III  Domingo do Advento

Ano A

Is 35,1-6ª.10: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/9abtgobc.htm

Tia 5,7-10: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/9ak03ye.htm

Mt 11,2-11: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/9adfnzk.htm

 

Uma vez mais a figura central deste Domingo do Advento é João Batista. Depois de ter pregado um Batismo de conversão e de penitência, foi preso por causa das denúncias públicas contra os vícios do tempo, mas continua a conclamar todo o povo a ser paciente e aguardar a chegada do Messias, que virá para instaurar um novo reino.

    De fato, enquanto está encarcerado, manda que perguntem a Jesus se é ele “que deve vir ou temos que esperar outra pessoa?” (Mt. 11,3), ao que Jesus responde evidenciando a sua missão, a pregação e os sinais de cura: “Os cegos recuperam a visão, os aleijados caminham...” (Mt. 11,5). Ele sabe muito bem que João, conhecedor das Escrituras, compreenderá tudo através desses sinais, e que aquele que deveria vir, já está entre eles. Estes são os sinais que acompanharão, como haviam preanunciado os Profetas: “Então abrir-se-ão os olhos dos cegos... o aleijado saltará como um cervo” (Is. 35,6), e todos “verão a glória do Senhor e a magnificência do nosso Deus” (Is. 35,3).

O povo é convidado a caminhar e a fundamentar o percurso da própria existência no “Caminho Santo”. É propriamente neste “Caminho”, que é o Senhor Jesus “Eu sou o Caminho”, que o povo encontrará “a alegria e a felicidade”. Tudo isto requer muita confiança, pois a salvação de Deus manifestar-se-á na sua plenitude: “Eis o vosso Deus... ele vem para vos salvar” (Is. 35,4), paciência e sem lamentações, ao contrário, é preciso fortalecer os nossos corações, “pois a vinda do Senhor está próxima” (Tiago, 5,8).

“Nenhum daqueles que esperam em Vós serão confundidos (cf. Sal. 24,3). A vós clamaram e foram salvos; confiaram em vós e não foram confundidos (cf. Sal. 21,6). A Tua misericórdia foi recebida no coração do Templo (cf. Sal. 47,1), coros jubilosos cantaram os seus louvores: “Bendito aquele que vem no nome do Senhor!” (Sal. 117,26; Mt. 21,9). Esperei no Senhor com toda a confiança. Ele se inclinou para mim, ouviu meus brados (cf. Sal 39,2). Reconhecendo na humildade da carne a majestade divina: “Eis que é o nosso Deus! Nós o esperamos; ele nos salvará! Ele é o Senhor, nós o esperamos com paciência, exultemos e alegremo-nos pela sua salvação! (cf. Is. 25,9). (Hilário de Poitiers, Sermo I in Adv.).

    Nesta espera cheia de júbilo, nos sustentará a Virgem Maria. Ela é a Mãe da esperança, é aquela que torna significativa a nossa “paciência”, que não será em vão. Graças a Ela, a nossa esperança transformou-se em salvação e os nossos olhos viram a salvação de Deus. Maria, por sua disponibilidade, tornou-se o canal privilegiado, através do qual o Senhor se dignou manifestar-se à humanidade. “Esta alegria, invisivelmente presente em nós, encoraja-nos a caminhar com confiança. Modelo e ajuda deste íntimo júbilo é a Virgem Maria, por meio da qual nos foi oferecido o Menino Jesus. Que Ela, discípula fiel do seu Filho nos conceda a graça de viver este tempo litúrgico vigilantes e diligentes na esperança. Amém!”[1].

  

 

 

 

 

 



[1] Bento XVI, Celebração das Primeiras Vésperas do I Domingo do Advento, Basílica Vaticana, 28 de novembro de 2009.