
DIscursos João Paulo II 2004
Ilustres Senhores e gentis Senhoras!
1. Sinto-me feliz por fazer chegar o meu cordial pensamento a todos vós, participantes no Congresso internacional sobre "Regulação natural da fertilidade e cultura da vida", que se está a realizar em Roma nestes dias. A todos e a cada um apresento a minha afectuosa saudação. Exprimo profundo apreço a quantos colaboraram para realizar esta iniciativa, em primeiro lugar ao Centro de Estudos para a Regulação Natural da Fertilidade, às Faculdades de Medicina e Cirurgia das diversas Universidades romanas, ao Ministério italiano da Saúde, ao Instituto Italiano de Medicina Social e ao Órgão para a Pastoral Universitária do Vicariato de Roma.
Este encontro enfrenta temáticas actuais, muito interessantes para o desenvolvimento das relações entre ciência e ética. O Magistério da Igreja acompanhou com viva solicitude o desenvolvimento daquela que poderíamos chamar a cultura da procriação responsável, e promoveu o conhecimento e a difusão das metodologias chamadas "naturais" de regulação da fertilidade. Os meus venerados Predecessores, de Pio XII a Paulo VI, em várias ocasiões encorajaram a pesquisa neste âmbito, precisamente a fim de oferecer bases científicas cada vez mais sólidas para uma regulação dos nascimentos respeitosa da pessoa e do desígnio de Deus sobre o casal humano e sobre a procriação. Nestes anos, graças ao contributo de numerosos casais cristãos em tantas partes do mundo, os métodos naturais entraram na experiência e na reflexão dos grupos e dos movimentos familiares e das associações eclesiais.
2. Assistimos hoje à consolidação de uma mentalidade que, por um lado, se mostra quase amedrontada perante as responsabilidades da procriação e, por outro, gostaria de dominar e manipular a vida. Por conseguinte, é urgente insistir numa acção cultural que ajude a superar, neste âmbito, lugares comuns e mistificações, muitas vezes amplificadas por uma certa propaganda. Ao mesmo tempo, deve ser desenvolvida uma obra radical educativa e formativa em relação aos casais, aos noivos, aos jovens em geral, assim como aos agentes sociais e pastorais para ilustrar adequadamente todos os aspectos da regulação natural da fertilidade nos seus fundamentos e nas suas motivações, assim como nos seus aspectos práticos.
Os centros de estudo e de ensinamento destes métodos serão um apoio válido para a maternidade e a paternidade responsáveis, preocupando-se por que cada pessoa, começando pelo filho, seja reconhecida e respeitada por si mesma, e qualquer opção esteja animada e seja guiada pelo critério da doação sincera de si.
É evidente que, quando se fala de regulação "natural", não nos referimos unicamente ao respeito do ritmo biológico. Trata-se, mais concretamente, de responder à verdade da pessoa na sua íntima unidade de espírito, psique e corpo, unidade que jamais se pode limitar apenas a um conjunto de mecanismos biológicos. Só no contexto do amor recíproco, total e sem hesitações, dos cônjuges, pode ser vivido com toda a sua dignidade o acontecimento da geração ao qual está ligado o próprio futuro da humanidade. Por conseguinte, a este fundamental acontecimento são justamente chamados a oferecer o seu contributo responsável não só os médicos e os pesquisadores, mas também os agentes pastorais e as autoridades políticas nos respectivos âmbitos de competência.
3. O facto de que o Congresso tenha sido promovido por algumas Faculdades de Medicina, dá-me a ocasião de realçar, de modo especial, o papel dos médicos neste delicado âmbito. Gostaria de renovar aqui a expressão da estima que a Igreja desde sempre sente por todos os que, no mundo da saúde, se esforçam por ser coerentes com a sua vocação de servos da vida. Penso, sobretudo, nos homens e nas mulheres de ciência que, iluminados pela fé, se dedicam à investigação e à difusão dos métodos naturais de regulação da fertilidade, promovendo ao mesmo tempo uma educação para os valores morais que o recurso a tais métodos exige. O papel e a responsabilidade das Universidades resultam decisivos para a promoção de programas de investigação neste âmbito, assim como na formação de futuros profissionais, capazes de ajudar os jovens e os casais a fazer opções cada vez mais conscientes e responsáveis.
Faço votos por que este encontro possa marcar uma ulterior etapa neste caminho, oferecendo um aprofundamento completo do tema nos seus diversos aspectos científicos, culturais, psicossociais e formativos. Ele não deixará de oferecer a oportunidade de uma actualização sobre o estado do ensino dos métodos naturais a nível mundial, em particular nas Faculdades europeias de Medicina.
Ao assegurar a cada um dos que participam no Congresso a minha proximidade espiritual, desejo pleno êxito a estes dias de estudo tão intensos. Com estes sentimentos, ao invocar sobre os trabalhos a especial assistência de Maria Santíssima, envio de bom grado a todos uma especial Bênção apostólica.
Vaticano, 28 de Janeiro de 2004.
31 de Janeiro de 2004
Queridos amigos do SERMIG
Arsenal da Paz!
1. Mais uma vez me encontro convosco com alegria, e é com afecto que saúdo todos vós. A vossa numerosa presença vejo em particular numerosíssimos jovens constitui um sinal eloquente da vitalidade da vossa Fraternidade, assim como da vontade que a anima de trabalhar ao serviço da paz. Arsenal da Paz: chama-se precisamente assim aquela que, de certa forma, se poderia qualificar como a vossa casa, a sede dos vossos projectos e das vossas actividades. Vós quereis ser mensageiros da paz, testemunhas e apóstolos incansáveis. Obrigado pelo vosso juvenil entusiasmo! Obrigado pela esperança que representais para a Igreja e para o mundo!
2. Dirijo uma saudação especial aos Senhores Cardeais, aos Bispos e aos sacerdotes vossos amigos. Desejaria dirigir uma saudação cordial ao Senhor Ernesto Olivero, que há quarenta anos fundou a vossa benemérita Associação. Agradeço-lhe as gentis palavras com que se fez intérprete dos sentimentos comuns, ilustrando-me o significado da manifestação de hoje. Saúdo o Presidente e os actores do teatro "Stabile di Torino", o conjunto instrumental e o coro "Vozes da esperança" do Arsenal da Paz, que se exibiram numa interessante representação artística e musical. Saúdo as autoridades e quantos não quiseram faltar a este significativo encontro. Através de vós, queridos Irmãos e Irmãs do SERMIG, apraz-me fazer chegar o meu pensamento de bons votos aos numerosos jovens e moças que, em diversas nações, se esforçam por lançar as bases para uma "Terra amiga", onde ninguém se sinta estrangeiro e todos estejam unidos ao serviço da justiça e da paz.
3. O tema do encontro de hoje "A paz vencerá se dialogarmos" realça a estreita relação que existe entre o respeito dos demais, o diálogo e a paz. Na nossa época, caracterizada por uma densa rede de intercâmbios entre diversas culturas e religiões, é necessário promover e facilitar o acolhimento e a compreensão recíproca entre os indivíduos e os povos. A vossa Fraternidade dedica-se a esta missão e oferece um contributo apreciado por muitos para a causa da paz. A respeito disto, felicito-me também pela instituição da "Universidade do Diálogo", que pretende dar voz aos jovens de todas as nações, cultura e religião para construir um mundo no qual todos sejam a pleno título membros da única família humana. Este diálogo deve incluir todos os âmbitos da vida social, económica e religiosa.
4. Na Mensagem para o recente Dia Mundial da Paz recordei que educar para a paz constitui um compromisso sempre actual, uma urgência do nosso tempo. Perante o alastramento da violência, a difusão de uma mentalidade hedonista e consumista, o aumento da desconfiança e do receio, devemos reafirmar com vigor que a paz é possível e, por conseguinte, se for possível, ela constitui também um dever. Esta convicção guiou-vos nos quatro decénios da vossa história. Caríssimos, continuai nesta mesma direcção. Acompanhe-vos a Virgem Maria Mãe de Cristo; protejam-vos São Francisco, com o qual a vossa fraternidade está ligada, e o Santo de Turim, João Bosco, do qual celebramos hoje a festa, assim como a todos os vossos santos protectores. O Papa gosta de vós e assegura-vos a sua oração, abençoando cada um de vós e as vossas numerosas iniciativas apostólicas e missionárias.
Fevereiro de 2004
3 de Fevereiro de 2004
Eminentíssimo Senhor Cardeal
Ilustre Senhor Reitor
Estimados Seminaristas
É com grande alegria que vos recebo todos no Palácio Apostólico. No contexto da vossa formação no Seminário, viestes em peregrinação aos túmulos dos Apóstolos e à Sé do Sucessor de Pedro. Esta visita revigore a vossa união com a Igreja universal!
"Vinde ver!" (Jn 1,39). Com estas palavras, Cristo convida os primeiros discípulos a segui-lo e a permanecer com Ele. O Seminário é, "a seu modo, uma continuação na Igreja da mesma comunidade apostólica reunida à volta de Jesus" (Exortação Apostólica pós-sinodal Pastores dabo vobis, PDV 60).
Prezados Seminaristas! A vossa amizade com Cristo, Senhor da vossa vocação inestimável, e a vossa disponibilidade a segui-lo na comunidade hierárquica da Igreja, devem ser aprofundadas de forma constante. A vida no Seminário quer ajudar-vos a orientar-vos precisamente para isto. É necessário dar, cada vez mais, uma resposta fundamental à interrogação de Cristo: "Tu amas-me?".
O estudo e a oração, a recepção frequente do Sacramento da Penitência e a participação devota no sacrifício eucarístico são meios indispensáveis ao longo do caminho de santificação.
O Senhor vos conceda desde já e depois como sacerdotes a graça de seguir o seu chamamento santo com o dom total da vossa vida. Por isso, por intercessão da Virgem Maria, concedo-vos de coração a Bênção apostólica.
5 de Fevereiro de 2004
Ilustres Amigos
É com afecto que vos saúdo, membros da Comissão Judaica Americana, ao virdes ao Vaticano. Recordo com gratidão a vossa visita de 1985, na celebração do XX aniversário da Declaração conciliar Nostra aetate, que contribuiu de maneira tão significativa para o revigoramento das relações entre judeus e católicos.
No momento em que nos aproximamos do XL aniversário deste documento histórico, infelizmente há uma grande necessidade de reiterar a nossa firme condenação do racismo e do anti-semitismo. A violência em nome da religião constitui sempre uma desconsagração da própria religião. A oposição a esta tendência alarmante exige que se ressalte a importância da educação religiosa, que promove o respeito e o amor ao próximo.
Durante estes dias, a nossa atenção permanece orientada para a Terra Santa, que continua a ser angustiada pela violência e pelo sofrimento. Rezo ardentemente a fim de que se encontre uma solução justa, que respeite os direitos e a segurança tanto dos israelenses como dos palestinos.
Invoco o dom da paz sobre cada um de vós.
Shalom aleichem!
6 de Fevereiro de 2004
Senhores Cardeais
Venerados Irmãos
no Episcopado e no Sacerdócio
Caríssimos Irmãos e Irmãs
1. Renova-se a minha alegria, ao poder encontrar-me convosco no final da Sessão Plenária da vossa Congregação. Enquanto dirijo uma saudação cordial a cada um, desejo agradecer de modo particular ao Senhor Cardeal Joseph Ratzinger os sentimentos que desejou expressar em nome de todos e a síntese eficaz dos múltiplos trabalhos da Congregação.
Este encontro bienal permite-me reflectir de novo sobre os pontos salientes da vossa actividade e de indicar, outrossim, o horizonte dos desafios que vos comprometem na delicada tarefa de promover e de salvaguardar a verdade da fé católica, ao serviço do Magistério do Sucessor de Pedro.
Neste sentido, o perfil doutrinal que caracteriza de maneira especial a vossa competência pode definir-se como propriamente "pastoral", porque participa na missão universal do Pastor Supremo (cf. Pastor bonus, ). Uma missão que tem entre as suas prioridades sobretudo a unidade da fé e da comunhão de todos os crentes, unidade necessária para o cumprimento da missão salvífica da Igreja.
Esta unidade deve ser descoberta de novo de modo incessante na sua riqueza e oportunamente defendida, enfrentando os desafios que se apresentam em cada época. O contexto cultural contemporâneo, qualificado tanto por um relativismo difundido como pela tentação de um pragmatismo fácil, exige mais do que nunca o anúncio corajoso das verdades que salvam o homem e um renovado impulso evangelizador.
2. A traditio evangelii constitui o principal e fundamental compromisso da Igreja. Cada uma das suas actividades deve ser inseparável do empenho em vista de ajudar todos a encontrar Cristo na fé. Por este motivo, desejo de modo particular que a evangelização de toda a Igreja nunca se debilite, quer diante de um mundo que ainda não conhece Cristo, quer perante muitas pessoas que, embora já O tenham conhecido, em seguida vivem distantes dele.
Sem dúvida, o testemunho da vida é a primeira palavra com que se anuncia o Evangelho; porém, esta palavra não será suficiente, "se o nome, a doutrina, a vida, as promessas, o Reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus, não forem anunciados" (Evangelii nuntiandi EN 22). Este anúncio claro é necessário para sensibilizar o coração a aderir à boa notícia da salvação. Agindo assim, presta-se um serviço grandioso aos homens que procuram a luz da verdade.
3. Sem dúvida, o Evangelho exige a livre adesão do homem. Contudo, para que esta adesão possa ser expressa, o Evangelho deve ser proposto, já que "as multidões têm o direito de conhecer as riquezas do mistério de Cristo, nas quais toda a humanidade assim acreditamos pode encontrar numa plenitude inimaginável tudo aquilo que procura às apalpadelas a respeito de Deus, do homem, do seu destino, da vida, da verdade..." (Redemptoris missio RMi 8). A plena adesão à verdade católica não diminui, mas exalta a liberdade humana e impele-a rumo ao seu cumprimento, num amor gratuito e repleto de esmero pelo bem de todos os homens.
Este amor é o selo precioso do Espírito Santo que, como protagonista da evangelização (cf. Redemptoris missio RMi 30), não cessa de sensibilizar os corações ao anúncio do Evangelho e, ao mesmo tempo, de os abrir ao seu acolhimento. Este é o horizonte de caridade que leva à nova evangelização, para a qual convidei várias vezes toda a Igreja e à qual desejo exortá-la uma vez mais no início deste terceiro milénio.
4. Um tema que já foi evocado outras vezes é o da recepção dos documentos magisteriais por parte dos fiéis católicos, frequentemente mais desorientados do que informados pelas reacções e interpretações imediatas dos meios de comunicação social.
Na realidade, a recepção de um documento, mais do que um facto mediático, deve ser considerada sobretudo como um acontecimento eclesial de acolhimento mais cordial do Magistério, na comunhão e na partilha da doutrina da Igreja. Com efeito, trata-se de uma palavra autorizada que lança luz sobre uma verdade de fé ou sobre determinados aspectos da doutrina católica, contestados ou subestimados por particulares correntes de pensamento e de acção. E é precisamente neste seu valor doutrinal que se encontra a índole altamente pastoral do documento, cujo acolhimento se torna, por conseguinte, uma ocasião propícia de formação, de catequese e de evangelização.
Para que a recepção se torne um acontecimento autenticamente eclesial, é necessário prever modos oportunos de transmissão e de difusão do próprio documento, que permitam o seu conhecimento integral, sobretudo por parte dos Pastores da Igreja, primeiros responsáveis do acolhimento e da valorização do Magistério pontifício, como ensinamento que contribui para formar a consciência cristã dos fiéis diante dos desafios do mundo contemporâneo.
5. Outro tema importante e urgente que gostaria de submeter à vossa atenção é o da lei moral natural. Esta lei pertence ao grande património da sabedoria humana, que a Revelação, com a sua luz, contribuiu para purificar e desenvolver ulteriormente. A lei natural, por si só acessível a toda a criatura racional, indica as normas principais e essenciais que regulam a vida moral. Com base nesta lei, pode-se construir uma plataforma de valores compartilhados, em redor dos quais desenvolver um diálogo construtivo com todos os homens de boa vontade e, de modo mais genérico, com a sociedade secular.
Hoje, devido à crise da metafísica, em muitos ambientes já não se reconhece uma verdade inscrita no coração de cada pessoa humana. Por conseguinte, por um lado, assiste-se à difusão entre os crentes de uma moral de índole fideísta e, por outro, deixa de existir uma referência objectiva para as legislações, que muitas vezes se fundamentam unicamente no consenso social, de modo que se torna cada vez mais difícil alcançar uma base ética comum para toda a humanidade.
Nas Cartas Encíclicas Veritatis splendor e Fides et ratio, desejei oferecer elementos úteis para descobrir de novo, entre outras coisas, a ideia da lei moral natural. Infelizmente, não parece que estes ensinamentos foram compreendidos até agora na medida desejada, e esta problemática complexa merece ulteriores aprofundamentos. Por conseguinte, convido-vos a promover iniciativas oportunas com a finalidade de contribuir para uma renovação construtiva da doutrina da lei moral natural, buscando também convergências com representantes das diversas confissões, religiões e culturas.
6. Por fim, desejo mencionar uma questão delicada e actual. No último biénio a vossa Congregação assistiu a um notável incremento no número dos casos disciplinares a ela referidos pela competência que a Congregação tem ratione materiae sobre os delicta graviora, e inclusivamente os delicta contra mores. As normas canónicas, que a vossa Congregação é chamada a aplicar com justiça e equidade, tende a garantir tanto o exercício do direito de defesa de quem é acusado, como as exigências do bem comum. Quando se comprova o delito, de qualquer forma é necessário avaliar bem, tanto o justo princípio da proporcionalidade entre culpa e pena, como a exigência predominante de salvaguardar o Povo de Deus.
Porém, isto não depende da aplicação do direito penal canónico, mas encontra a sua garantia melhor na formação justa e equilibrada dos futuros sacerdotes, chamados de modo explícito a abraçar com alegria e generosidade aquele estilo de vida humilde, modesto e casto, que constitui o fundamento prático do celibato eclesiástico. Portanto, convido a vossa Congregação a colaborar com os outros Dicastérios da Cúria Romana, competentes na formação dos seminaristas e do clero, a fim de que adoptem as medidas necessárias para assegurar que os clérigos vivam em sintonia com a sua vocação e com o seu compromisso de castidade perfeita e perpétua pelo Reino de Deus.
7. Caríssimos, agradeço-vos o serviço precioso que prestais à Sé Apostólica e a favor da Igreja inteira. Possa o vosso trabalho dar os frutos a que todos nós almejamos. Por isso, asseguro-vos uma lembrança especial na oração.
Acompanhe-vos a minha Bênção que, com afecto reconhecido, concedo de coração a todos vós e às pessoas que vos são queridas no Senhor.
Ao venerado Irmão D. Vincenzo PAGLIA
Bispo de Terni-Narni-Amélia
1. Ao concluir-se o VI Encontro Internacional dos Bispos e dos Sacerdotes Amigos da Comunidade de Santo Egídio, desejo transmitir-lhe, bem como a cada um dos participantes, a minha cordial saudação. Reunistes-vos em Roma, provenientes de diversos países, para viver em conjunto momentos de reflexão e de oração, num clima de fraternidade, enriquecido também pela presença de responsáveis de outras Igrejas e Comunidades eclesiais. Irmana-vos o vínculo à Comunidade de Santo Egídio, associação que desde há 36 anos desempenha um valioso serviço de evangelização e de caridade na cidade de Roma e noutras localidades da Europa, da África, da América Latina e da Ásia. As suas múltiplas actividades são particularmente preciosas neste momento histórico em que se sente a urgência de anunciar e de testemunhar o Evangelho da caridade a cada povo, ultrapassando dificuldades, obstáculos e incompreensões, hoje dramaticamente presentes.
Por conseguinte, de modo muito oportuno, a vossa reflexão destes dias concentrou-se precisamente no tema "O Evangelho da caridade", reconhecendo nela a mensagem de esperança que deve ser transmitida sobretudo aos pobres, ainda muito numerosos, apesar do bem-estar difundido que existe em diversos países.
2. O meu venerável predecessor, o Beato João XXIII, gostava de dizer que a Igreja é de todos, mas de maneira especial dos pobres, fazendo como que um eco da bem-aventurança evangélica: "Vem-aventurados os pobres, porque o Reino de Deus lhes pertence" (Lc 6,20). O Reino de Deus pertence aos pobres que, segundo alguns Padres, podem ser nossos advogados junto de Deus. Por exemplo, comentando a parábola do rico epulão e do pobre Lázaro, São Gregório Magno escreve: "Todos os dias podemos encontrar Lázaro, se o procurarmos, e todos os dias nos deparamos com ele, mesmo sem o procurar. Os pobres apresentam-se-nos inclusivamente de maneira inoportuna e fazem-nos pedidos, eles que poderão interceder por nós no último dia... Estai conscientes, se é o caso de opor uma rejeição, visto que quem nos interpela são os nossos possíveis protectores. Portanto, não desperdiceis as ocasiões de agir com misericórdia" (Hom. in evangelia, 40, 10: PL 76, 1309).
No Livro de Sirácide, lemos: "A súplica do pobre sobe da sua boca até aos ouvidos de Deus, que lhe faz justiça imediatamente" (Si 21,5). O Evangelho afirma claramente que, no juízo final, o Senhor do universo dirá àqueles que estão à sua direita: "Pois estava com fome e destes-me de comer; estava com sede e destes-me de beber; era estrangeiro e recebestes-me na vossa casa; estava sem roupa e vestistes-me; estava doente e cuidastes de mim; estava na prisão e fostes visitar-me" (Mt 25,35-36).
3. Com oração ardente, imploramos aquela sabedoria evangélica que nos faz compreender o vínculo de amor que une os pobres a Jesus e aos seus discípulos! Com efeito, o Mestre divino recorre ao termo "irmão" para indicar os discípulos e os pobres, encerrando-os como que num único círculo de amor. Sim! Para o discípulo de Cristo, o pobre é um fardo a acolher e a amar, e não um estranho a quem dedicar, de vez em quando, apenas alguns momentos de atenção. De resto, os pobres são também os nossos "mestres"; eles fazem-nos compreender aquilo que todos nós somos diante de Deus: mendigos de amor e de salvação.
Venerado Irmão, para a Comunidade de Santo Egídio e para quantos desejam compartilhar o espírito do mesmo, o amor pelos pobres continue a ser o sinal distintivo. Cada um saiba fazer-se "próximo" de quem se encontra em necessidade e, assim, experimentará a verdade das palavras da Bíblia: "Há mais felicidade em dar do que em receber" (Ac 20,35).
Enquanto asseguro a minha oração, invoco sobre cada um de vós a protecção materna de Maria e concedo a todos uma especial Bênção apostólica, é de bom grado que a torno extensiva às pessoas com que cada um de vós se encontra no ministério pastoral quotidiano.
Vaticano, 7 de Fevereiro de 2004.
Sábado, 7 de Fevereiro de 2004
Senhor Presidente
É com prazer que lhe dou as boas-vindas ao Vaticano, na sua posição de Presidente da LVIII Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Como é do conhecimento de Vossa Excelência, a Santa Sé considera a Organização das Nações Unidas como um instrumento indispensável para a promoção do bem comum universal. O Senhor Deputado empreendeu uma restruturação que tem em vista fazer com que a Organização passe a funcionar com maior eficácia.
E isto garantirá não apenas uma instância superior efectiva para a justa resolução dos problemas internacionais, mas inclusivamente levará a Organização das Nações Unidas a tornar-se uma autoridade moral cada vez mais altamente respeitada no âmbito da comunidade internacional.
Formulo votos a fim de que os Estados membros considerem esta reforma como "uma obrigação moral e política concreta, que requer prudência e determinação" (Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2004, n. 7), e como um requisito necessário para o crescimento de uma ordem internacional que se ponha ao serviço de toda a família humana. Faço votos sinceros pelos seus esforços em ordem a esta finalidade, enquanto de bom grado invoco sobre a sua pessoa e sobre os seus colegas as bênçãos divinas da sabedoria, da fortaleza e da paz.
Sábado, 7 de Fevereiro de 2004
Senhor Cardeal
Estimados Irmãos no Episcopado
1. É com alegria que vos recebo, Bispos das províncias eclesiásticas de Lião e de Clermont, no final da vossa visita ad Limina. Trata-se sempre de um momento forte de revigoramento espiritual, graças à oração celebrada em comum junto dos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo, oração que fortalece em nós a consciência do valor insubstituível do testemunho cristão, por vezes até ao martírio, e do enraizamento apostólico da nossa fé. É também um tempo de partilha fraterna e de trabalho, que permite fortalecer o nosso sentido de Igreja, graças aos encontros com o Sucessor de Pedro, garante da comunhão eclesial, e com os diferentes Dicastérios. Dou particulares boas-vindas aos novos Bispos, que são numerosos no vosso grupo, e agradeço calorosamente ao Senhor Cardeal Philippe Barbarin, Arcebispo de Lião e Primaz da Gália, que acaba, em vosso nome, de me apresentar as vossas duas regiões e algumas das vossas preocupações pastorais. Fazeis presente uma situação por vezes difícil, devido à falta de pastores e à secularização das mentalidades, quando as vossas dioceses se esforçam com coragem por preparar o futuro.
2. Hoje, desejo reflectir convosco sobre a vida da Igreja diocesana. Depois da última visita ad Limina dos Bispos da França em 1997, muitas dioceses empreenderam uma importante reflexão sobre a vida e o papel das paróquias, que se tornou necessária devido à evolução demográfica e à urbanização crescente, mas também devido à diminuição do número de sacerdotes, que se fará sentir ainda mais nos anos vindouros. Em muitas dioceses, este trabalho foi realizado no âmbito de um sínodo diocesano, noutras, foi empreendido aquele a que se chama um "procedimento sinodal", procurando em qualquer caso comprometer pastores e fiéis, a fim de avaliar juntos o que a paróquia representa para a vida da Igreja e qual será o seu futuro. Verificou-se com mais frequência, que o Bispo decidiu sucessivamente se proceder a uma reorganização pastoral de toda a diocese, quer criando novas paróquias, menos numerosas e melhor adaptadas, quer reagrupando as paróquias existentes em conjuntos mais coerentes, a fim de servir melhor as necessidades da evangelização.
3. Longe de se limitar a uma simples reforma administrativa e a uma renovada demarcação dos limites paroquiais, esta reflexão pastoral permitiu fazer um verdadeiro trabalho de formação permanente e de catequese com os fiéis, fazendo com que eles se apropriassem de modo mais consciente das riquezas que constituem a vida de uma paróquia, ou seja, as três grandes missões da Igreja: a missão profética, caracterizada pela tarefa de anunciar a todos os homens a Boa Nova da salvação, missão confiada à Igreja pelo próprio Senhor; a missão sacerdotal, que consiste em participar do único Sacerdócio de Cristo ao celebrar os mistérios divinos; e, por fim, a missão real, que se exprime no serviço a todos, à maneira do Senhor Jesus.
Desta forma, os fiéis puderam avaliar juntos o modo como a paróquia desempenhava concretamente as suas tarefas, aprendendo completamente a relacioná-las entre si e compreendendo melhor o que constitui a unidade. De facto, é fundamental para os fiéis compreender bem que a catequese das crianças, a vida de oração, o serviço aos doentes, não são actividades paralelas, confiadas a "peritos" ou a pessoas benévolas, mas correspondem a missões fundamentais da vida cristã e, por conseguinte, são um bem de todos, como a expressou tão justamente São Paulo, ao comparar a Igreja com o corpo (cf. 1Co 12,12-28). Qualquer comunidade eclesial, e de modo particular a paróquia, que é a célula básica da vida da Igreja diocesana, deve anunciar o Evangelho, celebrar o culto que é devido a Deus e servir à maneira de Cristo.
É de igual modo importante fazer com que a comunidade paroquial exprima a diversidade dos membros que dela fazem parte e a variedade dos seus carismas, e que se abra à vida das associações ou dos movimentos. Então ela será uma expressão viva da comunhão eclesial, que coloque os bens de cada qual ao serviço de todos (cf. Ac 4,32) e que nunca se detenha em si mesma. De igual modo, os fiéis terão a preocupação pela comunhão na paróquia e sentir-se-ão membros quer da diocese quer da Igreja inteira (cf. Código de Direito Canónico, cân. CIC 529 2).
4. Esta tomada de consciência da verdadeira identidade da paróquia, que não é apenas um território geográfico ou uma subdivisão administrativa, mas sim a comunidade eclesial fundamental, foi acompanhada também da parte dos fiéis por uma redescoberta da identidade própria da diocese. Ela não é unicamente uma circunscrição administrativa, mas antes de mais a manifestação de uma realidade eclesial: a Igreja diocesana, "porção do povo de Deus, confiada a um Bispo para que, com a ajuda do seu presbitério, seja o seu pastor" (cf. Christus Dominus, CD 11). A Diocese é por conseguinte uma entidade viva, uma realidade humana e espiritual, família de comunidades que são as paróquias e as outras realidades eclesiais presentes no território.
Apraz-me realçar a importância desta descoberta da Igreja na sua verdadeira natureza: ela não é uma administração nem um empreendimento, mas sim uma realidade espiritual, constituída de homens e de mulheres chamados pela graça de Deus a tornar-se filhos e filhas de Deus, que participam de uma nova fraternidade mediante o Baptismo que os incorporou em Cristo.
5. A redescoberta da natureza sacramental da Igreja, que é também "comunhão missionária" (Christifideles laici CL 23), deve portanto exprimir-se mediante uma nova dinâmica completamente orientada para a evangelização. As vossas dioceses compreenderam isto muito bem, ao escolher como tema da sua reflexão sinodal uma perspectiva com finalidade missionária, como a reorganização pastoral da diocese, a evangelização dos jovens ou a pastoral dos sacramentos. A mobilização das energias de todos para um objectivo como este permite discernir as prioridades pastorais concretas, que em seguida são mais facilmente realizadas a nível local por todos os agentes pastorais. De igual modo, o facto de trabalhar por muito tempo juntos, sacerdotes e leigos, sobre uma questão tão decisiva como é o futuro da comunidade cristã, consente que eles se conheçam profundamente, que apreciem as implicações e as tarefas específicas uns dos outros na vida da Igreja, e de compreender melhor a comunhão eclesial que valoriza a estima e a complementaridade das diferenças, assim como o serviço comum de Cristo e dos nossos irmãos numa mesma fé.
Juntamente convosco, alegro-me pelos encontros diocesanos que pudestes realizar, sobretudo os encontros da juventude, aos quais vós dedicais, com toda a Igreja diocesana, uma atenção particular. Eles permitem compreender melhor o sentido de Igreja-comunhão, dado que se trata de pessoas provenientes de diferentes grupos, lugares e sensibilidades, que estão chamadas a reunirem-se para caminhar juntos, como diz precisamente a etimologia da palavra sínodo. Desejo ardentemente que haja uma unidade e uma coerência cada vez mais intensas à volta dos Pastores encarregados de guiar o rebanho. A respeito disto, sei que vos preocupais por acolher os grupos e os sacerdotes com sensibilidades mais tradicionais e, sem dúvida, é possível fazer ainda mais neste sentido. Compete aos membros dessas comunidades mais tradicionais abrir-se às realidades e sensibilidades das Igrejas locais, para participar cada vez mais activamente na vida diocesana, segundo o ensinamento do Concílio Vaticano II. Como todos os seus irmãos, os sacerdotes destas comunidades têm um papel pastoral específico para desempenhar junto dos fiéis, manifestando concretamente a sua comunhão filial com o Bispo, e também com a Igreja universal, e tornando-se disponíveis às chamadas para a missão.
Para ser fiel ao sentido da missão, que constitui uma necessidade vital para a Igreja e para a expressão da "sua identidade mais profunda" (cf. Paulo VI, Evangelii nuntiandi EN 14), sem dúvida, não podemos contentar-nos com remodelar os instrumentos das nossas Igrejas mediante uma simples adaptação da dimensão territorial das paróquias. Convém, de igual modo, abrir-se a outras dimensões, dedicando maior atenção aos novos fenómenos sociais e a todos os "areópagos modernos" (Redemptoris missio RMi 37). Para obter melhor esta finalidade, algumas dioceses decidiram pôr em comum as suas forças apostólicas, pondo ao serviço das dioceses mais desprovidas sacerdotes disponíveis para a missão. Congratulo-me com esta iniciativa e faço votos por que ela possa ser realizada noutras partes, eventualmente sob outras formas, e talvez no âmbito das novas províncias, nas quais as desigualdades de meios são evidentes e correm o risco de penalizar algumas dioceses. Possam todos os sacerdotes, aos quais são feitos pedidos como estes, dar a sua disponibilidade!
6. Nos vossos relatórios, realçais a importância que é dada ao facto de que a liturgia seja celebrada solenemente na Igreja-Catedral, com o Bispo e os seus sacerdotes, e com uma grande afluência de fiéis, em várias circunstâncias durante o ano, como por ocasião da Missa crismal ou das Ordenações. Desta forma, a liturgia torna-se aquela "manifestação principal da Igreja" (cf. Sacrosanctum Concilium, SC 41), na qual todo o povo de Deus se reúne no lugar que representa a comunhão visível da Igreja diocesana e onde toma consciência, de maneira mais profunda, da sua identidade, encontrando a sua fonte sacramental que é Jesus Cristo, Verbo que se fez homem, cujo Espírito age por meio do ministério dos pastores, em primeiro lugar do Bispo. O corpo eclesial manifesta também a diversidade dos seus membros, assim como os vínculos que os unem entre si, e a cada um com o Bispo, servo da comunhão de todos.
A certeza de que a vida cristã se enraíza no mistério eucarístico, "fonte e ápice da vida da Igreja", segundo a bonita expressão dos Padres conciliares (cf. ibid., 10), chama cada vez mais os fiéis a comprometerem-se de modo activo, juntamente com os ministros ordenados na preparação e na celebração da acção litúrgica, a fim de valorizar a beleza do culto cristão, que está ordenado "para a glória de Deus e para a salvação do mundo", como é expresso pela liturgia da Missa.
7. Servir como Cristo é a missão real de todos os baptizados e comunidades eclesiais, e a diocese deve manifestar isto concretamente. De certa forma, o ministério dos diáconos permanentes honra este compromisso. De facto, muitos deles recebem uma missão em relação à prática da caridade, ocupando-se das capelanias do mundo da saúde ou dos cárceres, ou ao serviço de instituições caritativas. Trata-se, em primeiro lugar, dos fiéis leigos, primeiros protagonistas desta missão eclesial de serviço, no testemunho que prestam quotidianamente ao Evangelho, mediante a sua vida de trabalho e nos seus diversos compromissos no mundo. Através das realidades da vida política e social, nos numerosos campos da actividade económica e na acção cultural, eles estão empenhados na sociedade a fim de promover relações entre os homens que respeitem e honrem a dignidade de cada pessoa em todas as suas dimensões. Eles manifestam também o seu sentido de justiça em relação aos mais desfavorecidos, tanto a nível local como nacional e internacional, sobretudo mediante o apoio às Obras missionárias. Os católicos da França têm também uma longa tradição missionária. Apesar das actuais pobrezas, eles jamais se esqueçam das regiões onde os seus antepassados levaram o Evangelho! Comprometer-se na missão no estrangeiro, em vez de empobrecer a paróquia ou a diocese, constituirá, ao contrário, uma força renovada, relacionada com a partilha dos dons.
8. No final do nosso encontro, durante o qual recordei convosco as realidades que constituem o vosso labor quotidiano e que alimentam a vossa oração de pastores, não posso esquecer todos os vossos colaboradores. Penso, antes de mais, nos vigários gerais, mais directamente relacionados com o desempenho do vosso ministério, que sulcam todos os dias as estradas das dioceses para ir ao encontro das paróquias, dos seus pastores e fiéis, assim como dos vigários episcopais, que trabalham igualmente para fazer com que a acção pastoral do Bispo esteja mais próxima de todos.
Penso também nas pessoas que trabalham na Cúria diocesana, ao serviço da comunidade diocesana, para colaborar na gestão do seu património, a fim de melhorar a prática da solidariedade mediante uma partilha justa e mais eficaz dos recursos, ou também para instruir as práticas de justiça. Muitas dioceses abriram recentemente uma "Casa diocesana", onde estão reunidos movimentos e serviços, para uma melhor colaboração entre si, mas também para consentir o simples encontro das pessoas, como fazem também os meios de comunicação social, como as rádios e a imprensa diocesana. Através de vós, estimados Irmãos Bispos, desejo encorajar todas as pessoas que trabalham nestas instituições diocesanas e que, desta forma, prestam um serviço à Igreja, cuja dimensão missionária inclui todos. Que elas sejam por isto profundamente agradecidas!
Ao regressar às vossas dioceses para retomar com coragem e vigor espiritual o serviço da missão que o Senhor vos confiou, tende a preocupação de testemunhar a todos os baptizados o apoio e o encorajamento do Papa! Possam todos os fiéis ter a preocupação de participar plenamente na vida da diocese e, desta forma, fortalecer os vínculos de comunhão entre eles, não esquecendo de se abrir às outras Igrejas e de alimentar sempre a sua dedicação à Igreja universal, rezando também pelo Papa e pelo cumprimento do seu ministério! Sucessor de Pedro, recebi a missão particular de reconfirmar os meus irmãos na fé (cf. Lc Lc 22,32) e de servir a comunhão entre todos os Bispos e fiéis. Feliz por exercer mais uma vez para vós este ministério que me compete, ao confiar-vos à intercessão materna da Bem-Aventurada Virgem Maria, concedo-vos de coração, assim como a todos os vossos fiéis, uma afectuosa Bênção apostólica.
DIscursos João Paulo II 2004