Ezequiel - Maredsous - Bíblia Ave-Maria (1957)
O Livro de Ezequiel relata a atividade de um profeta durante o exílio na Babilônia. O profeta dirige suas mensagens a seus compatriotas cativos e também ao povo hebreu que ainda reside na Palestina. Ambos os grupos permaneceram obstinados e impenitentes, mesmo depois da captura de Jerusalém levada a cabo pelo rei babilônio Nabucodonosor, e do exílio de Joaquim, rei de Judá, juntamente com uma considerável parte da população no ano de 597 a.C. Portanto, Deus atribuiu a Ezequiel a tarefa de denunciar a casa rebelde de Israel e predizer a destruição de Jerusalém e a deportação de um número ainda maior. Seis anos depois de Ezequiel haver começado a pregar, suas palavras se cumpriram. No ano de 586 a.C., Nabucodonosor destruiu Jerusalém e levou cativos para a Babilônia quase todos os sobreviventes. Mas, a despeito da infidelidade de Israel, Deus mostrou-se misericordioso. Ezequiel recebeu instruções no sentido de proclamar as boas-novas de que o exílio terminaria e Israel recuperaria sua posição de instrumento da salvação de Deus para todos os homens.A forma pela qual o livro de Ezequiel apresenta esta mensagem de juízo e de promessa distingue-o dos outros livros proféticos do Antigo Testamento. A organização sistemática do conteúdo constitui seu primeiro traço característico. Os primeiros vinte e quatro capítulos representam a acusação e condenação de Israel, com aterradora conseqüencia. Esta perspectiva de juízo, minorada somente por lampejos incidentais de luz, fica compensada na última parte (capítulos 33 a 48) com uma apresentação também conseqüente com o brilhante futuro que Deus tem reservado para seu povo. Estas seções compactas de ameaças e promessas a Israel são separadas por uma série de discursos endereçados às nações estrangeiras, discursos que têm duplo aspecto: pronunciam juízo e castigo sobre os perversos vizinhos de Israel, mas a destruição dos inimigos de Israel constitui também segurança de que não poderão criar obstáculos no cumprimento da promessa de Deus de redimir e restaurar seu povo escolhido. - Outro traço característico do livro de Ezequiel é a forma pela qual expressa não somente a ameaça mas também a promessa. O livro é abundante em visões misteriosas, alegorias ousadas e estranhos atos simbólicos. Estas formas de revelação divina ocorrem aqui com maior freqüencia do que em qualquer outro livro profético, e se acham representadas por uma riqueza de pormenores descritivos. As visões em particular são bizarras, de forma quase grotesca, e portanto de interpretação dificil. - Todavia, o significado fundamental do livro de Ezequiel não escapará ao leitor se levar em conta que a glória de Deus e suas ações de juízo e salvação se acham apresentadas em linguagem e forma simbólicas. Aquilo que Ezequiel vê em visões, que descreve em alegorias e põe em prática numa forma que se assemelha a charadas, tem por objetivo contribuir para a certeza de que Deus leva avante seu plano de salvação para todos os homens aos quais ele havia iniciado neste pacto com Israel séculos antes. Purificado pelos juízos de Deus no exílio babilônio, o povo de Israel se tornaria de novo o veículo das promessas que se cumprirão no novo pacto e no final dos tempos. Tudo isto Ezequiel vê em perspectiva profética, na qual se sobrepõem no mesmo quadro relativo ao reino de Deus futuro e permanente algumas cenas de um futuro imediato e de um futuro distante. - A pessoa de Ezequiel se acha tão imersa na mensagem, que além de seu nome, pouco sabemos com referência a ele. Somente dois fatos de caráter biográfico podem deduzir-se do livro: que era filho de Buzi, o sacerdote, e, diferentemente de seu contemporâneo Jeremias. Ezequiel era casado, mas "o desejo dos teus olhos" lhe foi tirado de um golpe, enquanto realizava sua missão por ordem de Deus. Ezequiel tem sido considerado, com freqüencia, uma pessoa severa, insensível. Tem-se dito que é impessoal, indiferente a seus ouvintes, e só lhe preocupa a vindicação da glória de Deus, mesmo na proclamação da misericórdia. Conquanto seus sentimentos não aflorem à superficie, como no caso de Jeremias, a afirmativa de que ele não é compassivo equivialeria a ir além das evidências. Nem tampouco podem os críticos radicais justificar suas teorias que afirmam que o profeta sofria de ataques catalépticos e de paranóia esquizofrênica. Os atos simbólicos que ele executa e as visões que recebe não são, em essência, diferentes dos que os outros profetas registram. - Ezequiel foi levado para a Babilônia no ano de 597 a.C., e foi chamado para o ministério profético cinco anos mais tarde. Exerceu tal ministério ativamente durante um período de vinte e dois anos, pelo menos (29:17).

  • Cfr. Bíblia Católica v. 2 - www.bibliacatolica.com.br
  • ® Bíblia Sagrada Ave-Maria, www.avemaria.com.br

  • Tisch


    Ezequiel


    1
    I - INTRODUÇÃO (1-3)

    Visão do carro divino


    2 Visão do rolo




    3 Missão do profeta

    4
    II - PROFECIAS RELATIVAS À QUEDA DE JERUSALÉM (4-24)


    6 Discurso contro a idolatria
    7 Proximidade do fim
    8 Visão da idolatria de Jerusalém
    9 Castigo de Jerusalém


    11 Castigo dos chefes
    Promessas feitas aos deportados
    Afastamento definitivo da glória do Senhor
    12 Bagagem do emigrante

    Assombro durante a refeição
    Aproximação do castigo
    13 Falsos profetas
    Falsas profetizas
    14 Castigo dos idólatras
    Responsabilidade individual
    15 A vinha estéril
    16 A espose infiel





    17 Alegorias das águias, do cedro e da vinha

    18 Responsabilidade individual








    19 Elegia sobre os reis de Judá
    20 Infidelidade de Israel através dos tempos
    21 A espada vingadora do Senhor
    22 Crimes atuais de Jerusalém
    23 Oolá e Ooliba
    24 Parábolas dobre o cerco de Jerusalém


    III - ORÁCULOS CONTRA AS NAÇÕES (25-32)

    25 Oráculo contra os amonitas
    Oráculo contra os edomitas
    Oráculo contra os filisteus
    26 Oráculo contra Tiro
    27 Cântico funebre sobre a queda de Tiro
    28 Elegia ao rei de Tiro
    Ode funebre ao rei de Tiro
    Oráculo contro Sidon
    29 Oráculo contra o Egito
    30 Julgamento de Deus sobre o Egito
    31 Apólogo de cedro
    32 Ode fúnebre ao faraó
    O faraó no cheol, região dos mortos
    IV - RESTAURAÇÃO DE ISRAEL (33-39)

    33 Nova missão do profeta

    Possibilidade de conversão
    Oráculo sobre os judeus que permaneceram na Judéia
    34 Oráculo contra os pastores infiéis






    35 Oráculo contra Edom
    36 Restauração de Israel




    37 Os ossos secos

    Promessa de unificação




    38 Oráculo contra Gog
    39 Segundo oráculo contra Gog
    Última promessa
    40
    V - LEI DO NOVO ISRAEL (40-48)

    Visão do novo templo


    43 A volta ao Senhor



    O futuro altar
    44 Accesso aos lugares santos
    45 Partilha da terra
    Pesos e medidas
    Oferendas
    46 Prescrições diversas
    47 A fonte maravilhosa que jorra do templo




    Fronteiras da terra
    Repartição entre as tribos
    48 Portas da cidade nova

    Version
    Nova Vulgata - Latino
    Biblia del Pueblo di Dio (BPD) - Espanhol
    Vulgata - Stuttgart 1969 - Latino
    Bíblia Sagrada CNBB (2002) - Português
    Revised Standard Version (1966) - Inglês
    La Sainte Bible (Crampon 1904) - Bretão
    CEI (1974) - Italiano
    EinheitsÜbersetzung der Heiligen Sc - Alemão