AUDIÊNCIAS 2004

PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 10 de Novembro de 2004

Só Deus é a nossa paz

1. Ressoaram agora as doze palavras do Salmo 61, um cântico de confiança, aberto por uma espécie de antífona, repetida a meio do texto. É como uma serena e forte jaculatória, uma invocação que é também um programa de vida: "Só em Deus descansa a minha alma; dele vem a minha salvação. Só Ele é o meu refúgio e a minha salvação, a minha fortaleza: jamais serei abalado" (vv. 2-3.6-7).


2. Contudo, o Salmo, no seu desenvolvimento, contrapõe duas espécies de confiança. São duas escolhas fundamentais, uma boa e uma pervertida, que obrigam a dois comportamentos morais diferentes. Antes de tudo, está a confiança em Deus, exaltada na invocação inicial onde entra em cena um símbolo de estabilidade e de segurança, como o rochedo, "a rocha de defesa", ou seja, uma fortaleza e um baluarte de protecção.

O Salmista recorda: "Em Deus está a minha salvação e a minha glória, Ele é o meu rochedo e o meu refúgio" (v. 8). Ele afirma isto depois de ter evocado as armadilhas hostis dos seus inimigos que procuram "derrubá-lo do seu posto" (cf. vv. 4-5).

3. Depois, há outra confiança de tipo idolátrico, sobre a qual o orante fixa com insistência a sua atenção crítica. Trata-se de uma confiança que faz procurar a segurança e a estabilidade na violência, na rapina e na riqueza.

Então, o apelo torna-se claro e decisivo: "Não confieis na violência, nem confieis no que roubais; se as vossas riquezas crescerem, não lhe entregueis o coração" (v. 11).

São três os ídolos aqui evocados ou condenados como sendo contrários à dignidade do homem e à convivência social.

4. O primeiro falso deus é a violência, à qual infelizmente a humanidade continua a recorerr também nos nossos dias ensanguentados. Este ídolo está acompanhado pelo enorme cortejo de guerras, opressões, prevaricações, torturas e assassínios abomináveis, infligidos sem o mínimo remorso.

O segundo falso deus é a rapina, que se expressa na extorção, na injustiça social, na usura, na corrupção política e económica. Demasiadas pessoas cultivam a "ilusão" de satisfazer desta maneira a própria avidez.

Por fim, a riqueza é o terceiro ídolo ao qual "se apega o coração" do homem na esperança enganadora de se poder salvar da morte (cf. Sl Ps 48) e garantir para si uma primazia de prestígio e de poder.

5. Servindo esta tríade diabólica, o homem esquece que os ídolos são soluções inconsistentes, aliás, danosas. Confiando nas coisas e em si mesmo, ele esquece-se de que é "um sopro... uma mentira" (Ps 61,10 cf. Sl Ps 38,6-7).

Se nós estivéssemos mais conscientes da nossa caducidade e dos limites próprios das criaturas, não optaríamos pelo caminho da confiança nos ídolos, nem organizaríamos a nossa vida sobre uma escala de pseudo-valores frágeis e inconsistentes. Ao contrário, orienta-la-íamos para outra confiança, a que tem o seu centro no Senhor, fonte de eternidade e de paz. De facto, unicamente a Ele "pertence o poder"; só Ele é fonte de graça; só Ele é o artífice de justiça; "recompensado cada homem segundo as suas obras" (cf. Sl Ps 61,12-13).

6. O Concílio Vaticano II aplicou aos sacerdotes, o convite do Salmo 61 a "não entregar o coração à riqueza" (v. 11b). O Decreto sobre o ministério e a vida sacerdotal exorta: "não apegando de forma alguma o coração às riquezas, evitem sempre toda a cupidez e abstenham-se cautelosamente de toda a espécie de lucro" (Presbyterorum ordinis PO 17).

Contudo este apelo a rejeitar o desafio pervertido e a optar por aquilo que nos conduz a Deus é válido para todos e deve tornar-se a nossa estrela polar no comportamento quotidiano, nas decisões morais, no stilo de vida.

7. Sem dúvida, este é um caminho difícil que comporta, para o justo, também provas e opções corajosas, que contudo se distinguem sempre pela confiança em Deus (cf. Sl Ps 61,2). Nesta luz os Padres da Igreja viram no orante do Salmo 61 a prefiguração de Cristo, e colocaram a invocação inicial de total confiança e adesão a Deus sobre os seus lábios.

A este propósito no Comentário ao Salmo 61 Santo Ambrósio argumenta assim: "O Senhor nosso Deus, ao assumir sobre si a condição humana a fim de a purificar na sua pessoa, que deveria ter feito imediatamente, a não ser cancelar a influência maléfica do antigo pecado? Por meio da desobediência, isto é, violando as prescrições divinas, tinha-se insinuado a culpa, rastejando. Então, antes de tudo, foi preciso restabelecer a obediência, para placar a sede do pecado... Assumiu sobre si a obediência, para a derramar em nós" (Comentário aos doze Ps 61,4, SAEMO, VIII, Milão-Roma 1980, pág. 283).

Saudações

Saúdo cordialmente os peregrinos francófonos, de modo particular os estudantes da Faculdade de Direito Canónico do Instituto Católico de Paris. Que em todos os momentos possais contar com o Senhor, que vos convida à esperança!

Dirijo as minhas saudações de boas-vindas a todos os peregrinos de expressão inglesa, hoje aqui presentes, inclusivamente aos grupos que vieram da Inglaterra, da Irlanda, do Japão e dos Estados Unidos da América. Sobre todos vós, invoco a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo, e faço votos por que a vossa permanência em Roma seja muito abençoada.

Saúdo com afecto os peregrinos e as famílias de língua espanhola. De modo especial, os diversos grupos vindos da Espanha, de Porto Rico, da Guatemala, do México e da Argentina. Convido-vos a conservar a vossa confiança completa em Deus, enquanto vos abençoo do íntimo do coração.
Muito obrigado pela vossa atenção!

Dou as cordias boas-vindas aos peregrinos oriundos de Dlhé Pole, assim como aos Diáconos do Seminário Maior de São Carlos Borromeu, de Kosice, que está a celebrar o X aniversário do seu renascimento.

Caríssimos Irmãos e Irmãs, é de bom grado que vos concedo a todos a Bênção Apostólica.
Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo cordialmente os peregrinos croatas provenientes de Espálato, Dubrovnik, Zagrábia, Ciglenica Zagorska e de outras localidades.

Caríssimos, enquanto vos exorto a dar um testemunho cristão coerente na vossa vida de todos os dias, é de bom grado que concedo a Bênção Apostólica a cada um de vós e também às vossas famílias.

Louvados sejam Jesus e Maria!

Agora, dirijo uma cordial saudação de boas-vindas aos peregrinos de língua italiana. Em particular, saúdo os fiéis da Arquidiocese de Trento, acompanhados do Arcebispo D. Luigi Bressan; os fiéis da Diocese de Catanzaro-Squillace, chefiados pelo seu Pastor, D. António Ciliberti; e os fiéis vindos da Paróquia de Santo André, em Dugenta.

Além disso, saúdo os numerosos representantes do Sindicato CISL de Roma e do Lácio, os participantes no primeiro troféu denominado "Cidade de Roma" e ainda os participantes no encontro promovido pela "Comissão para uma Civilização do Amor".

Estou-vos grato a todos por esta visita, enquanto vos exorto a encontrar na oração a força para progredirdes cada vez mais ao longo do caminho da santidade.

Por fim, saúdo os jovens, os doentes e os novos casais aqui presentes, e exorto-os a oferecer ao Senhor todas as suas aspirações e todos os seus projectos de bem.

Dou as minhas cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua polaca! Hoje, saúdo de maneira particular os Reitores e os Professores dos Ateneus técnicos, acompanhados pelo Bispo D. Marek Jedraszewski.

Deus vos assista no vosso trabalho e vos seja propício!

Amanhã celebraremos a Festa da Independência da Polónia. Demos graças a Deus pela liberdade da Pátria. Que este dom particular, resgatado com o sangue dos nossos pais e das nossas mães, frutifique na Pátria com o cumprimento diligente dos deveres por parte de cada um, com a compreensão recíproca e com a dedicação ao bem comum. Que o Senhor, na sua Providência, abençoe toda a nossa Pátria.

Louvado seja Jesus Cristo!



PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 17 de Novembro de 2004

Todos os povos te louvem, Senhor



1. "O campo dá o seu fruto", exclama o Salmo que acabámos de proclamar, o 66, um dos textos inseridos na Liturgia das Vésperas. A frase faz-nos pensar num hino de agradecimento dirigido ao Criador pelos frutos da terra, sinais das bênçãos divinas. Mas este elemento natural está profundamente ligado com o histórico: os frutos da natureza são tomados como ocasião para pedir repetidamente a Deus que abençoe o seu povo (cf. vv. 2.7.8), de forma que todas as nações da terra se dirijam a Israel, procurando por seu intermédio alcançar o Deus Salvador.

Por conseguinte, tem-se na composição uma perspectiva universal e missionária, em continuidade com a promessa divina feita a Abraão: "Todas as famílias da Terra serão em ti abençoadas" (Gn 13,3 cf. Gn 18,18 Gn 28,14).

2. A bênção divina pedida por Israel manifesta-se concretamente na fertilidade dos campos e na fecundidade, isto é, no dom da vida. Por isso o Salmo começa com um versículo (cf. Sl Ps 66,2), que invoca a célebre bênção sacerdotal referida no Livro dos Números: "O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te favoreça! O Senhor volte para ti a sua face e te dê a paz!" (6, 24-26).

O tema da bênção ressoa no final do Salmo, onde comparecem os frutos da terra (cf. Sl Ps 66,7-8). Mas ali encontra-se o tema universal que confere à substância espiritual de todo o hino, uma surpreendente amplitude de horizontes. Trata-se de uma abertura que reflecte a sensibilidade de um Israel preparado para se confrontar com todos os povos da terra. Talvez se deva situar a composição do Salmo depois da experiência do exílio na Babilónia, quando o povo já iniciara a vicissitude da Diáspora entre nações estrangeiras e em novas regiões.

3. Graças à bênção implorada por Israel, toda a humanidade poderá conhecer "o caminho" e "a salvação" do Senhor (cf. v. 3), ou seja, o seu projecto salvífico. É revelado a todas as culturas e todas as sociedades o Deus que julga e governa os povos e as nações de todas as partes da terra, conduzindo cada um rumo a horizontes de justiça e de paz (cf. v. 5).

Trata-se do grande ideal para o qual todos propendemos, do anúncio mais arrebatador que surge do Salmo 66 e de tantas páginas proféticas (cf. Is Is 2,1-5 Is 60,1-22, Jb Is 4,1-11 So 3,9-10 Ml 1,11).

Será também esta a proclamação cristã, que São Paulo traçará recordando que a salvação de todos os povos é o centro do "mistério", isto é, do desígnio divino salvífico : "Os gentios são admitidos à mesma herança, membros do mesmo Corpo e participantes da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho" (Ep 3,6). 4. Agora Israel pode pedir a Deus para que todas as nações sejam envolvidas no seu louvor: será um coro universal: "Que os povos te louvem, ó Deus! Todos os povos te louvem", repete-se no Salmo (cf. Sl Ps 66,4 Sl Ps 66,6).

O desejo do Salmo anuncia o acontecimento descrito pela Carta aos Efésios quando menciona talvez o muro de separação que no templo de Jerusalém mantinha separados os hebreus dos pagãos: "Mas em Cristo Jesus, vós, que outrora estáveis longe, agora, estais perto, pelo sangue de Cristo. Com efeito, Ele é a nossa paz, Ele que, dos dois povos, fez um só e destruiu o muro de separação, a inimizade... Portanto, já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus" (Ep 2,13-14 Ep 2,19).

Provém daqui uma mensagem para nós: devemos abater os muros das divisões, da hostiliade e do ódio, para que a família dos filhos de Deus se reencontre em harmonia na única mesa, a bendizer e a louvar o Criador pelos dons que ele concede a todos, sem distinções (cf. Mt Mt 5,43-48).
5. A tradição cristã releu o Salmo 66 em chave cristológica e mariológica. Para os Pais da Igreja "a terra que deu o seu fruto" é a Virgem Maria que dá à luz Cristo Senhor.

Assim, por exemplo, São Gregório Magno na Exposição sobre o primeiro livro dos Reis comenta este versículo, relacionando-o com muitos outros trechos da Escritura: "Maria é justamente chamada "monte rico de frutos", porque dela nasceu um fruto óptimo, ou seja, um homem novo. E o profeta, vendo-a bela e adornada na glória da sua fecundidade, exclama: "Brotará um rebento do tronco de Jessé, e um renovo brotará das suas raízes" (Is 11,1). David, exultando pelo futuro deste monte, diz a Deus: "Que os povos te louvem, ó Deus! Todos os povos te louvem! A terra deu o seu fruto". Sim, a terra deu o seu fruto, porque aquele que a Virgem gerou não o concebeu por obra do homem, mas porque o Espírito Santo espalhou sobre ela a sua sombra. Por isso o Senhor diz ao rei e profeta David: "Hei-de colocar no teu trono um descendente da tua família" (Ps 131,11). Por isso Isaías afirma: "e o fruto da terra será grandeza e honra" (Is 4,2). De facto, aquele que a Virgem gerou não foi unicamente "homem santo", mas também "Deus poderoso" (Is 9,5)" (Textos marianos do primeiro milénio, III, Roma 1990, pág. 625).


Saudações

Saúdo os peregrinos de língua espanhola. Em particular a Orquestra de Músicos especiais, assim como os outros grupos da Espanha e da América Latina. Desejo a todos a alegria de saber que está nas mãos de Deus. Muito obrigado pela vossa visita.

É com alegria que recebo os peregrinos de língua francesa. Que a vossa peregrinação a Roma seja para todos a ocasião para agradecer a Deus, com todos os povos, pelas numerosas graças com que vos cumula!

Dou especiais boas-vindas aos peregrinos de língua inglesa, incluindo os grupos da Finlândia, das Filipinas e dos Estados Unidos da América. Sobre todos vós invoco a paz e a alegria do Senhor, e desejo-vos uma feliz permanencia em Roma.

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua polaca, que vieram da Polónia e de outros países. Dou as boas-vindas ao Presidente da Câmara Municipal da Cidade de Olsztyn com a delegação e agradeço o gesto de benevolência por ter querido incluir-me no grupo dos cidadãos desta cidade.

Saúdo os Organizadores dos encontros da juventude da Cidade de Lednica. Faço votos por que estes encontros ajudem, especialmente os jovens, a descobrir o verdadeiro rosto de Cristo presente no Evangelho, nos Sacramentos, na liturgia, e no coração dos irmãos. Pelo caminho da fé do novo milénio, todos encontrem Cristo presente entre nós e ao mesmo tempo escondido no mistério da Eucaristia. Que Ele seja a vossa Guia e vos abençoe a vós, às vossas famílias e aos vossos queridos. Deus vos seja propicio!

Dou cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua italiana. Em particular, aos participantes no congresso promovido pela Federação Italiana das Escolas Maternas, que encorajo a prosseguir na sua importante obra educativa de apoio às famílias.

Saúdo agora com afecto particular os familiares dos militares italianos, que há um ano perderam a vida em Nassiriya no cumprimento da sua missão de paz.

Por fim, saúdo os jovens, os doentes e os novos casais.

Carissimos, a exemplo de Santa Isabel da Hungria, da qual celebramos hoje a memória, procurai em Jesus a luz para cada uma das vossas opções quotidianas.



PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 24 de Novembro de 2004

Cristo foi gerado antes de toda a criatura,

é o Primogénito daqueles que ressuscitam dos mortos


1. Acaba de ressoar o grande hino cristológico com que se inicia a Carta aos Colossenses. Nele sobressai, precisamente, a figura gloriosa de Cristo, coração da liturgia e centro de toda a vida eclesial. Porém, o horizonte do hino alarga-se depressa à criação e à redenção, envolvendo todos os seres criados e toda a história.

Neste cântico é possível vislumbrar o impulso de fé e de oração da antiga comunidade cristã, e o Apóstolo capta a voz e o testemunho da mesma, imprimindo contudo a sua marca pessoal no hino.

2. Depois de uma introdução, em que se dá graças ao Pai pela redenção (cf. vv. 12-14), duas são as estrofes em que se divide este Cântico, que a Liturgia das Vésperas volta a propor em cada semana. A primeira celebra Cristo como o "primogénito de toda a criatura", ou seja, gerado antes de todos os seres, afirmando assim a sua eternidade que transcende o espaço e o tempo (cf. vv. 15-18a). Ele é a "imagem", o "ícone" visível de Deus, que permanece invisível no seu mistério. Esta foi a experiência de Moisés que, no seu desejo ardente de lançar um olhar sobre a realidade pessoal de Deus, recebeu a seguinte resposta: "Tu não poderás ver a minha face, pois o homem não pode contemplar-me e continuar a viver" (Ex 33,20 cf. também Jn 14,8-9).

Contudo, o rosto do Pai Criador do universo torna-se acessível em Cristo, artífice da realidade criada: "Foi nele que todas as coisas foram criadas... e todas elas subsistem nele" (CL 1,16-17). Por conseguinte Cristo, por um lado, é superior às realidades criadas mas, por outro, é envolvido na sua criação. Por isso, podemos vê-lo como "imagem de Deus invisível", que se tornou próximo de nós através do acto da criação.

3. O louvor em honra de Cristo orienta-se, na segunda estrofe (cf. vv. 18b-20), para um outro horizonte: o da salvação, da redenção, da regeneração da humanidade por Ele criada mas que, pecando, tinha caído na morte.

Pois bem, a "plenitude" da graça e do Espírito Santo, que o Pai depositou no Filho, faz com que Ele, morrendo e ressuscitando, possa comunicar-nos uma nova vida (cf. vv. 19-20).

4. Portanto, Ele é celebrado como "o primogénito de entre os mortos" (1, 18b). Com a sua "plenitude" divina, mas também com o seu sangue derramado na cruz, Cristo "reconcilia" e "pacifica" todas as realidades celestes e terrenas. Assim, Ele restitui-as à sua situação originária, voltando a criar a harmonia primordial, desejada por Deus segundo o seu projecto de amor e de vida. Assim, a criação e a redenção estão ligadas entre si como etapas de uma única vicissitude de salvação.

5. Segundo a nossa tradição, dediquemos agora espaço à meditação dos grandes mestres da fé, os Padres da Igreja. Será um deles que nos orientará na reflexão sobre a obra redentora, realizada por Cristo no seu sangue sacrifical.

Comentando o nosso hino, São João Damasceno, no Comentário às Cartas de São Paulo, a ele atribuído, escreve: "São Paulo fala de "redenção mediante o seu sangue" (cf . Ef Ep 1,7). Com efeito, é dado como resgate o sangue do Senhor, que conduz os prisioneiros da morte para a vida. Não era absolutamente possível, para aqueles que estavam sujeitos ao reino da morte, libertar-se de outra maneira, a não ser mediante Aquele que se tornou partícipe da morte juntamente connosco...

Da operação realizada com a sua vinda, conhecemos a natureza de Deus, que existia antes da sua vinda. Com efeito, são obras de Deus a destruição da morte, a restituição da vida e a nova orientação do mundo para Deus. Por isso, diz: "Ele é a imagem do Deus invisível" (CL 1,15), para manifestar que é Deus, embora Ele não seja o Pai, mas a imagem do Pai, e tem a identidade com Ele, apesar de não ser Ele" (I libri della Bibbia interpretati dalla grande tradizione, Bolonha 2000, PP 18 pp. 18 e 23).

Em seguida, João Damasceno conclui com um olhar de conjunto sobre a obra salvífica de Cristo: "A morte de Cristo salvou e renovou o homem; e restituiu os anjos à alegria primitiva, por causa dos que foram salvos, e reuniu as realidades inferiores com as superiores... Com efeito, instaurou a paz e eliminou a inimizade. Por isso, os anjos diziam: "Glória a Deus no alto dos céus e paz na terra" (Ibid., pág. 37).

Saudações

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua francesa, presentes nesta Audiência, em particular o grupo das paróquias de Schleithal-Trimbach. Que a vossa permanência em Roma vos confirme na adesão ao Senhor Jesus e no serviço aos vossos irmãos!

Dirijo as minhas calorosas saudações aos peregrinos de expressão inglesa, hoje aqui presentes, bem como os grupos da Inglaterra, da Dinamarca, da Austrália e dos Estados Unidos da América. Sobre todos vós, invoco a paz e a alegria de nosso Senhor Jesus Cristo e rezo a fim de que a vossa estadia em Roma vos proporcione bênçãos abundantes.

Saúdo com alegria os peregrinos vindos da Espanha e da América Latina, especialmente das Dioceses de Maiorca e de Huelva, assim como o grupo de Castilha e de León, e os mexicanos de Guadalajara. Obrigado pela vossa presença!

Desejo saudar o grupo de peregrinos provenientes da Ucrânia. Desejo a cada um de vós todo o bem, com a ajuda do Senhor.

Louvado seja Jesus Cristo!

Dirijo uma calorosa saudação aos professores e alunos da Faculdade Teológica dos Santos Cirilo e Metódio, da Universidade "Palackévo", de Olomouc, na República Checa.

É de bom grado que abençoo todos vós. Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo de todo o coração os peregrinos croatas, oriundos de Zagrábia, de Rijeka e de Gracani.
Caríssimos, ao conceder a Bênção Apostólica a cada um de vós, exorto-vos a um testemunho cada vez mais intenso do Evangelho e dos valores do cristianismo, tanto na família como na sociedade. Louvados sejam Jesus e Maria!

Dou cordiais boas-vindas aos peregrinos que vieram da Polónia. De modo particular as autoridades civis e os peregrinos da cidade de Pabianice. Saúdo a confraria "Bractwo Kurkowe", de Cracóvia: conservai a tradição, colaborai com as autoridades locais e apoiai a cultura cristã e os necessitados.

Daqui a poucos dias terá início o Advento. Que no Ano da Eucaristia ele seja um período de vigilância, de oração e de adoração de Cristo. Abençoo do íntimo do coração aqueles que se põem à espera do Salvador. Louvado seja Jesus Cristo!

É com prazer que saúdo agora os peregrinos de língua italiana. De modo especial, saúdo os membros da Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais; os representantes da Fundação de São Nicolau e dos Santos Médicos, aqui congregados com as distintas Autoridades civis da Apúlia; os sócios da Associação Italiana para a Assistência às Vítimas da Espasticidade; e também os fiéis da Paróquia de Santa Lúcia e Santo Eleutério, em Salitto.

Por fim, saúdo-vos a vós, caros doentes e vós, queridos novos casais.

Cristo, que fez da Cruz um trono régio, vos ajude, dilectos doentes, a compreender o valor redentor do sofrimento, vivido em união com Ele; e que vos cumule do seu amor, estimados novos casais, para que as vossas famílias sejam santas e alegres.

Estou muito feliz por me encontrar convosco, prezados jovens e estudantes, provenientes de várias regiões da Itália. É com afecto que dirijo uma cordial saudação a cada um de vós.

No domingo passado celebrámos a solenidade de Cristo, Rei do Universo. Caríssimos, Jesus esteja sempre no centro da vossa vida! Que Ele seja a luz e o guia de todas as vossas opções; participai generosamente, com o vosso testemunho, na construção do seu Reino de justiça e de paz.

Agora, recitemos todos juntos o Pai-Nosso.



                                                                       Dezembro de 2004

PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 1° de Dezembro de 2004

O poder real do Messias

1. A Liturgia das Vésperas, cujos textos sálmicos e cânticos estamos a comentar progressivamente, propõe em duas etapas um dos Salmos mais preciosos da tradição judaica e cristã, o Salmo 72 [71], um canto real que os Padres da Igreja meditaram e voltaram a interpretar em chave messiânica.


Agora, escutámos o primeiro grande movimento desta solene oração (cf. vv. 1-11). Ele começa com uma intensa invocação coral a Deus, para que conceda ao soberano aquele dom que é fundamental para o bom governo, a justiça. Ela é exercida sobretudo em relação aos pobres que, geralmente, são as vítimas do poder.

Observar-se-á a particular insistência com que o Salmista realça o compromisso moral de governar o povo segundo a justiça e o direito: "Ó Deus, concede ao rei a tua rectidão e a tua justiça ao filho do rei, para que julgue o teu povo com justiça e os teus pobres com equidade. [...] Que o rei proteja os humildes do povo" (vv. 1-2.4).

Assim como o Senhor governa o mundo segundo a justiça (cf. Sl Ps 35,7), também o rei, que é o seu representante visível sobre a terra segundo a antiga concepção bíblica deve adaptar-se à acção do seu Deus.

2. Se se violam os direitos dos pobres, não só se realiza um acto politicamente injusto e iníquo do ponto de vista moral. Para a Bíblia, perpetra-se também um acto contra Deus, um crime religioso, porque o Senhor é o tutor e o defensor dos miseráveis e dos oprimidos, das viúvas e dos órfãos (cf. Ps 67,6), ou seja, daqueles que não têm protectores humanos.

É fácil intuir como a tradição substituiu a figura, muitas vezes decepcionante, do rei davídico já a partir da derrocada da monarquia de Judá (séc. VI a.C) com a fisionomia luminosa e gloriosa do Messias, na linha da esperança profética expressa por Isaías: "[Ele] julgará os pobres com justiça, e com equidade os humildes da terra" (11, 4). Ou então, segundo o anúncio de Jeremias: "Dias virão em que farei brotar de David um rebento justo que será rei, governará com sabedoria e exercerá no país o direito e a justiça oráculo do Senhor" (23, 5).

3. Depois desta profunda e apaixonada imploração do dom da justiça, o Salmo amplia o horizonte e contempla o reino messiânico-real no seu desenvolvimento ao longo das suas coordenadas, tanto do tempo como do espaço. Com efeito, por um lado exalta-se a sua duração na história (cf. Sl Ps 71,5 Sl Ps 71,7). As imagens de tipo cósmico são vivazes: de facto, elas contêm o correr dos dias, cadenciados pelo sol e pela lua, mas também a passagem das estações, com a chuva e o florescimento.

Portanto, um reino fecundo e sereno, mas inserido sempre na linha daqueles valores que são capitais: a justiça e a paz (cf. v. 7). Estes são os sinais do ingresso do Messias na nossa história. Nesta perspectiva, é iluminador o comentário dos Padres da Igreja, que vêem naquele rei-Messias o rosto de Cristo, rei eterno e universal.

4. Assim São Cirilo de Alexandria, na sua Explanatio in Psalmos observa que o juízo, que Deus dá ao rei, é o mesmo de que fala São Paulo, "o plano... [de] submeter tudo a Cristo" (Ep 9-10). Com efeito, "nos seus dias florescerá a justiça e transbordará a paz", como que para dizer que "nos dias de Cristo, por meio da fé, surgirá para nós a justiça, e da nossa orientação para Deus a paz brotará sobejamente para nós". De resto, precisamente nós somos os "miseráveis" e os "filhos dos pobres", que este rei socorre e salva: e se, em primeiro lugar, ele "chama "miseráveis" aos santos apóstolos, porque eram pobres de espírito, contudo salvou-nos enquanto "filhos dos pobres", justificando-nos e santificando-nos na fé por meio do Espírito" (PG LXIX, 1180).

5. Por outro lado, o Salmista delineia também o âmbito espacial em que se insere a realeza de justiça e de paz do rei-Messias (cf. Sl Ps 71,8-11). Aqui, entra em cena uma dimensão universalista que vai desde o Mar Vermelho ou do Mar Morto até ao Mediterrâneo, desde o Eufrates, o grande "rio" oriental, até aos extremos confins da terra (cf. v. 8), evocados também por Társis e pelas ilhas, os territórios ocidentais mais remotos, segundo a antiga geografia bíblica (cf. v. 10). Trata-se de um olhar que se estende sobre o mapa do mundo inteiro então conhecido, que empenha Árabes e nómades, soberanos de Estados longínquos e até mesmo inimigos, num abraço universal, não raro cantado pelos Salmos (cf. Sl Ps 46,10 Ps 86,1-7) e pelos profetas (cf. Is Is 2,1-5 Is 60,1-22 Ml 1,11).

Assim, a confirmação ideal desta visão poderia ser formulada precisamente com as palavras de um profeta, Zacarias, palavras que os Evangelhos aplicarão a Cristo: "Exulta de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti, Ele é justo... Ele exterminará os carros de guerra da terra de Efraim e os cavalos de Jerusalém; o arco de guerra será quebrado. Proclamará a paz para as nações. O seu império irá de um mar ao outro e do rio às extremidades da terra" (Za 9,9-10 cf. Mt Mt 21,5).
***


Saudações

Queridos brasileiros e demais peregrinos de língua portuguesa, a todos saúdo cordialmente com votos de que esta romagem predisponha o vosso coração para acolher santamente o Senhor que vem. Vem como rei que mendiga casa; oferecei-lhe a vossa!

Cumprimento de modo particular os grupos provenientes da Austrália, das Filipinas e dos Estados Unidos da América. Invoco cordialmente sobre todos vós, neste período de Advento, a esperança e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo.Desejo-vos uma feliz permanência em Roma!

Quero saudar com afecto os peregrinos e as famílias de expressão espanhola. De modo especial, os Sacerdotes do Colégio Venezuelano de Roma, assim como os fiéis oriundos da Espanha, do México e de outros países da América Latina. Desejo a todos vós um bom período de Advento, em que haveis de preparar-vos para receber Jesus Cristo com as vossas obras. Muito obrigado pela vossa atenção.

Transmito as minhas cordias boas-vindas aos peregrinos de língua polaca. De modo particular, às crianças da Clínica de Transplante da Medula, de Oncologia e Hematologia Infantil de Vratislávia, com os seus médicos e acompanhadores. Saúdo a delegação das autoridades municipais e territoriais de Radom e das outras cidades da homónima Diocese, juntamente com o seu Ordinário, D. Zygmunt Zimowski. Agradeço-vos a benevolência com que me concedestes o título de cidadão honorário da vossa cidade.

Confio todos vós aqui presentes à bondade de Deus. A Imaculada Mãe do Filho de Deus implore para vós e para os vossos entes queridos todas as graças necessárias.

Abençoo-vos de coração. Louvado seja Jesus Cristo!

Dirijo uma cordial saudação de boas-vindas aos peregrinos de expressão italiana. De modo particular, saúdo os seminaristas e os fiéis de Nola, aqui congregados com o seu Pastor, D. Beniamino Depalma, na celebração do 250º aniversário de fundação do Seminário. Quero saudar também os fiéis da paróquia do Sagrado Coração, em Avetrana, acompanhados do Bispo D. Marcello Semeraro; os representantes da Associação Mariana da Família Vicentina; e a Comunidade dos Marfinenses residentes na Itália.

Enfim, desejo saudar os jovens, os doentes e os novos casais.

Caríssimos, convido todos vós a contemplar Cristo, o Filho de Deus, que neste período de Advento nós esperamos como Salvador.

Que Ele vos ajude em todos os momentos da vossa vida!



PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 15 de Dezembro de 2004

Reino de paz e de bênção


1. A Liturgia das Vésperas, que estamos a acompanhar através da série dos seus Salmos, propõe-nos em duas etapas distintas o Salmo 72 [71], um hino real-messiânico. Depois de já ter meditado a primeira parte (cf. vv. 1-11), agora temos à nossa frente o segundo movimento poético e espiritual deste cântico dedicado à gloriosa figura do rei Messias (cf. vv. 12-19). Porém, devemos observar imediatamente que o final dos últimos dois versículos (cf. vv. 18-19) é, na realidade, um acréscimo litúrgico sucessivo ao Salmo.

Com efeito, trata-se de uma breve mas intensa bênção que devia selar o segundo dos cinco livros, em que a tradição judaica tinha subdividido a colectânea dos 150 Salmos: este segundo livro tinha começado com o Salmo 42 [41], o da corça sequiosa, símbolo luminoso da sede espiritual de Deus. Pois bem, é um cântico de esperança numa era de paz e de justiça, que conclui aquela sequência de Salmos, e as palavras da bênção final são uma exaltação da presença eficaz do Senhor, tanto na história da humanidade, onde "realiza maravilhas" (Ps 72 [71], 18), como no universo repleto da sua glória (cf. v. 19).

2. Como já se podia ver na primeira parte do Salmo, o elemento decisivo para reconhecer a figura do rei messiânico é sobretudo a justiça e o seu amor pelos pobres (cf. vv. 12-14). Eles têm como ponto de referência e fonte de esperança somente Ele, enquanto é o representante visível do seu único defensor e padroeiro, Deus. A história do Antigo Testamento ensina que os soberanos de Israel, na realidade, desmentiram com demasiada frequência este seu compromisso, prevaricando sobre os fracos, os miseráveis e os pobres.

É por isso que, agora, o olhar do Salmista visa um rei justo, perfeito, encarnado pelo Messias, o único soberano pronto a livrar os oprimidos "da opressão e da violência" (cf. v. 14). O verbo hebraico utilizado é o jurídico, do protector dos últimos e das vítimas, aplicado também a Israel "resgatado" da escravidão quando era oprimido pelo poder do faraó.

O Senhor é o "salvador-redentor" primário, que actua através do rei-Messias, salvaguardando "a vida e o sangue" dos pobres, seus protegidos. Pois bem, "vida" e "sangue" são a realidade fundamental da pessoa, é a representação dos direitos e da dignidade de cada ser humano, direitos muitas vezes violados pelos poderosos e pelos prepotentes deste mundo.

3. Na sua redacção original, o Salmo 72 [71] termina antes da antífona final, à qual já nos referimos, com uma aclamação em honra do rei-Messias (cf. vv. 15-17). Ela é semelhante a um toque de corneta, que acompanha um coro de bons votos e de auspícios para o soberano, para a sua vida, para o seu bem-estar, para a sua bênção e para a permanência da sua recordação nos séculos.

Naturalmente, encontramo-nos na presença de elementos que pertencem ao estilo das conciliações de corte, com a ênfase que lhes é própria. Contudo, estas palavras adquirem a sua verdade na acção do rei perfeito, aguardado e esperado, o Messias.

Segundo uma característica dos carmes messiânicos toda a natureza está envolvida numa transformação, que é em primeiro lugar social: o trigo das messes será tão abundante, que se tornará quase como um mar de espigas que ondulam até aos cimos dos montes (cf. v. 16). Este é o sinal da bênção divina, que se difunde plenamente sobre uma terra apaziguada e serena. Aliás, toda a humanidade, abandonando e eliminando toda a divisão, convergerá para este soberano de justiça, cumprindo deste modo a grande promessa feita pelo Senhor a Abraão: "Todos nele se sentirão abençoados; todos os povos o hão-de bendizer!" (v. 17; cf. Gn Gn 12,3).

4. No rosto deste rei-Messias, a tradição cristã intuiu o retrato de Jesus Cristo. Na sua Exposição sobre o Salmo 71, relendo o cântico precisamente em chave cristológica, Santo Agostinho explica que os miseráveis e os pobres, de quem Cristo vai ao encontro, são "o povo dos que nele crêem".

Aliás, recordando os reis aos quais o Salmo se tinha precedentemente referido, especifica que "neste povo estão incluídos também os reis que o adoram. Com efeito, não desdenharam ser miseráveis e pobres, ou seja, confessar humildemente os próprios pecados e reconhecer-se necessitados da glória e da graça de Deus, a fim de que aquele rei, filho do rei, os libertasse do poderoso", isto é, de Satanás, o "caluniador", o "forte". "Porém, o nosso Salvador humilhou o caluniador e entrou na casa do forte, tirando-lhe os seus vasos depois de o ter acorrentado; ele "libertou o miserável do poderoso, e o pobre que não tinha quem o socorresse". Efectivamente, isto não poderia ter sido feito por qualquer poder criado: nem o de qualquer homem justo e nem sequer o do anjo. Não havia ninguém capaz de nos salvar; e eis que veio ele pessoalmente e nos salvou" (71, 14: Nuova Biblioteca Agostiniana, XXVI, Roma 1970, PP 809 PP 811).



Saudações

Saúdo com afecto os fiéis de língua espanhola, em particular os sacerdotes do Pontifício Colégio Pio Latino-Americano, a Universidade Católica "Cecílio Acosta", de Maracaibo, os Estudantes da Universidade Autónoma de Querétaro, assim como os peregrinos espanhóis de Valhadolid. Que o Senhor conceda a todos um Feliz Natal e um Novo Ano repleto de amor e de paz. Muito obrigado pela vossa presença!

É-me grato dirigir calorosas saudações de boas-vindas aos peregrinos e visitantes de expressão inglesa, presentes na Audiência hodierna, particularmente aos dois grupos que vieram dos Estados Unidos da América. Na alegria deste período de Advento, invoco cordialmente sobre todos vós e as vossas famílias, as abundantes bênçãos de Jesus Cristo, nosso Senhor e Rei.

Uma cordial saudação aos membros do Coro de Meninos "Primavera", de Brno. É de bom grado que vos abençoo a todos. Louvado seja Jesus Cristo!

Enfim, agradeço aos jovens, aos doentes e aos novos casais a sua participação neste encontro. Formulo votos a todos vós, a fim de que possais chegar à solene festa da Natividade com o coração vigilante e pronto para acolher o nosso Redentor.
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João Paulo II agradeceu aos fiéis da Província Autónoma de Trento e a D. Luigi Bressan a árvore de Natal que, este ano, adorna a Praça de São Pedro. Eis as suas palavras:

Saúdo-vos de maneira particular, queridos fiéis da Província Autónoma de Trento, juntamente com o vosso Arcebispo, D. Luigi Bressan, e as Autoridades civis que vos acompanham. Recordo com gratidão a cordial hospitalidade que me foi reservada durante os meus breves mas intensos períodos de permanência no meio das vossas lindas montanhas. Hoje, viestes apresentar-me a grandiosa e antiga árvore de Natal, exposta na Praça de São Pedro, assim como os pinheiros colocados nesta Sala, no Palácio Apostólico e nos demais ambientes do Vaticano. Trata-se de um presente da vossa Província Autónoma, e estou-vos grato por isto! Obrigado de modo especial a quantos tornaram possível esta agradável homenagem de Natal. Ela recordará aos visitantes e aos peregrinos o nascimento de Jesus, Luz do mundo!




AUDIÊNCIAS 2004