Ezequiel - Bíblia Sagrada CNBB (2002)
O Livro de Ezequiel relata a atividade de um profeta durante o exílio na Babilônia. O profeta dirige suas mensagens a seus compatriotas cativos e também ao povo hebreu que ainda reside na Palestina. Ambos os grupos permaneceram obstinados e impenitentes, mesmo depois da captura de Jerusalém levada a cabo pelo rei babilônio Nabucodonosor, e do exílio de Joaquim, rei de Judá, juntamente com uma considerável parte da população no ano de 597 a.C. Portanto, Deus atribuiu a Ezequiel a tarefa de denunciar a casa rebelde de Israel e predizer a destruição de Jerusalém e a deportação de um número ainda maior. Seis anos depois de Ezequiel haver começado a pregar, suas palavras se cumpriram. No ano de 586 a.C., Nabucodonosor destruiu Jerusalém e levou cativos para a Babilônia quase todos os sobreviventes. Mas, a despeito da infidelidade de Israel, Deus mostrou-se misericordioso. Ezequiel recebeu instruções no sentido de proclamar as boas-novas de que o exílio terminaria e Israel recuperaria sua posição de instrumento da salvação de Deus para todos os homens.A forma pela qual o livro de Ezequiel apresenta esta mensagem de juízo e de promessa distingue-o dos outros livros proféticos do Antigo Testamento. A organização sistemática do conteúdo constitui seu primeiro traço característico. Os primeiros vinte e quatro capítulos representam a acusação e condenação de Israel, com aterradora conseqüencia. Esta perspectiva de juízo, minorada somente por lampejos incidentais de luz, fica compensada na última parte (capítulos 33 a 48) com uma apresentação também conseqüente com o brilhante futuro que Deus tem reservado para seu povo. Estas seções compactas de ameaças e promessas a Israel são separadas por uma série de discursos endereçados às nações estrangeiras, discursos que têm duplo aspecto: pronunciam juízo e castigo sobre os perversos vizinhos de Israel, mas a destruição dos inimigos de Israel constitui também segurança de que não poderão criar obstáculos no cumprimento da promessa de Deus de redimir e restaurar seu povo escolhido. - Outro traço característico do livro de Ezequiel é a forma pela qual expressa não somente a ameaça mas também a promessa. O livro é abundante em visões misteriosas, alegorias ousadas e estranhos atos simbólicos. Estas formas de revelação divina ocorrem aqui com maior freqüencia do que em qualquer outro livro profético, e se acham representadas por uma riqueza de pormenores descritivos. As visões em particular são bizarras, de forma quase grotesca, e portanto de interpretação dificil. - Todavia, o significado fundamental do livro de Ezequiel não escapará ao leitor se levar em conta que a glória de Deus e suas ações de juízo e salvação se acham apresentadas em linguagem e forma simbólicas. Aquilo que Ezequiel vê em visões, que descreve em alegorias e põe em prática numa forma que se assemelha a charadas, tem por objetivo contribuir para a certeza de que Deus leva avante seu plano de salvação para todos os homens aos quais ele havia iniciado neste pacto com Israel séculos antes. Purificado pelos juízos de Deus no exílio babilônio, o povo de Israel se tornaria de novo o veículo das promessas que se cumprirão no novo pacto e no final dos tempos. Tudo isto Ezequiel vê em perspectiva profética, na qual se sobrepõem no mesmo quadro relativo ao reino de Deus futuro e permanente algumas cenas de um futuro imediato e de um futuro distante. - A pessoa de Ezequiel se acha tão imersa na mensagem, que além de seu nome, pouco sabemos com referência a ele. Somente dois fatos de caráter biográfico podem deduzir-se do livro: que era filho de Buzi, o sacerdote, e, diferentemente de seu contemporâneo Jeremias. Ezequiel era casado, mas "o desejo dos teus olhos" lhe foi tirado de um golpe, enquanto realizava sua missão por ordem de Deus. Ezequiel tem sido considerado, com freqüencia, uma pessoa severa, insensível. Tem-se dito que é impessoal, indiferente a seus ouvintes, e só lhe preocupa a vindicação da glória de Deus, mesmo na proclamação da misericórdia. Conquanto seus sentimentos não aflorem à superficie, como no caso de Jeremias, a afirmativa de que ele não é compassivo equivialeria a ir além das evidências. Nem tampouco podem os críticos radicais justificar suas teorias que afirmam que o profeta sofria de ataques catalépticos e de paranóia esquizofrênica. Os atos simbólicos que ele executa e as visões que recebe não são, em essência, diferentes dos que os outros profetas registram. - Ezequiel foi levado para a Babilônia no ano de 597 a.C., e foi chamado para o ministério profético cinco anos mais tarde. Exerceu tal ministério ativamente durante um período de vinte e dois anos, pelo menos (29:17).

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    vocação do profeta

    1  A visão da glória de Deus
    2  O rolo de livro: missão do profeta
    3  O profeta como sentinela

    Anunciando a destruição de Jerusalém

     Ezequiel mudo
    4  Mostrando o cerco
     Deitando-se de lado: a duração do cerco
     Pão e água racionados, alimento impuro
    5  A espada-navalha
     Jerusalém será destruída
    6  Contra as colinas
    7  Vem o fim
    8  Os pecados no templo
    9  Visão do castigo vindo do norte
    10  A glória de Deus sai do templo
    11  O castigo dos maus conselheiros
     Promessa de retorno aos exilados
     A glória de Deus abandona Jerusalém
    12  Anunciando o exílio: a bagagem
     Deus confirma a palavra do profeta
    13  O reboco dos falsos profetas
     As falsas profetisas
    14  O profeta e os idólatras
     O juízo será implacável
    15  Jerusalém, videira inútil
    16  Jerusalém, esposa infiel
     Jerusalém é pior que Samaria e Sodoma
    17  Alegoria do cedro ou do rei infiel
    18  A responsabilidade pessoal
    19  Canto fúnebre sobre os reis de Israel
    20  A rebeldia e o futuro de Israel
    21  A espada contra Jerusalém
     A espada do rei da Babilônia
     A espada contra os amonitas
    22  Os crimes de Jerusalém
    23  Oola e Ooliba
    24  Anúncio do cerco de Jerusalém
     Morre a esposa do profeta
    25 Oráculos contra as nações
     Contra Amon
     Contra Moab
     Contra Edom
     Contra os filisteus
    26  Contra Tiro
    27  Canto fúnebre sobre Tiro
    28  Contra o rei de Tiro
     Contra Sidônia
     Promessa para Israel
    29  Contra o faraó e o Egito
     Nabucodonosor conquistará o Egito
    30  O dia do Senhor contra o Egito
    31  A queda do grande cedro, o faraó
    32  Canto fúnebre sobre o faraó
     O faraó na morada dos mortos

    A salvação para Israel

    33  O profeta como sentinela
     Não ao fatalismo!
     O anúncio da queda de Jerusalém
     Ezequiel diante dos exilados
    34  Contra os pastores de Israel
     O julgamento das ovelhas
     O pastor messiânico e a nova aliança
    35  Contra Edom
    36  As montanhas de Israel
     A regeneração espiritual de Israel
    37  As ossadas revivem
     A reunificação de Israel e Judá
    38  Ameaças e ruína de Gog
    39  Outra profecia contra Gog
     Conclusão

    utopia: o novo Israel

    40  O novo templo
    43  O retorno da glória do Senhor
     O altar
    44  A organização do culto
    45  O território sagrado
     Os príncipes: território e deveres
     Ofertas para o culto
     A Páscoa
     A festa das Tendas
    46  Sábado e lua-nova
     Outras normas
     Questões patrimoniais do príncipe
     As cozinhas do templo
    47  A fonte prodigiosa do templo
     As fronteiras do país
    48  O território sagrado no meio das tribos
     As portas e o nome da cidade

    Version
    Nova Vulgata - Latino
    Biblia del Pueblo di Dio (BPD) - Espanhol
    Vulgata - Stuttgart 1969 - Latino
    Revised Standard Version (1966) - Inglês
    La Sainte Bible (Crampon 1904) - Bretão
    CEI (1974) - Italiano
    EinheitsÜbersetzung der Heiligen Sc - Alemão
    Maredsous - Bíblia Ave-Maria (1957) - Sanscrit