Leviticus (BAV) 18

Santidade do casamento

18 1 O Senhor disse a Moisés:
2
“Dize aos israelitas o seguinte: eu sou o Senhor, vosso Deus.
3
Não procedereis conforme os costumes do Egito onde habitastes, ou de Canaã aonde vos conduzi: não seguireis seus costumes.
4
Praticareis meus preceitos e observareis minhas leis, e a elas obedecereis. Eu sou o Senhor, vosso Deus.
5
Observareis meus preceitos e minhas leis: o homem que o observar viverá por eles. Eu sou o Senhor.
6
Nenhum de vós se achegará àquela que lhe é próxima por sangue, para descobrir sua nudez. Eu sou o Senhor.
7
Não descobrirás a nudez de teu pai, nem a de tua mãe. Ela é tua mãe: não descobrirás a sua nudez.
8
Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai: é a nudez de teu pai.
9
Nem a de tua irmã, filha de teu pai ou de tua mãe, nascida na casa ou fora dela.
10
Não descobrirás a nudez da filha de teu filho ou da filha de tua filha, porque é tua nudez.
11
Nem a da filha da mulher de teu pai, nascida de teu pai: é tua irmã.
12
Não descobrirás a nudez da irmã de teu pai: ela é da mesma carne que teu pai.
13
Nem a da irmã de tua mãe; porque ela é da mesma carne que tua mãe.
14
Não descobrirás a nudez do irmão de teu pai, aproximando-te de sua mulher: é tua tia.
15
Não descobrirás a nudez de tua nora: é a mulher de teu filho. Não descobrirás, pois, a sua nudez.
16
Nem a da mulher de teu irmão: é a nudez de teu irmão.
17
Não descobrirás a nudez de uma mulher e de sua filha, e não tomarás a filha de seu filho, nem a filha de sua filha, para descobrir a sua nudez: elas são tuas próximas parentas, e isso seria um crime.
18
Não tomarás a irmã de tua mulher, de modo que lhe seja um rival, descobrindo a sua nudez com a de tua mulher durante a sua vida.
19
Não te achegarás a uma mulher durante a sua menstruação para descobrir a sua nudez.
20
Não terás comércio com a mulher de teu próximo: contaminar-te-ias com ela.
21
Não darás nenhum de teus filhos para ser sacrificado a Moloc; e não profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o Senhor.
22
Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é uma abominação.
23
Não terás comércio com um animal, para te contaminares com ele. Uma mulher não se prostituirá a um animal: isso é uma abominação.
24
Não vos contamineis com nenhuma dessas coisas, porque é assim que se contaminaram as nações que vou expulsar diante de vós.
25
A terra está contaminada; punirei suas iniqüidades e a terra vomitará seus habitantes.
26
Vós, porém, observareis minhas leis e minhas ordens, e não cometereis nenhuma dessas abominações, tanto o aborígine como o estrangeiro que habita no meio de vós,
27
porque todas essas abominações cometeram os habitantes da terra que vos precederam, e a terra está contaminada.
28
Desse modo a terra não vos vomitará por havê-la contaminado, como vomitou os povos que a habitaram antes de vós.
29
Todos aqueles, com efeito, que cometerem qualquer dessas abominações, serão cortados do meio de seu povo.
30
Guardareis, pois, os meus mandamentos, e não seguireis nenhum dos costumes abomináveis que se praticavam antes de vós, e não vos contaminareis por eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus.”

Leis religiosas e morais

19 1 O Senhor disse a Moisés:
2
“Dirás a toda a assembléia de Israel o seguinte: sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo.


3 Cada um de vós respeite a sua mãe e o seu pai, e guarde os meus sábados. Eu sou o Senhor, vosso Deus.
4
Não vos volteis para os ídolos, e não façais para vós deuses de metal fundido. Eu sou o Senhor, vosso Deus.
5
Quando oferecerdes ao Senhor um sacrifício pacífico, oferecê-lo-eis de maneira que seja aceito.
6
Comer-se-á a vítima no mesmo dia ou no dia seguinte; o que sobrar no terceiro dia será queimado no fogo.
7
Se se comer dela no terceiro dia, será uma abominação: o sacrifício não será aceito.
8
Quem o comer levará sua iniqüidade, porque terá profanado o que é consagrado ao Senhor: esse será cortado do seu povo.
9
Quando fizerdes a ceifa em vossa terra, não cortareis as espigas até os limites de vosso campo, e não recolhereis o que resta a respigar de vossas colheitas.
10
Não respigareis tampouco a vossa vinha, nem colhereis os grãos caídos no campo; deixá-los-eis para o pobre e o estrangeiro. Eu sou o Senhor, vosso Deus.


11 Não furtareis, não usareis de embustes nem de mentiras uns para com os outros.
12
Não jurareis falso em meu nome, porque profanaríeis o nome de vosso Deus. Eu sou o Senhor.
13
Não oprimirás o teu próximo, e não o despojarás. O salário do teu operário não ficará contigo até o dia seguinte.
14
Não amaldiçoarás um surdo; não porás algo como tropeço diante do cego; mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor.
15
Não sereis injustos em vossos juízos: não favorecerás o pobre nem terás complacência com o grande; mas segundo a justiça julgarás o teu próximo.
16
Não semearás a difamação no meio de teu povo, nem te apresentarás como testemunha contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor.


17 Não odiarás o teu irmão no teu coração. Repreenderás o teu próximo para que não incorras em pecado por sua causa.
18
Não te vingarás; não guardarás rancor contra os filhos de teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.


19 Guardareis os meus mandamentos. Não juntarás animais de espécies diferentes. Não semearás no teu campo grãos de espécies diferentes. Não usarás roupas tecidas de duas espécies de fios.
20
Se um homem se deitar com uma mulher escrava desposada com outro, mas não resgatada nem posta em liberdade, serão ambos castigados, mas não morrerão, porque ela não era livre.
21
Em expiação o homem oferecerá ao Senhor à entrada da tenda de reunião, um carneiro como sacrifício de reparação.
22
O sacerdote fará por ele a expiação diante do Senhor com o carneiro do sacrifício de reparação pelo pecado cometido; e o seu pecado lhe será perdoado.
23
Quando entrardes na terra e tiverdes plantado toda sorte de árvores frutíferas considerareis os seus primeiros frutos como incircuncisos; eles o serão durante três anos, e não se comerá deles.
24
No quarto ano todos os seus frutos serão consagrados ao Senhor com ações de graças.
25
No quinto ano comereis de seus frutos para que a árvore continue a produzi-los. Eu sou o Senhor, vosso Deus.
26
Não comereis nada que contenha sangue. Não praticareis a adivinhação nem a magia.
27
Não cortareis o cabelo em redondo, nem rapareis a barba pelos lados.
28
Não fareis incisões na vossa carne por um morto, nem fareis figura alguma no vosso corpo. Eu sou o Senhor.
29
Não prostituas tua filha, para que a terra não se entregue à prostituição e não se encha de crimes.
30
Observareis meus sábados e respeitareis meu santuário. Eu sou o Senhor.
31
Não vos dirijais aos espíritas nem aos adivinhos: não os consulteis, para que não sejais contaminados por eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus.
32
Levanta-te diante dos cabelos brancos; honra a pessoa do velho, e teme a teu Deus. Eu sou o Senhor.
33
Se um estrangeiro vier habitar convosco na vossa terra, não o oprimireis,
34
mas esteja ele entre vós como um compatriota, e tu o amarás como a ti mesmo, porque fostes já estrangeiros no Egito. Eu sou o Senhor, vosso Deus.
35
Não cometereis injustiça nos juízos, nem na vara, nem no peso, nem na medida.
36
Tereis balanças justas, pesos justos, um efá justo e um hin justo. Eu sou o Senhor, vosso Deus que vos tirei do Egito.
37
Observareis todas as minhas leis e meus mandamentos, e os praticareis. Eu sou o Senhor”.

Leis penais

20 1 O Senhor disse a Moisés: “Dirás aos israelitas:
2
todo israelita ou estrangeiro que habita em Israel e que sacrificar um de seus filhos a Moloc, será punido de morte. O povo da terra o apedrejará.
3
Eu voltarei o meu rosto contra ele e o cortarei do meio de seu povo, porque manchou o meu santuário e profanou o meu santo nome, dando um de seus filhos a Moloc.
4
Se o povo da terra não se importar por esse homem ter dado um de seus filhos a Moloc, e se não o matar,
5
eu voltarei meu rosto contra ele e contra a sua família, e o cortarei do meio de seu povo com todos aqueles que se prostituem como ele, prestando culto a Moloc.
6
Se alguém se dirigir aos espíritas ou aos adivinhos para fornicar com eles, voltarei meu rosto contra esse homem e o cortarei do meio de seu povo.
7
Santificai-vos, e sede santos, porque eu sou o Senhor, vosso Deus.
8
Observai minhas leis e praticai-as. Eu sou o Senhor que vos santifico.
9
Quem amaldiçoar o pai ou a mãe será punido de morte. Amaldiçoou o seu pai ou a sua mãe: levará a sua culpa.
10
Se um homem cometer adultério com uma mulher casada, com a mulher de seu próximo, o homem e a mulher adúltera serão punidos de morte.
11
Se um homem dormir com a mulher de seu pai, descobrindo assim a nudez de seu pai, serão ambos punidos de morte; levarão a sua culpa.
12
Se um homem dormir com a sua nora, serão ambos punidos de morte; isso é uma ignomínia, e eles levarão a sua culpa.
13
Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa.
14
Se um homem tomar por mulheres a filha e a mãe, cometerá um crime. Serão queimados no fogo, ele e elas, para que não haja tal crime no meio de vós.
15
Se um homem tiver comércio com um animal, será punido de morte, e matareis também o animal.
16
Se uma mulher se aproximar de um animal para se prostituir com ele, será morta juntamente com o animal. Serão mortos, e levarão a sua iniqüidade.
17
Se um homem tomar a sua irmã, filha de seu pai ou de sua mãe, e vir a sua nudez, e ela vir a sua, isso é uma coisa infame. Serão exterminados sob os olhos de seus compatriotas: descobriu a nudez de sua irmã; levará a sua iniqüidade.
18
Se um homem dormir com uma mulher durante o tempo de sua menstruação e vir a sua nudez, descobrindo o seu fluxo e descobrindo-o ela mesma, serão ambos cortados do meio de seu povo.
19
Não descobrirás a nudez da irmã de tua mãe, nem da irmã de teu pai, porque descobrirás a sua carne; levarão sua iniqüidade.
20
Se um homem se deitar com sua tia, ele descobrirá a nudez de seu tio; levarão a sua iniqüidade, e morrerão sem filhos.
21
Se um homem tomar a mulher de seu irmão, será uma impureza; ofenderá a honra de seu irmão: não terão filhos.
22
Observareis todas as minhas leis e meus mandamentos e os praticareis, a fim de que não vos vomite a terra aonde vos conduzo para aí habitar.
23
Não seguireis os costumes da nação que eu expulsar de diante de vós, porque fizeram todas essas coisas e eu as abominei.
24
Eu vos disse: possuireis essa terra, a qual vos darei em possessão, terra que mana leite e mel. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos separei dos outros povos.
25
Fareis a distinção entre animais puros e impuros, entre as aves puras e impuras, e não vos torneis abomináveis por causa de animais, de aves ou de animais que se arrastam sobre a terra, como vos ensinei a distinguir como impuros.
26
Sereis para mim santos, porque eu, o Senhor, sou santo; e vos separei dos outros povos para que sejais meus.
27
Qualquer homem ou mulher que evocar os espíritos ou fizer adivinhações, será morto. Serão apedrejados, e levarão sua culpa”.

Santidade sacerdotal

21 1 O Senhor disse a Moisés: “Dize aos sacerdotes, filhos de Aarão, o seguinte: ninguém será considerado como impuro no meio de seu povo por causa de um morto,
2
exceto quando se trate de seu parente próximo, sua mãe, seu pai, seu filho, sua filha, seu irmão,
3
sua irmã virgem que não se casou e vive junto dele. Por ela poderá contaminar-se.
4
Ele, sendo chefe no meio de seu povo, não se tornará impuro, para não se profanar.
5
Os sacerdotes não rasparão a cabeça, nem os lados de sua barba, e não farão incisões em sua carne.
6
Serão santos para o seu Deus e não profanarão o seu nome, porque oferecem ao Senhor os sacrifícios consumidos pelo fogo, o pão de seu Deus. Serão santos.
7
Não desposarão uma mulher prostituta ou desonrada, nem uma mulher repudiada por seu marido, porque são santos para o seu Deus.
8
Terás, pois, o sacerdote por santo, porque ele oferece o pão de teu Deus: ele será santo para ti, porque eu, o Senhor que vos santifico, sou santo.
9
Se a filha de um sacerdote se desonrar pela prostituição, desonrará seu pai; e será queimada no fogo.
10
O sumo sacerdote, superior a seus irmãos, sobre cuja cabeça se derramou o óleo de unção, e que foi estabelecido para revestir as vestes sagradas, não descobrirá a sua cabeça, e não rasgará as suas vestes.
11
Não se aproximará de morto algum; e não se contaminará por seu pai, nem por sua mãe.
12
Não sairá do santuário de seu Deus, e não o profanará, porque o óleo da unção de seu Deus está sobre ele como um diadema. Eu sou o Senhor.
13
Tomará por mulher uma virgem.
14
Não desposará nem viúva, nem mulher repudiada, nem mulher prostituta ou desonrada, mas desposará uma virgem do meio de seu povo.
15
Não desonrará sua linhagem no meio de seu povo: pois sou eu, o Senhor, que o santifico.”
16
O Senhor disse a Moisés:
17
“Dize a Aarão o seguinte: homem algum de tua linhagem, por todas as gerações, que tiver um defeito corporal, oferecerá o pão de seu Deus.
18
Desse modo, serão excluídos todos aqueles que tiverem uma deformidade: cegos, coxos, mutilados, pessoas de membros desproporcionados,
19
ou tendo uma fratura no pé ou na mão,
20
corcundas ou anões, os que tiverem uma mancha no olho, ou a sarna, um dartro, ou os testículos quebrados.
21
Homem algum da linhagem de Aarão, o sacerdote, que for deformado, oferecerá os sacrifícios consumidos pelo fogo. Sendo vítima de uma deformidade, não poderá apresentar-se para oferecer o pão de seu Deus.
22
Mas poderá comer o pão de seu Deus, proveniente das ofertas santíssimas e das ofertas santas.
23
Não se aproximará, porém, do véu nem do altar, porque é deformado. Não profanará meus santuários, porque eu sou o Senhor que os santifico”.
24
Tais foram as palavras de Moisés a Aarão e a seus filhos, bem como a todos os israelitas.

As refeições sagradas

22 1 O Senhor disse a Moisés: “Dize a Aarão e a seus filhos
2
que respeitem as coisas santas que os israelitas me consagram e não profanem o meu santo nome. Eu sou o Senhor.” Dir-lhes-á:
3
Todo homem de vossa linhagem e de vossa descendência, que se aproximar das coisas santas consagradas ao Senhor pelos israelitas, com uma imundície, será cortado de diante de mim. Eu sou o Senhor.
4
Todo homem da descendência de Aarão, atacado de lepra ou de gonorréia, não comerá coisa santa até a sua purificação. O mesmo será para aquele que tiver tocado uma pessoa contaminada por um cadáver, para aquele que tiver um fluxo seminal,
5
ou para aquele que tiver tocado quer seja um réptil com que se tenha contaminado, quer seja um homem afetado de uma impureza qualquer.
6
Quem tocar essas coisas será impuro até a tarde, e não comerá coisas santas. Lavará seu corpo com água e, depois do pôr-do-sol, ficará puro.
7
Somente então poderá ele comer as coisas santas, porque são seu alimento.
8
Não comerá um animal morto por si, ou dilacerado, para não ser contaminado por ele. Eu sou o Senhor.
9
Observarão minhas leis, para que não caiam em pecado e não morram por ter profanado as coisas santas. Eu sou o Senhor que as santifica.
10
Nenhum estrangeiro comerá as coisas santas. Tampouco comerão delas o hóspede e o servo de um sacerdote.
11
Mas o escravo adquirido a preço de dinheiro poderá comer, bem como aquele que for nascido na casa: comerão desse alimento.
12
Se uma filha de sacerdote for casada com um estrangeiro, ela não comerá os alimentos tomados dentre as coisas santas.
13
Mas se, estando viúva ou repudiada, ela volta sem filhos à casa paterna como no tempo de sua juventude, poderá comer o alimento de seu pai. Nenhum estrangeiro, porém, o comerá.
14
Se alguém comer por inadvertência uma coisa consagrada, pagará o seu valor ao sacerdote, e mais um quinto.
15
Os sacerdotes não permitirão aos profanos comer as santas oferendas que os israelitas tiverem destinado em homenagem ao Senhor,
16
para não se exporem a levar o peso da falta cometida, deixando que assim se coma as coisas santas. Porque eu sou o Senhor que as santifica”.

Escolha das vítimas

17 O Senhor disse a Moisés:
18
“Dize Aarão, a seus filhos e a todos os israelitas o seguinte: qualquer israelita ou estrangeiro em Israel que apresentar sua oferta em holocausto ao Senhor, seja em razão de um voto, seja como oferta espontânea,
19
deverá, para ser aceito, apresentar um macho sem defeito, tomado entre o gado, as ovelhas ou as cabras.
20
Não oferecereis vítima alguma defeituosa, porque não seria aceita.
21
Quando alguém oferecer ao Senhor um sacrifício pacífico, tomado do rebanho maior ou do menor, seja em cumprimento de um voto seja como oferta espontânea, a vítima, para ser aceita, deverá ser sem defeito.
22
Não oferecereis ao Senhor animal algum cego, estropiado, mutilado, atacado de úlcera, de sarna ou de dartro; não fareis dele um holocausto ao Senhor sobre o altar.
23
Poderás sacrificar como oferta espontânea um boi ou um cordeiro com um membro comprido ou curto demais; mas essa vítima não será aceita para o cumprimento de um voto.
24
Não oferecereis em vossa terra ao Senhor um animal cujos testículos tenham sido machucados, esmagados, arrancados ou cortados.
25
Não aceitareis nenhuma dessas vítimas das mãos de um estrangeiro, para oferecê-la em alimento a vosso Deus; elas não seriam aceitas em vosso favor, pois são mutiladas e defeituosas”.
26
O Senhor disse a Moisés:
27
“Um bezerro, um cordeiro ou um cabrito ficará sete dias com sua mãe após seu nascimento. A partir do oitavo dia, e nos dias seguintes, será aceito para ser oferecido em sacrifício pelo fogo ao Senhor.
28
Quer se trate de gado maior ou menor, não imolareis no mesmo dia o animal com sua cria.
29
Quando oferecerdes ao Senhor um sacrifício de ação de graças, oferecei-o de maneira que seja aceito.
30
Será comido no mesmo dia e não deixareis nada dele para o dia seguinte. Eu sou o Senhor.
31
Observareis os meus preceitos e os poreis em prática. Eu sou o Senhor.
32
Não profaneis o meu santo nome, e serei santificado no meio dos israelitas. Eu sou o Senhor que vos santifica,
33
e que vos tirei do Egito para ser vosso Deus. Eu sou o Senhor”.

Ritual das festas: o sábado

23 1 O Senhor disse a Moisés: “Dize aos israelitas o seguinte:


2 eis as festas do Senhor que anunciareis como devendo ser santas assembléias: estas são as minhas solenidades.
3
Trabalhareis seis dias, mas no sétimo dia, sábado, dia de repouso, haverá uma santa assembléia. Nele não fareis trabalho algum. É o repouso consagrado ao Senhor, em todos os lugares em que habitardes.”

A Páscoa e os ázimos

4 “Eis as festas do Senhor, santas assembléias que anunciareis no devido tempo.
5
No primeiro mês, no décimo quarto dia do mês, entre as duas tardes, será a Páscoa do Senhor.
6
E no décimo quinto dia desse mês, realizar-se-á a festa dos Pães sem Fermento em honra do Senhor: comereis pães sem fermento durante sete dias.
7
Tereis no primeiro dia uma santa assembléia, e não fareis nenhum trabalho servil.
8
Durante sete dias oferecereis ao Senhor sacrifícios pelo fogo. No sétimo dia haverá uma santa assembléia; e não fareis trabalho algum servil”.

A primeira paveia ou feixe

9 O Senhor disse a Moisés: “Dize aos israelitas o seguinte:
10
quando tiverdes entrado na terra que vos hei de dar, e fizerdes a ceifa, trareis ao sacerdote um molho de espigas como primícias de vossa ceifa.
11
O sacerdote agitará esse molho de espigas diante do Senhor, para que ele vos seja favorável: fará isso no dia seguinte ao sábado.


12 No mesmo dia em que o molho for agitado, oferecereis ao Senhor em holocausto um cordeiro de um ano, sem defeito,
13
ajuntando a ele uma oferta de dois décimos de flor de farinha amassada com óleo, como sacrifício pelo fogo de agradável odor ao Senhor, e mais uma libação de vinho, constando de um quarto de hin.
14
Não comereis nem pão, nem grão torrado, nem espigas frescas até o dia em que levardes a oferta ao vosso Deus. Esta é uma lei perpétua para vossos descendentes, em todos os lugares em que habitardes.”

O Pentecostes

15 “A partir do dia seguinte ao sábado, desde o dia em que tiverdes trazido o molho para ser agitado, contareis sete semanas completas.
16
Contareis cinqüenta dias até o dia seguinte ao sétimo sábado, e apresentareis ao Senhor uma nova oferta.


17 Trareis de vossa casa dois pães feitos de dois décimos de flor de farinha, cozidos com fermento, para agitá-los como oferta; são as primícias do Senhor.
18
Oferecereis com o pão em holocausto ao Senhor sete cordeiros de um ano, sem defeito, um novilho e dois carneiros, acompanhados da oferta e da libação: este será um sacrifício de agradável odor ao Senhor.
19
Oferecereis também um bode pelo pecado e, como sacrifício pacífico, dois cordeiros de um ano.
20
O sacerdote os agitará com o pão das primícias, como ofertas agitadas diante do Senhor, com os dois cordeiros: serão consagrados ao Senhor, e serão propriedade do sacerdote.
21
Nesse mesmo dia anunciareis a festa e convocareis uma santa assembléia: não fareis trabalho algum servil. Esta é uma lei perpétua para vossos descendentes, em qualquer lugar onde habitardes.
22
Quando fizeres a ceifa em tua terra, não ceifarás até o extremo limite de teu campo e não recolherás a espiga de tua ceifa: deixá-la-eis para o pobre e o estrangeiro. Eu sou o Senhor, vosso Deus”.

O sétimo mês

23 O Senhor disse a Moisés: “Dize aos israelitas o seguinte:
24
no sétimo mês, no primeiro dia do mês, haverá para vós um dia de repouso, solenidade que publicareis ao som da trombeta, uma santa assembléia.
25
Não fareis trabalho algum servil, e oferecereis ao Senhor sacrifícios consumidos pelo fogo”.
26
O Senhor disse a Moisés:


27 “No décimo dia do sétimo mês será o dia das Expiações. Tereis uma santa assembléia: humilhareis vossas, almas e oferecereis ao Senhor sacrifícios queimados pelo fogo.


28 Não fareis trabalho algum naquele dia, porque é um dia de expiação em que deve ser feita a expiação por vós diante do Senhor, vosso Deus.
29
Todo aquele que se não humilhar nesse dia será cortado do meio de seu povo.
30
E todo o que fizer nesse dia um trabalho qualquer, eu o suprimirei do meio de seu povo.
31
Não fareis, pois, trabalho algum; esta é uma lei perpétua para vossos descendentes, em todos os lugares em que habitardes.
32
Será para vós um sábado, um dia de repouso, e humilhareis vossas almas. No nono dia do mês, à tarde observareis um sábado, de uma tarde à tarde seguinte.
33
O Senhor disse a Moisés: “Dize aos israelitas o seguinte:

A festa dos Tabernáculos

34 no décimo quinto dia do sétimo mês, celebrar-se-á a festa dos Tabernáculos durante sete dias, em honra do Senhor.
35
No primeiro dia haverá uma santa assembléia: não fareis nenhum trabalho servil.
36
Durante sete dias oferecereis ao Senhor sacrifícios queimados pelo fogo. No oitavo dia tereis uma santa assembléia e oferecereis ao Senhor sacrifícios queimados pelo fogo. Será uma assembléia solene: não fareis trabalho algum servil.
37
Estas são as solenidades do Senhor que anunciareis para haver santas assembléias, para oferecer ao Senhor sacrifícios queimados pelo fogo, holocaustos, oblações, vítimas e libações, cada coisa em seu dia,


38 sem falar dos sábados do Senhor, de vossos dons, vossos votos e de todas as ofertas espontâneas que fizerdes ao Senhor.
39
No décimo quinto dia do sétimo mês, quando tiverdes colhido os produtos da terra, celebrareis uma festa ao Senhor durante sete dias. O primeiro dia será um dia de repouso, bem como o oitavo.
40
No primeiro dia tomareis frutos de árvores formosas, folhas de palmeiras, ramos de árvores frondosas e de salgueiros da torrente; e alegrar-vos-eis durante sete dias diante do Senhor, vosso Deus.
41
Cada ano celebrareis esta festa durante sete dias em honra do Senhor. Esta é uma lei perpétua para vossos descendentes. Celebrá-la-eis no sétimo mês.
42
Habitareis em barracas de ramos durante sete dias: todo homem da geração de Israel habitará em barracas de ramos,
43
para que saibam os vossos descendentes que eu fiz habitar os israelitas em barracas de ramos, quando os tirei do Egito. Eu sou o Senhor, vosso Deus.”
44
Foi assim que Moisés falou aos israelitas, prescrevendo-lhes as festas do Senhor.

Leis referentes às lâmpadas e aos pães

24 1 O Senhor disse a Moisés:
2
“Ordena aos israelitas que te tragam óleo puro de olivas esmagadas para manter, continuamente, acesas as lâmpadas do candelabro.
3
Aarão prepará-las-á fora do véu do testemunho, na tenda de reunião, a fim de que elas queimem continuamente, da tarde à manhã, diante do Senhor.
4
Disporá as lâmpadas no candelabro de ouro puro, para que queimem continuamente diante do Senhor.
5
Tomarás também flor de farinha e farás com ela doze bolos cozidos, cada um dos quais com dois décimos de efá.
6
Dispô-los-ás em duas pilhas de seis na mesa de ouro puro diante do Senhor.
7
Sobre cada pilha porás incenso puro, que será um memorial oferecido pelo fogo ao Senhor.
8
Colocar-se-ão esses pães diante do Senhor a cada sábado, continuamente, da parte dos israelitas: esta é uma aliança perpétua.
9
Esses pães serão propriedade de Aarão e de seus filhos, que os comerão no lugar santo; isso será para eles uma coisa santíssima entre as ofertas feitas pelo fogo ao Senhor. É uma lei perpétua.”

Caso do blasfemo

10 O filho de uma mulher israelita, tendo por pai um egípcio, veio entre os israelitas. E, discutindo no acampamento com um deles,
11
o filho da mulher israelita blasfemou contra o santo nome e o amaldiçoou. Sua mãe chamava-se Salumite, filha de Dabri, da tribo de Dã.
12
Puseram-no em prisão até que Moisés tomasse uma decisão, segundo a ordem do Senhor.”
13
Então o Senhor disse a Moisés:
14
“Faze sair do acampamento o blasfemo, e todos aqueles que o ouviram ponham a mão sobre a sua cabeça, e toda a assembléia o apedreje.
15
Dirás aos israelitas: todo aquele que amaldiçoar o seu Deus levará o seu pecado.
16
Quem blasfemar o nome do Senhor será punido de morte: toda a assembléia o apedrejará. Quer seja ele estrangeiro ou natural, se blasfemar contra o santo nome, será punido de morte.”

Pena de talião

17 “Todo aquele que ferir mortalmente um homem será morto.
18
Quem tiver ferido de morte um animal doméstico, dará outro em seu lugar: vida por vida.
19
Se um homem ferir o seu próximo, assim como fez, assim se lhe fará a ele:
20
fratura por fratura, olho por olho e dente por dente; ser-lhe-á feito o mesmo que ele fez ao seu próximo;
21
Quem matar um animal, restituirá outro, mas o que matar um homem será punido de morte.
22
Só haverá uma lei entre vós tanto para o estrangeiro como para o natural: porque eu sou o Senhor vosso Deus”.
23
Moisés transmitiu essas normas aos israelitas. Tiraram do acampamento o blasfemo e o apedrejaram, conforme a ordem que o Senhor tinha dado a Moisés.

Ano sabático e jubileu

25 1 O Senhor disse a Moisés no monte Sinai: “Dize aos israelitas o seguinte:


2 quando tiverdes entrado na terra que vos hei de dar, a terra repousará: este será um sábado em honra do Senhor.
3
Durante seis anos semearás a tua terra, durante seis anos podarás a tua vinha e recolherás os seus frutos.
4
Mas o sétimo ano será um sábado, um repouso para a terra, um sábado em honra do Senhor: não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha;
5
não colherás o que nascer dos grãos caídos de tua ceifa, nem as uvas de tua vinha não podada, porque é um ano de repouso para a terra.
6
Mas o que a terra der espontaneamente durante o seu sábado, vos servirá de alimento, a ti, ao teu servo e à tua serva, ao teu operário ou ao estrangeiro que mora contigo;
7
tudo o que nascer servirá de alimento também ao teu rebanho e aos animais que estão em tua terra.


8 Contarás sete anos sabáticos, sete vezes sete anos, cuja duração fará um período de quarenta e nove anos.
9
Tocarás então a trombeta no décimo dia do sétimo mês: tocareis a trombeta no dia das Expiações em toda a vossa terra.
10
Santificareis o qüinquagésimo ano e publicareis a liberdade na terra para todos os seus habitantes. Será o vosso jubileu. Voltareis cada um para as suas terras e para a sua família.
11
O qüinquagésimo ano será para vós um jubileu: não semeareis, não ceifareis o que a terra produzir espontaneamente, e não vindimareis a vinha não podada,
12
pois é o jubileu que vos será sagrado. Comereis o produto de vossos campos.
13
Nesse ano jubilar, voltareis cada um à sua possessão.
14
Se venderdes ou comprardes alguma coisa de vosso próximo, ninguém dentre vós cause dano ao seu irmão.
15
Comprarás ao teu próximo segundo o número de anos decorridos desde o jubileu, e ele te venderá segundo o número de anos de colheita.
16
Aumentarás o preço em razão dos anos que restarem, e o abaixarás à medida que os anos diminuírem, porque é o número de colheitas que ele te vende.
17
Ninguém prejudique o seu próximo. Teme o teu Deus. Eu sou o Senhor, vosso Deus.


18 Obedecereis às minhas leis; guardareis os meus preceitos e os cumprireis, a fim de habitardes em segurança na terra.
19
A terra vos dará os seus frutos, comereis até vos saciardes e vivereis em segurança.
20
Se disserdes: que comeremos nós no sétimo ano, se não semearmos, nem recolhermos os nossos frutos?
21
Eu vos darei a minha bênção no sexto ano, e a terra produzirá uma colheita para três anos.
22
Semeareis no oitavo ano, e comereis da antiga colheita até o ano novo: comereis da antiga colheita até que venha a nova.”

Resgate das propriedades

23 “A terra não se venderá para sempre, porque a terra é minha, e vós estais em minha casa como estrangeiros ou hóspedes.
24
Portanto, em todo o território de vossa propriedade, concedereis o direito de resgatar a terra.
25
Se teu irmão se tornar pobre e vender uma parte de seu bem, seu parente mais próximo que tiver o direito de resgate se apresentará e resgatará o que o seu irmão vendeu.
26
Se um homem não tiver ninguém que tenha o direito de resgate, mas procurar ele mesmo os meios de fazer o seu resgate,
27
contará os anos desde que fez a venda, restituirá o excedente ao comprador, e se reintegrará na sua propriedade.
28
Se não encontrar, porém, meios de indenizar, a terra vendida ficará nas mãos do comprador até o ano jubilar; sairá do poder deste no ano do jubileu, e voltará à posse do seu antigo dono.
29
Se um homem vender uma casa de habitação situada dentro de uma cidade murada, terá o direito de resgatá-la até o fim do ano que se segue à venda: seu direito de resgate será de um ano completo.
30
Se a casa situada na cidade murada não for resgatada antes do fim do ano completo, ela pertencerá sempre ao comprador e aos seus descendentes: não sairá de suas mãos no jubileu.
31
Entretanto, as casas das povoações que não têm muros serão consideradas como fazendo parte do fundo de terras; poderão ser resgatadas e serão livres no ano do jubileu.
32
Quanto às cidades dos levitas e às casas que possuem, terão eles um direito de resgate perpétuo.
33
Quem comprar dos levitas uma casa, sairá no jubileu da casa vendida e da cidade em que a possua, porque as casas das cidades dos levitas são sua propriedade no meio dos israelitas.
34
Os campos dos arrabaldes das cidades dos levitas não serão vendidos, porque são sua propriedade perpétua.”

Empréstimo e libertação

35 “Se teu irmão se tornar pobre junto de ti, e as suas mãos se enfraquecerem, sustentá-lo-ás, mesmo que se trate de um estrangeiro ou de um hóspede, a fim de que ele viva contigo.
36
Não receberás dele juros nem ganho; mas temerás o teu Deus, para que o teu irmão viva contigo.
37
Não lhe emprestarás com juros o teu dinheiro, e não lhe darás os teus víveres por amor ao lucro.
38
Eu sou o Senhor vosso Deus que vos tirei do Egito, para vos dar a terra de Canaã e para ser o vosso Deus.
39
Se teu irmão se tornar pobre junto de ti e se se vender a ti, não exigirás dele um serviço de escravo.
40
Estará em tua casa como um operário, e como um hóspede estará a teu serviço até o ano jubilar.
41
E sairá então de tua casa, ele e seus filhos com ele; voltará para a sua família e para a herança de seus pais.
42
Porque são meus servos que tirei do Egito, não devem ser vendidos como se vende um escravo.
43
Não dominarás sobre ele com rigor, mas temerás o teu Deus.
44
Vossos escravos, homens ou mulheres, tomá-los-eis dentre as nações que vos cercam; delas comprareis os vossos escravos, homens ou mulheres.
45
Podereis também comprá-los dentre os filhos dos estrangeiros que habitam no meio de vós, das suas famílias que moram convosco dentre os filhos que eles tiverem gerado em vossa terra: e serão vossa propriedade.
46
Deixá-los-eis por herança a vossos filhos depois de vós, para que os possuam plenamente como escravos perpétuos. Mas, quanto a vossos irmãos, os israelitas, não dominareis com rigor uns sobre os outros.
47
Se se tornar rico o estrangeiro, estabelecido no meio de ti, e teu irmão, seu vizinho, se tornar pobre e se vender a esse estrangeiro que vive no meio de ti,
48
haverá para aquele que se vende um direito de resgate: um de seus irmãos poderá resgatá-lo.
49
Seu tio, o filho de seu tio, ou um de seus próximos parentes poderá também resgatá-lo. Ou então ele mesmo se resgatará, se conseguir os meios de fazê-lo.
50
Com aquele que o tiver comprado, fará a conta desde o ano em que se vendeu a ele até o ano jubilar, e o preço de venda se estimará segundo o número dos anos, avaliando seus dias de trabalho como os de um operário.
51
Se houver ainda muitos anos, pagará o seu resgate em razão desses anos, segundo o preço pelo qual foi comprado;
52
e se faltarem poucos anos até o ano jubilar, fará a conta disso, e pagará o seu resgate em proporção ao número desses anos.
53
Ele estará em sua casa como um operário que trabalha ano por ano, e o comprador não o tratará com rudeza à tua vista.
54
Se ele não for resgatado de nenhuma dessas maneiras, sairá livre no ano jubilar, ele e seus filhos,
55
porque os filhos de Israel são meus servos; são meus servos que tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor, vosso Deus.”


Leviticus (BAV) 18