelitas devem entregar ao Senhor. É por isso que lhes digo: não terão herança entre os israelitas”.
25
O Senhor falou a Moisés: 26 “Fala aos le­vitas e dize-lhes: Quando receberdes dos is­raelitas o dízimo, que vos dou como herança,­ descontareis um tributo para o Senhor, correspondente à décima parte do dízimo. 27 Será considerada como vosso tributo, como se fos­se trigo tirado do vosso terreiro ou vinho do vosso tanque de pisar. 28 Dessa forma também vós descontareis o tributo do Senhor de todos os dízimos que receberdes dos israe­litas. Dareis esse tributo do Senhor ao sacer­dote Aarão. 29 De qualquer dom recebido des­contareis o tributo do Senhor, isto é, sempre a melhor parte do que foi consagrado.
30
Dize-lhes também: Uma vez descontada a parte melhor, o dízimo será para os levitas como o produto do terreiro ou o produto do lagar. 31 Podereis comê-lo em qualquer lugar, tanto vós como vossas casas, porque é o sa­lá­rio que recebeis pelo serviço que prestais na Tenda do Encontro. 32 Uma vez descontada­ a parte melhor como tributo, já não incor­re­reis em culpa. Não profaneis o que os israeli­tas consagraram, para não morrerdes”.

 A vaca vermelha e a água lustral

19 1 O Senhor falou a Moisés e Aarão: 2 “Esta é uma disposição da lei que o Senhor prescreve: Dize aos israelitas que pro­videnciem uma vaca vermelha, sem defei­to algum e na qual nunca foi posta a canga. 3 En­tregareis a vaca ao sacerdote Eleazar, que mandará levá-la para fora do acampamento para ser imolada em sua presença. 4 Tomando­ um pouco do sangue com o dedo, o sacerdote­ Eleazar o aspergirá sete vezes na direção da entrada da Tenda do Encontro. 5 Em seguida a vaca será queimada em sua presença. Serão­ queimados o couro, a carne, o sangue e os ex­crementos. 6 Então o sacerdote tomará ma­deira de cedro, hissopo e púrpura e os lançará no meio da fogueira em que arde a vaca. 7 Após lavar as vestes e banhar o corpo em água, o sacerdote retornará ao acampamento, mas ficará impuro até à tarde. 8 Do mesmo­ modo, quem ateou fogo à vaca lavará as ves­tes, banhará o corpo em água e ficará impuro­ até à tarde. 9 Um homem que esteja em estado­ de pureza recolherá as cinzas da vaca e as?de­positará em lugar puro. Serão conservadas pela comunidade dos israelitas para preparar­ a água purificadora. Trata-se de um sacrifício­ pelo pecado. 10 Aquele que recolheu as cinzas­ da vaca lavará as vestes e ficará impuro até à tarde. Isso será lei perpétua para os israeli­tas e para o estrangeiro que vive entre eles.
11
Quem tocar qualquer cadáver humano fi­cará impuro por sete dias. 12 Deverá purificar­-se com esta água no terceiro e no sétimo dia, e ficará puro. Caso não se purificar no tercei­ro e no sétimo dia, não ficará puro.
13
Quem tocar um morto, um cadáver humano, e não se purificar, contaminará a mo­rada do Senhor: deverá ser eliminado de Israel. Visto que não foi derramada sobre ele a água purificadora, está impuro, sua impureza continua.
14
Esta lei diz respeito a alguém que morreu numa tenda: quem entrar na tenda, ou quem nela estiver, ficará impuro durante sete dias, 15 e qualquer vasilha que estiver aberta, sem uma tampa presa por um cordão, ficará impura.
16
Quem, em campo aberto, tocar em alguém que foi morto pela espada ou num morto qual­quer, ou em ossos humanos, ou numa?se­pultura, ficará impuro por sete dias.
17
Para alguém que ficou impuro, recolha-se dentro de um vaso um pouco de cinza da va­ca queimada em sacrifício pelo pecado, e sobre ela se despejará água de fonte. 18 Um homem em estado de pureza pegará um ramo de hissopo e, depois de molhá-lo na água, as­pergirá a tenda, os objetos em geral e as pes­soas que ali estiverem, ou os que tiverem tocado em ossos, em pessoas assassinadas, defuntos ou sepulturas. 19 Uma pessoa em es­tado de pureza aspergirá o que estiver impuro, no terceiro e no sétimo dia. Este último, depois de purificado ao sétimo dia, lavará as vestes, tomará banho e à tarde ficará puro. 20 Mas quem ficou impuro e não se purificar se­ja eli­minado da assembléia, pois torna im­puro o santuário do Senhor. Continua impuro, porque não foi aspergido com água purificadora.­
21
Esta será uma lei perpétua para vós: Quem aspergir a água purificadora lavará as vestes, e quem entrar em contato com esta água ficará impuro até à tarde. 22 Tudo o que uma pessoa impura tocar ficará impuro; e quem a tocar ficará impuro até à tarde”.


De Cades a Moab

 Morte de Maria. As águas de Meriba

20 1 Toda a comunidade dos israelitas chegou ao deserto de Sin no primeiro mês, e o povo permaneceu em Cades. Ali mor­reu Maria e ali mesmo foi sepultada.
2
Como faltou água para a comunidade, esta amotinou-se contra Moisés e Aarão. 3 O povo se pôs a discutir com eles e disse: “Antes?ti­véssemos morrido quando morreram nossos irmãos diante do Senhor! 4 Para que trou­xes­tes a assembléia do Senhor a este deserto? Para morrermos nós e nossos animais? 5 Por que nos fizestes sair do Egito e nos trouxestes a um lugar tão horrível como este, onde não se pode semear, não há figueiras, vinhas, nem romãzeiras, e onde nem sequer água existe para beber?”
6
Retirando-se da assembléia, Moisés e Aarão foram até à entrada da Tenda do En­con­tro e caíram com o rosto em terra. Então a gló­ria do Senhor lhes apareceu. 7 O Senhor fa­lou, então, a Moisés: 8 “Toma tua vara e?jun­to com teu irmão Aarão e reúne a comunida­de. Na presença deles falai à pedra­ para ela dar água. Farás jorrar água da pedra e darás de beber à comunidade e aos animais”. 9 Moisés tomou a vara que estava diante do Senhor, como lhe fora ordenado. 10 Depois Moisés e Aarão reuniram a assembléia diante do roche­do, e Moisés lhes disse: “Ou­vi, rebeldes! Po­deremos acaso desta pedra fazer jorrar água para vós?” 11 E levantando a mão, Moisés gol­peou duas vezes a rocha com a vara, e jorrou água em abundância, de modo que a comuni­dade e os animais puderam beber.12 Mas o Se­nhor disse a Moisés e Aarão: “Visto que não acreditastes em mim para manifestar a minha santidade aos olhos dos israelitas, não introduzireis esta assembléia na terra que lhe vou dar”.
13
São essas as águas de Meriba, onde os israelitas discutiram com o Senhor que lhes manifestou sua santidade.

 Edom nega passagem a Israel

14 De Cades, Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom para dizer-lhe: “Assim diz teu irmão Israel: Tu bem sabes por quantas dificuldades temos passado. 15 Nossos antepassados desceram ao Egito, e nós moramos ali por muito tempo. Mas os egípcios nos maltrataram a nós e a nossos pais. 16 Clamamos, então, ao Senhor, que ouviu o nosso clamor e enviou um anjo que nos libertou do Egito. E aqui estamos nós em Cades, cidade situada nos limites do teu território. 17 Deixa-nos atravessar tua terra. Não vamos atravessar campos nem vinhas, nem vamos beber água dos poços. Seguiremos pela estrada real, sem nos desviarmos nem para a direita nem para a esquerda, até termos atravessado o território”. 18 O rei de Edom respondeu: “Não passarás por meu território. Do contrário vou enfrentar-te de armas em punho”. 19 Os israelitas disseram: “Queremos apenas subir pela estrada principal. Pagarei a água que eu e meus rebanhos por acaso bebermos, sem problema. Queremos simplesmente passar a pé”. 20 Mas Edom respondeu: “De modo algum passarás!” E Edom saiu ao encontro de Israel com muita gente fortemente armada. 21 Como Edom se negasse a dar passagem pelo seu território, Israel desviou-se dele.

 Morte de Aarão

22 Então, levantando acampamento de Cades, a comunidade inteira dos israelitas chegou ao monte Hor. 23 O Senhor falou a Moisés e Aarão no monte Hor, na fronteira do território de Edom, dizendo: 24 “Aarão vai reunir-se a seu povo; não entrará na terra que dou aos israelitas, porque fostes rebeldes à minha ordem nas águas de Meriba. 25 Toma Aarão e o seu filho Eleazar e faze-os subir ao monte Hor. 26 Despoja Aarão das vestes e reveste com elas o filho Eleazar, porque ali Aarão se reunirá aos seus e morrerá”. 27 Moisés fez como o Senhor ordenou, e à vista de toda a comunidade subiram ao monte Hor. 28 Moisés despojou Aarão das vestes e revestiu com elas o filho Eleazar. E ali no alto do monte Aarão morreu. Quando Moisés e Eleazar desceram do monte, 29 a comunidade toda se deu conta de que Aarão tinha morrido, e durante trinta dias toda a casa de Israel o chorou.

 Vitória sobre Arad

21 1 Ao saber que Israel vinha pelo caminho de Atarim, o rei cananeu de Arad, que habitava a região do deserto do Negueb, atacou Israel e fez alguns prisioneiros. 2 Israel fez então um voto ao Senhor, dizendo: “Se entregares esse povo em minhas mãos, votarei suas cidades ao interdito”. 3 O Senhor ouviu a voz de Israel e lhe entregou os ca­na­neus. Israel os votou ao interdito junto com as cidades. E deu àquele lugar o nome de Horma, \Interdito.

 A serpente de bronze

4 Os israelitas partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem a terra de Edom. Durante a viagem o povo começou a impacientar-se 5 e se pôs a protestar contra Deus e contra Moisés, dizendo : “Por que nos fizestes sair do Egito? Para morrermos no deserto? Não há comida nem água, e já estamos com nojo desse alimento miserável”.
6
Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que os picavam, e muita gente de Israel morreu. 7 O povo dirigiu-se a Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo, 8 e o Senhor lhe respondeu: “Faze uma serpente venenosa e coloca-a sobre uma haste. Aquele que for mordido, mas olhar para ela ficará com vida”. 9 Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a sobre um poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, ficava curado.

 Vitória sobre Seon e Og

10 Os israelitas partiram e acamparam em Obot. 11 Depois partiram de Obot e acamparam junto às ruínas de Abarim, no deserto defronte de Moab, do lado oriental. 12 Partiram dali e acamparam junto à torrente de Zared. 13 Partindo dali, acamparam na outra margem do Arnon, que se encontra no deser­to que começa no território dos amorreus. Pois o Arnon serve de fronteira entre Moab?e os amorreus. 14 Por isso se dizia no livro das Guerras do Senhor:
“Vaeb em Sufa e as torrentes,
o Arnon 15 e a encosta das torrentes,
que se estende para a região de Ar
e se apóia no território de Moab”.
16
Dali foram até Beer, o Poço. Foi a esse poço que o Senhor se referia quando disse a Moisés: “Reúne o povo, e eu lhe darei água”. 17 Foi então que Israel cantou este cântico:
“Jorra, ó poço! Cantai-lhe!
18
Poço cavado pelos príncipes,
aberto pelos nobres do povo
com seus cetros e bastões”.
Do deserto foram para Matana, \Graciosa, 19
de Matana para Naaliel, \Rio de Deus, de Naaliel para Bamot, \Alturas, 20 de Bamot para o vale no campo de Moab, junto ao promontório do monte Fasga, \a Espreita, que olha sobre o deserto.
21
Israel enviou então mensageiros a Seon, rei dos amorreus, para lhe dizer: 22 “Deixa-nos­ atravessar tua terra. Não nos desviaremos­ nem para os campos nem para as vinhas, nem beberemos a água dos poços. Seguiremos pe­la estrada real, até termos atravessado teu ter­ri­tório”. 23 Seon não deu licença para Israel­ pas­sar pelo seu território. Ao contrário, reuniu to­da a sua gente e saiu ao encontro de Is­rael?no deserto. Chegando a Jasa, travou ba­talha com Israel. 24 Mas Israel o derrotou a fio de espada e apoderou-se da terra, desde o rio Arnon até o rio Jaboc, isto é, até o terri­tório dos amonitas, cuja fronteira estava for­ti­ficada. 25 Israel tomou todas essas cidades e se estabeleceu nas cidades dos amorreus, em Hesebon e nos povoados que lhe pertenciam. 26 Hesebon era a residência de Seon,?rei dos amorreus, que estivera em guerra contra o precedente rei de Moab, de quem havia tomado a terra até o Arnon. 27 Por isso os poe­tas dizem:
“Ide a Hesebon!
Reconstruí e restabelecei a cidade de Seon.
28
Porque saiu um fogo de Hesebon,
labaredas da cidade de Seon,
que devoraram a cidade de Ar, em Moab
e consumiram as alturas do Arnon.
29
Ai de ti, Moab!
Estás perdido, povo de Camos.
Ele reduziu seus filhos a fugitivos,
e suas filhas a cativas de guerra
de Seon, rei dos amorreus.
30
Estão sem descendentes desde Hesebon
até Dibon,
sem mulheres até Nofa, até Mádaba”.
31
Assim Israel se instalou na terra dos amor­reus. 32 Moisés mandou espionar Jazer, de mo­do que os israelitas a conquistaram, juntamente com os povoados dependentes, expulsando os amorreus que ali viviam.
33
Depois, mudando de rumo, subiram pelo caminho de Basã. Og, rei de Basã, saiu-lhes ao encontro com toda a sua gente, para travar­ batalha em Edrai. 34 O Senhor disse a Moisés:­ “Não tenhais receio a respeito dele, eu o en­treguei em teu poder, com todo o seu povo e sua terra. Farás com ele o mesmo que fizeste­ com Seon, rei dos amorreus, que residia em Hesebon”. 35 Os israelitas o derrotaram a ele, a seus filhos e a todo o povo, sem lhe deixarem um único sobrevivente, e apoderaram-se de sua terra.


Nas planícies de Moab

 Balaão

22 1 Os israelitas partiram e acamparam nas planícies de Moab, do outro lado do Jordão, na altura de Jericó. 2 Balac filho de Sefor soube de tudo o que Israel tinha feito aos amorreus. 3 Moab ficou com muito medo de um povo tão numeroso e entrou em pânico diante dos israelitas, 4 e disse aos anciãos dos madianitas: “Esta horda vai agora devorar os arredores, como um boi devora o capim”.
Balac filho de Sefor era então o rei de Moab. 5
Ele enviou mensageiros a Balaão filho de Beor, em Petor, junto do rio, na terra dos amo­nitas, para que o chamassem, dizendo: “Acaba de sair do Egito um povo que cobre a super­fície da terra, e veio morar perto de mim. 6 Pe­ço-te, portanto, que venhas amaldiçoá-lo para mim, pois é um povo mais forte do que eu. Talvez assim consiga derrotá-lo e expulsá-lo do país. Pois eu sei que fica abençoado quem abençoas, e amaldiçoado quem amaldiçoas”. 7 Os anciãos de Moab e os de Madiã, levando consigo o pagamento do adivinho, foram até Balaão e lhe transmitiram as palavras de Balac. 8 Ele lhes disse: “Passai a noite aqui, e vos darei a resposta de acordo com o que o Se­nhor me falar”. Os chefes moabitas ficaram com Balaão.
9
Deus veio ao encontro de Balaão e pergun­tou: “Quem são esses homens que estão conti­go?” 10 Balaão respondeu a Deus: “Foi Ba­lac filho de Sefor, rei de Moab, que os enviou a mim, dizendo: 11 O povo que saiu do Egito já cobre a superfície da terra. Vem, pois, e escon­jura-o para mim. Assim talvez eu possa com­batê-lo e expulsá-lo”. 12 Deus disse a Balaão: “Não vás com eles nem amaldiçoes esse povo, pois é abençoado”.
13
De manhã, ao se levantar, Balaão disse aos chefes de Balac: “Voltai para a vossa ter­ra, pois o Senhor não me deixa ir convosco”.­ 14 Levantando-se os chefes de Moab voltaram­ a Balac e disseram: “Balaão nega-se a nos acompanhar”.
15
Balac tornou a enviar outros chefes, mais numerosos e mais importantes do que os pri­meiros. 16 Chegando a Balaão, disseram-lhe: “Assim diz Balac filho de Sefor: Não te recu­ses a vir ter comigo. 17 Eu te pagarei generosamente e farei tudo o que me pedires. Vem, pois, esconjura-me esse povo”.
18
Balaão respondeu aos ministros de Balac: “Ainda que Balac me desse o seu palácio cheio de prata e ouro, eu não poderia transgredir as ordens do Senhor meu Deus, fazen­do qualquer coisa por mínima que seja. 19 Assim sendo, ficai aqui também vós esta noite, para que eu saiba o que o Senhor tem a me dizer de novo”. 20 Durante a noite, Deus veio encontrar Balaão e lhe disse: “Já que es­ses homens vieram para te chamar, levanta-te e vai com eles. Entretanto, só poderás fazer o que eu te disser”. 21 Na manhã seguinte, Balaão levantou-se, encilhou a mula e acompa­nhou os chefes moabitas.

 O recado da mula

22 Ora, Deus inflamou-se de ira pelo fato de ele ter partido. O anjo do Senhor postou-se no caminho para lhe barrar a passagem a Ba­laão, que ia montado na mula, acompanhado de dois criados. 23 Ao ver o anjo do?Se­nhor?pa­rado no caminho, com a espada desembainha­da na mão, a mula desviou-se do caminho e começou a andar pelo campo. Ba­laão se pôs a espancar a mula para reconduzi-la ao caminho. 24 Então o anjo colocou-se nu­ma trilha?en­tre as vinhas, ladeada de ambos os lados por um muro. 25 Ao ver o anjo do Senhor, a mula encostou-se contra uma das pa­redes. Como ela apertasse a perna de Ba­laão contra a pare­de, ele começou a surrá-la de novo. 26 O anjo?do Senhor tornou a passar na frente e postou-se num lugar bem estreito,­ que não dava passagem nem pela direita nem pela esquerda. 27 Ao ver o anjo do Senhor a mula empacou. Balaão, enfurecido, bateu na mu­la com uma vara.
28
Então o Senhor abriu a boca da mula, e ela disse a Balaão: “Que te fiz eu, para me es­pancares já pela terceira vez?” 29 Balaão res­pondeu à mula: “Porque me estás provocando! Se tivesse uma faca na mão, agora mesmo te mataria”. 30 E a mula respondeu a Balaão: “Não sou eu a tua mula que até hoje sempre montaste? Será que costumo agir assim contigo?” – “Não”, respondeu ele.
31
Então o Senhor abriu os olhos de Balaão,­ e ele viu o anjo do Senhor parado no caminho, com a espada desembainhada na mão. Ba­laão ajoelhou-se e prostrou-se por terra. 32 O anjo do Senhor lhe disse: “Por que já?por três vezes espancaste a mula? Fui eu que saí para te barrar a passagem, pois o caminho que segues me parece perigoso. 33 A mula me viu e já por três vezes se desviou de mim. Se ela não se tivesse esquivado de mim, certamente eu te haveria matado, e ela ficaria viva”. 34 Então Balaão disse ao anjo do Senhor:­ “Pequei, sem saber que eras tu que estavas no caminho à minha espera. Mas agora, se is­so te desagrada, voltarei para casa”. 35 O anjo do Senhor respondeu a Balaão: “Vai com esses homens! Mas poderás dizer somente o que eu te disser”. E Balaão acompa­nhou os chefes de Balac.
36
Balac soube da chegada de Balaão e saiu-lhe ao encontro até Ar Moab, junto à frontei­ra do Arnon, nos confins do território. 37 Balac disse a Balaão: “Não te enviei mensageiros para te chamar? Por que não vieste? Será verdade que não sou capaz de pagar-te devidamente?” 38 Balaão respondeu a Balac: “Co­mo vês, eu vim para junto de ti. E agora,?serei eu capaz de dizer alguma coisa? Só poderei dizer o que o Senhor me puser na boca”.
39
Balaão acompanhou Balac até chegarem a Cariat-Husot. 40 Balac sacrificou bois e ove­lhas e mandou servir porções a Balaão e aos chefes que o acompanhavam.

 Primeiro oráculo de Balaão

41 Na manhã seguinte Balac tomou consigo­ Balaão e o fez subir a Bamot-Baal, de onde ele podia ver uma pequena parte do povo \de Israel.

23 1 Balaão disse a Balac: “Constrói-me aqui sete altares e prepara-me sete touros e sete carneiros”. 2 Balac fez o que Balaão pediu, e juntos imolaram um touro e um carneiro em cada um dos altares. 3 Depois Balaão disse a Balac: “Fica junto dos holocaustos, enquanto eu vou ver se o Senhor vem encontrar-me. Vou contar-te o que ele me revelar”. E afastou-se para uma colina sem vegetação. 4 Deus veio ao encontro de Balaão, que lhe disse: “Preparei os sete altares, e em cada um deles ofereci um touro e um carneiro”. 5 Então o Senhor pôs as palavras na boca de Balaão e disse: “Volta a Balac e assim falarás”. 6 Voltando, viu Balac parado junto aos holocaustos, com os chefes de Moab. 7 Então proferiu seu poema e disse:
“De Aram me fez vir Balac,
dos montes do Oriente o rei de Moab:
‘Vem e amaldiçoa-me Jacó,
vem e roga pragas a Israel’.
8
Como esconjurar a quem Deus não
esconjura?
Como rogar pragas a quem o Senhor
não maldiz?
9
Sim, do alto dos rochedos o vejo,
das alturas o contemplo:
É um povo que mora isolado,
que não se conta entre as nações.
10
Quem pode calcular o pó de Jacó?
contar a quarta parte de Israel?
Possa eu ter a morte dos justos,
e o meu fim ser semelhante ao deles”.
11
Balac disse a Balaão: “O que me estás fa­zendo? Foi para amaldiçoar meus inimigos que eu te trouxe, e tu os abençoaste!” 12 E ele res­pondeu: “Não devo ter o cuidado de profe­rir o que o Senhor me põe na boca?”

 Segundo oráculo de Balaão

13 Balac lhe disse: “Vem comigo para outro lugar, de onde possas ver o povo. De onde?es­tás, só enxergaste uma extremidade dele, não pudeste vê-lo todo. Amaldiçoa-o para mim a partir de lá”.
14
Balac o levou ao campo das Sentinelas, ao cume do monte Fasga, \a Espreita.Depois­ de construir sete altares e de imolar em cada altar um touro e um carneiro, 15 Balaão disse a Balac: “Fica aqui junto dos holocaustos, en­quanto eu vou lá encontrar-me com o Senhor”. 16 O Senhor veio encontrar-se com Ba­laão, pôs-lhe na boca as palavras e disse: “Volta a Balac e assim falarás”. 17 Ele voltou e viu que Balac estava parado junto aos holocaustos, com os chefes moabitas. Balac perguntou-lhe: “O que disse o Senhor?” 18 Então ele proferiu o seu poema e disse:
“Levanta-te, Balac, e ouve!
Presta-me atenção, filho de Sefor:
19
Deus não é homem para que minta,
nem criatura humana para que se
arrependa.
Diz alguma coisa e não a faz,
promete algo e não o cumpre?
20
Recebi ordem de abençoar:
Ele abençoou e não voltarei atrás.
21
Não se prevêem males contra Jacó,
nem sofrimentos contra Israel.
O Senhor seu Deus está com ele,
no meio dele ressoa a aclamação do rei.
22
O Deus que o tirou do Egito
tem a força de um búfalo.
23
Não há presságio em Jacó,
nem adivinhação em Israel.
A seu tempo se dirá a Jacó
e a Israel o que Deus vai fazer.
24
Eis um povo que se levanta como leoa,
e se ergue como leão:
Não se deitará sem ter devorado a presa,
sem ter bebido o sangue das vítimas”.

 Terceiro oráculo de Balaão

25 Balac disse a Balaão: “Se não podes amaldiçoar esse povo, ao menos não o abençoes”. 26 Balaão respondeu: “Já não te disse que faria tudo o que o Senhor me dissesse?”
27
Então Balac disse a Balaão: “Vem, que eu te levarei a outro lugar. Talvez seja do agrado de Deus que o amaldiçoes dali”. 28 E levou Ba­laão ao cume do monte Fegor, que domina­ o deserto. 29 Balaão disse a Balac: “Constrói-me aqui sete altares e prepara-me sete touros­ e sete carneiros”. 30 Balac fez conforme Balaão pediu e ofereceu um touro e um carneiro­ em cada altar.


Números (CNB) 16