PASTORAL DA JUVENTUDE DO BRASIL

(PJ, PJE, PJMP e PJR)

Leandro Xavier Lack

Assessor da PJE - Colégio N.S. Mercês

Nova Friburgo – RJ

leandroxavier@bol.com.br

 

 

 

METODOLOGIA

Este texto adapta-se a todas as PJ´s:

 

Estrutura de liderança:

 

•          Assessor(es): É a pessoa com mais experiência (normalmente um pessoa mais velha), que tem a função de unificar, formar e, principalmente,  organizar e planejar. Cabe ao assessor orientar e acompanhar os jovens, dando-lhes meios e formação necessários para o amadurecimento e crescimento da fé.

•          Animadores: São os jovens que já passaram pelo processo de coordenar e utilizam a sua experiência para acompanhar, ajudar e orientar os novos coordenadores. Funcionam como os “braços” do assessor, ajudando-o a planejar, formar e orientar os outros jovens.

•          Coordenadores ou Militântes: São os jovens responsáveis diretamente pelos grupos. A função principal destes jovens é de cuidar do grupo jovem e de seus membros, criando e aplicando as reuniões junto com os animadores e o assessor, mantendo assim o grupo caminhando.   Normalmente são jovens em processo de capacitação para liderança.

•          Secretários e tesoureiros: Cuidam da parte burocrática. São responsáveis por toda a documentação do grupos, tias como atas, cartas, murais, marcar presença, prestação de contas, cobrança, etc.

•          Participantes: São os jovens que participam do grupo e ainda não atingiram o nível necessário para que se tornem coordenadores ou militântes. Estão no processo de nucleação ou o de iniciação pastoral.

 

Utilizamos para formar os jovens,  a metodologia abaixo:

 

•          Ver, julgar, agir, rever e celebrar: Não vou me aprofundar neste tema, pois esta é uma metodologia já conhecida e poderemos abordá-la em outra ocasião.

 

•          Grupo de Base: São grupos com 10 a 20 jovens (lembrem-se do grupo de Jesus, eram 12, e não 100). Estamos sempre preocupados com a quantidade e isso é ruim, pois afeta a qualidade. No grupo de base, nos preocupamos com a qualidade. O grupo de base é o ideal, entre outros motivos, porque:

1. Grupos pequenos permitem um maior conhecimento entre os membros;

2. É possível desenvolver uma metodologia baseada no diálogo, na amizade, no amor, no acolhimento, na confiança, na troca de experiência e no amadurecimento da fé entre os membros do grupo. Já em um grupo grande, em geral, são poucos os que podem expor suas idéias, criam-se as "panelinhas", disputas, troca-se a qualidade pela quantidade (não queremos muitos jovens, mas queremos, jovens comprometidos). Nada impede que tenhamos vários grupos em um mesmo local;

3. Há menos rotatividade entre os membros, o que permite que cada jovem cresça em sua fé e compromisso na medida em que vai fazendo uma caminhada no grupo. O(s) coordenador(es), animador(es) ou assessor(es) pode(m) acompanhar melhor seus jovens, ajudando-os em seus problemas e dificuldades e, principalmente, seguindo seu crescimento dentro do grupo. Imagine um grupo de 100 jovens... não dá mesmo para acompanhar a todos.

4. É possível criar uma linha de crescimento evitando que o grupo tenha que regredir em seus assuntos, por causa da rotatividade ou entrada de novas pessoas.

5.         Quando se inicia um grupo, inicia-se também uma caminhada de conjunto e vivência entre os membros do grupo.

 

            Esta metodologia tem em vista um objetivo maior em função do Reino de Deus: a formação de jovens líderes, que sejam fermento na massa. Muitas vezes, as PJ’s são questionadas por não atingir tantos jovens como os movimentos de juventude. Não se pode confundir os objetivos das PJ’s com os dos movimentos. Um coordenador, animador ou assessor não pode oferecer um acompanhamento sério aos jovens em um grupo com 50 ou 60 jovens.

            Como formar estes jovens líderes? Para formá-los o grupo precisa ser um espaço de crescimento na fé e no compromisso dos jovens, ou seja, um espaço em que os jovens cresçam e assumam um compromisso em favor da causa de Cristo. Tornar-se um jovem comprometido não é coisa que acontece de uma hora para outra. É um processo que leva vários anos. O grupo deve ser o espaço em que o jovem seja despertado a assumir o compromisso, que depois frutificará sob a forma de um engajamento na transformação da realidade, dentro (como coordenador, animador ou assessor) ou fora da PJ (em outras pastorais ou movimentos).

 

•          Formação Integral: Significa formar o jovem integralmente (como um todo), levando em consideração todos os seus aspectos (físico, mental e espiritual). Podemos dividi-las em 5 dimensões, assim resumidas:

 

1) Psíquica (eu e eu - identidade): Nesta dimensão trabalhamos a identidade, traumas, dificuldades de se aceitar, timidez e principalmente o auto-conhecimento.

2) Afetiva (eu e o próximo): Trabalhamos o relacionamento com os outros, namoro, amizades, brigas e a necessidade de viver em comunidade.

3) Teológica-teologal (eu e Deus) Trabalhos nesta dimensão o conhecimento de Deus e sua Igreja. A espiritualidade, o estudo bíblico, os momentos de oração, formação, etc.

4) Sócio-política-cultural (eu e a sociedade) Enfatizamos a atuação e inserção do jovem na sociedade como agente transformador de mudanças para um mundo mais fraterno e justo (a Fé sem obras é morta – união Fé e Vida), visando sempre à libertação.

5) Capacitação de Liderança (formar novos lideres) Ao mesmo tempo tentamos criar ou fomentar novos líderes. Trabalhando sua capacitação e formação.

 

•          Etapas de Crescimento: . A Etapa de Crescimento de um grupo de jovens se divide em 5 momentos distintos. Infelizmente muito grupos nascem sem terem sido planejados. As etapas de crescimento de um grupo jovem podem ser definidas assim:

 

1. Nucleação (Etapa de socialização): é o primeiro contato com o grupo onde o mais importante é fortalecer a coesão grupal e a amizade entre os membros. Nesta etapa o coordenador, animador e o assessor buscam melhorar o entrosamento entre os jovens através de muitas dinâmicas, brincadeiras, dias de lazer, etc. É a chamada "fase cor- de-rosa", em que tudo no grupo é novidade e descoberta e o jovem se sente acolhido pelo grupo. Aos poucos são introduzidos elementos da metodologia das PJ’s como a discussão em grupo e o método VER-JULGAR-AGIR-REVER-CELEBRAR. Os temas giram em torno do cotidiano do jovem e de questões mais pessoais como namoro, família, amizade, sexo, drogas, etc. As atividades do grupo têm um caráter mais assistencialista como a visita a creches, asilos, campanhas para arrecadar alimentos, etc. É importante que o coordenador leve os jovens a irem questionando as causas dessas situações e a perceberem as dimensões religiosas e sociais dos problemas. Ao se fazer a nucleação, deve se dar ênfase aos jovens que tenham o mesmo ambiente de convívio (idades próximas, gostos, sejam da mesma série, bairro, tenham participado do mesmo encontro, etc.).  Nesta fase trabalha-se muito os valores.

2. Iniciação (parte I - Etapa de aprofundamento): o jovem vai descobrindo qual é o projeto que Deus reservou para ele através de um maior aprofundamento da Bíblia e do conhecimento do projeto de Cristo. Cada vez mais o coordenador vai introduzindo uma reflexão bíblica à luz da realidade. Busca-se reforçar os momentos de espiritualidade, promover alguns retiros de oração ou de estudo bíblico, por exemplo. É importante que se usem cantos ligados à realidade do povo e que ajudem na compreensão mais exata sobre a realidade do povo de Deus. Os jovens devem conhecer a pessoa de Jesus e o seu projeto, não só através da reflexão mas também do testemunho pessoal do coordenador e de outros membros da comunidade. Aos poucos eles vão abandonando uma fé de simples devoção, de herança familiar e assumindo uma fé mais comprometida.

3. Iniciação (parte II - Etapa de comunhão): Nesta fase os jovens vão descobrindo-se como parte da igreja local, paróquia, colégio ou comunidade e que o grupo tem um papel a desempenhar na Igreja de conjunto. Os jovens vão assumindo algumas tarefas na comunidade educativa: liturgia, festas, encontros, catequese, etc. É importante que os jovens percebam também a especificidade do grupo e não acabem sendo "engolidos" pelas tarefas que assumem, ou seja, que o grupo se transforme em um grupo cuja única função é animar as celebrações, fazer reuniões ou apenas se reunir, por exemplo. Como existe falta de pessoas que se dediquem às atividades da comunidade, logo os jovens acabam assumindo uma série de tarefas, acabam virando "pau-pra-toda-obra". Os jovens devem perceber a importância da vida comunitária, mas que a missão dos jovens transcende os muros da igreja; ela está voltada para transformação da juventude e do mundo.

4. Iniciação (parte III - Etapa de descoberta): o jovem vai avançando em sua consciência através da discussão de temas e de ações que envolvem o meio social em que ele vive. Nesta etapa o grupo passa a refletir mais sobre temas como o desemprego, a fome, a política, etc., e a assumir atividades que têm em vista a mudança social. Também é nesta fase que se passa por um aprofundamento maior na fé e na Igreja. O grupo começa a entender a importância de fazer parte do corpo de Cristo e das PJ’s. Descobre também a importância da Formação Integral e das Etapas de Crescimento. Em geral, o grupo passa a viver uma crise em conseqüência dos compromissos que assume. Passa a enfrentar a oposição de alguns jovens da Igreja e de fora da Igreja. Os jovens que só querem saber de diversão, ao perceberem as mudanças no grupo, acabam se afastando ou criticando. Muitos definem determinadas atividades no grupo, "mas na hora", só uma meia dúzia assume... Tudo isso caracteriza um momento de crise no grupo, que  pode ser positiva na medida em que indica uma transformação que está acontecendo no grupo. É hora de separar o "o joio do trigo", aqueles que realmente estão comprometidos com o projeto de Jesus ficam, outros saem. Mas isso não significa necessariamente um perda, significa que aqueles que saíram foram até o limite do que podiam oferecer. Levarão sempre consigo as coisas que aprenderam no grupo e é até possível que voltem depois de um tempo. Os que ficam aprenderão que estar no caminho do Reino exige renúncias e muita disposição para lutar. Na medida, porém, que começam a colher os frutos de suas ações, sentem-se recompensados e novamente cheios de esperança.

5. Maturidade ou Compromisso: nessa fase o grupo pode assumir vários projetos de transformação da juventude - individual ou coletivamente. Pode-se optar, por exemplo, pela formação de novos grupos, além de dar continuidade às ações que já vinham desenvolvendo. Cada grupo decidirá o que fazer de acordo com as exigências de sua realidade. Isto pode significar o início da morte do grupo ou de seu processo de crescimento e “ressurreição”, o que dá na mesma.  Aqui abre-se um vasto caminho de engajamento dentro ou fora da Igreja. As PJ’s estão fervilhando de novas experiências, de novos caminhos que os jovens estão buscando de compromisso com a transformação social. O grupo se transforma numa sementeira de novos grupos, pronto para crescer e frutificar. Os jovens devem procurar manter o vínculo, e ajudar-se mutuamente, celebrando juntos e aprofundando a fé. Em todas as fases, o acompanhamento de um assessor é fundamental. O importante em qualquer grupo é não permitir o entra e sai de pessoas. Um jovem que entra num grupo deve percorrer estas etapas e amadurecer e se comprometer com outras coisa. Ele não pode ficar para sempre em um grupo de jovens.

 

O coordenador e o animador do grupo são a peça-chave nesse processo. Devem ser jovens comprometidos que tenham claros os objetivos das PJ’s e como alcançá-los, assim como compreender cada etapa de crescimento do grupo e dos jovens e saber despertar cada jovem segundo o potencial que ele tem a oferecer pela causa do Reino. Por exemplo, nem todos os jovens, para se tornarem lideranças, deverão necessariamente tornar-se coordenadores. Uns podem contribuir melhor pela sua capacidade de atrair os jovens através da música; outros com teatro; outros podem ajudar pela sua capacidade de organização e responsabilidade; uns pela capacidade de ouvir e perceber os problemas dos outros. Enfim, são vários os dons e o coordenador, animador ou assessor devem saber colocar cada um para que opere como uma grande orquestra, em que cada instrumento, tocando de forma coordenada, produza uma linda sinfonia. Todos, entretanto, devem crescer em sua fé e compromisso. Um jovem que passa vários anos em um grupo sem avançar um centímetro, simplesmente perdeu seu tempo. Em se tratando de um grupo, muito pior! Existem grupos que nascem e morrem sem que tenham formado um jovem líder sequer e isso é uma pena. Essas coisas ocorrem, muitas vezes, por falta de um coordenador ou assessor preparado ou porque o grupo faz uma caminhada descolada das PJ’s de conjunto (não conhece sua metodologia e material). Um dos grandes erros que percebemos nos jovens coordenadores é a falta de conhecimento e, pior ainda, a falta de vontade em aprender mais. O processo de crescimento dos jovens se realiza por etapas, que não devem ser entendidas como momentos estanques ou como um processo evolutivo em que uma necessariamente segue a outra. Várias etapas podem ocorrer ao mesmo tempo, ou em uma outra ordem que a sugerida aqui.

 

Também devemos criar alguns meios de ação, tais como:

-           Reuniões semanais para o grupo.

-           Curso de Liderança para coordenadores e animadores

-           Encontros de Espiritualidade             

-          Encontros de Formação:        

 

            É de vital importância que estejamos integrados com as PJ’s Diocesana, Regional e  Nacional.