Discursos Bento XVI 1058

AOS ADMINISTRADORES DA REGIÃO DO LÁCIO, DO MUNICÍPIO E DA PROVÍNCIA DE ROMA Quinta-feira, 14 de Janeiro de 2010



Ilustres Senhores e Gentis Senhoras!

Sinto-me feliz por me encontrar convosco nesta tradicional reunião, que oferece a ocasião para desejar cordiais bons votos para o ano novo e reflectir sobre a realidade do nosso território, no qual há 2000 anos está presente o Sucessor de Pedro, como Bispo de Roma e Arcebispo metropolitano da Província eclesiástica romana, que inclui toda a Região do Lácio. Estou-vos grato por esta visita e apresento a minha deferente e cordial saudação ao Vice-Presidente da Junta Regional do Lácio, Dep. Esterino Montino, ao Presidente da Câmara Municipal de Roma, Dep. Gianni Alemano, e ao Presidente da Província de Roma, Dep. Nicola Zingaretti, aos quais desejo expressar o meu sentido agradecimento pelas gentis palavras que me dirigiram também em nome das Administrações que chefiam. Com eles, saúdo os Presidentes das respectivas Assembleias do Conselho e quantos estão aqui.

A crise que atingiu a economia mundial – como foi recordado – teve consequências também para os habitantes e as empresas de Roma e do Lácio. Ao mesmo tempo, ela ofereceu a possibilidade de reconsiderar o modelo de crescimento seguido nestes últimos anos. Na Encíclica Caritas in veritate recordei que o desenvolvimento humano para ser autêntico deve referir-se ao homem na sua totalidade e realizar-se na caridade e na verdade. De facto, a pessoa humana está no centro da acção política e o seu crescimento moral e espiritual deve ser a primeira preocupação para quantos foram chamados a administrar a comunidade civil. É fundamental que quantos receberam da confiança dos cidadãos a grande responsabilidade de governar as instituições sintam como prioritária a exigência de perseguir constantemente o bem comum, que "não é um bem procurado por si mesmo, mas para as pessoas que fazem parte da comunidade social e que só nela podem realmente e com maior eficácia obter o próprio bem" (Caritas in veritate ). Para que isto se verifique, é oportuno que nas sedes institucionais se procure favorecer uma dialética sadia porque quanto mais as decisões e providências forem partilhadas, tanto mais permitirão um desenvolvimento eficaz para os habitantes dos territórios administrados.

Neste contexto, desejo expressar apreço pelos esforços realizados por estas Administrações para ir ao encontro das camadas mais débeis e marginalizadas da sociedade, em vista da promoção de uma convivência mais justa e solidária. A este propósito, pretendo convidar-vos a dedicar toda a atenção para que a centralidade da pessoa humana e da família constitua o princípio inspirador de cada uma das vossas decisões. A ele, sobretudo, é preciso fazer referência na realização dos novos bairros da cidade, para que os conjuntos habitacionais que vão surgindo não sejam apenas bairros-dormitório. Para esta finalidade, é oportuno que sejam previstas estruturas que favoreçam os processos de socialização, evitando assim que surjam e se incrementem o fechamento no individualismo e a atenção exclusiva aos próprios interesses, danosos para qualquer convivência humana. Respeitando as competências das autoridades civis, à Igreja apraz oferecer a própria contribuição para que nestes bairros haja uma vida social digna do homem. Sei que em diversas áreas periféricas da cidade isto já acontece, graças ao compromisso da Administração municipal para a realização de importantes obras, e faço votos por que tais exigências sejam consideradas em toda a parte. Estou grato pela colaboração consolidada existente entre as Administrações por vós guiadas e o Vaticano, sobretudo no que diz respeito à construção de novos complexos paroquiais que, além de serem pontos de referência para a vida cristã, desempenham também uma função educativa e social fundamental.

Esta colaboração permitiu alcançar objectivos significativos. A este propósito, apraz-me recordar que nalguns bairros novos, onde vivem sobretudo jovens famílias com filhos pequenos, as comunidades eclesiais, cientes de que a abertura à vida está no centro do verdadeiro progresso humano (cf. ibid., 28), realizaram os "oratórios das crianças". Estas estruturas úteis permitem que as crianças transcorram aí as horas do dia, enquanto os pais estão no trabalho. Faço votos por que uma sinergia cada vez mais fecunda entre as diversas instituições permita a criação nas zonas periféricas, assim como no resto da cidade, de estruturas análogas que ajudem os pais jovens na sua tarefa educativa. De igual modo, espero que possam ser adoptadas também ulteriores providências a favor das famílias, em particular das numerosas, de modo que toda a cidade goze da função insubstituível desta instituição fundamental, célula primária e indispensável da sociedade.

1059 No âmbito da promoção do bem comum, a educação das novas gerações, que constituem o futuro da nossa Região, representa uma preocupação predominante que os Administradores públicos partilham com a Igreja e com todas as organizações formativas. Há alguns anos a Diocese de Roma e as do Lácio estão comprometidas em oferecer a sua contribuição para enfrentar as situações cada vez mais urgentes que provêm do mundo juvenil e que exigem respostas educativas adequadas de alto nível. Estão diante de todos a necessidade e a urgência de ajudar os jovens a projectar a vida sobre os valores autênticos, que fazem referência a uma visão "alta" do homem e encontram no património religioso e cultural cristão uma das suas expressões mais sublimes. Hoje as novas gerações querem saber quem é o homem e qual é o seu destino e procuram respostas capazes de lhes indicar o caminho a percorrer para fundar a existência sobre os valores perenes. Em particular, nas propostas formativas sobre os grandes temas da afectividade e da sexualidade, tão importantes para a vida, é necessário evitar de propor aos adolescentes e aos jovens caminhos que favorecem a banalização destas dimensões fundamentais da existência humana. Para esta finalidade, a Igreja pede a colaboração de todos, sobretudo de quantos trabalham na escola, a fim de educar para uma visão elevada do amor e da sexualidade humana. Desejo, a este propósito, convidar todos a compreender que, ao pronunciar os seus nãos, a Igreja na realidade diz sim à vida, ao amor vivido na verdade da doação de si ao outro, ao amor que se abre à vida e não se fecha numa visão narcisista do casal. Ela está convicta de que só estas opções podem conduzir a um modelo de vida, no qual a felicidade é um bem partilhado. Sobre estes temas, como também sobre os da família fundada no matrimónio e no respeito da vida desde a sua concepção até ao seu fim natural, a comunidade eclesial não pode deixar de ser fiel à verdade, "a única que é garantia de liberdade e da possibilidade de um desenvolvimento humano integral" (ibid., 9).

Por fim, não posso deixar de exortar as autoridades competentes a dedicar uma atenção constante e coerente ao mundo da doença e do sofrimento. As estruturas de saúde, tão numerosas em Roma e no Lácio, que oferecem um importante serviço à comunidade, sejam lugares nos quais se encontrem uma gestão cada vez mais atenta e responsável da vida pública, competências profissionais e dedicação generosa em relação ao doente, cujos acolhimento e cuidado devem ser o critério máximo de quantos trabalham neste âmbito. Roma e o Lácio, ao lado das estruturas públicas de saúde, vêem há séculos a presença das de inspiração católica, que trabalham a favor de amplas camadas da população. Nelas procura-se conjugar a competência profissional e a atenção ao doente com a verdade e a caridade de Cristo. De facto, inspirando-se no Evangelho, elas esforçam-se por se aproximar das pessoas sofredoras com amor e esperança, apoiando também a busca de sentido e procurando oferecer respostas às interrogações que inevitavelmente surgem nos corações de quantos vivem a difícil dimensão da doença e do sofrimento. De facto, o homem precisa de cuidado na sua unidade de ser espiritual e corporal. Espero que, apesar das persistentes dificuldades económicas, estas estruturas possam ser adequadamente apoiadas no seu serviço precioso.

Gentis Autoridades, ao expressar a minha profunda gratidão pela gentil e agradável visita, garanto a minha cordial proximidade e a minha oração por vós, pelas altas responsabilidades que vos foram confiadas e pelos habitantes das realidades que administrais. O Senhor vos ampare, guie e dê cumprimento às expectativas de bem presentes no coração de cada um.

Com estes sentimentos, com afecto e benevolência, concedo a Bênção Apostólica, fazendo-a extensiva de coração às vossas famílias e a quantos vivem e trabalham em Roma, na sua Província e em todo o Lácio.




AOS PARTICIPANTES NA ASSEMBLEIA PLENÁRIA DA CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ Sala Clementina

Sexta-feira, 15 de Janeiro de 2010


Senhores Cardeais
Venerados Irmãos
no Episcopado e no Sacerdócio
Caríssimos fiéis colaboradores

É para mim motivo de grande alegria encontrar-me convosco por ocasião da Assembleia Plenária e manifestar-vos os sentimentos de profundo reconhecimento e de cordial apreço pelo trabalho que levais a cabo ao serviço do Sucessor de Pedro no seu ministério de confirmar os irmãos na fé (cf. Lc 22,32).

1060 Agradeço ao Senhor Cardeal William Joseph Levada o seu discurso de saudação, no qual evocou as temáticas que actualmente empenham a Congregação, assim como as novas responsabilidades que o Motu Proprio "Ecclesiae unitatem" lhe confiou, unindo de forma estreita ao Dicastério a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei.

Senhor Cardeal, agora gostaria de reflectir brevemente a propósito de alguns aspectos expostos por Vossa Eminência.

Em primeiro lugar, desejo sublinhar o modo como a vossa Congregação participa no ministério de unidade, que foi confiado, de modo especial, ao Pontífice Romano, mediante o seu compromisso pela fidelidade doutrinal. Com efeito, a unidade é primariamente unidade de fé, sustentada pelo depósito sagrado cujo primeiro guardião e defensor é o Sucessor de Pedro. Confirmar os irmãos na fé, conservando-os unidos na confissão de Cristo crucificado e ressuscitado constitui para aquele que se senta na Cátedra de Pedro a primeira e fundamental missão que lhe é conferida por Jesus. Trata-se de um serviço inadiável, do qual depende a eficácia da obra evangelizadora da Igreja até ao fim dos séculos.

O Bispo de Roma, de cuja potestas docendi participa a vossa Congregação, deve proclamar constantemente: "Dominus Iesus" "Jesus é o Senhor". Com efeito, a potestas docendi comporta a obediência à fé, a fim de que a Verdade que é Cristo continue a resplandecer na sua grandeza e a ressoar para todos os homens na sua integridade e pureza, de tal forma que haja um só rebanho reunido ao redor do único Pastor.

Portanto, o alcance do testemunho comum de fé por parte de todos os cristãos constitui a prioridade da Igreja de todos os tempos, com a finalidade de conduzir todos os homens ao encontro com Deus. Neste espírito, confio de modo particular no compromisso do Dicastério a fim de que sejam superados os problemas doutrinais que ainda subsistem para a consecução da plena comunhão com a Igreja da parte da Fraternitas S. Pio X.

Além disso, desejo alegrar-me pelo empenho a favor da plena integração de grupos de fiéis e de indivíduos singularmente, já pertencentes ao Anglicanismo, na vida da Igreja Católica, em conformidade com quanto está estabelecido na Constitutição Apostólica Anglicanorum coetibus. A adesão fiel destes grupos à verdade recebida de Cristo e proposta pelo Magistério da Igreja não é de modo algum contrária ao movimento ecuménico mas, pelo contrário, mostra a sua finalidade derradeira, que consiste em alcançar a comunhão plena e visível dos discípulos do Senhor.

No precioso serviço que prestais ao Vigário de Cristo, apraz-me recordar também que a Congregação para a Doutrina da Fé, em Setembro de 2008, publicou a Instrução Dignitas personae, a respeito de algumas questões de bioética. Depois da Encíclica Evangelium vitae, do Servo de Deus João Paulo II, em Março de 1995, este documento doutrinal, centrado no tema da dignidade da pessoa, criada em Cristo e por Cristo, representa um novo ponto de referência no anúncio do Evangelho, em plena continuidade com a Instrução Donum vitae, publicada por este mesmo Dicastério em Fevereiro de 1987.

Em temas tão delicados e actuais, como aqueles que dizem respeito à procriação e às novas propostas terapêuticas que comportam a manipulação do embrião e do património genético humano, a Instrução recordou que "o valor ético da ciência biomédica mede-se com a referência, quer ao respeito incondicionado devido a cada ser humano, em todos os momentos da sua existência, quer à tutela da especificidade dos actos pessoais que transmitem a vida" (Instrução Dignitas personae, n. 10). Deste modo, o Magistério da Igreja tenciona oferecer a própria contribuição para a formação da consciência não apenas dos fiéis, mas de quantos procuram a verdade e querem prestar atenção a argumentações que vêm da fé, mas inclusive da própria razão. Com efeito, ao propor avaliações morais para a pesquisa biomédica sobre a vida humana, a Igreja inspira-se na luz tanto da razão como da fé (cf. ibid., n. 3), pois está persuadida de que "o que é humano não só é acolhido e respeitado pela , mas por ela é também purificado, elevado e aperfeiçoado" (Ibid., n. 7).

Neste contexto oferece-se inclusive uma resposta à mentalidade difundida, segundo a qual a fé é apresentada como obstáculo para a liberdade e a pesquisa científica, porque seria constituída por um conjunto de preconceitos que viciariam a compreensão objectiva da realidade. Diante de tal atitude, que tende a substituir a verdade com o consenso, frágil e facilmente manipulável, a fé cristã oferece ao contrário uma autêntica contribuição também no âmbito ético-filosófico, não fornecendo soluções prefabricadas para problemas concretos, como a pesquisa e a experimentação biomédica, mas propondo perspectivas morais confiáveis no interior das quais a razão humana pode procurar e encontrar soluções válidas.

Efectivamente, existem determinados conteúdos da revelação cristã que esclarecem as problemáticas bioéticas: o valor da vida humana, a dimensão relacional e social da pessoa, a conexão entre os aspectos unitivo e procriativo da sexualidade e a centralidade da família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher. Estes conteúdos, inscritos no coração do homem, são compreensíveis também racionalmente como elementos da lei moral natural e podem despertar o acolhimento por parte daqueles que não se reconhecem na fé cristã.

A lei moral natural não é exclusiva nem predominantemente confessional, embora a Revelação cristã e a realização do homem no mistério de Cristo ilumine e desenvolva plenamente a sua doutrina. Como afirma o Catecismo da Igreja Católica, ela "enuncia os preceitos primários e essenciais que regem a vida moral" (n. 1.955). Alicerçada na própria natureza humana e acessível a cada criatura racional, a lei moral natural constitui deste modo a base para entrar em diálogo com todos os homens que procuram a verdade e, mais em geral, com a sociedade civil e secular. Esta lei, inscrita no coração de cada homem, diz respeito a uma das questões essenciais da própria reflexão sobre o direito e interpela igualmente a consciência e a responsabilidade dos legisladores.

1061 Enquanto vos encorajo a dar continuidade ao vosso serviço exigente e importante, desejo manifestar-vos também nesta circunstância a minha proximidade espiritual, concedendo de coração a Bênção Apostólica a todos vós, como penhor de carinho e de gratidão.






NA CERIMÓNIA DE RECEPÇÃO DA CIDADANIA HONORÁRIA DE FREISING Sala Clementina

Sábado, 16 de Janeiro de 2010




Senhor Presidente da Câmara Municipal
Estimado Senhor Cardeal
Prezado Senhor Arcebispo
Dilecto Senhor Bispo Auxiliar
Caras cidadãs e caros cidadãos de Freising
Queridos amigos

É para mim um momento de comoção ter-me tornado agora, também juridicamente, cidadão de Freising, e assim pertencer de modo novo e muito amplo e profundo a esta cidade, da qual no íntimo sinto que faço parte. Por isso só posso dizer de coração: "Vergelt's Gott" (Deus vos recompense!). É uma alegria que agora me acompanha e que permanecerá comigo. Na biografia da minha vida na biografia do meu coração, se assim posso dizer a cidade de Freising desempenha um papel muito especial. Nela recebi a formação que desde então caracteriza a minha vida. Assim, de certo modo esta cidade está sempre presente em mim, e eu nela. E o facto de – como o Senhor Presidente da Câmara Municipal observou – eu ter incluído no meu brasão o mouro e o urso de Freising indica ao mundo inteiro quanto eu lhe pertenço. Além disso, o facto de que agora sou cidadão de Freising, inclusive do ponto de vista legal, é a sua coroação e alegra-me profundamente.

Nesta circunstância aflora em mim todo um horizonte de imagens e de lembranças. Vossa Excelência já mencionou algumas delas, prezado Senhor Presidente da Câmara Municipal. Gostaria de retomar algumas considerações. Antes de tudo, há o dia 3 de Janeiro de 1946. Depois de uma longa espera, finalmente chegou o momento em que o seminário de Freising podia abrir as portas a quantos regressavam. Com efeito, ainda era um lazareto para ex-prisioneiros de guerra, mas agora podíamos começar. Aquele momento representava uma viragem na vida: estar no caminho para o qual nos sentíamos chamados. Na perspectiva hodierna, vivíamos de modo muito "antiquado" e sem comodidades: vivíamos em dormitórios, em salas para os estudos e assim por diante, mas éramos felizes, não apenas porque finalmente tínhamos evitado as misérias e as ameaças da guerra e do domínio nazista, mas também porque éramos livres, e principalmente porque estávamos no caminho para o qual nos sentíamos chamados. Sabíamos que Cristo era mais forte que a tirania, que o poder da ideologia nazista e os seus mecanismos de opressão. Sabíamos que a Cristo pertencem o tempo e o futuro, e sabíamos que Ele nos tinha chamado e precisava de nós, que éramos necessários. Sabíamos que as pessoas daquela época transformada estavam à espera de nós, à espera de sacerdotes que chegassem com um renovado impulso de fé para construir a casa viva de Deus. Nesta ocasião, devo elevar também um breve hino de louvor ao velho ateneu, do qual fiz parte, primeiro como estudante e depois como professor. Ali havia estudiosos muito sérios, alguns até de fama internacional, mas a coisa mais importante – na minha opinião – é que eles não eram somente estudiosos, mas também mestres, pessoas que não ofereciam apenas as primícias da sua especialização, mas pessoas que se interessavam em transmitir aos estudantes o essencial, o pão sadio de que tínhamos necessidade para receber a fé a partir de dentro. E era importante o facto de que nós – se agora posso dizer nós – não nos sentíamos peritos individuais, mas parte de um conjunto; que cada um de nós trabalhava no conjunto da teologia; que o nosso trabalho devia tornar visível a lógica da fé como unidade e, deste modo, aumentar a capacidade de explicar a razão da nossa fé, como diz São Pedro (cf. 1P 3,15), de a transmitir num tempo novo, no contexto dos novos desafios.

1062 A segunda imagem que gostaria de retomar é o dia da ordenação sacerdotal. A catedral foi sempre o centro da nossa vida, como também no seminário éramos uma família, e foi o padre Höck que fez de nós uma verdadeira família. A catedral era o centro e tornou-se tal para toda a vida no dia inesquecível da ordenação sacerdotal. São três os momentos que me permaneceram particularmente gravados. Antes de tudo, o facto de ficarmos deitados no chão, durante a ladainha dos santos. Prostrados no chão, voltamos a adquirir a consciência de toda a nossa pobreza e interrogamo-nos: somos verdadeiramente capazes disto? E ao mesmo tempo, ressoam os nomes de todos os santos da história e a imploração dos fiéis: "Escuta-nos; ajuda-os". Assim aumenta a consciência: sim, sou frágil e inadequado, mas não estou sozinho, há outros comigo, toda a comunidade dos santos está comigo, eles acompanham-me e portanto posso percorrer este caminho e tornar-me companheiro e guia para os demais. Em segundo lugar, a imposição das mãos por parte do idoso e venerável Cardeal Faulhaber – que impôs sobre mim, sobre todos nós, as mãos de maneira profunda e intensa – e a consciência de que é o Senhor quem impõe as mãos sobre mim e diz: tu pertences a mim, não te pertences simplesmente a ti mesmo, desejo-te, estás ao meu serviço, mas inclusive a consciência de que esta imposição das mãos é uma graça que não cria unicamente obrigações, mas que é sobretudo um dom, que Ele está comigo e que o seu amor me protege e me acompanha. Além disso, havia ainda o antigo rito, em que o poder de perdoar os pecados era conferido num momento separado, que começava quando o bispo dizia, com as palavras do Senhor: "Já não vos chamo servos, mas amigos". E eu sabia – nós sabíamos – que esta não é somente uma citação de João 15, mas uma palavra actual, que o Senhor está a dirigir-me agora. Ele aceita-me como amigo; encontro-me neste relacionamento de amizade; Ele pôs em mim a sua confiança, e nesta amizade posso trabalhar e fazer com que outros se tornem amigos de Cristo.

À terceira imagem Vossa Excelência já fez alusão, Senhor Presidente da Câmara Municipal: pude transcorrer outros inesquecíveis três anos e meio com os meus pais no Lerchenfeldhof e, portanto, sentir-me mais uma vez plenamente em casa. Estes últimos três anos e meio com os meus pais foram para mim uma dádiva imensa e verdadeiramente fizeram de Freising a minha casa. Penso nas festas, e na maneira como celebrávamos juntos o Natal, a Páscoa e o Pentecostes; nos passeios que fazíamos juntos nos prados; no modo como íamos ao bosque para apanhar os ramos de abete e o musgo para o presépio, e nas nossas excursões nos campos ao longo do Isar. Assim Freising tornou-se para nós uma verdadeira pátria, e como pátria permanece no meu coração.

Hoje, às portas de Freising, encontra-se o aeroporto de München. Quem aí chega ou daí parte vê as torres da catedral de Freising, vê o mons doctus, e talvez possa intuir um pouco da sua história e do seu presente. Freising tem desde sempre uma ampla vista sobre a cadeia dos Alpes; através do aeroporto ela tornou-se, num certo sentido, também mundial e aberta ao mundo. E no entanto gostaria de dizer: com as suas torres, a catedral indica uma altura que é muito superior e diferente em relação àquela que alcançamos com os aviões, é a verdadeira altura, a altura de Deus, da qual deriva o amor que nos confere a humanidade autêntica. Porém, a catedral não indica apenas a altura de Deus, que nos forma e nos mostra o caminho, mas indica inclusive a amplitude, e isto não só porque na catedral estão encerrados séculos de fé e de oração, porque nela está presente, por assim dizer, toda a comunidade dos santos, de todos aqueles que acreditaram, rezaram, sofreram e rejubilaram antes de nós. Em geral, ela indica a grande amplidão de todos os fiéis de cada época, mostrando assim também uma vastidão que vai além da globalização, porque na diversidade, até no contraste das culturas e das origens, confere a força da unidade interior, doa aquilo que nos pode unir: a força unificadora do facto de sermos amados por Deus. Assim Freising permanece para mim também a indicação de um caminho.

Para concluir, gostaria de agradecer mais uma vez a grande honra que me prestais, e também à banda musical que aqui torna presente a cultura autenticamente bávara. O meu desejo– a minha oração – é que o Senhor continue a abençoar esta cidade e que Nossa Senhora da catedral de Freising a proteja, a fim de que ela possa ser, inclusive no futuro, um lugar de vida humana de fé e de alegria. Muito obrigado!





VISITA À COMUNIDADE JUDAICA DE ROMA

Sinagoga de Roma

Domingo, 17 de Janeiro de 2010

«'O Senhor fez por eles grandes coisas'.

Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,

estamos exultantes de alegria» (Sl 126/125, 2-3)

«Oh! Como é bom e agradável

1063
viverem os irmãos em harmonia!»(Sl 133/132, 1)


Senhor Rabino-Chefe da Comunidade Judaica de Roma,
Senhor Presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas,
Senhor Presidente da Comunidade Judaica de Roma,
Senhores Rabinos,
Ilustres Autoridades,
Caros amigos e irmãos,

1. Os Salmos, que ouvimos ao início deste nosso encontro no Templo Maior dos Judeus de Roma, sugerem-nos a atitude espiritual mais autêntica para vivermos este particular e feliz momento de graça: o louvor ao Senhor, que fez grandes coisas por nós e aqui nos reuniu pelo seu Hèsed, seu amor misericordioso, e o agradecimento por nos ter concedido o dom de nos juntarmos para tornar mais firmes os laços que nos unem e prosseguir pelo caminho da reconciliação e da fraternidade. Antes de tudo, desejo expressar a minha viva gratidão a Vossa Excelência, Rabino-Chefe, Doutor Riccardo Di Segni, pelo convite feito e pelas significativas palavras que me dirigiu. Depois, agradeço aos Presidentes da União das Comunidades Judaicas Italianas, Advogado Renzo Gattegna, e da Comunidade Judaica de Roma, Senhor Riccardo Pacifici, as amáveis expressões com que quiseram saudar-me. Dirijo a minha saudação às Autoridades e a todos os presentes, com menção particular à Comunidade judaica romana e a quantos colaboraram para tornar possível o momento de encontro e de amizade que estamos a viver.

Há quase vinte e quatro anos, quando veio aqui encontrar-vos pela primeira vez como cristão e como Papa, o meu venerado Predecessor João Paulo II quis prestar uma contribuição decisiva para a consolidação das boas relações entre as nossas comunidades, superando qualquer incompreensão e preconceito. Esta minha visita insere-se no caminho por ele traçado, para o confirmar e reforçar. É com sentimentos de profunda cordialidade que me encontro no meio de vós para vos manifestar a estima e o afecto que o Bispo e a Igreja de Roma, assim como toda a Igreja Católica, nutrem por esta Comunidade e pelas Comunidades judaicas espalhadas pelo mundo.

2. A doutrina do Concílio Vaticano II tornou-se para os católicos um ponto firme ao qual fazem referência constante na atitude e nas relações com o povo judeu, marcando uma etapa nova e significativa. O acontecimento conciliar deu um impulso decisivo no compromisso de se percorrer irrevogavelmente um caminho de diálogo, fraternidade e amizade; caminho este que se tem aprofundado e desenvolvido ao longo destes quarenta anos através de passos e gestos importantes e significativos, entre os quais desejo mencionar novamente a histórica visita feita a este lugar pelo meu Venerável Predecessor em 13 de Abril de 1986, os numerosos encontros que ele teve com Representantes judeus nomeadamente durante as Viagens Apostólicas internacionais, a peregrinação jubilar à Terra Santa no ano 2000, os documentos da Santa Sé que, na sequência da Declaração Nostra aetate, deram orientações preciosas para um desenvolvimento positivo nas relações entre católicos e judeus. Também eu, nestes anos de Pontificado, quis mostrar a minha solidariedade e estima pelo povo da Aliança. No coração, guardo viva lembrança de todos os momentos da peregrinação que tive a alegria de realizar à Terra Santa em Maio do ano passado, assim como dos numerosos encontros com Comunidades e Organizações judaicas, de maneira particular nas sinagogas de Colónia e Nova Iorque.

Além disso, a Igreja não tem deixado de deplorar as faltas de seus filhos e filhas, pedindo perdão por tudo aquilo que pôde de alguma maneira favorecer as chagas do anti-semitismo e do antijudaísmo (cf. Comissão para as Relações Religiosas com o Judaísmo, Nós recordamos: uma reflexão sobre o Shoah, 16 de Março de 1998). Possam estas chagas ficar curadas para sempre! Volta à mente a sentida oração do Papa João Paulo II no Muro do Templo de Jerusalém, a 26 de Março de 2000, que ressoa, verdadeira e sincera, no mais fundo do nosso coração: "Deus dos nossos pais, Vós escolhestes Abraão e a sua descendência para levarem o vosso Nome aos gentios: sentimo-nos profundamente consternados pelo comportamento de quantos, no decurso da história, fizeram sofrer estes vossos filhos e, pedindo-Vos perdão, queremos empenhar-nos numa fraternidade autêntica com o povo da Aliança".

1064 3. O transcorrer do tempo permite-nos reconhecer no século XX uma época verdadeiramente trágica para a humanidade: guerras sangrentas que semearam destruição, morte e dor, como nunca tinha acontecido antes; ideologias terríveis, que tiveram na sua raiz a idolatria do homem, da raça, do Estado, e que levaram mais uma vez o irmão a matar o irmão. O drama singular e impressionante do Shoah constitui, de certa maneira, o ápice de um caminho de ódio que nasce quando o homem se esquece do seu Criador e se coloca a si mesmo no centro do universo. Como disse na visita de 28 de Maio de 2006 ao campo de concentração de Auschwitz, ainda profundamente gravada na minha memória, "os poderosos do Terceiro Reich queriam esmagar o povo judeu na sua totalidade" e, no fundo, "com a aniquilação deste povo, pretendiam matar aquele Deus que chamou Abraão e que, falando no Sinai, estabeleceu os critérios orientadores da humanidade, que permanecem válidos para sempre" (Discurso no Campo de Auschwitz-Birkenau: "Insegnamenti di Benedetto XVI", II, 1 [2006], pág. 727).

Neste lugar, como não recordar os judeus romanos que foram arrancados destas casas, diante destes muros e horrorosamente mortos em Auschwitz? Como é possível esquecer os seus rostos, os seus nomes, as lágrimas e o desespero de homens, mulheres e crianças? O extermínio do povo da Aliança de Moisés primeiro anunciado e depois programado e realizado de forma sistemática na Europa, sob o domínio nazista naquele dia atingiu tragicamente também Roma. Muitos, infelizmente, ficaram indiferentes; mas muitos outros, mesmo entre os católicos italianos, sustentados pela fé e pela doutrina cristã, reagiram com coragem, abrindo os braços para socorrer os judeus acossados e fugitivos, muitas vezes com risco da própria vida, sendo dignos de perene gratidão. Também a Sé Apostólica desenvolveu obra de socorro, frequentemente escondida e discreta.

A memória destes acontecimentos deve impelir-nos a fortalecer os laços que nos unem, para que a compreensão, o respeito e o acolhimento cresçam cada vez mais.

4. A nossa solidariedade e fraternidade espirituais encontram na Bíblia Sagrada – em hebraico Sifre Qodesh, ou "Livros de Santidade" – o fundamento mais sólido e perene, com base no qual somos postos constantemente perante as nossas raízes comuns, a história e o rico património que compartilhamos. É perscrutando o seu próprio mistério que a Igreja, Povo de Deus da Nova Aliança, descobre o seu vínculo profundo com os judeus, os primeiros de todos a ser escolhidos pelo Senhor para acolherem a sua palavra (cf. Catecismo da Igreja Católica
CEC 839). "Diversamente das outras religiões não cristãs, a fé judaica é já uma resposta à revelação de Deus na Antiga Aliança. É ao povo judeu que "pertencem a adopção filial, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas [...] e os patriarcas; desse povo Cristo nasceu segundo a carne" (Rm 9,4-5), porque "os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis" (Rm 11,29)" (Catecismo da Igreja Católica CEC 839).

5. Numerosas são as possíveis implicações que derivam da herança comum recebida da Lei e dos Profetas. Gostaria de recordar algumas: em primeiro lugar, a solidariedade que une a Igreja e o povo judeu "a nível da sua própria identidade" espiritual e que oferece aos cristãos a oportunidade de promover "um renovado respeito pela interpretação hebraica do Antigo Testamento" (cf. Pontifícia Comissão Bíblica, O povo judeu e as suas Sagradas Escrituras na Bíblia cristã, 2001, págs. 12 e 55); a centralidade do Decálogo como mensagem ética comum de valor perene para Israel, para a Igreja, para os não-crentes e para a humanidade inteira; o compromisso de preparar ou realizar o Reino do Altíssimo no "cuidado da criação" confiada por Deus ao homem para que a cultive e guarde responsavelmente (cf. Gn 2,15).

6. Em particular, o Decálogo – as "Dez Palavras" ou Dez Mandamentos (cf. Êx Ex 20,1-17 Dt 5,1-21) – que provém da Torah de Moisés, constitui a chama da ética, da esperança e do diálogo, a estrela polar da fé e da moral do povo de Deus, e ilumina e guia também o caminho dos cristãos. Constitui um farol e uma norma de vida na justiça e no amor, um "grande código" ético para toda a humanidade. As "Dez Palavras" lançam luz sobre o bem e o mal, sobre o verdadeiro e o falso, sobre o justo e o injusto, mesmo segundo os critérios da consciência recta de cada pessoa humana. O próprio Jesus repetiu-o várias vezes, ressaltando que é necessário um compromisso operoso no caminho dos Mandamentos: "Se queres entrar na vida eterna, cumpre os mandamentos" (Mt 19,17). Nesta perspectiva, são vários os campos de colaboração e de testemunho. Gostaria de recordar três deles, particularmente importantes para o nosso tempo.

As "Dez Palavras" pedem que se reconheça o único Senhor, contra a tentação de se construir outros ídolos, de se fazer falsos bezerros de ouro. No nosso mundo, muitos não conhecem Deus ou consideram-No supérfluo, sem relevância para a vida; assim foram fabricados novos deuses, aos quais o homem se inclina. Despertar na nossa sociedade a abertura à dimensão transcendente, dar testemunho do único Deus é um serviço precioso que judeus e cristãos podem e devem prestar juntos.

As "Dez Palavras" pedem o respeito, a protecção da vida contra toda a injustiça e prepotência, reconhecendo o valor de cada pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus. Quantas vezes, nas diversas regiões da terra, ao perto e ao longe, são ainda espezinhadas a dignidade, a liberdade, os direitos do ser humano! Testemunhar juntos o valor supremo da vida contra todo o egoísmo é dar um contributo importante para um mundo onde reinem a justiça e a paz, aquele "shalom" desejado pelos legisladores, pelos profetas e pelos sábios de Israel.

As "Dez Palavras" pedem que se conserve e promova a santidade da família, em que o "sim" pessoal e recíproco, fiel e definitivo do homem e da mulher, desvenda o horizonte para o futuro, para a humanidade autêntica de cada um, e ao mesmo tempo se abre para o dom de uma nova vida. Testemunhar que a família continua a ser a célula essencial da sociedade e o contexto de base onde se aprendem e praticam as virtudes humanas é um serviço precioso que se há-de oferecer para a construção de um mundo com um rosto mais humano.

7. Como ensina Moisés no Shemà (cf. Dt Dt 6,5 Lv 19,34) – e Jesus reafirma no Evangelho (cf. Mc 12,19-31) – todos os mandamentos se resumem no amor a Deus e na misericórdia pelo próximo. Tal Regra compromete judeus e cristãos a exercerem, no nosso tempo, uma generosidade especial para com os pobres, as mulheres, as crianças, os estrangeiros, os doentes, os débeis, os necessitados. Na tradição judaica, há um dito admirável dos Padres de Israel: "Simão, o Justo, costumava dizer: O mundo funda-se sobre três coisas: a Torah, o culto e os gestos de misericórdia" (Aboth 1, 2). Com o exercício da justiça e da misericórdia, judeus e cristãos são chamados a anunciar e a dar testemunho do Reino do Altíssimo que há-de vir, e pelo qual rezamos e trabalhamos cada dia na esperança.

8. Nesta direcção, podemos realizar passos em conjunto, conscientes das diferenças que existem entre nós, mas também do facto que, se conseguirmos unir os nossos corações e as nossas mãos para responder ao chamamento do Senhor, a sua luz tornar-se-á mais próxima para iluminar todos os povos da terra. Os passos cumpridos nestes quarenta anos pelo Comité Internacional conjunto católico-judaico e, nos anos mais recentes, pela Comissão Mista da Santa Sé e do Grão-Rabinato de Israel são um sinal da vontade comum de continuar um diálogo aberto e sincero. Precisamente amanhã a Comissão Mista realizará aqui, em Roma, o seu IX encontro tendo por tema "O ensinamento católico e judaico sobre a criação e o meio ambiente"; desejamos-lhes um diálogo profícuo sobre um tema tão importante e actual.

1065 9. Cristãos e judeus possuem uma grande parte de património espiritual em comum, rezam ao mesmo Senhor, têm as mesmas raízes, mas muitas vezes ignoram-se uns aos outros. Compete a nós em obediência ao chamamento de Deus trabalhar a fim de que permaneça sempre aberto o espaço do diálogo, do respeito recíproco, do crescimento na amizade, do testemunho comum diante dos desafios do nosso tempo, que nos convidam a colaborar para o bem da humanidade neste mundo criado por Deus, o Omnipotente e o Misericordioso.

10. Enfim, uma saudação particular para esta nossa Cidade de Roma onde, há cerca de dois milénios convivem como disse o Papa João Paulo II a Comunidade católica com o seu Bispo e a Comunidade judaica com o seu Rabino-Chefe; possa este viver juntos ser animado por um crescente amor fraterno, que se exprima também numa cooperação cada vez mais estreita a fim de prestar uma válida contribuição para a solução dos problemas e dificuldades a enfrentar.

Do Senhor invoco o precioso dom da paz para todo o mundo, mas sobretudo para a Terra Santa. Na minha peregrinação de Maio passado, em Jerusalém, junto do Muro do Templo, pedi Àquele que tudo pode: "Enviai a vossa paz sobre esta Terra Santa, sobre o Médio Oriente e sobre toda a família humana; estimulai os corações de todos aqueles que invocam o vosso nome, a percorrer humildemente o caminho da justiça e da compaixão" (Oração no Muro Ocidental de Jerusalém, 12 de Maio de 2009).

Elevo novamente para Ele o agradecimento e o louvor por este nosso encontro, pedindo-Lhe que reforce a nossa fraternidade e torne mais sólido o nosso entendimento.

[Louvai o Senhor, todas as nações,

aclamai-O, todos os povos.

É firme a sua misericórdia

para connosco, a fidelidade do Senhor

permanece para sempre.

Aleluia!" (Sl 117/116]






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