Salmos (CNB) 46

 Deus protege a cidade

46 (45) 1 [Ao maestro do coro. Cântico dos filhos de Coré. Para soprano.]
2
(1&)Deus é para nós refúgio e força,
defensor poderoso no perigo.
3
Por isso não temos medo se a terra treme,
se os montes desmoronam no fundo do
mar.
4
Que se agitem espumando as suas águas,
tremam os montes pelo seu furor.
5
    §Um rio com seus canais
alegra a cidade de Deus, a santa morada
do Altissimo.
6
Nela Deus está: não poderá vacilar,
Deus vai socorrê-la, antes que amanheça.
7
As nações se amotinaram, os reinos se
abalaram;
ele trovejou, a terra se dissolve.
8
    §O Senhor dos exércitos está conosco,
nosso refúgio é o Deus de Jacó.
9
Vinde e vede as obras do Senhor,
ele fez prodígios sobre a terra.
10
Acabará com as guerras até nos confins
da terra,
quebrará os arcos e partirá as lanças,
queimará no fogo os carros de guerra.
11
“Parai! Sabei que eu sou Deus,
excelso entre as nações, excelso sobre
a terra.”
12
§O Senhor dos Exércitos está conosco,
nosso refúgio é o Deus de Jacó.

 Deus reina sobre os povos

47 (46) 1 [Ao maestro do coro. Salmo dos filhos de Coré.]
2
1&Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com vozes alegres.
3
Porque terrível é o Senhor, o Altíssimo,
grande rei sobre a terra inteira.
4
    §Ele sujeitou a nós os povos,
pôs as nações sob nossos pés.
5
Escolheu para nós a nossa herança,
orgulho de Jacó, seu predileto.
6
Deus subiu por entre aclamações
o Senhor ao som da trombeta.
7
    §Cantai hinos a Deus, cantai hinos;
cantai hinos ao nosso rei, cantai hinos;
8
porque Deus é rei de toda a terra,
cantai hinos com arte.
9
    §Deus reina sobre os povos,
Deus sentou-se no seu trono santo.
10
Os chefes dos povos se reuniram
com o povo do Deus de Abraão,
porque a Deus pertencem os que
governam a terra:
é ele o Altíssimo.

 Deus é nossa fortaleza

48 (47) 1 [Cântico. Salmo dos filhos de Coré.]
2
1&Grande é o Senhor e digno de todo
louvor
na cidade do nosso Deus.
O seu monte santo, que se eleva na sua
beleza,
3
é a alegria de toda a terra.
O monte Sião, no extremo norte,
é a cidade do grande rei.
4
Deus nos seus palácios
apareceu como fortaleza invencível.
5
    §Eis que os reis se aliaram,
juntos avançaram.
6
Mas logo que viram,
atônitos e cheios de pânico, fugiram.
7
Lá o terror os dominou,
dores como de quem dá à luz;
8
semelhante ao vento oriental
que destrói os navios de Társis.
9
    §Como ouvíramos, assim vimos
na cidade do Senhor dos exércitos,
na cidade do nosso Deus;
Deus fundou-a para sempre.
10
Recordamos, ó Deus, o teu amor
no interior do teu templo.
11
Como o teu nome, ó Deus,
assim teu louvor se estende até os
confins da terra;
está cheia de justiça a tua mão direita.
12
Alegre-se o monte de Sião,
exultem as cidades de Judá por causa dos
teus julgamentos.
13
§Rodeai Sião, girai em torno dela,
contai suas torres.
14
Contemplai suas muralhas,
passai em revista suas fortalezas,
para narrar às gerações futuras:
15
Este é Deus, nosso Deus,
para todo sempre:
é ele que nos guia.

 Deus é minha riqueza

49 (48) 1 [Ao maestro do coro. Salmo dos filhos de Coré.]
2
1&Ouvi isto, povos todos,
prestai ouvidos, habitantes do mundo,
3
nobres e gente simples,
ricos e pobres igualmente.
4
    §Minha boca fala a sabedoria,
meu coração medita a inteligência;
5
darei ouvidos a um provérbio,
na cítara explicarei o meu enigma.
6
    §Por que ter medo nos dias tristes,
quando me rodeia a maldade dos maus?
7
Eles confiam na sua força
e se orgulham da sua grande riqueza.
8
    §Ninguém pode resgatar a si mesmo,
ou dar a Deus o seu preço.
9
Por mais que se pague o resgate de uma vida,
jamais poderá bastar
10
para viver sem fim e não ver o túmulo.
11
Verá morrer os sábios;
o louco e o insensato morrerão juntos,
deixando a outros suas riquezas.
12
§O sepulcro será sua casa para sempre,
sua morada por todas as gerações,
no entanto deram seu nome à terra.
13
Mas o homem na prosperidade não
compreende,
é como os animais que perecem.
14
§Esta é a sorte de quem confia em si
mesmo,
o futuro de quem se compraz nas suas
palavras.
15
Como ovelhas, são levados ao lugar
dos mortos,
a morte será o seu pastor;
descerão empurrados ao sepulcro,
todo seu orgulho vai acabar,
a mansão dos mortos será sua morada.
16
§Mas Deus vai resgatar-me,
vai livrar-me do poder do Abismo.
17
Não te preocupes se vires alguém
enriquecer-se
e se aumenta a glória da sua casa.
18
Quando morrer, nada leva consigo,
nem desce com ele a sua glória.
19
§Na sua vida se dizia felizardo:
“Vão te louvar, teus negócios vão bem”.
20
Mas vai juntar-se à geração de seus pais
que nunca mais verão a luz.
21
§O homem na prosperidade não
compreende,
é como os animais que perecem.

 Aceita, Senhor, nossa oferta!

50(49) 1 [Salmo de Asaf.]
Fala o Senhor, o Deus dos deuses,
ele convoca a terra do nascer ao pôr-do-sol.
2
De Sião, beleza perfeita, Deus brilha,
3
chega o nosso Deus e não se calará.
Diante dele há um fogo devorador,
e ao seu redor, tempestade furiosa.
4
    §Chama do alto os céus e a terra,
pois vai julgar seu povo:
5
“Congregai à minha frente meus fiéis,
que celebraram comigo a aliança no
sacrifício!”
6
E os céus anunciam a sua justiça,
pois Deus vai julgar.
7
    §“Ouve, meu povo, deixa-me falar,
Israel, vou testemunhar contra ti:
Eu sou Deus, o teu Deus.
8
Não vou censurar-te por teus sacrifícios,
pois teus holocaustos estão sempre à
minha frente.
9
Não aceito bezerros de tua casa
nem cabritos de teus rebanhos.
10
    §Pois são minhas todas as feras da floresta,
e também os animais dos montes, aos
milhares;
11
conheço todas as aves do céu
e possuo tudo o que se move nos campos.
12
Se eu tivesse fome, não iria falar contigo,
pois é meu todo o universo e o que
nele existe.
13
§Por acaso comerei carne de touros
ou beberei sangue de cabritos?
14
Oferece a Deus o sacrifício de louvor
e cumpre tuas promessas ao Altíssimo.
15
Invoca-me no dia da angústia,
e eu te livrarei e tu me honrarás”.
16
§Porém ao ímpio Deus diz:
“Por que te preocupas em repetir meus
preceitos
e recitar minha aliança com a boca,
17
sendo que odeias a disciplina
e desprezas minhas palavras?
18
§Quando vês um ladrão, andas com ele,
e tomas parte com os adúlteros.
19
Abres a boca para o mal,
e tua língua trama a falsidade.
20
§Sentado falas contra o teu irmão,
cobres de calúnia o filho de tua mãe.
21
É isto que fizeste, e eu me calaria?
Pensas que eu sou como tu?
Eu te acuso e te lanço tudo em face.
22
§Compreendei isto, vós que vos
esqueceis de Deus!
para que eu não vos castigue, sem que
ninguém vos possa livrar!
23
Quem me oferece o sacrifício de louvor,
me honra,
e a quem caminha retamente farei
experimentar a salvação de Deus”.

 Senhor, misericórdia!

51(50) 1 [Ao maestro do coro. Salmo de Davi.
2
Quando o profeta Natã veio ao seu encontro, depois do adultério com Betsabéia.]
3
    1&Ó Deus, tem piedade de mim, conforme a tua misericórdia;
no teu grande amor cancela o meu pecado.
4
Lava-me de toda a minha culpa,
e purifica-me de meu pecado.
5
    §Reconheço a minha iniqüidade
e meu pecado está sempre diante de mim.
6
    §Contra ti, só contra ti eu pequei,
eu fiz o que é mal a teus olhos;
por isso és justo quando falas,
reto no teu julgamento.
7
    §Eis que na culpa fui gerado,
no pecado minha mãe me concebeu.
8
Mas tu queres a sinceridade do coração
e no íntimo me ensinas a sabedoria.
9
        §Purifica-me com o hissopo e ficarei puro;
lava-me e ficarei mais branco que a neve.
10
Faze-me ouvir alegria e júbilo,
exultem os ossos que tu quebraste.
11
§Afasta o olhar dos meus pecados,
cancela todas as minhas culpas.
12
Cria em mim, ó Deus, um coração puro,
renova em mim um espírito resoluto.
13
§Não me rejeites da tua presença
e não me prives do teu santo espírito.
14
Devolve-me a alegria de ser salvo,
que me sustente um ânimo generoso.
15
§Quero ensinar teus caminhos aos que erram
e a ti voltarão os pecadores.
16
Livra-me do sangue, ó Deus, Deus meu
salvador
e minha língua celebrará tua justiça.
17
§Senhor, abre meus lábios
e minha boca proclame o teu louvor.
18
Pois não te agrada o sacrifício
e, se ofereço holocaustos, não os aceitas.
19
Sacrifício para Deus é um espírito contrito;
não desprezas, ó Deus, um coração
contrito e humilhado.
20
§No teu amor sê propício a Sião,
reconstrói os muros de Jerusalém.
21
Então vão te agradar os sacrifícios
prescritos,
o holocausto e a inteira oblação;
então imolarão vítimas sobre o teu altar.

 Refugiei-me no amor de Deus 

52(51) 1 [Ao maestro do coro. Poema de Davi.
2
2 Quando Doeg, o edomita, veio avisar a Saul, dizendo: “Davi entrou na casa de Abimelec”.]
3
    1& Por que te glorias do mal,
ó poderoso na tua malícia?
4
    §O dia todo planejas ciladas;
tua língua é uma navalha afiada,
uma fábrica de fraudes.
5
Preferes o mal ao bem,
a mentira à sinceridade;
6
gostas de palavras perniciosas,
ó língua enganadora.
7
    §Mas Deus te abaterá para sempre,
te destruirá, te expulsará da tenda
e te extirpará da terra dos vivos.
8
Os justos verão e temerão,
e rirão dele dizendo:
9
“Eis o homem que não punha em Deus
o seu refúgio,
mas confiava na sua grande riqueza
e se tornava forte com seus crimes”.
10
§Eu, porém, sou como uma oliveira
verdejante na casa de Deus;
refugiei-me no amor de Deus para
sempre e eternamente.
11
Para sempre vou te louvar pelo que fizeste
e diante dos teus fiéis vou proclamar a
bondade do teu nome.

 Deus vela por nós

53(52) 1 [Ao maestro do coro. Conforme a melodia “Mahalot”. Poema de Davi.]
2
O insensato pensa: “Deus não existe”.
São corruptos, fazem coisas abomináveis:
não há quem faça o bem.
3
Do céu Deus se inclina sobre os homens
para ver se existe um sábio,
se há um que procure a Deus.
4
        §Todos se extraviaram, são todos corruptos;
ninguém mais faz o bem, nem um sequer.
5
Não entendem nada todos os malfeitores,
que devoram meu povo como se fosse pão?
§Não invocam a Deus:
6
tremeram de pavor lá onde não havia o
que temer.
Deus dispersou os ossos dos que te sitiam,
ficaram confusos porque Deus os rejeitou.
7
        §Quem mandará de Sião a salvação de Israel?
Quando o Senhor fizer voltar os
exilados do seu povo,
exultará Jacó e Israel se alegrará.

 Deus virá em meu auxílio

54(53) 1 [Ao maestro do coro. Com instrumentos de corda. Poema de Davi. 2 Quando os zifeus vieram dizer a Saul: “Por acaso Davi não está escondido entre nós?”]
3
    1&Deus, pelo teu nome, salva-me,
pelo teu poder faze-me justiça;
4
Deus, ouve a minha oração,
presta ouvidos às palavras da minha boca.
5
        §Pois levantaram-se contra mim os arrogantes
e os violentos espreitam a minha vida,
sem se importar com Deus.
6
Eis que Deus virá em meu auxílio,
o Senhor sustenta a minha vida.
7
    §Volta o mal sobre meus adversários,
aniquila-os na tua fidelidade.
8
De todo coração vou te oferecer um
sacrifício,
o sacrifício de louvor a teu nome,
Senhor, porque és bom;
9
porque de toda angústia me livraste
e permitiste a meu olhar desafiar meus
inimigos.

 Deus, não rejeites minha súplica!

55(54) 1 [Ao maestro do coro. Com instrumentos de corda. Poema de Davi.]
2
1&Ó Deus, escuta a minha oração,
não rejeites minha súplica;
3
presta-me atenção e atende-me.
Estou ansioso na minha tristeza e me
perturbo
4
pelo grito do inimigo, pelo clamor do
malvado.
§Pois sobre mim fazem cair desgraças,
me perseguem com furor.
5
Meu coração treme no meu peito
e terrores mortais se abateram sobre mim.
6
Temor e tremor me invadem
e me oprime o horror.
7
    §Então digo: “Ah! Se eu tivesse asas
como a pomba
para voar em busca de descanso!
8
    Fugiria para longe, iria morar no deserto,
9
buscaria um lugar de refúgio,
protegido da fúria do vento,
longe de qualquer tempestade”.
10
§Dispersa-os, Senhor, confunde suas
línguas.
Vejo na cidade violência e discórdia:
11
dia e noite circulam sobre seus muros,
dentro há iniqüidade e tormento.
12
Insídias reinam no seu interior
e não cessam em suas praças a opressão
e a fraude.
13
§Se fosse um inimigo que me insultasse,
eu agüentaria;
se fosse um adversário que se levantasse
contra mim,
me esconderia dele.
14
Mas és tu, meu companheiro,
meu amigo e confidente;
15
uma doce amizade nos unia,
na casa de Deus caminhávamos alegres.
16
§Que a morte caia sobre eles,
que desçam vivos ao lugar dos mortos,
pois a maldade mora com eles.
17
Eu invoco a Deus e o Senhor me salva.
18
De tarde, de manhã e ao meio-dia
lamento-me e suspiro,
e ele escuta minha voz;
19
vai me dar a paz, livrando-me dos que
me combatem:
pois meus adversários são tantos!
20
Deus me escuta e os humilha,
ele que domina desde sempre.
§Pois para eles não há conversão,
eles não têm temor a Deus.
21
E cada qual estendeu a mão contra seus
aliados,
violou sua aliança.
22
Mais macia que a manteiga é sua boca,
mas no coração têm a guerra;
mais fluidas que o óleo são suas palavras,
mas são espadas afiadas.
23
§“Entrega ao Senhor tua ansiedade
e ele te dará apoio,
nunca permitirá que vacile o justo”.
24
§Tu, ó Deus, os precipitarás no fundo do
sepulcro;
os homens sanguinários e fraudulentos;
não chegarão à metade dos seus dias.
Mas eu em ti confio.

 Caminharei na luz dos vivos

56(55)1 [Ao maestro do coro. Conforme a melodia “A pomba dos terebintos distantes”. Poema de Davi. Quando os filisteus o prenderam em Gat.]
2
1&Piedade de mim, ó Deus,
porque um homem me persegue;
o dia todo um agressor me oprime.
3
Meus adversários me humilham o dia todo,
são muitos os que me atacam, ó Altíssimo.
4
    §Na hora do medo, em ti me refugio.
5
Em Deus, cuja promessa eu louvo,
em Deus confio, não temerei:
o que um homem me pode fazer?
6
Estão sempre falando e tramando,
não pensam senão em fazer-me o mal.
7
Conjuram, armam ciladas,
observam meus passos para atentar
contra a minha vida.
8
    §Por causa do seu pecado retribui-lhes,
na tua ira humilha os povos, ó Deus.
9
Contaste os passos da minha caminhada
errante,
minhas lágrimas recolhes no teu odre;
acaso não estão escritas no teu livro?
10
§Então vão recuar meus inimigos,
quando eu te invocar, sei que Deus está
do meu lado.
11
§Em Deus, cuja promessa eu louvo,
no Senhor, cuja promessa eu louvo,
12
em Deus confio, não temerei:
o que um homem me pode fazer?
13
§Mantenho, ó Deus, os votos que te fiz:
vou te render ações de graças,
14
porque me livraste da morte,
preservaste meus pés da queda,
para que eu caminhe na presença de
Deus, na luz dos vivos.

 Invocarei o Deus altíssimo 

57(56) 1 [Ao maestro do coro. “Não destruas”. Poema de Davi. Quando fugiu de Saul na caverna.]
2
Piedade de mim, ó Deus, tem piedade,
pois em ti me refugio;
abrigo-me à sombra de tuas asas até que
passe o perigo.
3
Invocarei o Deus Altíssimo,
Deus que me faz o bem.
4
    §Mande do céu para salvar-me,
confundindo os meus perseguidores,
Deus, mande sua fidelidade e sua graça.
5
Eu me deito entre leões, que devoram a
gente:
seus dentes são lanças e flechas,
sua língua espada afiada.
6
    §Ó Deus, eleva-te acima do céu,
sobre toda a terra se estenda a tua glória.
7
    §Armaram uma rede a meus pés, me
humilharam;
cavaram à minha frente uma fossa, mas
caíram nela.
8
    §Meu coração está pronto, ó Deus,
meu coração está pronto.
Quero cantar, a ti quero louvar:
9
desperta, minha glória,
despertai, harpa e cítara,
quero acordar a aurora.
10
Eu te louvarei entre os povos, Senhor,
a ti cantarei hinos entre as nações,
11
porque tua bondade é grande até o céu,
e tua fidelidade até as nuvens.
12
§Ó Deus, eleva-te acima do céu,
sobre toda a terra se estenda a tua glória.

 Há um Deus governando a terra

58(57)1 [Ao maestro do coro. “Não destruas”. Poema de Davi.]
2
1&Fazeis mesmo justiça, ó poderosos?
É segundo o direito que julgais os homens?
3
Não! Do fundo do coração cometeis crimes;
no país vossas mãos distribuem a injustiça.
4
    §Desde o seio materno os maus se
desviaram;
desde seu nascimento os mentirosos se
perdem.
5
Têm um veneno como o da serpente,
como o veneno da víbora surda que
fecha os ouvidos
6
para não ouvir a voz do encantador,
do mago mais perito.
7
    §Ó Deus, quebra-lhes os dentes
na boca;
Senhor, parte suas presas de leões!
8
Que se dissipem, como água que corre,
que sequem como o mato que se pisa.
9
    §Como a lesma que se derrete e some,
como o abortivo que nunca viu a luz
do dia.
10
Antes que cresçam, sejam extirpados
como o espinho,
sejam ceifados como o mato que o vento
carrega.
11
§O justo se alegrará ao ver a vingança;
lavará seus pés no sangue dos maus.
12
Dirão: “Sim, existe recompensa para o justo;
existe um Deus que governa a terra!”

 És tu, ó Deus, minha defesa

59(58)1 [Ao maestro do coro. “Não destruas”. Poema de Davi. Quando Saul mandou homens para vigiar a casa, e o matar.]
2
Livra-me dos inimigos, meu Deus,
protege-me dos agressores.
3
Livra-me de quem faz o mal,
salva-me de quem derrama sangue.
4
    §Pois espreitam a minha vida,
gente poderosa trama contra mim,
sem que eu tenha culpa nem pecado,
Senhor.
5
Sem culpa minha acorrem e atacam.
Desperta, vem ao meu encontro e olha!
6§Tu, Senhor, Deus dos exércitos, Deus
de Israel,
6
levanta-te e visita todas as nações,
não tenhas piedade de ninguém que faz
o mal.
7
       §Eles voltam cada noite, ladrando como cães
e giram pela cidade.
8
Eis que se exaltam, têm espadas entre os
lábios:
“Pois quem escuta?”
9
Mas tu, Senhor, ris deles,
zombas de toda as nações.
10
A ti, minha força, me dirijo;
pois és tu, ó Deus, a minha defesa.
11
Venha ao meu encontro o meu Deus de
misericórdia;
ele me fará desafiar meus inimigos.
12
§Não os extermines, para meu povo não
esquecer;
dispersa-os com tua força e humilha-os,
ó Senhor, que és o nosso escudo.
13
O pecado da sua boca é a palavra dos
seus lábios;
mas serão vítimas do seu orgulho.
Por causa da maldição e da mentira que
proferem.
14
Aniquila-os no teu furor, aniquila-os,
de modo que não mais existam.
Para saberem que Deus é Senhor em Jacó
e até as extremidades da terra.
15
    §Cada noite eles voltam, ladrando como cães,
e giram pela cidade;
16
vão em busca de alimento,
uivando se não conseguem saciar-se.
17
§Mas eu cantarei o teu poder,
de manhã exaltarei a tua graça
porque foste a minha defesa,
meu refúgio no dia do perigo.
18
Ó minha força, a ti quero cantar
porque és tu, ó Deus, a minha defesa,
o meu Deus de misericórdia.

 Deus, volta para nós!

60(59) 1 [Ao maestro do coro. Conforme “O lírio do testemunho”. Poema de Davi. Para ensinar. 2 Quando ele guerreou os sírios da Mesopotâmia e os sírios de Soba; e Joab, na volta, venceu Edom no vale do Sal (doze mil homens).]
3
1&Ó Deus, tu nos rejeitaste, nos dispersaste;
estavas irado, volta para nós.
4
    §Sacudiste a terra, e a fendeste,
cura as suas feridas, pois está desmoronando.
5
Infligiste ao teu povo duras provas,
fizeste-nos beber vinho atordoante.
6
    §Aos que te temem deste um sinal
para fugirem longe do arco.
7
Para que teus amigos sejam libertados,
salva-nos com a mão direita e
responde-nos.
8
    §Deus falou no seu santuário:
“É com alegria que vou dividir Siquém
e vou medir o vale de Sucot.
9
É meu Galaad, é meu Manassés,
Efraim é o capacete da minha cabeça.
Judá é o meu cetro.
10
Moab é a bacia em que me lavo,
sobre a Iduméia lançarei minhas
sandálias,
sobre a Filistéia cantarei vitórias”.
11
    §Quem me conduzirá à cidade fortificada?
Quem me guiará até Edom,
12
a não ser tu, ó Deus, que nos rejeitaste,
e já não sais, ó Deus, com nossas fileiras?
13§Vem em nosso auxílio na tribulação,
porque do homem não vem salvação.
13
14Com Deus faremos prodígios,
ele esmagará nossos inimigos.

 À sombra de tuas asas me abrigo

61(60) 1 [Ao maestro do coro. Com instrumentos de corda. De Davi.]
2
1&Ouve, ó Deus, o meu grito,
fica atento à minha oração.
3
Dos confins da terra eu te invoco,
enquanto meu coração desfalece.
4
    §Põe-me sobre um rochedo inacessível,
pois tu és para mim um refúgio,
torre firme diante do adversário.
5
Vou morar na tua tenda para sempre,
à sombra de tuas asas encontrar abrigo!
6
Sim, ó Deus, aceitaste meus votos,
deste-me a herança dos que temem o
teu nome.
7
    §Aos dias do rei acrescenta muitos dias,
como muitas gerações sejam os seus anos.
8
Reine para sempre sob o olhar de Deus;
graça e fidelidade o conservem sempre.
9
    §Assim quero cantar hinos ao teu nome,
sempre,
cumprindo os meus votos dia após dia.

 De Deus vem minha esperança

62(61) 1 [Ao maestro do coro. Sobre Iditun. Salmo de Davi.]
2
Só em Deus repousa a minha alma;
dele vem minha salvação.
3
Só ele é meu rochedo e minha salvação,
minha rocha de defesa: jamais vou vacilar.
4
        §Até quando vos lançareis contra um homem,
para abatê-lo todos juntos,
como uma parede que está caindo,
como um muro que desmorona?
5
Tramam só de precipitá-lo do alto,
acham gosto na mentira.
Com a boca bendizem, mas no coração
maldizem.
6
    §Só em Deus repousa, ó minh’alma,
pois dele vem minha esperança.
7    §Só ele é meu rochedo e minha salvação,
minha rocha de defesa: jamais vou vacilar.
8
    §Em Deus está minha salvação e minha
glória;
meu refúgio seguro, minha defesa está
em Deus.
9
Confia sempre nele, ó povo,
diante dele derrama teu coração,
nosso refúgio é Deus.
10
Sim, são um sopro os filhos de Adão,
uma mentira todos os homens,
juntos, na balança, são menos que um sopro.
11
§Não confieis na violência,
não vos iludais com a rapina;
às riquezas, mesmo se abundantes, não
apegueis o coração.
12
Uma palavra Deus disse, duas eu ouvi:
o poder pertence a Deus.
13
Tua, Senhor, é a graça;
pois segundo as suas obras retribuis a
cada um.

 Desde a aurora te procuro, Senhor

63(62)1 [Salmo de Davi. Quando estava no deserto de Judá.]
2
1& Ó Deus, tu és o meu Deus, desde a
aurora te procuro.
De ti tem sede a minha alma, anela por
ti minha carne,
como terra deserta, seca, sem água.
3
Assim no santuário te busquei,
para contemplar teu poder e tua glória.
4
Pois tua graça vale mais que a vida,
meus lábios proclamarão o teu louvor.
5
    §Assim te bendirei enquanto eu for vivo,
no teu nome eu erguerei minhas mãos.
6
Eu me saciarei como num farto banquete
e com vozes de alegria te louvará minha boca.
7
No meu leito te recordo,
penso em ti nas vigílias noturnas,
8
pois tu foste meu auxílio;
exulto de alegria à sombra de tuas asas.
9
    §A ti está ligada a minha alma,
a tua mão direita me sustenta.
10
Quanto aos que querem me fazer mal,
irão para as profundezas da terra;
11
serão entregues ao poder da espada
e acabarão sendo pasto dos chacais.
12
Mas o rei se alegrará em Deus
e vão gloriar-se todos os que juram por ele,
pois será fechada a boca dos mentirosos.

 Ó Deus, protege-me do mal!

64(63) 1 [Ao maestro do coro. Salmo de Davi.]
2
1&Ouve, ó Deus, o clamor do meu lamento,
do terror do inimigo preserva a minha vida.
3
Protege-me da conjura dos ímpios,
do tumulto dos maus.
4
    §Afiam sua língua como espada,
lançam como flechas palavras amargas
5
para ferir às ocultas o inocente;
atacam de surpresa, sem nada temer.
6
Obstinam-se nos seus planos perversos,
entram em acordo para esconder armadilhas,
dizendo: “Quem as poderá ver?”
7
Meditam a iniqüidade, escondem o que
tramaram;
impenetrável é o homem, seu coração é
um abismo.
8
    §Mas Deus os fere com suas flechas:
de repente são atingidos,
9
sua própria língua é a causa da sua ruína;
Todos ao vê-los, menearão a cabeça.
10
Então todos serão dominados pelo temor,
anunciarão as obras de Deus
e entenderão o que ele fez.
11
§O justo se alegrará no Senhor
e nele colocará sua esperança,
e disso vão gloriar-se os retos de coração.

 Pelos dons da terra, obrigado, Senhor!

65(64)1 [Ao maestro do coro. Salmo de Davi. Cântico.]
2
1& A ti se deve o louvor, ó Deus, em Sião,
a ti se cumpra o voto em Jerusalém.
3
A ti, que escutas a oração,
vem todo mortal por causa do seu pecado.
4
As nossas culpas pesam sobre nós,
mas tu as perdoas.
5
§Feliz quem escolhes e chamas para perto,
para morar nos teus átrios.
Queremos saciar-nos com os bens da
tua casa,
com a santidade do teu templo.
6
Com o prodígio da tua justiça,
tu nos respondes, ó Deus, nossa salvação,
esperança dos confins da terra e dos
mares distantes.
7
§Tu firmas os montes com tua força,
cingido de poder.
8
Fazes calar o fragor do mar e o estrondo
de suas ondas;
acabas com o tumulto dos povos.
9
Os habitantes dos extremos confins
tremem diante dos teus prodígios;
fazes gritar de alegria as portas do oriente
e do ocidente.
10
§Visitas a terra e a regas,
enchendo-a com tuas riquezas.
O rio de Deus está cheio de água;
fazes crescer o trigo para os homens.
Assim preparas a terra:
11
irrigas seus sulcos, aplanas os torrões,
molhas a terra com as chuvas e
abençoas seus germes.
12
§Coroas o ano com teus benefícios,
à tua passagem goteja a fartura.
13
Gotejam os pastos do deserto
e as colinas se cingem de júbilo.
14
Os prados se cobrem de rebanhos,
com o trigo se douram os vales,
tudo canta e grita de alegria.

 Bendizei o nosso Deus!

66(65)1 [Ao maestro do coro. Cântico. Salmo.]
Aclamai a Deus, terra inteira,
2
cantai hinos à glória do seu nome;
dai glória em seu louvor.
3
Dizei a Deus: “Como são estupendas as
tuas obras!
pela grandeza da tua força
teus adversários se curvam diante de ti.
4
À tua frente toda a terra se prostra
e canta para ti, canta para o teu nome”.
5
    §Vinde ver as maravilhas de Deus:
admirável é seu agir para com os homens.
6
Mudou o mar em terra firme,
atravessaram o rio a pé enxuto;
por isso, alegremo-nos nele!
7
Com seu poder ele domina para sempre,
seus olhos observam as nações
para que não se levantem os rebeldes
contra ele.
8
    §Povos, bendizei o nosso Deus
e proclamai a plena voz o seu louvor.
9
Ele nos recolocou entre os vivos
e não permitiu que vacilassem nossos passos.
10
§Sim, ó Deus, tu nos provaste,
purificaste-nos, como se faz com a prata.
11
Fizeste-nos cair numa armadilha,
puseste um peso em nossas costas.
12
Fizeste os homens cavalgar nossas cabeças,
passamos pelo fogo e pela água,
mas enfim nos conduziste a um lugar de
descanso.
13
    §Quero entrar na tua casa com holocaustos
e para ti cumprir meus votos;
14
votos que meus lábios formularam e minha boca pronunciou,
quando a angústia me apertava.
15
Fartos holocaustos vou te ofertar,
junto com a fumaça de carneiros;
imolarei bois com cabritos.
16
    §Vinde e escutai, vós todos que temeis a Deus,
porque quero narrar-vos o que ele fez
para mim.
17
A ele gritei com minha boca
e a minha língua o exaltou.
18
Se no meu coração se achasse culpa,
o Senhor não me teria ouvido;
19
mas Deus me ouviu;
prestou atenção à voz da minha súplica.
20
§Bendito seja Deus, que não rejeitou
minha oração
nem me recusou sua misericórdia.

 Que Deus nos abençoe

67(66) 1 [Ao maestro do coro. Com instrumentos de corda. Salmo. Cântico.]
2
1&Deus tenha pena de nós e nos abençoe,
faça brilhar sobre nós a sua face.
3
para que se conheça na terra o teu caminho,
entre todos os povos a tua salvação.
4
    §Que os povos te louvem, ó Deus,
que te louvem todos os povos.
5
Exultem os povos e se alegrem,
porque julgas os povos com justiça,
governas as nações sobre a terra.
6
    §Que os povos te louvem, ó Deus,
que te louvem todos os povos.
7
A terra deu o seu fruto.
Que Deus, o nosso Deus, nos abençoe;
8
que Deus nos abençoe,
e o temam todos os confins da terra.

 Nosso Deus é um Deus que salva

68(67)1 [Ao maestro do coro. Salmo de Davi. Cântico.]
2
1&Deus se levanta! Seus inimigos se dispersam,
fogem diante dele os que o odeiam.
3
Como se dissipa a fumaça, tu os dispersas;
como se derrete a cera diante do fogo,
perecem os ímpios diante de Deus.
4
Os justos, porém, se alegram,
exultam diante de Deus e cantam de alegria.
5
    §Cantai a Deus, cantai hinos a seu nome,
aplanai a estrada para o que cavalga as
nuvens;
“Senhor” é o seu nome,
alegrai-vos diante dele.
6
Pai dos órfãos e defensor das viúvas,
assim é Deus na sua santa morada.
7
Aos desprezados Deus dá uma casa para
morar,
faz sair com alegria os prisioneiros;
mas os rebeldes ele deixa em terra seca.
8
        §Deus, quando saíste à frente do teu povo,
quando atravessaste o deserto,
9
a terra tremeu, o céu dissolveu-se diante
do Deus do Sinai,
diante de Deus, o Deus de Israel.
10
Derramaste uma chuva torrencial, ó Deus,
fortaleceste a tua herança exausta.
11
E teu povo habitou o país
que no teu amor, ó Deus, preparaste
para o pobre.
12
§O Senhor anuncia uma notícia,
as mensageiras de vitória são uma
grande fileira:
13
“Fogem os reis, fogem os exércitos,
até as mulheres repartem os despojos.
14
Enquanto dormis entre os rebanhos,
brilham como a prata as asas da pomba,
suas penas têm reflexos dourados”.
15
Quando o Onipotente expulsava os reis
caía neve sobre o Salmon.
16
§Monte de Deus é o monte de Basã,
monte elevado é o monte de Basã.
17
Por que tendes inveja, montes elevados,
do monte que Deus escolheu para morar?
O Senhor vai morar nele sempre.
18
Os carros de Deus são milhares e milhares;
o Senhor vem do Sinai para o santuário.
19
Subiste às alturas conduzindo prisioneiros,
recebeste homens como tributo;
mesmo os rebeldes habitarão junto ao
Senhor Deus.
20
§Bendito o Senhor para sempre,
cuida de nós o Deus salvador.
21
Nosso Deus é um Deus que salva,
é Deus, o Senhor, que livra da morte.
22
Sim, Deus esmaga a cabeça de seus inimigos,
a cabeça soberba de quem segue o
caminho do crime.
23
§Disse o Senhor: “De Basã vou trazê-los
de volta,
vou trazê-los de volta dos abismos do mar.
24
para que laves no sangue teu pé
e a língua de teus cães receba sua parte
entre os inimigos”.
25
§Surge o teu cortejo, ó Deus,
o cortejo do meu Deus, do meu rei, no
santuário:
26
na frente os cantores, por último os que
tocam cítaras,
no meio as meninas batendo címbalos.
27
“Bendizei a Deus nas vossas assembléias,
bendizei ao Senhor, vós da estirpe de Israel”.
28
Benjamim, o mais novo,
guia os chefes de Judá nas suas fileiras,
os chefes de Zabulon, os chefes de Neftali.
29
§Manifesta, ó Deus, o teu poder,
confirma, ó Deus, o que fizeste por nós,
30
pelo teu templo que está em Jerusalém.
A ti os reis vão trazer ofertas.
31
Ameaça a fera dos caniços,
o rebanho de touros com os bezerros
dos povos:
prostrem-se, levando lingotes de prata.
Dispersa os povos que gostam de guerras!
32
Virão os nobres do Egito,
a Etiópia estenderá as mãos para Deus.
33
§Reinos da terra, cantai a Deus,
cantai hinos ao Senhor;
34
ele cavalga os céus, os céus eternos,
eis que troveja com voz forte.
35
§Reconhecei o poder de Deus,
a sua majestade sobre Israel, seu poder
sobre as nuvens.
36
Do seu santuário Deus é terrível,
o Deus de Israel dá força e vigor a seu povo,
bendito seja Deus!

 Deus atende os pobres

69(68) 1 [Ao maestro do coro. Conforme “Os lírios”. De Davi.]
2
1& Salva-me, ó Deus, pois a água sobe
até o meu pescoço.
3
Estou atolado no lodo profundo,
onde não posso ficar de pé;
caí nas águas profundas e as ondas me
arrastam.
4
    Cansei-me de gritar, minha voz ficou rouca,
meus olhos se consomem à espera do
meu Deus.
5
Os que me odeiam sem motivo
são mais numerosos que os meus cabelos;
são poderosos os que querem me arruinar,
perseguindo-me sem razão;
o que não tirei, tenho que restituir?
6
    §Deus, tu conheces minha loucura,
meus pecados não te estão ocultos.
7
Não fiquem confusos por minha causa
os que esperam em ti, Senhor, Senhor
dos exércitos;
não se envergonhem de mim
os que te buscam, Deus de Israel.
8
    §Pois por tua causa padeci insultos,
a ignomínia cobriu-me o rosto.
9
Tornei-me um estranho para meus irmãos,
um estrangeiro para os filhos de minha mãe.
10
§Pois o zelo por tua casa me devorou,
os insultos dos que te insultam caíram
sobre mim.
11
Se me mortifico com o jejum,
eles zombam de mim.
12
§Se me visto com traje de luto,
sou alvo de sarcasmo.
13
Falam mal de mim os que se sentam
junto à porta
e os que bebem vinho fazem canções
sobre mim.
14
§Mas minha prece sobe a ti, Senhor, no
tempo favorável.
Atende-me conforme tua grande piedade,
segundo tua clemência que salva.
15
Tira-me do lodo, para que não afunde,
que eu seja livre dos que me odeiam e da
água profunda.
16
Que a correnteza não me arraste,
que o pântano não me devore,
e o abismo não feche sua boca sobre mim.
17
§Ouve-me, Senhor, pois tua piedade é
benigna,
conforme tua grande misericórdia olha
para mim.
18
Não escondas de teu servo a tua face,
pois estou em perigo, depressa, atende-me.
19
§Chega perto de minha alma, defende-a,
livra-me por causa dos meus inimigos.
20
Conheces o opróbrio, a confusão
e a ignomínia que padeço.
§Na tua presença estão todos os que me
afligem.
21
A ignomínia oprime meu coração e eu
vacilo,
esperei em vão quem tivesse pena de mim,
procurei quem me consolasse, mas não
encontrei.
22
Como alimento me deram fel,
quando tive sede deram-me vinagre.
23
§Que a sua mesa seja um laço para eles,
e o banquete deles, uma armadilha.
24
Que seus olhos fiquem escuros e não
enxerguem;
e que seus rins estejam sempre doentes.
25
§Derrama sobre eles tua ira,
e o furor da tua cólera os persiga.
26
Que a morada deles fique deserta,
não haja quem more em suas tendas.
27
    §Porque perseguiram aquele que tu feriste
aumentando a dor dos que tu provaste.
28
À culpa deles junta mais culpa,
e diante de ti não sejam declarados justos.
29
Sejam riscados do livro dos vivos
e entre os justos não sejam inscritos.
30
§Quanto a mim, pobre e doente,
o teu auxílio, ó Deus, me proteja.
31
Quero louvar com um cântico o nome
de Deus
e exaltá-lo com ações de graças;
32
Que isto agrade ao Senhor mais que um
touro,
mais que um novilho com chifres e casco.
33
§“Vede, humildes e alegrai-vos!
Vós que buscais a Deus, vosso coração reviva!
34
Pois o Senhor atende os pobres,
não despreza os seus cativos.
35
Que o louvem céu e terra,
os mares e tudo quanto neles se move.
36
§Pois Deus salvará Sião
e reedificará as cidades de Judá;
habitarão lá e a possuirão.
37
E a posteridade dos seus servos a herdará,
e nela habitarão os que amam o seu nome”.


Salmos (CNB) 46