São Francisco de Assis
modelo de amor eucaristico para os sacerdotes e os
fiéis
P. Stefano
Maria Manelli , FI
São Francisco de
Assis, «ardia com o fervor do mais profundo de todo o seu ser para com o
sacramento do Corpo do Senhor, pois ficava absolutamente estupefato diante de
tão amável condescendência e de tão digna caridade. Achava que era um desprezo
muito grande não assistir pelo menos a uma missa cada dia, se pudesse.
Comungava com freqüência e com tamanha devoção que tornava devotos também os
outros. (...)
Certa ocasião quis
mandar os frades pelo mundo com preciosas âmbulas para guardarem o preço de
nossa redenção no melhor lugar, onde quer que o encontrassem guardado de
maneira menos digna.
Queria que se
tivesse a maior reverência para com as mãos sacerdotais, pelo poder divino que
lhes foi conferido para a confecção do santo sacramento. Dizia freqüentemente: “Se
e acontecesse de encontrar ao mesmo tempo um santo descido do céu e um
sacerdote pobrezinho, saudaria primeiro o presbítero, e me apressaria a beijar
as suas mãos. Até diria: ‘Espera, São Lourenço, porque as mãos deste homem
tocam a Palavra da vida e têm algo de sobre-humano’”»[1].
Nesta excepcional
página do Bem-aventurado Tomás de Celano, primeiro biógrafo de São Francisco de
Assis, é resumida toda a sua vida Eucaristica, rica de amor e de fé, de devoção
e fervor. Não falta mesmo nada para que seja uma vida Eucarística exemplar,
plena e perfeita para todos: tanto para os próprios sacerdotes como para os
simples fiéis.
A Santa Missa, a
Santa Comunhão, a adoração Eucarística, o decoro do altar e das Igrejas, a
veneração pelos Sacerdotes, ministros da Eucaristia: em tudo isto São Francisco
é de tal modo Mestre e modelo que se pode considerá-lo verdadeiramente não
apenas como um Santo Eucarístico, mas como um serafim enamorado da Eucaristia.
Entre todos os seus
filhos, veremos figuras admiráveis de serafins da Eucaristia, como Santo Antônio
de Lisboa (de Pádua) e São Boaventura, que escreveram páginas de doutrina
sublime e de comovente amor à Eucaristia; como São Pasqual Baylon, declarado
patrono dos Congressos Eucarísticos; como São José de Copertino, que levitava
num vôo estático na direção dos Ostensórios e Sacrários; como o Bem-aventurado
Mateus de Gingenti e o Bem-aventurado Boaventura de Pontenza, que, depois de
mortos, com seus próprios corpos cadavéricos, adoraram a Eucaristia; como São
Pio de Pietrelcina, que por muitas oras, de dia e de noite, velava em oração
diante do Altar Eucarístico.
Para São Francisco,
a Santa Missa era um mistério de graça tão sublime que, na carta ao Capitulo
geral e a todos os frades, escreveu esta esclamação de fogo: «pasme o homem
inteiro, estremeça todo o mundo e exulte o céu quando, sobre o altar, na mão do
sacerdote, está Cristo, Filho do Deus vivo».[2]
A coisa que
impressiona São Francisco é o amor de Jesus, impelido a uma humildade
inconcebível: «Ó admirável alteza e estupenda condescendência! Ó humildade
sublime! Ó sublimidade humilde, pois o Senhor do Universo, Deus e Filho de
Deus, de tal maneira se humilha que, por nossa salvação, se esconde sob uma
pequena forma de pão!»[3]
Por isto,
considerava grande falta de amor da nossa parte a ausência à Missa diária. Por
isto ele assistia pelo menos uma Santa Missa por dia mas, quando estava doente,
dentro de suas possibilidades, pedia que lhe celebrassem a Santa Missa em sua
cela, ou pelo menos pedia para que lhe lessem o Evangelho da Missa do dia:
«quando não podia ir à Missa, sempre queria ouvir o Evangelho daquele dia»[4]
Esta é uma lição
para todos nós, que freqüentemente somos tão preguiçosos e criamos tantas
dificuldades para participar da Missa dominical! Nem falemos da Missa diária,
tão abandonada que, em muitas Igrejas, o Sacerdote deve celebrar a Santa Missa
para os bancos ou para quatro velhinhas devotas.
Sobre a Santa
Comunhão, São Francisco nos ensina como recebê-la como serafins ardentes de
amor: «Comungava com freqüência e com tamanha devoção que tornava devotos
também os outros»[5]. Eis a verdadeira
devoção: aquela que edifica, que constrói, que impulsiona também aos outros à
perfeição. São Boaventura, de fato, diz que era tão grande a devoção de São
Francisco ao receber a Comunhão que «tornava os outros devotos». Basta pensar
que logo após a Comunhão, ao «saborear o Cordeiro imaculado suavemente, como se
estivesse ébrio no espírito, na mente era quase sempre arrebatado em êxtase»[6]. E Celano nos
revela o íntimo de São Francisco, escrevendo que «ao receber o Cordeiro
imolado, imolava o seu espírito com aquele fogo que sempre ardia no altar de
seu coração»[7]. Este é o amor que
se funde, a imolação de amor que não admite divisão: “quem come a minha Carne e
bebe o meu Sangue permanece em mim e eu nele” (Jo VI,56).
São Francisco se
preparava para a Santa Comunhão com um cuidado atentíssimo: não apenas a sua
vida santa, diariamente rica de heroísmo, mas também a Confissão sacramental
devia preparar cada dia a sua alma para receber Jesus Eucarístico com a máxima candura
da graça. Naquele tempo, não se podia comungar mais de três vezes por semana:
então, São Francisco confessava-se três vezes por semana. Quando se ama,
quer-se agradar a pessoa amada, dando-lhe tudo que possa fazê-la feliz. A alma
purificada pelo Sacramento da Confissão se torna uma casa cheia de candor e de
perfume para Jesus, Hóstia Imaculada. São Francisco não só sabia e fazia isto,
mas recomendava-o a todos com fervor verdadeiramente seráfico. Na carta a todos
os fiéis, São Francisco escrevia assim: Jesus «quer que todos nos salvemos por
ele e o recebamos com coração puro e com nosso corpo casto, mas são poucos os
que querem recebê-lo»[8].
Quando se ama, além
disso, olha-se com olhos de amor não apenas a pessoa amada, mas também a tudo
aquilo que diz respeito a ela. Neste sentido, São Francisco cultivou a atenção
altíssima de amor seja à adoração Eucarística, seja à veneração por tudo que se
refere à Eucaristia, como as Igrejas e os Sacerdotes.
A paixão de amor
pela adoração Eucaristia foi tão ardente em São Francisco que não eram poucas
as noites inteiras passadas por ele aos pés do Sacrário. E se, às vezes, o sono
lhe assaltava, cochilava um pouco sobre os degraus do altar e depois
recomeçava, incansável e fervorosamente. Quem o sustentava? A fé e o amor
àquele “tão Sublime Sacramento”.
A sua fé e o seu
amor à Eucaristia irradiam-se por sua vida e pelos seus escritos com um fulgor
luminosíssimo. Escreveu uma vez aos frades: «rogo a todos vós, irmãos, com o
beijo dos pés e com a caridade que posso, que manifesteis toda reverência e
toda honra, tanto quanto puderdes, ao santíssimo corpo e sangue do Senhor nosso
Jesus Cristo»[9].
Para São Francisco,
a fé na Eucaristia forma um todo com a fé na Santíssima Trindade e no Verbo
Encarnado. E assim queria que fosse para todos. Por isto, escrevia com vigor e
calor: «o Filho, no que é igual ao Pai, é visto por alguém diferentemente do
Pai, diferentemente do Espírito Santo. Por isso todos os que viram o Senhor Jesus
segundo a humanidade e não viram e creram segundo o espírito e a divindade que
ele era o verdadeiro Filho de Deus, foram condenados; assim também agora todos
os que vêm o sacramento que se consagra pelas palavras do Senhor sobre o altar
por mão do sacerdote na forma de pão e vinho, e não vêem e crêem segundo o
espírito e a divindade, que é verdadeiramente o Santíssimo Corpo e Sangue de
Nosso Senhor Jesus Cristo, foram condenados». E, pouco depois, continua sua
amonição com uma comparação muito apropriada: «como se mostrou aos santos apóstolos
em Carne verdadeira, assim também a nós agora no Pão Sagrado. E como eles com a
visão de sua Carne só viam a Carne dele, mas criam que era Deus contemplando
com olhos espirituais; assim também nós, vendo o Pão e o Vinho com os olhos
corporais, vejamos e creiamos firmemente que é seu santíssimo Corpo e Sangue
vivo e verdadeiro»[10].
Esta fé e este amor
chegarão ao ponto de fazê-lo exclamar muitas vezes que «nada vejo corporalmente
neste século do mesmo Filho de Deus, senão o santíssimo Corpo e o seu
santíssimo Sangue (...). E esses santíssimos mistérios sobre todas as coisas
quero que sejam honrados, venerados e colocados em lugares preciosos»[11].
O amor à Casa do
Senhor é inseparável do amor à Eucaristia. Não se pode amar a Jesus e não
cuidar de sua Casa. São Francisco nos deixou uma lição estupenda de amor e
correção também neste ponto. Pessoalmente, ele já se preocupava da limpeza da
Igreja, dos cálices e dos cibórios, das toalhas e das hóstias, dos vasos de
flor e das lâmpadas.
Exortava os
ministros do Altar a serem fervorosos e fiéis ao circundar o Santíssimo
Sacramento com todo decoro e reverência. Em uma carta aos Custódios, parece
escrever de joelhos: «eu vos rogo, mais do que por mim mesmo, que, quando for
conveniente e virem que é oportuno, supliqueis humildemente aos clérigos, que
devam venerar sobre todas as coisas o santíssimo corpo e sangue de nosso Senhor
Jesus Cristo (...). Devem ter preciosos os cálices, corporais, ornamentos do
altar e tudo que pertence ao sacrifício. E se em algum lugar estiver colocado
pauperrimamente o santíssimo Corpo do Senhor, que por eles seja posto em lugar
precioso e fechado à chave, de acordo com o mandato da Igreja, e seja levado
com grande veneração e administrado aos outros com discrição. (...) Quando é
sacrificado pelo sacerdote sobre o altar e é levado a alguma parte, todas as
pessoas, de joelhos, retribuam louvores, glória e honra ao Senhor Deus vivo e
verdadeiro»[12].
Estas coisas São
Francisco escrevia e vivia. Quando chegava em um lugar, depois de ter pregado
ao povo, sempre reunia o clero à parte e falava destes problemas com fervor
apaixonado, recorrendo até às ameaças das penas eternas: «Será que não somos
movidos pela piedade de todas essas coisas se o próprio piedoso Senhor se
apresenta em nossas mãos e o tratamos e recebemos todos os dias em nossa boca?
Ou ignoramos que devemos cair em suas mãos? Portanto, emendemo-nos depressa e
firmemente disso tudo e de outras coisas; e onde quer que esteja o santíssimo
corpo de nosso Senhor Jesus Cristo ilicitamente colocado e abandonado, seja
removido desse lugar e colocado e confiado a um lugar precioso»[13].
Mais concretamente
ainda, São Francisco mesmo, indo a pregar pelas cidades e vilarejos, «carregava
uma vassoura para varrer as Igrejas», como refere a Legenda perusina, «porque o bem-aventurado Francisco ficava muito
sentido quando entrava numa igreja e via que não estava limpa», e isto o levava
a recomendar aos sacerdotes «para que tivessem um cuidado solícito por
conservar limpas as igrejas, os altares e tudo que serve para celebrar os
divinos mistérios»[14].
Além disso, «uma
vez, quis enviar alguns frades por todas as províncias – diz o Espelho de perfeição –, para levarem
muitas píxides, bonitas e limpas, e onde encontrassem o Corpo do Senhor
indignamente guardado, o colocassem naqueles píxides de maneira honrosa. Quis
também enviar alguns outros frades por todas as províncias com bons e belos
ferros para fazer hóstias boas e limpas»[15].
Se a isto
acrescentamos que São Francisco pedia a Santa Clara que fizesse corporais para
que fossem doados a Igrejas pobres e que ele mesmo, às vezes, preparava os
vasos de flores para o altar, podemos ter uma idéia mais completa do fervor
Eucarístico de São Francisco.
* * *
O que dizer, em
particular, da veneração de São Francisco pelos Sacerdotes do Altar? Basta que
nos reportemos ao seu Testamento: «O
Senhor me deu e dá tanta fé nos sacerdotes, que vivem segundo a forma da santa
Igreja Romana, por causa de sua ordem, que, se me fizerem perseguição, quero
recorrer a eles mesmos. E não quero considerar pecado neles, porque enxergo
neles o Filho de Deus»[16].
Esta é a visão
sobrenatural de São Francisco sobre os consagrados “in Persona Christi”, ou seja, os sacerdotes: «enxergo neles o Filho
de Deus». Por isto ele queria que «fossem honrados de maneira particular os
sacerdotes que tratam os venerandos e máximos sacramentos, a tal ponto que,
onde os encontrassem, inclinando a cabeça, lhes beijassem as mãos (...) e em
qualquer lugar que encontrassem um sacerdote, rico ou pobre, bom ou mau,
inclinando-se humildemente faziam-lhe uma reverência»[17].
Aos próprios
Sacerdotes ele diz com amor: «Vede vossa dignidade, irmãos sacerdotes, e sede
santos, porque Ele é santo. E assim como o Senhor Deus os honrou acima de todos
por causa desse ministério, assim também vós amai-o, reverenciai-o e honrai-o
sobre todos»[18]. É realmente
inefável a dignidade daquele que “re-presenta Cristo” e é chamado a ser, onde
quer que seja, “presença de Cristo”, e a pensar, falar e agir em tudo “como
Cristo”.
Por isto, São
Francisco se preocupava de que os Sacerdotes possam sempre «celebrar a missa,
puros com pureza façam com reverência o verdadeiro sacrifício do santíssimo
corpo e sangue do Senhor nosso Jesus Cristo, com intenção santa e limpa»[19]. Tenham sempre a
máxima devoção e o máximo candor de alma, com a perfeita obediência a todas as
normas da Igreja e com toda a delicadeza ao tê-lo entre as mãos e ao
distribuí-lo aos outros, fazendo assim admirarem-se os anjos que lhe assistem.
São Francisco não
se cansa de recomendar aos sacerdotes sobretudo a humildade, fazendo referência ao exemplo do próprio Cristo, o qual
«se humilha diariamente, como quando veio do trono real ao útero da Virgem; vem
diariamente a nós ele mesmo aparecendo humilde; desce todos os dias do seio do
Pai sobre o altar nas mãos do sacerdote»[20].
E as mãos do
sacerdote deveriam ser puras como as mãos de Nossa Senhora, recomenda o Pai
Seráfico, exprimindo-se com estas palavras sublimes: «ouvi, irmãos meus: Se a
bem-aventurada Virgem é assim honrada, como é digno, porque o carregou em seu
santíssimo útero; (...) como deve ser santo, justo e digno quem toca com as
mãos, toma com o coração e com a boca e dá aos outros para tomar, aquele que já
não há de morrer, mais vai viver para sempr e é glorificado, em quem os anjos querem
olhar».[21]
Por isto,
considerando tais e tão sublimes deveres do sacerdote, São Francisco não pode
deixar de fazer uma dolorosa e amarga constatação relativa a cada sacerdote:
«grande miséria e miserável debilidade, quando o tendes tão presente e vós buscais
alguma outra coisa em todo o mundo»[22]. Se cada sacerdote
pudesse refletir sobre estes branos do Pai Seráfico!...
Podemos encontrar a
conclusão de todo o discurso sobre a piedade e sobre a vida Eucaristica segundo
São Francisco de Assis nesta sua pequena exortação, que vale certamente para
todos nós: «não retenhais nada de vós para vós mesmos, para que vos receba
inteiros aquele que a vós se dá inteiro»[23]. Ser um do outro, ser um no outro: não seria este talvez
o conteúdo das divinas palavras de amor do Summo e Eterno Sacerdote: «Quem come
a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e eu nele» (Jo VI,56)?...
[1]Celano, Tomás de. Segunda vida de São Francisco, cap. 152 in Fontes Franciscanas (FF), Ed. Mensageiro de Santo Antônio, Santo André
2005. O original latino diz: «Flagrabat erga sacramentum Dominici Corporis
fervore omnium medullarum, stupori permaximo habens caram illam dignationem et
dignantissimam caritatem. Missam
vel unicam non audire quotidie, si vacaret, non parvum reputabat contemptum.
Sæpe communicabat, et tam devote, ut alios devotos efficeret. (...) Diligebat
propterea Franciam ut amicam Corporis Domini, atque in ea mori propter sacrorum
reverentiam cupiebat. Voluit quandoque mittere fratres per mundum (cfr. Ioa
3,16) cum pretiosis pixidibus, ut ubicumque indecenter locatum pretium
redemptionis adverterent, optimo reconderent loco. Sacerdotalibus manibus, quibus de ipso
conficiendo tam divina collata auctoritas est, magnam volebat reverentiam
exhiberi. Frequenter dicebat: “Si sancto cuiquam de cælo venienti (cfr. Ioa
3,31) et pauperculo alicui sacerdoti simul me contingeret obviare, praevenirem
honore (cfr. Rom 12,10) presbyterum, et ad manus eius deosculandas citius me
conferrem. Dicerem enim: “Oi! Exspecta, sante Laurenti! quia manus huius Verbum
vitæ contrectant (cfr. 1Ioa 1,1), et ultra humanum aliquid possident!”».
(NT)
[2] Francisco
de Assis, S. Carta
a toda a Ordem, n. 26 in FF. O
original latino diz: «Totus homo paveat, totus mundus contremiscat, et cælum
exsultet, quando super altare in manu sacerdotis est Christus, Filius Dei vivi».
(NT).
[3] Ibidem. O texto latino diz: «O
admiranda altitudo et stupenda dignatio! O humilitas sublimis! O sublimitas
humilis, quod Dominus universitatis, Deus et Dei Filius, sic se humiliat, ut
pro nostra salute sub modica panis formula se abscondat!». (NT).
[4] Legenda Perusina, 50,2 in FF. O original latino diz: «cum non
posset audire missam, volebat audire Evangelium illius diei». (NT).
[5] Celano,
T. Ibidem. O original latino diz: «Sæpe communicabat,
et tam devote, ut alios devotos efficeret». (NT).
[6] Boaventura,
S. Legenda maior de São Francisco, 9,2,5
in FF, ibidem. O original latino diz:
«Saepe communicabat et tam devote, ut alios devotos efficeret, dum ad
immaculati Agni (cfr. 1Pet 1,19) degustationem suavem, quasi spiritu ebrius, in
mentis ut plurimum rapiebatur excessum». (NT).
[7] Celano,
T. Ibidem, 152,3. O original latino diz: «Reverendum
enim illud omni reverentia prosequens, membrorum omnium sacrificium offerebat,
et agnum immolatum (cfr. 1Pet 1,19) recipiens, illo igne qui in altari cordis
semper ardebat (cfr. Lev 6,12; Sir 23,22), spiritum immolabat ». (NT).
[8] Francisco
de Assis, S. Carta
II aos fiéis, nn. 14-15 in FF. O
original latino diz: «Et vult ut omnes salvemur per eum et recipiamus ipsum
puro corde et casto corpore nostro. Sed pauci sunt, qui velint eum recipere ».
(NT).
[9] Francisco
de Assis, S. Carta
à toda a Ordem, n. 12 in FF. O
original latino diz: «Deprecor itaque omnes vos fratres cum osculo pedum et ea
caritate, qua possum, ut omnem reverentiam et omnem honorem, quantumcumque
poteritis, exhibeatis sanctissimo corpori et sanguini Domini nostri Jesu
Christi». (NT).
[10] Francisco
de Assis, S. Admoestações,
nn. 7-9.19-21 in FF. O original
latino diz: «filius in eo, quod æqualis est Patri, videtur ab aliquo aliter
quam Pater, aliter quam Spiritus Sanctus. Unde omnes qui viderunt Dominum Jesum
secundum humanitatem et non viderunt et crediderunt secundum spiritum et
divinitatem, ipsum esse verum Filium Dei, damnati sunt; ita et modo omnes qui
vident sacramentum, quod sanctificatur per verba Domini super altare per manum
sacerdotis in forma panis et vini, et non vident et credunt secundum spiritum
et divinitatem, quod sit veraciter sanctissimum corpus et sanguis Domini nostri
Jesu Christi damnati sunt (...). Et sicut sanctis apostolis in vera carne, ita
et modo se nobis ostendit in sacro pane. Et sicut ipsi intuitu carnis suæ
tantum eius carnem videbant, sed ipsum Deum esse credebant oculis spiritualibus
contemplantes; sic et nos videntes panem et vinum oculis corporeis videamus et
credamus firmiter, eius sanctissimum corpus et sanguinem vivum esse et verum».
(NT).
[11] Francisco de Assis, S.
Testamento, nn. 10-11 in FF. O original latino diz: «Et propter
hoc facio, quia nihil video corporaliter in hoc sæculo de ipso altissimo Filio
Dei, nisi sanctissimum corpus et sanctissimum sanguinem suum, quod ipsi
recipiunt et ipsi soli aliis ministrant. Et hæc sanctissima mysteria super omnia volo honorari, venerari et in
locis pretiosis collocari». (NT).
[12] Francisco de Assis, S.
Carta I aos Custódios, nn. 2-7 in FF. O original latino diz: «Rogo vos
plus quam de me ipso, quatenus, cum decet et videritis expedire, clericis
humiliter supplicetis, quod sanctissimum corpus et sanguinem Domini nostri Jesu
Christi (...). Calices, corporalia, ornamenta altaris et omnia, quæ pertinent
ad sacrificium, pretiosa habere debeant. Et si in aliquo loco sanctissimum
corpus Domini fuerit pauperrime collocatum, iuxta mandatum Ecclesiæ in loco
pretioso ab eis ponatur et consignetur et cum magna veneratione portetur et cum
discretione aliis ministretur. (...) Quando a sacerdote sacrificatur super
altare et in aliqua parte portatur, omnes gentes flexis genibus reddant laudes,
gloriam et honorem Domino Deo vivo et vero». (NT).
[13] Francisco de Assis, S. Carta aos Clérigos, nn. 8-11 in FF. O original latino diz: «Non movemur
de his omnibus pietate, cum ipse pius Dominus in manibus nostris se præbeat et
eum tractemus et sumamus quotidie per os nostrum? An ignoramus, quia debemus
venire in manus eius? Igitur de his
omnibus et aliis cito et firmiter emendemus; et ubicumque fuerit sanctissimum
corpus Domini nostri Jesu Christi illicite collocatum et relictum, removeatur
de loco illo et in loco pretioso ponatur et consignetur». (NT).
[14] Legenda Perusina, 18,5 in FF. O original latino diz: «Et portabat
scopam ad scopandas ecclesias. Nam multum dolebat beatus Franciscus, cum
intraret aliquam ecclesiam et videret ipsam non mundatam, et propterea semper,
postquam predicaverat populo, finita predicatione, faciebat congregari omnes
sacerdotes, qui aderant ibi, in aliquo remoto loco, ut a secularibus non
audiretur, et predicabat eis de salute animarum, et maxime ut curam et
sollicitudinem haberent conservandi mundas ecclesias, et altaria et omnia, que
pertinent ad celebranda divina mysteria». (NT).
[15] Espelho de Perfeição, 65,1-12 in FF. O original latino diz: «quodam
tempore, voluit mittere fratres aliquos per universas provincias qui portarent
multas pyxides pulchras et mundas, et ubicumque invenirent Corpus Domini
inhoneste repositum, ipsum in illis pyxidibus honorifice collocarent. Quosdam
etiam alios fratres voluit mittere per universas provincias cum bonis et
pulchris ferramentis ad faciendum hostias bonas et mundas». (NT).
[16] Francisco de Assis, S. Testamento, nn. 6.9 in FF. O original latino diz: «Dominus dedit mihi et dat tantam fidem in sacerdotibus, qui vivunt secundum formam sanctæ ecclesiæ Romanæ propter ordinem ipsorum, quod si facerent mihi persecutionem, volo recurrere ad ipsos. Et nolo in ipsis considerare peccatum, quia Filium Dei discerno in ipsis». (NT).
[17]
Legenda dos três companheiros, 57, 9;
59,11 in FF. O original latino diz:
«Sacerdotes quoque qui tractant veneranda et maxima sacramenta voluit
singulariter a fratribus honorari, intantum ut ubicumque illos invenirent caput
coram eis flectentes oscularentur manus eorum (...) Ubicumque autem inveniebant sacerdotem, divitem
vel pauperem, bonum vel malum, inclinantes se humiliter ei reverentiam
faciebant». (NT).
[18] Francisco
de Assis, S. Carta
a toda a Ordem, nn. 23-24, in FF.
O original latino diz: «Videte dignitatem vestram, fratres (cfr. 1Cor 1,26)
sacerdotes, et estote sancti, quia ipse sanctus est (cf Lev 19,2). Et sicut super omnes propter hoc
ministerium honoravit vos Dominus Deus, ita et vos super omnes ipsum diligite,
reveremini et honorate». (NT).
[19] Ibidem, n. 14 in FF. O original latino diz: «celebrare voluerint, puri pure faciant
cum reverentia verum sacrificium sanctissimi corporis et sanguinis Domini
nostri Jesu Christi sancta intentione et munda». Existem variações na tradução de «puri pure», como «puros e cheios de
pureza». (NT).
[20] Francisco
de Assis, S. Admoestações,
1,16-18 in FF. O original latino diz:
«quotidie humiliat se, sicut quando a regalibus sedibus venit in uterum
Virginis; quotidie venit ad nos ipse humilis apparens; quotidie descendit de
sinu Patris super altare in manibus sacerdotis». (NT).
[21] Francisco
de Assis, S. Carta
a toda a Ordem, nn. 21-22 in FF.
O original latino diz: « Audite, fratres mei: Si beata Virgo sic honoratur, ut
dignum est, quia ipsum portavit in sanctissimo utero; (...) quantum debet esse
sanctus, iustus et dignus, qui non iam moriturum, sed in æternum victurum et
glorificatum, in quo desiderant angeli prospicere, contractat manibus, corde et
ore sumit et aliis ad sumendum praebet!». (NT).
[22] Ibidem, n. 25 in FF. O original latino diz: «Magna
miseria et miseranda infirmitas, quando ipsum sic praesentem habetis et vos
aliquid aliud in toto mundo curatis» (NT).
[23] Ibidem, n. 29 in FF. O original latino diz: «Nihil ergo
de vobis retineatis vobis, ut totos vos recipiat, qui se vobis exhibet totum»
(NT).