Escola da Fé


A Escola da Fé tem como objetivo esclarecer e fortalecer a fé do povo de Deus, que muitas vezes desconhece ou tem dúvidas sobre os pontos mais importantes da fé católica. Não é preciso ressaltar a importância de nós católicos conhecermos a doutrina garantida e ensinada pela Santa Mãe Igreja, como disse o Papa Paulo VI, “administradora da Redenção”, e tão bem apresentada pelo seu sagrado Magistério dirigido pelo Papa. Na Encíclica Cathechesi Tradende (N.6), o Papa João Paulo II fala da importância da fidelidade ao ensinamento da Igreja: “O Cristocentrismo na catequese, entretanto, significa também que, mediante ela se deseja transmitir, não cada um a sua própria doutrina ou então a de um mestre qualquer, mas os ensinamentos de Jesus Cristo, a verdade que Ele comunica ou, mais precisamente, a Verdade que Ele é (Jo 14,6). A preocupação constante de todo catequista, seja qual for o nível de suas responsabilidades na Igreja, deve ser a de fazer passar, através de seu ensino e do seu modo de comportar´se, a doutrina e a vida de Jesus Cristo. Assim se há de procurar que não se detenha em si mesmo, nas suas opiniões e atitudes pessoais e a atenção e a adesão da inteligência e do coração daqueles que ele catequiza; e sobretudo ele não há de procurar inculcar as suas opiniões e as suas opções pessoais, como se elas exprimissem a doutrina e as lições de vida de Jesus Cristo. Todos os catequistas deveriam aplicar a si próprios a misteriosa palavra de Jesus: “A minha doutrina não é tão minha como Daquele que me enviou”. (Jo 17,16;3,34;8,28;12,49s;14,24;17,8.14). Esta será sempre a nossa preocupação: não apresentar aos fiéis a “nossa” doutrina, mas a da “Igreja”, “Mestra da Verdade” (DH,14). O Concílio Vaticano II, através da Apostolicam Actuositatem (n.6), fez uma apelo a todos os leigos para defenderem a fé: “Grassando na nossa época gravíssimos erros que ameaçam inverter profundamente a religião, este Concílio exorta de coração todos os leigos que assumam mais conscientemente suas responsabilidades nas defesas dos princípios cristãos” (AE,6). E na Dignitatis Humanae reafirma isto dizendo: “Na formação de suas consciências, os cristãos hão de ater´se porém, à doutrina santa e certa da Igreja. Pois, por vontade de Cristo, a Igreja Católica é mestra da Verdade e assume a tarefa de anunciar e de ensinar autenticamente a Verdade que é Cristo.” “O discípulo tem o grave dever de anunciar a verdade recebida de Cristo com fidelidade e defendê´la com coragem” (DH,14). O mesmo Concílio nos garante que a única Igreja é aquela que o Senhor fundou sobre Pedro: “A única Igreja de Cristo é aquela que o nosso Salvador, depois de sua Ressurreição, entregou a Pedro para apascentar e confiou a ele e aos demais Apóstolos para propagá´la e regê´la... Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele” (LG, 8). Sabemos que hoje as seitas espalham por toda a terra a cizânia no campo de trigo do Senhor, portanto, mais do que antes, há que se ensinar a verdade que Jesus confiou à Sua Igreja. Já no Congresso Episcopal Latino Americano de Puebla, em 1978, a Igreja nos alertava: “Muitas seitas têm se mostrado clara e pertinazmente, não só anti´católicas, mas até injustas contra a Igreja, e têm procurado minar seus membros menos esclarecidos. Devemos confessar com humildade que em grande parte, até em determinados setores da Igreja, numa falsa interpretação do pluralismo religioso permitiu a propaganda de doutrinas errôneas e discutíveis”(n. 80). E o documento de Puebla chega a dizer que até alguns pastores da Igreja não foram suficientemente firmes no combate aos erros: “Este serviço dos pastores inclui o direito e o dever de corrigir e decidir, com clareza e firmeza que sejam necessários (n.249). “Em algumas ocasiões, falta a oportuna intervenção magisterial e profética do bispo, bem como maior coerência colegial” (n. 678). Sem dúvida vivemos hoje aqueles tempos dos quais são Paulo dizia a Timóteo: “Porque virá tempos em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajuntarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas” (2Tm 4, 3´4). Não é exatamente isto que estamos vendo hoje? Homens e mulheres abandonando a “sã doutrina” da Igreja para se atirarem às “fábulas” das falsas doutrinas e dos falsos profetas. É por isso que o Apóstolo mandava a Timóteo que pregasse “oportuna e inoportunamente” (2Tm 4,2). É o que nós também queremos fazer, afim de ajudar os nossos irmãos a não se apartarem da verdade da Igreja. O mesmo S. Paulo disse a Timóteo: “A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm3,15), e “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2,4). Sem ouvir a Igreja não se pode chegar ao conhecimento da verdade que salva, pois foi a ela que o Senhor confiou esta mesma verdade. Nossa Escola da Fé, quer ser mais um instrumento de Deus para que você conheça a doutrina católica e também conheça a Santa Igreja, Esposa do Cordeiro, “Sacramento universal da salvação da humanidade” (LG,4), como nos ensinou o Concílio. A fé da Igreja está firmada em três pontos:

1. a Revelação divina escrita (a Sagrada Escritura)

2. a Revelação divina transmitida oralmente (a Sagrada Tradição)

3. o Ensinamento da Igreja (o Sagrado Magistério) Quando o Papa aprovou o Catecismo da Igreja Católica, em 1992, ele disse: “Um Catecismo deve apresentar, com fidelidade e de modo orgânico, o ensinamento da Sagrada Escritura, da Tradição viva na Igreja e do Magistério autêntico, bem como a herança espiritual dos Padres, dos Santos e das Santas da Igreja, para permitir conhecer melhor o mistério cristão e reavivar a fé do povo de Deus. Dever ter em conta as explicações que, no decurso dos tempos, o Espírito Santo sugeriu à Igreja.”(FD) É, então, por aqui que começamos o nosso estudo; pois sem esta base tudo o mais cairá no perigoso subjetivismo ou relativismo religioso que hoje tem atrapalhado muito a fé. No volume I apresentamos um pouco das riquezas da Sagrada Tradição, bêrço da Bíblia, (a Bíblia não escrita), a Palavra de Deus transmitida oralmente até nós, e que tem o mesmo valor da Revelação escrita. Apresentamos os ensinamentos dos Santos Padres da Igreja sobre alguns temas importantes. No voume II apresentamos a riqueza da Sagrada Escritura; como interpretar corretamente a Bíblia como a Igreja nos ensina, e poder tirar dela toda a riqueza que ela oferece. Neste volume III conheceremos um pouco do que é o Sagrado Magistério da Igreja, querido e instituído pelo próprio Senhor para conduzir a sua Igreja, guardar o “depósito da fé”, e vigiar contra as falsas doutrinas e contra as divisões. Veremos um pouco da constituição hierárquica da Igreja; os Papas, os Concílios, o Estado do Vaticano, a Cúria Romana, o Código de Direito Canônico, etc... Estou convencido de que aqueles que abandonaram a única Igreja do Senhor, o fizeram por não conhecê´la, e por isso, não a amaram. Confiamos todo este trabalho à Sagrada Família de Nazaré, para que faça dar muitos frutos de salvação e de louvor ao Senhor da glória. Felipe Rinaldo Queiroz de Aquino Lorena, SP, 29 de junho de 2000.
Na festa de São Pedro e de São Paulo.