AUDIÊNCIAS 2004

3. Dirijo-me agora a quantos levam no corpo e no espírito o peso do sofrimento. A cada um deles renovo a expressão do meu afecto e da minha proximidade espiritual. Contemporaneamente, desejaria recordar que a existência humana é sempre um dom de Deus, mesmo quando está marcada por sofrimentos de todos os géneros; um "dom" que deve ser valorizado para a Igreja e para o mundo.

Sem dúvida, quem sofre nunca deve ser deixado sozinho. A respeito disto, apraz-me dirigir uma palavra de profundo apreço a todos aqueles que, com simplicidade e espírito de serviço, se colocam ao lado dos doentes, procurando aliviar os seus sofrimentos e, na medida do possível, libertar-se das enfermidades graças aos progressos da arte médica. Penso, de modo especial, nos agentes da saúde, nos médicos, nos enfermeiros, nos cientistas e nos pesquisadores, assim como nos Capelães dos Hospitais, nos voluntários. É um grande gesto de amor ocupar-se de quem sofre!

4. "Sub tuum praesidium...", rezamos assim neste nosso encontro. "Sob a tua protecção procuramos refúgio", Virgem Imaculada de Lourdes, que te apresentas a nós como o modelo perfeito da criação segundo o plano originário de Deus. A ti confiamos os doentes, os idosos, as pessoas sozinhas: alivia o seu sofrimento, enxuga as suas lágrimas e obtem para cada um a força necessária para realizar a vontade divina.

Sê o amparo de quantos aliviam dia após dia os sofrimentos dos irmãos. E ajuda todos nós a crescer no conhecimento de Cristo, que com a sua morte e ressurreição venceu o poder do mal e da morte.

Nossa Senhora de Lourdes, intercede por nós!



Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs de língua portuguesa

Por ocasião do Dia Mundial do Doente, celebrado neste ano no Santuário Mariano de Lourdes, dirijo o meu pensamento a todos aqueles que carregam no corpo e no espírito o peso do sofrimento; a cada um, renovo a minha expressão de estima e de proximidade espiritual, de modo especial aos peregrinos portugueses assistidos pelos Irmãos de São João de Deus. Que Deus vos abençoe.

Recebo com alegria os peregrinos de língua francesa, em particular os jovens, e sobretudo o colégio "Fénelon Sainte Marie" de Paris.

Saúdo calorosamente todos os fiéis reunidos em Lourdes em torno do Cardeal Lozano Barragán por ocasião do Dia Mundial do Doente, rezando especialmente por aqueles de vós que foram atingidos pela doença. Neste ano em que celebramos o 150º aniversário do dogma da Imaculada Conceição, peço à Virgem Maria que proteja todos vós. Queridos doentes, e estimados irmãos e irmãs que deles vos ocupais e curais, confio-vos a Nossa Senhora de Lourdes, que gostais de invocar neste santuário. Concedo a todos de bom grado uma afectuosa Bênção apostólica.

Saúdo calorosamente os peregrinos e visitantes dos países de língua alemã. Jesus Cristo é a fonte da vida, que vence a morte. Deu-nos Maria como Mãe, que nos obtém a saúde do corpo e da alma. Confio à sua solicitude todos os doentes e quantos sofrem, assim como os que deles se ocupam. Nossa Senhora de Lourdes, intercede por nós!

Saúdo os peregrinos de língua espanhola, e exorto todos a valorizar com espírito cristão o mundo do sofrimento e da enfermidade, assim como a fomentar a proximidade e a solidariedade com os que mais necessitam.

Saúdo cordialmente os meus concidadãos. No dia da Bem-Aventurada Virgem de Lourdes, em que celebramos o Dia Mundial do Doente, desejo dirigir-me de modo particular a todos os doentes e a quantos sofrem. Desejo dizer-vos que estou próximo de todos vós com a minha oração quotidiana. A Imaculada Mãe de Deus vos conceda a graça de saber unir o vosso sofrimento ao sofrimento de Cristo agonizante. Ampare também os que cuidam dos doentes, para que o seu nobre amor dê alívio e esperança. Deus vos abençoe!

Celebra-se hoje o septuagésimo quinto aniversário da estipulação do Tratado e da Concordata entre a Santa Sé e o Estado Italiano. Os "Pactos Lateranenses" marcaram uma mudança positiva, de alcance histórico, nas relações entre Igreja e Estado na Itália, abrindo o caminho a uma colaboração proveitosa ao serviço e em benefício de toda a população.

Dirijo cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua italiana. Saúdo em particular os religiosos da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, que com a Profissão perpétua consagrarão a sua vida a Cristo e à Igreja. Saúdo depois os estudantes da diocese de Bolzano-Bressanone, que participam num curso de história da Igreja. Saúdo ainda os representantes do Conselho Nacional dos Peritos Industriais, aqui reunidos por ocasião do septuagésimo quinto aniversário de fundação da sua categoria.

Por fim, saúdo-vos a vós, queridos jovens, estimados doentes e amados jovens casais. A Bem-Aventurada Virgem Maria de Lourdes vos proteja sempre. Invocai-a com confiança e encontrareis nela conforto e esperança.



PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 18 de fevereiro de 2004

Deus é salvador



1. O maravilhoso hino de "bênção", que abre a Carta aos Efésios e que é proclamado todas as segundas-feiras na Liturgia das Vésperas, será objecto de uma série de meditações ao longo do nosso itinerário. Por agora contentamo-nos com dar um olhar genérico a este texto solene e bem estruturado, como que uma majestosa construção, destinada a exaltar a maravilhosa obra de Deus, realizada para nós em Cristo.

Parte-se de um "antes" que antecede o tempo e a criação: é a eternidade divina na qual um projecto que nos supera já tem vida, uma "pre-destinação", ou seja, o desígnio amoroso e gratuito de um destino de salvação e de glória.

2. Neste projecto transcendente, que inclui a criação e a redenção, o cosmos e a história humana, Deus tinha pre-estabelecido, "na sua benevolência", de "recapitular em Cristo", isto é, de reconduzir a uma ordem e a um sentido profundo todas as realidades, as celestes e as terrenas (cf. 1, 10). Sem dúvida, Ele é "cabeça da Igreja, que é o seu Corpo" (cf. 1, 22-23), mas é também o princípio vital de referência do universo.

Por isso, o senhorio de Cristo expande-se quer à criação quer àquele horizonte mais específico que é a Igreja. Cristo desempenha uma função de "plenitude", de tal forma que nele se revele o "mistério" (1, 9) escondido nos séculos e toda a realidade cumpra na sua ordem e grau específicos o desígnio concebido pelo Pai desde a eternidade.

3. Como teremos ocasião de ver a seguir, esta espécie de Salmo neotestementário fixa a atenção sobretudo na história da salvação que é expressão e sinal vivo da "generosidade" (1, 9), da "graça" (1, 9) e do amor divino. Eis, então, a exaltação da "redenção mediante o sangue" da cruz, a "remissão dos pecados", a abundante efusão "da riqueza da graça" (1, 7). Eis a filiação divina do cristão (cf. 1, 5) e o "conhecimento do mistério da vontade" de Deus (1, 9), mediante a qual se entra no íntimo da própria vida trinitária.

4. Depois deste olhar genérico ao hino que abre a Carta aos Efésios, escutemos agora São João Crisóstomo, extraordinário mestre e orador, intérprete agudo da Sagrada Escritura, que viveu no IV século e foi também Bispo de Constantinopla, entre dificuldades de todos os tipos, e submetido até à experiência do dúplice exílio.

Na sua primeira homilia sobre a Carta aos Efésios, ao comentar este Cântico, ele reflecte com reconhecimento sobre a "bênção" com a qual fomos abençoados "em Cristo": "De facto, que te falta? Tornaste-te imortal, livre, filho, justo, irmão, co-herdeiro, com ele reinas, com ele és glorificado. Tudo nos foi dado e como está escrito "como não nos havia de oferecer tudo juntamente com Ele" (Rm 8,32). A tua primícia (cf. 1Co 15,20 1Co 15,23) é adorada pelos anjos, pelos querubins, pelos serafins: que mais te falta?" ().

Deus fez tudo isto por nós, continua o Crisóstomo, "segundo a benevolência da sua vontade". Que significa isto? Significa que Deus apaixonadamente deseja e ardentemente anseia pela nossa salvação. "E por que nos ama desta forma? Por que motivo nos quer tanto bem? Só por bondade: com efeito, a "graça" é própria da bondade" (Ibid.,13).

Precisamente por isto, conclui o antigo Padre da Igreja, São Paulo afirma que tudo foi cumprido "para louvor e glória da sua graça que nos concedeu em seu Filho predilecto". De facto, Deus "não só nos libertou dos pecados, mas tornou-nos também amáveis...: ornamentou a nossa alma e tornou-a bela, desejável e amável". E quando Paulo declara que Deus fez isto mediante o sangue do seu Filho, São João Crisóstomo exclama: "Nada é maior do que tudo isto: que o sangue de Deus tenha sido derramado por nós. Maior do que a adopção de filhos e de outros dons, é o facto de nem sequer o Filho ter sido poupado (cf. Rm Rm 8,32); com efeito, é grandioso que os pecados tenham sido perdoados, mas ainda mais grandioso é que isto se verificou mediante o sangue do Senhor" (Ibid., 14).



                                                                             Março de 2004


PAPA JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA

Quarta-Feira 10 de março de 2004

Salmo pela vitória do Rei-Messias

Caríssimos Irmãos e Irmãs


1. A invocação final: «Senhor, dá o triunfo ao rei e atende-nos quando te invocarmos» (Ps 19,10), revela-nos a origem do Salmo 19, que escutámos e que agora meditamos. Por conseguinte, estamos na presença de um Salmo real do antigo Israel, proclamado no templo de Sião durante um rito solene. Com ele é invocada a bênção divina sobre o soberano, sobretudo «no dia da angústia» (v. 2), isto é, no tempo em que toda a nação se sente atormentada por uma angústia profunda devido à ameaça de uma guerra. De facto, são recordados os carros e os cavalos (cf. v. 8) que parecem avançar no horizonte; a eles, o rei e o povo, contrapõem a sua confiança no Senhor, que se declara da parte dos fracos, dos oprimidos, das vítimas da arrogância dos conquistadores.

É fácil compreender como a tradição cristã tenha transformado este Salmo num hino a Cristo-Rei, o «consagrado» por excelência, «o Messias» (cf. v. 7). Ele entra no mundo sem exércitos, mas com o poder do Espírito, e desencadeia o ataque definitivo contra o mal e a prevaricação, contra a prepotência e o orgulho, contra a mentira e o egoísmo. Ressoam também aos nossos ouvidos levemente as palavras que Cristo pronuncia, respondendo a Pilatos, emblema do poder imperial terrestre: «Eu sou rei. Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz» (Jn 18,37).

2. Examinando o desenvolvimento deste Salmo, apercebemo-nos de que ele revela minuciosamente uma liturgia celebrada no templo hierosolimitano. Fazem parte do cenário os filhos de Israel, que rezam pelo rei, chefe da nação. Aliás, na abertura entrevê-se um rito sacrifical, em sintonia com os vários sacrifícios e holocaustos oferecidos pelo soberano ao «Deus de Jacob» (Ps 19,2), que não abandona «o seu ungido» (v. 7), mas protege-o e defende-o.

A oração está marcada em grande medida pela convicção de que o Senhor é a fonte da segurança: ele vai ao encontro do desejo confiante do rei e de toda a comunidade à qual está ligado pelo vínculo da aliança. O clima é, sem dúvida, o de um acontecimento bélico, com todos os receios e riscos que suscita. A Palavra de Deus não é portanto uma mensagem abstracta, mas uma voz que se adapta às pequenas e grandes misérias da humanidade. Por isso, o Salmo reflecte a linguagem militar e a atmosfera que domina Israel em tempo de guerra (cf. v. 6), adaptando-se assim aos sentimentos do homem em dificuldade.

3. No texto do Salmo o v. 7 marca uma mudança. Enquanto os versículos anteriores exprimem implicitamente pedidos dirigidos a Deus (cf. vv. 2-5), o v. 7 afirma a certeza do atendimento obtido: «Agora tenho a certeza de que o Senhor dá a vitória ao seu ungido; Ele responde-lhe do alto do seu santuário». O Salmo não esclarece qual sinal deu essa certeza.

Contudo, expressa claramente um contraste entre a posição dos inimigos, que contam com a força material dos seus carros e cavalos, e a posição dos Israelitas, que têm confiança em Deus e, por conseguinte, são vitoriosos. O pensamento corre para o célebre episódio de David e Golias: o jovem hebreu contrasta as armas e a prepotência do guerreiro filisteu com a invocação do nome do Senhor, que protege os fracos e inermes. De facto, David diz a Golias: «Tu vens para mim de espada, lança e escudo; eu, porém, vou a ti em nome do Senhor do universo... não é com a espada nem com a lança que o Senhor triunfa, porque ele é o árbitro da guerra» (1S 17,45 1S 17,47).

4. O Salmo, no seu concreto histórico tão ligado à lógica da guerra, pode tornar-se um convite a nunca se deixar capturar pela atracção da violência. Também Isaías exclamava: «Ai dos que... põem a sua confiança na cavalaria! Confiam nos carros porque são muitos, e nos cavaleiros porque são fortes. Não olham para o Santo de Israel, nem consultam o Senhor» (Is 31,1).

A qualquer forma de maldade o justo contrapõe a fé, a benevolência, o perdão, a oferenda de paz. O apóstolo Paulo admoesta os cristãos: «Não pagueis a ninguém o mal com o mal; interessai-vos pelo que é bom diante de todos os homens» (Rm 12,17). E o historiador da Igreja dos primeiros séculos, Eusébio de Cesareia (séculos III-IV), ao comentar o nosso Salmo, alargará o olhar também sobre o mal da morte que o cristão sabe que pode vencer por obra de Cristo: «Todas as potências adversárias e os inimigos de Deus escondidos e invisíveis, rostos em fuga do próprio Salvador, decairão. Mas todos aqueles que receberem a salvação, ressurgirão da sua antiga ruína.

Por isso Simeão dizia: “Ele veio para queda e ressurreição de muitos”, ou seja, para a ruína dos seus adversários e inimigos e para a resurreição daqueles que outrora caíram mas agora foram por ele ressuscitados» ().



Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs de língua portuguesa

Saúdo e abençôo quantos me escutam, em especial o grupo de visitantes vindos de Portugal, com votos de felicidades e de paz e, depois de uma Quaresma santificada, peço a Deus que tenham uma participação abundante nas alegrias da Páscoa da Ressureição. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

Saúdo os peregrinos de língua espanhola, e convido-vos todos, confiando plenamente em Cristo, único salvador do género humano, a cultivar sentimentos de reconciliação entre os grupos e povos do mundo inteiro.

Dirijo uma cordial saudação aos fiéis húngaros

Desejando-vos que na Quaresma possais preparar-vos dignamente para a celebração da Páscoa, concedo-vos de coração a todos a Bênção Apostólica.

Dou cordiais boas-vindas a todos os peregrinos da Polónia e dos outros países do mundo.

Obrigado pela vossa presença. A visita aos túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo fortaleça em vós a fé em Cristo e estreite os vínculos da união com a Santa Sé. Levai a minha saudação aos vossos queridos. Abençôo-vos de coração. Louvado seja Jesus Cristo.

Dou cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua italiana. Saúdo em particular os fiéis da paróquia do Santíssimo Redentor em «Ruvo di Puglia», os representantes da Associação cultural cristã Ítalo-Ucraniana, os Alpinos do IX Regimento, provenientes de Áquila, assim como a Polícia da primeira Repartição móvel de Roma.

Por fim, o meu pensamento dirige-se aos jovens, aos doentes e aos novos casais.

O caminho quaresmal que estamos a percorrer, vos conduza, queridos jovens, a uma fé em Cristo sempre mais consciente; aumente em vós, estimados doentes, a esperança em Cristo crucificado que nos ampara nas provas; e ajude a vós, amados novos casais, a fazer da vossa vida familiar uma missão de amor fiel e generoso.



PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 17 de março de 2004

Acção de graças pela vitória do Rei



1. No âmbito do Salmo 20 a Liturgia das Vésperas destacou a parte que agora escutamos, omitindo outra de carácter imprecatório (cf. vv. 9-13). A parte conservada fala no passado e no presente dos favores concedidos por Deus ao rei, enquanto a parte omitida fala no futuro da vitória do rei sobre os seus inimigos.

O texto que constitui o objecto da nossa meditação (cf. vv. 2-8.14) pertence ao género dos Salmos reais. Por conseguinte, no centro encontra-se a obra de Deus a favor do soberano hebraico representado talvez no dia solene da sua entronização. No início (cf. v. 2) e no fim (cf. v. 14) parece que ressoa uma aclamação de toda a assembleia, enquanto o centro do hino tem tonalidades de um cântico de gratidão, que o Salmista dirige a Deus pelos favores concedidos ao rei: "bênçãos preciosas" (v. 4), "vida longa" (v. 5), "glória" (v. 6) e "alegria" (v. 7).

É fácil intuir que a este cântico como aconteceu com os outros Salmos reais do Saltério foi designada uma nova interpretação quando, em Israel, desapareceu a monarquia. Já com o Judaísmo, ele se tinha tornado um hino em honra do rei-Messias: desta forma, aplainava-se o caminho da interpretação cristológica, que é precisamente adoptada pela liturgia.

2. Mas, lancemos primeiro um olhar ao texto no seu sentido originário. Respira-se uma atmosfera jubilosa e que ressoa de cânticos, tendo em consideração a solenidade do acontecimento:

"Senhor, o rei alegra-se com o teu poder e regozija-se com o teu auxílio... Cantaremos e celebraremos a tua força!" (vv. 2.14). Depois, são referidos os dons de Deus ao soberano: Deus satisfez as suas preces (cf. v. 3), coloca-lhe sobre a cabeça uma coroa de ouro (cf. v. 4). O esplendor do rei está relacionado com a luz divina que o envolve como um manto protector: "cumulaste-o de esplendor e majestade" (v. 6).

No antigo Médio Oriente considerava-se que o rei estivesse circundado por uma auréola luminosa, que confirmava a sua participação na própria essência da divindade. Naturalmente para a Bíblia o soberano é, sem dúvida, "filho" de Deus (cf. Sl Ps 2,7), mas apenas em sentido metafórico e adoptivo. Então, ele deve ser o lugar-tenente do Senhor em tutelar a justiça. Precisamente por esta missão Deus o circunda com a luz benéfica e com a sua bênção.

3. A bênção é um tema relevante neste hino breve: "Foste ao seu encontro com bênçãos preciosas... abençoaste-o para sempre" (Ps 20,4 Ps 20,7). A bênção é sinal da presença divina que intervém no rei que, desta forma, se torna um reflexo da luz de Deus na humanidade.

Na tradição bíblica, a bênção inclui também o dom da vida que é precisamente efundido sobre o consagrado: "Pediu-te a vida e Tu lha concedeste, vida longa, pelos séculos além" (v. 5). Também o profeta Natan tinha garantido a David esta bênção, fonte de estabilidade, subsistência e segurança, e David rezou da seguinte forma: "Abençoa, desde agora, a sua casa, para que ela subsista para sempre diante de ti: porque Tu, Senhor Deus, falaste e, graças à tua bênção, a casa do teu servo será abençoada eternamente!" (2S 7,29).

4. Recitando este Salmo, vemos delinear-se por detrás do retrato do rei hebraico o rosto de Cristo, rei messiânico. Ele é "irradiação da glória" (He 1,3). Por conseguinte, Ele é o Filho em sentido pleno e é a presença perfeita de Deus no meio da humanidade. Ele é luz e vida, como proclama São João no prólogo do seu Evangelho: "Nele é que estava a Vida... e a Vida era a Luz dos homens" (1, 4).

Nesta perspectiva, Santo Ireneu, Bispo de Lião, ao comentar o Salmo, aplicará o tema da vida (cf. Sl Ps 20,5) à ressurreição de Cristo: "Por que motivo o Salmista diz: "Pediu-te a vida", visto que Cristo estava para morrer? Por conseguinte, o Salmista anuncia a sua ressurreição dos mortos e que ele, ressuscitado dos mortos, é imortal. Com efeito, assumiu a vida para ressurgir, e longo espaço de tempo na eternidade para ser incorruptível" (Exposição da pregação apostólica, 72, Milão 1979, pág. 519).

Com base nesta certeza também o cristão cultiva em si a esperança no dom da vida eterna.

Saudações

É-me grato saudar os peregrinos de língua inglesa, presentes nesta Audiência, especialmente da Inglaterra, País de Gales, Dinamarca, Japão, Canadá e Estados Unidos da América.
Sobre vós e os vossos entes queridos, invoco as bênçãos divinas de saúde e alegria.

É do íntimo do coração que dou boas-vindas e transmito as minhas saudações aos meus Compatriotas! Saúdo de modo especial o Ginásio de Raba Wyzna, os jovens, os pais, o pároco, os educadores e as autoridades. Saúdo a Comunidade "Fé e Luz", da Paróquia de São Floriano de Zywiec. Sexta-feira, celebraremos a solenidade de São José, Esposo da Santíssima Virgem Maria.

Esta solenidade exorta as famílias contemporâneas, confortadas pelo exemplo de Maria e de José que, com amor, cuidam do Verbo Encarnado, a inspirar-se no seu estilo de vida para tomar as decisões quotidianas de vida e ter a força para superar as dificuldades. Somente numa família autêntica, unida de modo duradouro e amoroso, os filhos podem alcançar a maturidade sadia, tirando o exemplo de amor gratuito, de fidelidade, de deddicação recíproca e de respeito pela vida. Rezo a fim de que as famílias polacas sem assim.

Deus abençoe todos vós!

Dirijo uma saudação especial aos peregrinos de língua italiana. Em particular, saúdo os alunos do Seminário Episcopal de Verona, a Associação "Approd Romano", a Orquestra "Tuscia Band" de Piansano, os Alunos Oficiais da Guarda Fiscal de Roma e os Alunos Marechais da Marinha Militar de La Maddalena. Saúdo aindaa delegação de Benevento, que aqui vieram com o Arcebispo D. Serafino Sprovieri, para acompanhar o Cardeal Giuseppe Caprio, no 25º da sua elevação ao Cardinalato.

Além disso, está presente uma numerosa peregrinação de fiéis de Espoleto-Núrcia, acompanhados do seu Arcebispo, D. Riccardo Fontana. Juntamente com eles está a Delegação que acaba de chegar dos Lugares Santos e traz consigo a Tocha beneditina da paz, acesa nos dias passados em Nazaré: depois da etapa de hoje em Roma, ela irá até Núrcia. Caros Irmãos e Irmãs, esteou feliz pelo vosso renovado compromisso pela concórdia entre os povos.

Formulo votos a fim de que a vossa Região, terra de São Francisco e de São Bento, seja cada vez mais consciente dos valores espirituais, que forjaram o pensamento, a arte e a cultura da Itália e da Europa.

Enfim, dirijo uma saudação afectuosa aos jovens, aos doentes e aos novos casais.
O exemplo de São José, que recordaremos depois de amanhã, vos ajude a vós, jovens, a corresponder todos os dias aos desejos do Senhor; constitua um sustento para vós, estimados doentes, na hora do sofrimento; e seja encorajamento para vós, caros novos casais, a ser sempre dóceis aos desígnios divinos.



PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 24 de março de 2004

Os homens abram os corações

a um esforço corajoso de compreensão recíproca



1. Celebraremos amanhã a solenidade da Anunciação, que nos faz contemplar a Encarnação do Verbo eterno feito homem no seio de Maria. O "sim" da Virgem abriu as portas à realização do desígnio salvífico do Pai celeste, desígnio de redenção para todos os homens.

Esta festa, que este ano se celebra no centro da Quaresma, se por um lado nos conduz ao início da salvação, por outro, convida-nos a volver o olhar para o Mistério pascal. Olhemos para Cristo crucificado que redimiu a humanidade cumprindo totalmente a vontade do Pai. No Calvário, nos últimos instantes de vida, Jesus confiou-nos Maria como mãe e recomendou-nos a Ela como seus filhos.

Associada ao Mistério da Encarnação, Nossa Senhora é co-partícipe do Mistério da Redenção. O Seu Fiat, que amanhã recordaremos, faz eco ao do Verbo encarnado. Em profunda sintonia com o Fiat de Cristo e da Virgem, cada um de nós é chamado a unir o próprio "sim" aos desígnios misterioros da Providência. De facto, só da adesão total aos desígnios divinos brotam aquela alegria e aquela paz verdadeiras que todos nós desejamos ardentemente para o nosso tempo.

2. Na vigília desta festa, ao mesmo tempo cristológica e mariana, o meu pensamento dirige-se para alguns momentos significativos do início do meu Pontificado: a 8 de Dezembro de 1978 quando confiei, em Santa Maria Maior, o mundo a Nossa Senhora; a 4 de Junho do ano seguinte quando renovei este acto no Santuário de Jasna Góra. Penso de modo particular no dia 25 de Março de 1984, Ano Santo da Redenção. Transcorreram vinte anos depois daquele dia, quando na Praça de São Pedro, em união espiritual com todos os Bispos do mundo precedentemente "convocados" quis confiar toda a humanidade ao Coração Imaculado de Maria, em resposta a quanto Nossa Senhora tinha pedido em Fátima.

3. Naquela época, a humanidade vivia momentos difíceis, de grande preocupação e incerteza. Depois de vinte anos, o mundo ainda está terrivelmente marcado pelo ódio, pela violência, pelo terrorismo e pela guerra. Entre as numerosas vítimas que a crónica quotidiana registra, contam-se tantas pessoas inermes, atingidas enquanto cumprem o seu dever. Neste Dia dedicado à recordação e à oração pelos "Missionários mártires", não podemos deixar de recordar os sacerdotes, as pessoas consagradas e os fiéis leigos em terra de missão ao longo do ano 2003.

Muito sangue continua a ser derramado em muitas regiões do mundo. Permanece sempre urgente a necessidade de que os homens abram os corações a um esforço corajoso de compreensão recíproca. Torna-se cada vez maior a expectativa de justiça e de paz em todas as partes da terra. Como responder a esta sede de esperança e de amor de outro modo que não seja recorrendo a Cristo, por meio de Maria? Repito também hoje à Virgem Santa a súplica que lhe fiz há alguns anos.

"Mãe de Cristo, revele-se, mais uma vez, na história do mundo o infinito poder salvífico da Redenção: poder de Amor misericordioso! Que ele detenha o mal! Transforme as consciências! Revele-se, no teu coração Imaculado, a luz da esperança!".

Saudações

Com afecto, saúdo os peregrinos e as famílias de língua espanhola. Em especial os fiéis de São Jerónimo de Valência e de La Merced, de Morón (Sevilha), assim como os alunos dos Colégios de Carcagente e de Madrid, e os grupos do México, do Equador e dos demais países latino-americanos. Que vossa a visita à memória dos apóstolos Pedro e Paulo vos confirmem na vossa fé. Muito obrigado pela vossa atenção.

Saúdo os meus compatriotas no País e no mundo. Dirijo uma saudação particular às componentes do Instituto Secular das Auxiliares de Jasna Góra Mãe da Igreja, que vieram aqui, precisamente por ocasião do hodierno vigésimo aniversário da entrega do mundo a Maria. Acompanhastes sempre o Primaz do Milénio ao suscitar nos corações dos Polacos o desejo pessoal de se confiar à Santíssima Mãe, e através das suas mãos a Cristo. Não cesseis de realizar este esforço apostólico e que a Imaculada Mãe de Deus vos sustente e guie.

Acolho-vos de coração todos vós aqui presentes. Confio-vos a vós e os vossos entes queridos à protecção materna de Maria e abençoo-vos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Dirijo uma cordial saudação aos representantes da Associação dos Cossacos Ucranianos. Caríssimos, agradeço-vos a vossa agradável visita e asseguro a vós e os vossos compatriotas a minha fervorosa oração. De coração, abençoo-vos a todos.

Queridos peregrinos lituanos!

Na penitência quaresmal possais redescobrir o Reino de Deus que se torna presente no coração purificado. Invoco sobre todos vós a bênção do Senhor! Louvado seja Jesus Cristo!

Transmito uma cordial saudação aos peregrinos húngaros que provêm da Hungria e de Bolonha. Pedindo a intercessão do Beato László Batthyány-Strattmann, concedo de coração a todos vós a Bênção Apostólica. Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo cordialmente o grupo de jornalistas croatas de Zagrábia e de Espálato e todos os peregrinos da Croácia, invocando sobre vós e sobre as vossas respectivas famílias a bênção de Deus. Louvados sejam Jesus e Maria!

Dirijo uma cordial saudação de boas-vindas aos peregrinos de língua italiana. Em especial saúdo os adeptos à "oração universal pela vida", acompanhados pelo Arcebispo de Loreto D. Angelo Comastri, como também os participantes na "Campanha pelo sangue", promovida pela Presidência da Região do Lácio. Caríssimos, agradeço-vos a vossa presença tão numerosa e encorajo-vos a prosseguir generosamente no vosso benemérito serviço ao próximo.

Saúdo com afecto a Associação "Porta da Paz", de Verona, e os fiéis da paróquia de São Bernardo, em Cremona. Transmito agora o meu pensamento aos membros do Coro de "Campanile", de Frasso Telesino, e faço votos para que ele cresça na devoção à Virgem Santa e colabore cada vez mais activamente com o decoro das celebrações litúrgicas.

Dirijo, enfim, uma afectuosa saudação a vós, queridos jovens, queridos doentes e a vós, queridos novos casais.

A hodierna jornada dedicada à memória dos missionários mártires, seja para todos uma ocasião propícia para redescobrir a fé em Cristo, único Salvador, e alimentar a esperança num mundo mais justo e fraterno.



PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 31 de março de 2004

Hino dos que foram salvos



1. O Cântico que acabámos de ouvir e que agora meditaremos faz parte da Liturgia das Vésperas, cujos Salmos estamos a comentar progressivamente nas nossas catequeses semanais. Como acontece com frequência na práxis litúrgica, algumas composições orantes surgem do paralelismo sintético de fragmentos bíblicos pertencentes a páginas mais amplas.

No nosso caso foram assumidos alguns versículos dos capítulos 4 e 5 do Apocalipse, nos quais se designa um glorioso e grandioso cenário celeste. No centro eleva-se um trono sobre o qual está sentado o próprio Deus, cujo nome não é pronunciado por veneração (cf. Apoc Ap 4,2). Em seguida, sobre aquele trono sentou-se o Cordeiro, símbolo de Cristo ressuscitado: de facto, fala-se de um "Cordeiro que parecia ter sido imolado", mas "estava de pé", vivo e glorioso (5, 6).

À volta destas duas figuras divinas situa-se o coro da corte celeste, representada por quatro "seres vivos" (4, 6), que talvez recordem os anjos da presença divina nos pontos cardeais do universo, e por "vinte e quatro anciãos" (4, 4), em grego presbyteroi, isto é, os chefes da comunidade cristã, cujo número evoca tanto as doze tribos de Israel como os doze apóstolos, ou seja, a síntese da primeira e da nova aliança.

2. Esta assembleia do Povo de Deus entoa um hino ao Senhor exaltando a sua "glória, honra e poder", que são manifestados no acto da criação do universo (cf. 4, 11). A este ponto é introduzido um símbolo de particular relevo, em grego um biblíon, que significa, um "livro", que é, contudo, completamente inacessível: de facto, são sete os selos que impedem a sua leitura (cf. 5, 1).

Por conseguinte, trata-se de uma profecia escondida. Aquele livro contém toda a série dos decretos divinos que devem ser realizados na história humana para fazer reinar nela a justiça perfeita. Se o livro permanece selado, estes decretos não podem ser nem conhecidos nem realizados, e a maldade continuará a propagar-se e a oprimir os crentes. Eis, então, a necessidade de uma intervenção autorizada: seu artífice será precisamente o Cordeiro imolado e ressuscitado. Ele poderá "receber o livro e abrir os selos" (cf. 5, 6).

Cristo é o grande intérprete e senhor da história, o revelador do fio secreto da acção divina que nela se propaga.

3. O hino continua indicando qual é a base do poder de Cristo na história. Esta base mais não é do que o seu mistério pascal (cf. 5, 9-10): Cristo foi "imolado" e com o seu sangue "resgatou" toda a humanidade do poder do mal. O verbo "resgatar" remete para o Êxodo, para a libertação de Israel da escravidão egípcia. Na antiga legislação, o parente mais próximo tinha o dever de resgatar. No caso do povo, era o próprio Deus que chamava Israel, seu "primogénito" (Ex 4,22).

Depois, Cristo realiza esta obra para a humanidade inteira. A redenção realizada por ele não tem só a função de nos resgatar do nosso passado de mal, de curar as feridas e aliviar as nossas misérias. Cristo dá-nos um novo ser interior, faz de nós sacerdotes e reis, partícipes da sua mesma dignidade.

Aludindo às palavras que Deus tinha proclamado no monte Sinai (cf. Êx Ex 19,6 Ap 1,6), o hino recorda que o povo de Deus redimido é constituído por reis e sacerdotes que devem guiar e santificar toda a criação. É uma consagração que tem a sua raiz na Páscoa de Cristo e se realiza no baptismo (cf. 1P 2,9). Isto origina o apelo feito à Igreja, para que tome consciência da sua dignidade e da sua missão.

4. A tradição cristã aplicou constantemente a Cristo a imagem do Cordeiro pascal. Ouçamos as palavras de um Bispo do segundo século, Melitão de Saidi, uma cidade da Ásia Menor, que se expressa assim na sua homilia pascal: "Cristo vem do céu à terra por amor da humanidade que sofre, revestiu-se da nossa humanidade no seio da Virgem e nasceu como homem... Ele, como um Cordeiro, foi levado embora e, como um cordeiro, foi degolado, e assim nos resgatou da escravidão do mundo... Foi ele quem nos arrancou da escravidão para a liberdade, das trevas para a luz, da morte para a vida, da opressão para uma realeza; e fez de nós um sacerdócio novo e um povo eleito para sempre... É ele o cordeiro mudo, o cordeiro degolado, o filho de Maria, sem mancha. Ele foi tirado da grei, levado à morte, imolado ao entardecer, sepultado à noite" (nn. 66-71: SC 123, págs. 96-100).

No fim, o mesmo Cristo, o Cordeiro imolado, dirige o seu apelo a todos os povos: "Vinde, pois, todas as estirpes de homens que vos deixais seduzir pelos pecados, e recebeis a remissão dos pecados. De facto, sou eu a vossa remissão, a Páscoa de salvação, o cordeiro imolado por vós, o vosso resgate, o vosso caminho, a vossa ressurreição, a vossa luz, a vossa salvação, o vosso rei. Sou eu quem vos guia às alturas dos céus, quem vos mostrará o Pai que é desde a eternidade, quem vos ressuscitará com a minha direita" (n. 103: ibid., pág. 122).

Saudações

Saúdo cordialmente os peregrinos vindos da América Latina e da Espanha, em especial o Colégio dos Padres Maristas, de Navalmoral de la Mata, e o Colégio Franciscano de Santaló, de Barcelona. Aproxima-se a Semana Santa e exorto-vos todos a contemplar e seguir Cristo no mistério da Cruz para ressuscitar com Ele para a vida nova. Muito obrigado.

Transmito uma cordial saudação de boas-vindas aos peregrinos checos da Arquidiocese de Olomouc! Caríssimos, neste tempo da Quaresma, peçamos ao Senhor uma verdadeira e profunda conversão. Com estes votos, abençoo-vos de coração a vós e aos vossos entes queridos! Seja louvado Jesus Cristo!

Saúdo de coração o grupo de estudantes liceais de Osijek e todos os peregrinos croatas. Sede bem-vindos!

Caríssimos, faço votos para que este tempo da Quaresma ajude cada um de vós a viver cada dia com maior intensidade a fé que recebestes no Baptismo, redescobrindo ulteriormente a liberdade e a esperança que temos em Cristo. A vós e às vossas famílias concedo a Bênção Apostólica. Sejam louvados Jesus e Maria.

Estou feliz por receber os peregrinos de língua italiana. Em particular saúdo a Delegação da Diocese de Termoli-Larino, vinda para entregar simbolicamente o óleo destinado às dioceses do Lácio. Caríssimos, agradeço-vos este prezado gesto de partilha, que é um sinal de reconhecimento à Caritas do Lácio pela sua generosa cooperação na obra de reconstrução depois do terremoto. Saúdo os participantes no Congresso da União dos Professores Secundários, e encorajo-vos a promover uma verdadeira educação que coloque no centro a pessoa. Além disso, dirijo uma saudação aos representantes da Expedição alpina K-2, acompanhados pelo Ministro Gianni Alemanno, como também o Grupo desportivo Amor e Vida. Desejo a todos vós que sejais cada vez mais conscientes do papel que o desporto pode representar, favorecendo relações de autêntica fraternidade e partilha.

Enfim, dirijo uma cordial saudação a vós, jovens, doentes e novos casais. Neste último trecho da Quaresma, peço-vos, queridos jovens, que intensifiqueis o vosso testemunho de amor para com a Cruz de Cristo; exorto-vos, queridos doentes penso em particular nos doentes esclerodérmicos, aqui representados por um numeroso grupo a viver a provação da dor como um acto de amor a Jesus crucificado e ressuscitado; e peço-vos, queridos novos casais, para imitar, na vossa união esponsal, a duradoura fidelidade do Senhor para com a Igreja, sua Esposa.





                                                                                  Abril de 2004


AUDIÊNCIAS 2004