1Kings (BAV) 1





I Livro dos Reis


I - REINADO DE SALOMÃO (1-11)

Velhice de Davi

1 1 O rei Davi estava velho, avançado em anos, e por mais que o cobrissem de roupas, não se aquecia.
2
Seus familiares disseram-lhe: Busquemos para nosso senhor, o rei, uma donzela virgem que sirva o rei e tenha cuidado dele, e durma em seu seio para que ele se aqueça.
3
Procuraram, pois, em toda a terra de Israel, uma donzela formosa; encontraram Abisag, a sunamita, e levaram-na ao rei.
4
Essa donzela era muito formosa. Ela cuidava do rei e o servia, mas o rei não a possuiu.

Conspiração de Adonias

5 Ora, Adonias, filho de Hagit, encheu-se de orgulho e exclamou: Sou eu quem reinará. Adquiriu para si um carro e cavalos, e tomou uma escolta de cinqüenta homens.
6
Nunca seu pai o contrariou, dizendo: Por que fazes isso? Além disso, ele era muito belo e (na idade) seguia imediatamente a Absalão.
7
Tendo feito reuniões com Joab, filho de Sarvia, e com o sacerdote Abiatar, esses tornaram-se seus adeptos.
8
O sacerdote Sadoc, porém, bem como Banaías, filho de Jojada, o profeta Natã, Semei, Rei e os valentes de Davi, não abraçaram o seu partido.
9
Adonias, tendo imolado ovelhas, bois e bezerros cevados junto à pedra de Zoelet, ao lado de En-Rogel, convidou todos os seus irmãos, filhos do rei, e todos os de Judá que estavam a serviço do rei.
10
Mas não convidou o profeta Natã, nem Banaías, nem os valentes, nem o seu irmão Salomão.

O sucessor de Davi

11 Disse Natã a Betsabé, mãe de Salomão: Não soubeste que Adonias, filho de Hagit, se proclamou rei, sem que o saiba Davi, nosso senhor?
12
Escuta: vou dar-te um conselho, para que salves a tua vida e a de teu filho Salomão.
13
Vai ter com o rei Davi e dize-lhe: Ó rei, meu senhor, não juraste à tua serva que Salomão, meu filho, reinaria depois de ti, e se sentaria no teu trono? Por que então Adonias se proclamou rei?
14
Enquanto estiveres falando assim ao rei, entrarei e confirmarei o que tiveres dito.
15
Foi Betsabé ter com o rei no seu quarto. (O rei estava já muito velho, e Abisag, a sunamita, cuidava dele.)
16
Betsabé inclinou-se e prostrou-se diante do rei. Este disse-lhe: Que queres?
17
Ela respondeu: Meu senhor, prometeste com juramento à tua serva que meu filho Salomão reinaria depois de ti, e se sentaria no teu trono.
18
Ora, eis que Adonias se proclamou rei, sem que o saiba o rei, meu senhor.
19
Imolou bois, bezerros cevados e grande quantidade de ovelhas, e convidou todos os príncipes, o sacerdote Abiatar e o general Joab; mas não convidou o teu servo Salomão.
20
Ó rei, meu senhor, todo o Israel tem os olhos postos em ti, esperando que declares quem há de tomar o teu lugar no trono depois de ti.
21
Do contrário, logo que o rei, meu senhor, dormir com os seus pais, eu e meu filho Salomão seremos tratados como criminosos.
22
Falava ela ainda ao rei, quando se apresentou o profeta Natã.
23
Disseram ao rei: Está aí o profeta Natã. Ele entrou e prostrou-se com o rosto por terra diante do rei.
24
Em seguida disse: Ó rei, meu senhor, porventura declaraste: Adonias reinará depois de mim e se sentará no meu trono?
25
Pois ele desceu hoje para imolar bois, bezerros cevados e grande quantidade de ovelhas, tendo convidado todos os príncipes, os generais e o sacerdote Abiatar, os quais estão comendo e bebendo com ele, e gritando: Viva o rei Adonias!
26
Não fomos, porém, convidados nem eu, teu servo, nem o sacerdote Sadoc, nem Banaías, filho de Jojada, nem teu servo Salomão.
27
Será do agrado de meu senhor e rei que assim se faça? Porque não deste a conhecer a teus servos quem deverá sentar-se depois de ti no trono do rei, meu senhor.
28
O rei respondeu: Chamai-me Betsabé. Ela entrou e ficou de pé diante dele;
29
o rei fez-lhe este juramento: Pela vida de Deus que me livrou de toda a angústia,
30
o que te jurei pelo Senhor, Deus de Israel, dizendo: Teu filho Salomão reinará depois de mim e sentar-se-á no meu trono em meu lugar, isso vou cumprir hoje.
31
Betsabé inclinou-se diante do rei, prostrando-se com a face por terra, e disse: Viva o rei Davi, meu senhor, para sempre!
32
O rei Davi disse: Chamai-me o sacerdote Sadoc, o profeta Natã, e Banaías, filho de Jojada. Tendo-se eles apresentado diante do rei, este disse-lhes:
33
Tomai convosco os servos de vosso amo, fazei montar na minha mula o meu filho Salomão, e levai-o a Gião.
34
Ali o sacerdote Sadoc e o profeta Natã o ungirão rei de Israel. Tocareis então a trombeta e direis: Viva o rei Salomão!
35
Voltareis depois atrás dele, e ele virá sentar-se no meu trono para reinar em meu lugar; pois é a ele que estabeleço chefe de Israel e de Judá.
36
Banaías, filho de Jojada, respondeu ao rei: Assim seja; assim queira ordenar o Senhor, o Deus de meu senhor e rei!
37
Esteja ele com Salomão assim como esteve com o rei, meu senhor, e eleve o seu trono ainda acima do trono de meu senhor o rei Davi!

Unção de Solomão

38 O sacerdote Sadoc desceu com o profeta Natã, Banaías, filho de Jojada, os cereteus e os feleteus; fizeram montar Salomão na mula de Davi e conduziram-no a Gião.
39
Tomou o sacerdote Sadoc no tabernáculo o chifre de óleo e ungiu com ele Salomão. A trombeta soou e todo o povo pôs-se a gritar: Viva o rei Salomão!
40
Depois toda a gente voltou atrás dele, tocando flauta e fazendo grandes festas, de modo que a terra vibrava com suas aclamações.
41
Adonias e seus convivas, tendo terminado o seu banquete, ouviram aquela algazarra. Joab, ouvindo soar a trombeta, disse: Por que esse barulho de cidade alvoroçada?
42
Falava ainda, quando sobreveio Jônatas, filho do sacerdote Abiatar. Adonias disse-lhe: Vem: tu és um homem valente e trazes certamente boas notícias.
43
Sim, respondeu Jônatas; é verdade que o rei Davi, meu senhor, proclamou rei a Salomão.
44
Enviou com ele o sacerdote Sadoc, o profeta Natã, Banaías, filho de Jojada, os cereteus e os feleteus e estes fizeram-no montar na mula do rei.
45
O sacerdote Sadoc e o profeta Natã ungiram-no rei em Gião. Dali voltaram cheios de alegria, e a cidade está em alvoroço: essa é a algazarra que ouviste.
46
E Salomão até já está sentado no trono do reino.
47
Além disso, os servos do rei foram felicitar o rei Davi, meu senhor, dizendo: Que o teu Deus torne o nome de Salomão maior que o teu, e eleve o seu trono ainda acima do teu! O rei prostrou-se então sobre o seu leito e disse:
48
Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que hoje pôs sobre o meu trono um sucessor, vendo-o eu com os meus próprios olhos!
49
Os convidados de Adonias, aterrorizados, levantaram-se e foram cada um para o seu lado.
50
Adonias, temendo Salomão, levantou-se também e foi abraçar-se com os cornos do altar.
51
Disseram-no a Salomão, nestes termos: Eis que Adonias, temendo o rei Salomão, foi abraçar-se com os cornos do altar, dizendo: Jure-me hoje o rei Salomão que ele não fará morrer o seu servo à espada!
52
Se ele se mostrar um homem valente, respondeu Salomão, não lhe cairá por terra um só de seus cabelos; mas se nele se encontrar maldade, morrerá.
53
O rei Salomão mandou mensageiros, e o fizeram descer do altar. Ele veio e prostrou-se diante do rei, que lhe disse: Volta para a tua casa.

Morte de Davi

2 1 Aproximando-se o fim de Davi, deu ele ao seu filho Salomão as suas (últimas) instruções:
2
Eu me vou, disse ele, pelo caminho que segue toda a terra. Sê corajoso: porta-te como homem.
3
Guarda os preceitos do Senhor, teu Deus; anda em seus caminhos, observa suas leis, seus mandamentos, seus preceitos e seus ensinamentos, tais como estão escritos na lei de Moisés. Desse modo serás bem-sucedido em tudo o que fizeres e em tudo o que empreenderes,
4
e o Senhor cumprirá a promessa que me fez, isto é, que eu terei sempre um de meus descendentes no trono de Israel, se meus filhos guardarem seus caminhos e andarem diante dele com fidelidade, de todo o seu coração e de toda a sua alma.


5 Tu sabes tão bem como eu o que me fez Joab, filho de Sarvia, como ele assassinou os dois chefes do exército de Israel, Abner, filho de Ner, e Amasa, filho de Jeter, derramando assim em pleno tempo de paz o sangue da guerra, e manchando com o sangue da guerra o cinto de seus rins e o calçado de seus pés.
6
Farás como julgares prudente, e não deixarás que as suas cãs desçam em paz à habitação dos mortos.
7
Por outro lado, tratarás com benevolência os filhos de Berzelai, o galaadita; faze-os comer à tua mesa, porque foi esse o gesto que tiveram para comigo quando eu fugia diante de teu irmão Absalão.
8
Tens também perto de ti Semei, filho de Gera, o benjaminita de Baurim, que me insultou tão violentamente no dia em que eu ia para Maanaim. Mas como ele veio ao meu encontro até o Jordão, jurei-lhe por Deus que o não mataria pela espada.
9
Tu, porém, não o deixarás impune; és bastante sensato para saber como o terás de tratar; farás descer, com sangue, as suas cãs à habitação dos mortos.


10 Davi adormeceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi.
11
Reinou quarenta anos sobre Israel: sete anos em Hebron e trinta e três em Jerusalém.
12
Salomão sentou-se no trono de Davi, seu pai, e seu reino foi solidamente estabelecido.

Primeiros atos de Salomão

13 Adonias, filho de Hagit, foi ter com Betsabé, mãe de Salomão. Ela disse-lhe: Vens como amigo?
14
Sim, disse ele, preciso falar-te. Fala.
15
Ele continuou: Sabes que o reino era meu, e que todo o Israel me considerava como o seu futuro rei. Mas o trono foi transferido a outro, passando para o meu irmão, porque o Senhor lho deu.
16
Tenho a esse respeito um pedido a fazer-te; não mo recuses. Fala.
17
Pede ao rei Salomão, que nada te recusa, que me dê Abisag, a sunamita, por mulher.
18
Está bem, respondeu Betsabé, falarei por ti ao rei.
19
Betsabé foi, pois, ter com o rei para falar-lhe em favor de Adonias. O rei levantou-se para ir-lhe ao encontro, fez-lhe uma profunda reverência e sentou-se no trono. Mandou colocar um trono para a sua mãe, e ela sentou-se à sua direita:
20
Tenho um pequeno pedido a fazer-te, disse ela; não mo recuses. Pede, minha mãe, respondeu o rei, porque nada te recusarei.
21
Disse Betsabé: Peço-te que Abisag, a sunamita, seja dada por mulher ao teu irmão Adonias.
22
E o rei Salomão disse à sua mãe: Por que queres que Abisag, a sunamita, seja dada a Adonias? Pede também para ele o reino, que é meu irmão primogênito, assim como para o sacerdote Abiatar e para Joab, filho de Sarvia...
23
Jurou então o rei Salomão em nome de Deus, dizendo: Deus me trate com o último rigor, se Adonias não pagar esta palavra com a sua própria vida!
24
Pela vida de Deus que me estabeleceu solidamente no trono de Davi, meu pai, e que fundou a minha casa como tinha prometido, Adonias será morto hoje mesmo.
25
O rei Salomão enviou Banaías, filho de Jojada, para o matar; e Adonias morreu.
26
Disse também o rei ao sacerdote Abiatar: Vai para as tuas terras, em Anatot, porque és digno de morte. Entretanto, não te matarei agora, porque levaste a arca do Senhor Javé diante de Davi, meu pai, e compartilhaste todas as suas provações.
27
Salomão destituiu Abiatar de suas funções sacerdotais, cumprindo-se assim a palavra pronunciada por Deus em Silo contra a casa de Heli.
28
Quando chegou esta notícia a Joab, que tinha seguido o partido de Adonias, embora não tivesse seguido o de Absalão, ele fugiu e refugiou-se no tabernáculo do Senhor, agarrando-se aos cornos do altar.
29
Foram dizer ao rei Salomão: Joab refugiou-se no tabernáculo do Senhor, e está junto do altar. Salomão mandou Banaías, filho de Jojada dizendo-lhe: Vai e mata-o.
30
Banaías, chegando ao tabernáculo do Senhor, disse a Joab: O rei ordena que saias daqui. Não saio, respondeu Joab; quero morrer aqui. Banaías foi ao rei e disse-lhe: Eis o que me disse Joab, e o que me respondeu.
31
O rei disse-lhe: Faze como ele disse. Mata-o e enterra-o, para que assim se afaste de mim e da casa de meu pai o sangue que ele derramou sem motivo.
32
O Senhor fará cair esse sangue sobre a sua própria cabeça, porque ele matou, feriu à espada, sem que o soubesse Davi, meu pai, dois homens mais justos e melhores do que ele: Abner, filho de Ner, general do exército de Israel, e Amasa, filho de Jeter, general do exército de Judá.
33
O sangue deles recairá para sempre sobre a cabeça de Joab e de sua posteridade; mas a Davi, à sua raça e ao seu trono, dará o Senhor paz para sempre.
34
Banaías, filho de Jojada, voltou ao tabernáculo e feriu de morte a Joab. Sepultaram-no em sua casa, no deserto.
35
Em seu lugar pôs o rei à frente do exército Banaías, filho de Jojada, e em lugar de Abiatar, estabeleceu Sadoc como sacerdote.
36
Depois mandou o rei chamar Semei e disse-lhe: Faze para ti uma casa em Jerusalém e habita aí; dela não sairás para ir aonde quer que seja.
37
No dia em que o fizeres e passares a torrente do Cedron, sabes que serás morto: serás responsável pelo que acontecer.
38
Semei respondeu ao rei: Está bem; teu servo fará como ordenou o rei, meu senhor. E Semei habitou longo tempo em Jerusalém.
39
Três anos depois, aconteceu que dois escravos de Semei fugiram para junto de Aquis, filho de Maaca, rei de Get. Vieram avisar a Semei, dizendo: Teus escravos estão em Get.
40
Semei levantou-se, selou o jumento e foi ter com Aquis a Get, em busca de seus escravos.
41
Disseram a Salomão que Semei fora de Jerusalém a Get e estava de volta.
42
O rei chamou-o e disse-lhe: Não te fiz eu jurar em nome de Deus, não te avisei formalmente, dizendo-te que em qualquer dia que saísses para onde quer que fosse, haverias de morrer? E não me respondeste: Está bem; eu compreendi?
43
Por que não guardaste tu o juramento do Senhor e a ordem que eu te havia dado?
44
Tu sabes, ajuntou o rei, todo o mal que fizeste a Davi, meu pai; tens consciência disso. Por isso o Senhor faz recair a tua malícia sobre a tua cabeça.
45
O rei Salomão será abençoado e o trono de Davi será consolidado para sempre diante do Senhor.
46
Ordenou o rei a Banaías, filho de Jojada, o qual saiu e feriu Semei, e este morreu. E o reino foi consolidado nas mãos de Salomão.

Casamento de Salomão

3 1 Salomão aliou-se por casamento, ao faraó, rei do Egito, tomando sua filha por mulher. Levou-a para a cidade de Davi, até que acabasse de construir o seu palácio, o templo do Senhor e o muro em volta de Jerusalém.
2
O povo continuava sacrificando nos lugares altos, porque até aquele dia não tinha ainda sido edificado o templo ao nome do Senhor.
3
Salomão amava o Senhor e seguia os preceitos de Davi, seu pai. Todavia, continuava sacrificando e queimando incenso nos lugares altos.

Prece de Salomão

4 Foi o rei a Gabaon para ali oferecer um sacrifício, porque esse era o lugar alto mais importante, e ofereceu mil holocaustos sobre o altar de Gabaon.


5 O Senhor apareceu-lhe em sonhos em Gabaon durante a noite, e disse-lhe: Pede-me o que queres que eu te dê.


6 Salomão disse: Vós destes com liberdade vossa graça ao vosso servo Davi, meu pai, porque ele andou em vossa presença com fidelidade, na justiça e retidão de seu coração para convosco; em virtude dessa grande benevolência, destes-lhe um filho que hoje está sentado no seu trono.


7 Sois vós, portanto, ó Senhor meu Deus, que fizestes reinar o vosso servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, e não sei como me conduzir.
8
E, sem embargo, vosso servo se encontra no meio de vosso povo escolhido, um povo imenso, tão numeroso que não se pode contar, nem calcular.
9
Dai, pois, ao vosso servo um coração sábio, capaz de julgar o vosso povo e discernir entre o bem e o mal; pois sem isso, quem poderia julgar o vosso povo, um povo tão numeroso?
10
O Senhor agradou-se dessa oração, e disse a Salomão:


11 Pois que me fizeste esse pedido, e não pediste nem longa vida, nem riqueza, nem a morte de teus inimigos, mas sim inteligência para praticar a justiça,
12
vou satisfazer o teu desejo; dou-te um coração tão sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti e nem haverá depois de ti.


13 Dou-te, além disso, o que não me pediste: riquezas e glória, de tal modo que não haverá quem te seja semelhante entre os reis durante toda a tua vida.


14 E, se andares em meus caminhos e observares os meus preceitos e mandamentos como o fez Davi, teu pai, prolongarei a tua vida.


15 Salomão despertou: foi um sonho. Voltando a Jerusalém, apresentou-se diante da arca da aliança do Senhor e ofereceu holocaustos e sacrifícios pacíficos; e deu um banquete a todos os seus servos.

Sentença de Salomão

16 Vieram duas prostitutas apresentar-se ao rei.
17
Uma delas disse: Ouve, meu senhor: Esta mulher e eu habitamos na mesma casa, e eu dei à luz junto dela no mesmo aposento.
18
Três dias depois, deu também ela à luz. Ora, nós vivemos juntas, e não havia nenhum estranho conosco nessa casa, pois somente nós duas estávamos ali.
19
Durante a noite morreu o filho dessa mulher, porque o abafou enquanto dormia.
20
Levantou-se ela então, no meio da noite, e enquanto a tua serva dormia, tomou o meu filho que estava junto de mim e o deitou em seu seio, deixando no meu o seu filho morto.
21
Quando me levantei pela manhã para amamentar o meu filho, encontrei-o morto; mas, examinando-o atentamente à luz, verifiquei que não era o filho que eu dera à luz.
22
É mentira!, replicou a outra mulher, o que está vivo é meu filho; o teu é que morreu. A primeira contestou: Não é assim; o teu filho é o que morreu, o que está vivo é o meu. E assim disputavam diante do rei.
23
O rei disse então: Tu dizes: é o meu filho que está vivo, e o teu é o que morreu; e tu replicas: não é assim; é o teu filho que morreu, e o meu é o que está vivo.
24
Vejamos, continuou o rei; trazei-me uma espada. Trouxeram ao rei uma espada.
25
Cortai pelo meio o menino vivo, disse ele, e dai metade a uma e metade à outra.
26
Mas a mulher, mãe do filho vivo, sentiu suas entranhas enternecerem-se e disse ao rei: Rogo-te, meu senhor, que dês a ela o menino vivo; não o mateis; a outra, porém, dizia: Ele não será nem teu, nem meu; seja dividido!
27
Então o rei pronunciou o seu julgamento: Dai, disse ele, o menino vivo a essa mulher; não o mateis, pois é ela a sua mãe.
28
Todo o Israel, ouvindo o julgamento pronunciado pelo rei, encheu-se de respeito por ele, pois via-se que o inspirava a sabedoria divina para fazer justiça.

Oficiais de Salomão

4 1 O rei Salomão reinava sobre todo o Israel.
2
Estes são os ministros que o assistiam: Azarias, filho do sacerdote Sadoc;
3
Elioref e Aia, filhos de Sisa, escribas; Josafá, filho de Ailud, cronista;
4
Banaías, filho de Jojada, general do exército; Sadoc e Abiatar, sacerdotes;
5
Azarias, filho de Natã, chefe dos intendentes; Zabud, filho de Natã, conselheiro privado do rei;
6
Aisar, prefeito do palácio; e Adonirão, filho de Abda, dirigente dos trabalhos.
7
Salomão tinha doze intendentes estabelecidos sobre todo o Israel, que proviam às necessidades do rei e de sua casa, cada um durante um mês do ano.
8
Estes são os seus nomes: ..., filho de Hur, na montanha de Efraim;
9
... (filho de Decar, em Maces, em Salebim, em Betsames e em Elon de Betanã;
10
..., filho de Hesed, em Harubot, do qual dependia Soco e toda a terra de Eíer;
11
..., filho de Abinadab, que tinha os altos de Dor (e era casado com Tafet, filha de Salomão);
12
Bana, filho de Ailud, que tinha Tanac e Magedo, e todo o Betsã, perto de Sartana, debaixo de Jezrael, desde Betsã, até Abelmeula, e até além de Jecmaã;
13
..., filho de Gaber, em Ramot de Galaad, que tinha as aldeias de Jair, filho de Manassés, situadas em Galaad, toda a região de Argob em Basã, sessenta cidades grandes e muradas, que tinham fechaduras de bronze;
14
Ainadab, filho de Ado, em Maanaim;
15
Aquimaas, em Neftali, casado também com uma filha de Salomão, chamada Basemat;
16
Baana, filho de Husi, em Haser e em Halot;
17
Josafá, filho de Farué, em Issacar;
18
Semei, filho de Ela, em Benjamim;
19
Gabar, filho de Uri, na terra de Galaad, pátria de Seon, rei dos amorreus e de Og, rei de Basã; (havia um só intendente para toda essa região).
20
A população de Judá e de Israel era tão numerosa como a areia na praia do mar; comiam, bebiam e alegravam-se.

Prosperidade do reinho

21 Salomão dominava sobre todos os reinos, desde o Eufrates até a terra dos filisteus, e até a fronteira do Egito. Esses reinos pagavam tributo e ficaram-lhe sujeitos durante todo o tempo de sua vida.
22
(A casa de) Salomão consumia diariamente para o seu sustento trinta coros de flor de farinha e sessenta de farinha,
23
dez bois cevados e vinte de pasto, cem cordeiros, além de veados, gazelas, gamos e as aves cevadas.
24
Salomão dominava em toda a terra além do Rio, e sobre todos os reis dessas regiões, desde Tafsa até Gaza, e estava em paz com todos os povos vizinhos.
25
Judá e Israel, desde Dã até Bersabéia, viviam sem temor algum, cada qual debaixo de sua vinha e de sua figueira, durante todo o tempo que reinou Salomão.
26
Salomão tinha quatro mil manjedouras para os cavalos de seus carros, e doze mil cavalos de sela.
27
Os intendentes, cada um no seu mês, proviam às necessidades de Salomão e de todos os que se sentavam com ele à mesa real, de modo que nada lhes faltava.
28
Por seu turno, levavam também ao lugar onde fosse preciso, cevada e palha para os cavalos de carga e de montaria.

Sabedoria de Salomão

29 Deus deu a Salomão a sabedoria, uma inteligência penetrante e um espírito de uma visão tão vasta como as areias que estão à beira do mar.
30
Sua sabedoria excedia a de todos os orientais e a de todo o Egito.
31
Ele era o mais sábio de todos os homens, mais sábio do que Etã, o ezraíta, do que Hemã, Chacol e Dorda, filhos de Maol; e sua fama espalhou-se por todos os povos vizinhos.
32
Pronunciou três mil sentenças e compôs mil e cinco poemas.
33
Falou das árvores, desde o cedro do Líbano até o hissopo que brota dos muros; falou dos animais, das aves, dos répteis e dos peixes.
34
De todos os povos vinham pessoas ouvir a sabedoria de Salomão, da parte de todos os reis da terra que tinham ouvido falar de sua sabedoria.

Aliança com Hirão

5 1 Quando Hirão, rei de Tiro, soube que Salomão fora ungido rei em lugar de seu pai, enviou-lhe os seus servos, pois Hirão fora sempre amigo de Davi.
2
Salomão, de seu lado, mandou a Hirão a mensagem seguinte:
3
Sabes que Davi, meu pai, não pôde edificar um templo em nome do Senhor seu Deus, por causa das guerras que teve de sustentar até o dia em que o Senhor pôs os seus inimigos sob a planta de seus pés.
4
Agora, porém, o Senhor deu-me paz de todos os lados: não há mais inimigos nem calamidades.
5
Por isso penso em edificar um templo em nome do Senhor, meu Deus. O Senhor, com efeito, falara disso a Davi, meu pai, nestes termos: Teu filho, que eu farei sentar em teu lugar no trono, este edificará um templo em meu nome.
6
Dá ordem, pois, aos teus servos, que me cortem cedros do Líbano. Meus operários trabalharão com os teus, e pagarei a estes o salário que pedires, pois sabes que não há ninguém entre nós que saiba cortar árvores como os sidônios.
7
Hirão, ouvindo a mensagem de Salomão, encheu-se de grande alegria, e disse: Bendito seja o Senhor, que deu a Davi um filho cheio de sabedoria para governar esse grande povo!
8
Em seguida, mandou responder a Salomão: Recebi tua mensagem. Farei tudo o que desejas acerca das madeiras de cedro e de cipreste.
9
Meus servos as descerão do Líbano até o mar, e dali as farei conduzir em jangadas até o lugar que me designares. Ali as desatarão, e tu as mandarás receber. De teu lado, corresponderás aos meus desejos, fornecendo víveres à minha casa.
10
Hirão deu, pois, a Salomão, tanta madeira de cedro e de cipreste quanta ele quis.
11
E Salomão deu-lhe vinte mil coros de trigo para o sustento de sua casa, bem como vinte coros de óleo bruto. Isso fornecia Salomão a Hirão cada ano.
12
O Senhor tinha dado sabedoria a Salomão, conforme prometera. Houve paz entre Hirão e Salomão, e fizeram aliança entre si.
13
O rei Salomão escolheu trinta mil operários em todo o Israel.
14
Ele os mandava por seu turno ao Líbano, dez mil cada mês; passavam assim um mês no Líbano e dois meses em sua casa. Adonirão dirigia os trabalhos.
15
Salomão tinha ainda setenta mil carregadores e oitenta mil cortadores de pedras na montanha,
16
sem contar três mil e trezentos contramestres que presidiam os vários trabalhos, os quais davam ordens ao povo e aos operários.
17
O rei ordenou que extraíssem grandes e belas pedras, que deviam ser talhadas para os alicerces do templo.
18
Os operários de Salomão e os de Hirão talharam as pedras, enquanto os giblieus preparavam as madeiras e as pedras para a construção da casa.

Construção do templo

6 1 No ano quatrocentos e oitenta depois da saída dos filhos de Israel do Egito, Salomão, no quarto ano do seu reinado, no mês de Ziv, que é o segundo mês, empreendeu a construção do templo do Senhor.
2
O templo que o rei Salomão edificou ao Senhor tinha sessenta côvados de comprimento, vinte de largura e trinta de altura.
3
O pórtico, à entrada do templo, tinha vinte côvados de comprimento, o que igualava a largura do templo, e dez côvados de largura na frente do edifício.
4
O rei fez no templo janelas com grades de madeira.
5
Construiu, encostados às paredes do edifício, andares que rodeavam o templo e o santuário. Cercou assim o edifício de quartos laterais.
6
O andar inferior tinha cinco côvados de largura, o do meio seis e o terceiro sete, porque se tinham posto encostas nos muros exteriores do templo para evitar que as vigas entrassem nas paredes do edifício.
7
Na construção do templo só se empregaram pedras lavradas na pedreira, de sorte que não se ouvia durante os trabalhos da construção barulho algum de martelo, de cinzel ou de outro qualquer instrumento de ferro.
8
A entrada do andar inferior encontrava-se do lado direito do edifício. Subia-se por uma escada em espiral ao andar do meio, e deste ao terceiro.
9
Terminado o edifício, Salomão recobriu-o de tábuas e de forros de cedro.
10
Os andares que construiu encostados em todo o edifício eram de cinco côvados de altura cada um e foram ligados ao templo por traves de cedro.
11
A palavra do Senhor foi então dirigida a Salomão nestes termos:
12
Esta casa que tu edificas... se obedeceres às minhas leis, praticares os meus mandamentos e observares todos os meus preceitos, seguindo-os cuidadosamente, eu cumprirei em ti as promessas que fiz ao teu pai Davi:
13
permanecerei no meio dos israelitas e não abandonarei Israel, meu povo.
14
Salomão terminou a construção do templo.
15
Forrou o interior das paredes do edifício com placas de cedro, desde o pavimento até o teto; revestiu assim de madeira todo o interior e cobriu o pavimento com tábuas de cipreste.
16
Revestiu de tábuas de cedro, a partir do fundo do templo, desde o pavimento até o teto, um espaço de vinte côvados, que destinou ao santuário, ou santo dos santos.
17
Os quarenta côvados restantes constituíam a parte anterior do templo.
18
Dentro do edifício o cedro era esculpido de coloquíntidas e flores abertas; tudo era de cedro; não se via a pedra.
19
Salomão dispôs o santuário no interior do templo, bem ao fundo, para ali colocar a arca da aliança do Senhor.
20
O santuário tinha por dentro vinte côvados de comprimento, vinte de largura e vinte de altura. Salomão revestiu-o de ouro fino, e cobriu o altar de cedro.
21
Revestiu de ouro fino o interior do edifício e fechou com cadeias de ouro a frente do santuário, que era também revestido de ouro.
22
A casa ficou assim inteiramente coberta de ouro, como também toda a superfície do altar que estava diante do santuário.
23
Fez no santuário dois querubins de pau de oliveira, que tinham dez côvados de altura.
24
Cada uma das asas dos querubins tinha cinco côvados, o que fazia dez côvados da extremidade de uma asa à extremidade da outra.
25
O segundo querubim tinha também dez côvados; os dois tinham a mesma forma e as mesmas dimensões.
26
Um e outro tinham dez côvados de altura.
27
Salomão pô-los no fundo do templo, no santuário. Tinham as asas estendidas, de sorte que uma asa do primeiro tocava uma das paredes e uma asa do segundo tocava a outra parede, enquanto as outras duas asas se encontravam no meio do santuário.
28
Revestiu também de ouro os querubins.
29
Mandou esculpir em relevo em todas as paredes da casa, ao redor, no santuário como no templo, querubins, palmas e flores abertas.
30
Cobriu de ouro o pavimento do edifício, tanto o do santuário como o do templo.
31
Pôs à porta do santuário vigas de pau de oliveira; o seu enquadramento com as ombreiras ocupava a quinta parte da parede.
32
Nos dois batentes de pau de oliveira mandou esculpir querubins, palmas e flores desabrochadas, e cobriu-as de ouro; cobriu de ouro tanto os querubins como as palmas.
33
Para a porta do templo fez vigas de pau de oliveira que ocupavam a quarta parte da parede,
34
bem como dois batentes de madeira de cipreste, sendo cada batente formado de duas folhas móveis.
35
Mandou esculpir nelas querubins, palmas e flores desabrochadas, e cobriu tudo de ouro, ajustado às esculturas.
36
Construiu, ao redor do átrio interior, um muro de três ordens de pedras talhadas e uma fileira de traves de cedro.
37
No mês de Ziv do quarto ano de reinado, foram lançados os fundamentos do templo do Senhor,
38
e no ano undécimo, no mês de Bul, que é o oitavo mês, foi o templo acabado em todas as suas partes e em todos os seus pormenores. O templo foi construído em sete anos.

O palácio de Salomão

7 1 Salomão levou treze anos a terminar a construção do seu palácio.
2
Edificou primeiro a Casa da Floresta do Líbano, que tinha cem côvados de comprimento, cinqüenta de largo e trinta de alto, repousando sobre quatro fileiras de colunas de cedro, com traves de cedro sobre as colunas.
3
Forrou de cedro o teto dos quartos, que se apoiavam nas colunas, em número de quarenta e cinco, ou seja, quinze colunas por fileira.
4
Havia três fileiras de quartos, cujas janelas se correspondiam três vezes.
5
Todas as portas e suas vigas eram retangulares, e as janelas se correspondiam três vezes.
6
Fez um pórtico de colunas, com cinqüenta côvados de comprido e trinta de largo, precedido de um segundo pórtico de colunas com degraus.
7
Salomão mandou fazer a sala do trono, onde estava o tribunal, o pórtico do juízo, e revestiu-o de cedro desde o pavimento até ao teto.
8
Sua residência, construída no segundo pátio, atrás do pórtico, era de trabalho semelhante. Enfim, mandou construir para a filha do faraó, que ele tinha desposado, uma casa do mesmo gênero que este pórtico.
9
Todas essas construções eram feitas com pedras escolhidas, talhadas sob medida, e serradas tanto por dentro como por fora, desde os fundamentos até o alto das cornijas, inclusive o muro do grande pátio.
10
Os fundamentos eram também feitos de pedras escolhidas de grande dimensão, pedras de dez e de oito côvados.
11
Por cima havia ainda pedras escolhidas, talhadas sob medida, e traves de cedro.
12
O muro, que cercava o grande pátio, tinha três ordens de pedras talhadas e uma fileira de vigas de cedro, assim como no pátio interior do templo do Senhor e no pórtico do palácio.

As obras de bronze

13 O rei Salomão mandara vir de Tiro um homem que trabalhava em bronze, Hirão,
14
filho de uma viúva da tribo de Neftali, cujo pai era de Tiro. Hirão era talentoso, cheio de inteligência e habilidade para fazer toda espécie de trabalhos em bronze. Apresentou-se ao rei Salomão e executou todos os seus trabalhos.
15
Fez duas colunas de bronze: a primeira tinha dezoito côvados de altura; a sua periferia media-se com um fio de doze côvados. Tinham quatro dedos de espessura e eram ocas. A segunda coluna era semelhante a esta.
16
Fundiu dois capitéis para pô-los no alto das colunas; ambos tinham cinco côvados de altura,
17
e eram ornados de redes de malhas e grinaldas em forma de cadeias; havia sete grinaldas para cada capitel.
18
Dispôs em círculo ao redor de cada uma das malhas duas fileiras de romãs, para ornar cada um dos capitéis que cobriam as colunas.
19
Os capitéis, que sobremontavam as colunas no pórtico, tinham a forma de lírios, com quatro côvados de altura.
20
Os capitéis colocados sobre as duas colunas elevavam-se acima da parte mais grossa da coluna, além da rede; em volta dos dois capitéis, havia duzentas romãs dispostas em círculo.
21
Hirão levantou as colunas no pórtico do templo; a coluna direita, que chamou Jaquin, e a esquerda, que chamou Boaz.
22
Por cima das colunas pôs um trabalho em forma de lírio. E assim foi acabada a obra das colunas.
23
Hirão fez também o mar de bronze, que tinha dez côvados de uma borda à outra, perfeitamente redondo, e com altura de cinco côvados; sua circunferência media-se com um fio de trinta côvados.
24
Por baixo de sua borda havia coloquíntidas em número de dez por côvado; elas rodeavam o mar, dispostas em duas ordens, formando com o mar uma só peça.
25
Este apoiava-se sobre doze bois, dos quais três olhavam para o norte, três para o ocidente, três para o sul e três para o oriente. O mar repousava sobre eles, e suas ancas estavam para o lado de dentro.
26
A espessura do mar era de um palmo; sua borda assemelhava-se à de um copo em forma de lírio; sua capacidade era de dois mil batos.
27
Fez também duas bases de bronze, tendo cada uma quatro côvados de comprimento, quatro de largura e três de altura.
28
Eis como eram feitas essas bases: eram formadas de painéis e enquadradas de molduras.
29
Nos painéis enquadrados de molduras, havia leões, bois e querubins, assim como nas travessas igualmente. Por cima e por baixo dos leões e dos bois pendiam grinaldas em forma de festões.
30
Cada base tinha quatro rodas de bronze, com seus eixos de bronze, e nos quatro cantos havia suportes fundidos que sustinham a bacia, os quais estavam por baixo das grinaldas.
31
A abertura para a bacia era no interior dos suportes, e os ultrapassava de um côvado de altura; era cilíndrica e seu diâmetro era de um côvado e meio; e era também ornada de esculturas. Os painéis eram quadrados e não redondos.
32
Debaixo destes estavam as quatro rodas, cujos eixos eram fixados à base. Cada roda tinha um côvado e meio de altura,
33
e era feita como as de um carro. Eixos, cambas, raios e cubos, tudo era fundido.
34
Nos quatro ângulos de cada base encontravam-se quatro suportes que faziam parte da mesma base.
35
A parte superior da base era de forma circular, tendo meio côvado de altura; seus esteios formavam com os painéis uma só peça.
36
Nas placas dos seus esteios e dos painéis assim como no espaço livre entre estas, esculpiu querubins, leões, palmas e grinaldas circulares.
37
Desse modo fez as dez bases, todas do mesmo molde, da mesma dimensão e modelo.
38
Fez também dez bacias de bronze, contendo cada uma quarenta batos. Cada uma tinha quatro côvados e repousava sobre um dos dez pedestais.
39
Pôs cinco pedestais do lado direito do templo e cinco do lado esquerdo. O mar foi colocado do lado direito do edifício, para o sudoeste.
40
Hirão fez também caldeirões, pás e bacias. Hirão concluiu, pois, toda a obra que o rei Salomão lhe mandara fazer para o templo do Senhor:
41
duas colunas, dois capitéis esféricos para o alto das colunas, duas redes para cobrir os capitéis esféricos que estão sobre as colunas;
42
quatrocentas romãs para as redes, duas fileiras de romãs para cada rede, para cobrir os dois capitéis esféricos que estão no alto das colunas;
43
dez pedestais e dez bacias sobre os pedestais;
44
o mar, único, com os doze bois por baixo do mar;
45
os caldeirões, pás e bacias. Todos esses objetos que Hirão fez por ordem do rei Salomão para o templo do Senhor, eram de bronze polido.
46
O rei mandou-os fundir na planície do Jordão, numa terra argilosa, entre Socot e Sartã.
47
Era tão grande o número desses objetos, que Salomão não pesou o bronze.

Mobília do templo

48 Salomão mandou ainda fabricar todos os utensílios que estariam no templo do Senhor: o altar de ouro, a mesa de ouro sobre a qual se colocavam os pães de proposição;
49
os candelabros de ouro fino, cinco à direita e cinco à esquerda, diante do santuário, com as flores, as lâmpadas e as espevitadeiras de ouro,
50
os copos, as facas, as bacias, as colheres e os cinzeiros de ouro fino, e os gonzos de ouro para os batentes da porta do santuário, o Santo dos Santos, e da porta do templo, o Santo.
51
Assim foram concluídos todos os trabalhos empreendidos pelo rei Salomão para o templo do Senhor. E Salomão mandou então que se trouxesse tudo o que Davi, seu pai, tinha consagrado: a prata, o ouro e os utensílios, e colocou-os nas reservas do templo do Senhor.

Transferência da Arca

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