Juízes (CNB) 1


Introdução

 Ocupação da terra de Canaã. Adonibezec

1 1 Depois da morte de Josué, os israelitas consultaram o Senhor, perguntando: “Quem de nós vai subir primeiro para combater os cananeus?” 2 O Senhor respondeu: “Quem vai subir é Judá, eu entreguei o país às suas mãos”. 3 Judá disse a Simeão, seu \povo irmão: “Sobe comigo ao território que me cabe para combatermos os cananeus. De­pois subirei também contigo ao teu território”. E Simeão o acompanhou.
4
Judá subiu, e o Senhor lhes entregou os ca­naneus e os ferezeus. Eles os derrotaram em Bezec, dez mil ao todo. 5 Em Bezec encontraram Adonibezec e combateram contra­ ele até derrotar os cananeus e os ferezeus. 6 Ado­nibezec fugiu, mas o perseguiram e, agar­rando-o, cortaram-lhe os dedões das mãos e dos pés. 7 Adonibezec disse então: “Se­tenta reis, cujos dedões das mãos e dos pés mandei cortar, recolhiam as migalhas que caíam de minha mesa. O Senhor me fez pagar o que eu fiz”. Levaram-no a Jerusalém, onde morreu.
8
Os judaítas atacaram Jerusalém e a conquistaram. Passaram os habitantes ao fio da espada e atearam fogo à cidade.
9
Depois, os judaítas desceram para atacar os cananeus que moravam na região montanhosa, no Negueb e na Planície. 10 Judá enfrentou também os cananeus que moravam em Hebron (antigamente chamada Cariat-Ar­be) e derrotou Sesai, Aimã e Tolmai. 11 De lá, ata­cou os habitantes de Dabir (que antigamente se chamava Cariat-Séfer).
12
Caleb havia dito: “Quem tomar de as­sal­to Cariat-Séfer, a este darei minha filha Acsa como esposa”. 13 Foi Otoniel, filho de Ce­nez, o irmão mais novo de Caleb, quem conquistou a cidade, e Caleb lhe deu a filha­ Acsa por esposa. 14 Desde sua chegada, ela o instigou a pedir um terreno ao pai. Ela apeou do jumento e Caleb lhe perguntou: “Que desejas?” 15 ”Faze-me um favor”, disse ela. “Já que me deste uma terra \árida no Negueb, dá-me também mananciais”. E Caleb deu-lhe os mananciais de cima e os mananciais de baixo.
16
Os descendentes de Hobab, o sogro quenita de Moisés, subiram com os judaítas da cidade das Palmeiras ao deserto de Judá, ao sul de Arad, e se estabeleceram com os amalecitas.
17
Depois Judá acompanhou Simeão, seu \povo irmão. Eles derrotaram os cananeus que moravam em Sefat e votaram a cidade ao interdito. Por isso a cidade se chamou Horma (isto é, “Interdito”). 18 Judá apoderou-se de Gaza e seu território, de Ascalon e seu território, e de Acaron e seu território. 19 O Senhor estava com Judá, que expulsou os habitantes da Montanha, mas não conseguiu expulsar os habitantes da Planície, pois estes tinham carros de ferro. 20 De acordo com a ordem de Moisés, Hebron foi dada a Caleb, que expulsou os três filhos de Enac. 21 Mas os benjaminitas não expulsaram os jebuseus que moravam em Jerusalém. Por isso os jebuseus moram com os benjaminitas em Jerusalém até hoje.
22
Por sua vez, os da casa de José subiram a Betel e o Senhor estava com eles. 23 Eles mandaram explorar Betel, cidade antes chamada Luza. 24 Os espiões avistaram um homem saindo da cidade e lhe disseram: “Mostra-nos a entrada da cidade, e nós te pouparemos”. 25 Ele lhes mostrou a entrada. Eles passaram a cidade ao fio da espada, mas ao homem e sua família deixaram ir livres. 26 Este homem foi à terra dos heteus, onde construiu uma cidade a que chamou Luza, como é chamada até hoje.

 Israel não ocupa integralmente a terra

27 Manassés não expulsou os habitantes de Betsã, de Tanac, de Dor, de Jeblaâm, de Me­guido e das aldeias pertencentes a essas cidades, de modo que os cananeus continuaram morando nessas regiões. 28 Quando Israel se tornou mais forte, submeteu-os a trabalhos impostos, mas não conseguiu expulsá-los. 29 Efraim tampouco tirou a posse dos cananeus que moravam em Gazer, e estes ficaram morando em Gazer no meio dos israelitas.
30
Zabulon não expulsou os habitantes de Cetron nem os de Naalol. Por isso os cana­neus ficaram no meio deles, mas foram obrigados a trabalhos impostos.
31
Aser não expulsou os habitantes de Aco, nem os de Sidônia, de Aalab, de Aczib, de Helba, de Afec e de Roob. 32 Assim os aseritas ficaram morando no meio dos cananeus nativos do país, porque não os expulsaram.
33
Neftali não expulsou os habitantes de Bet-Sames, nem os de Bet-Anat. Ficou morando no meio dos cananeus nativos do país, mas os habitantes de Bet-Sames e Bet-Anat lhes prestavam trabalho forçado.
34
Quanto aos danitas, os amorreus os encurralaram na montanha, não lhes permitindo descer para o vale. 35 Os amorreus continuaram morando em Har-Hares, Aialon e Salebim. Mas quando os descendentes de José se tornaram mais fortes, obrigaram-nos a trabalhos impostos. 36 (O território dos amorreus se estendia desde a subida dos Escorpiões até Petra e daí em diante.)

 Censura do anjo em Boquim

2 1 O anjo do Senhor subiu de Guilgal a Boquim, e disse: “Eu vos tirei do Egito e vos introduzi na terra que jurei dar a vossos pais, e vos prometi não romper nunca minha aliança, que eu fiz convosco 2 com a condição de não fazerdes aliança com os habitantes desta terra, mas destruirdes seus altares. Vós, porém, não quisestes ouvir a minha voz. Por que essa desobediência? 3 Por isso, eu vos digo: não expulsarei esses povos da vossa presença, eles serão vossos adversários e seus deuses serão vossa ruína”.
4
Quando o anjo do Senhor acabou de censurar assim a todos os israelitas, estes puseram-se a chorar em alta voz. 5 Por isso aquele lugar foi chamado Boquim, lugar dos que choram.E ofereceram ali sacrifícios­ ao Senhor.

 Morte de Josué e subseqüente idolatria

6 Depois que Josué despedira o povo, os israelitas partiram cada qual para a sua herança, a fim de tomar posse do território. 7 Serviram ao Senhor durante toda a vida de Josué e dos anciãos que lhe sobreviveram por muito tempo e tinham visto toda a grandiosa obra que o Senhor fizera em favor de Israel.
8
Josué, filho de Nun e servo do Senhor, morreu com cento e dez anos 9 e foi sepultado no território da sua herança, em Tamnat-Hares, na montanha de Efraim, ao norte do monte Gaás. 10 Mas depois que toda aquela geração foi unir-se a seus pais, vieram outros, que não conheceram o Senhor, nem a obra que ele fizera em favor de Israel.
11
Os israelitas ofenderam o Senhor e serviram aos ídolos de Baal. 12 Abandonaram o Senhor, Deus de seus pais, que os havia tirado do Egito, e seguiram a outros deuses, os deuses dos povos que os rodeavam. Prostraram-se diante deles, provocando a ira do Senhor. 13 Abandonaram o Senhor e serviram aos ídolos de Baal e de Astarte.
14
Por isso acendeu-se contra Israel a ira do Senhor, que os entregou às mãos dos saltea­dores, que os saqueavam. Ele os vendeu aos inimigos que habitavam as redondezas e eles não puderam mais resistir aos adversários. 15 Em tudo o que desejassem empreender, a mão do Senhor estava contra eles, para sua desgraça, como lhes havia dito e jurado. A aflição deles era extrema.

 Os “juízes”

16 Então o Senhor suscitou juízes que os livrassem das mãos dos saqueadores. 17 Eles, porém, nem aos seus juízes quiseram ouvir, mas continuavam a prostituir-se com outros deuses, prostrando-se diante deles. Depressa afastaram-se do caminho seguido por seus pais, que haviam obedecido aos mandamentos do Senhor; não procederam como eles.
18
Sempre que suscitava juízes, o Senhor estava com o juiz. Enquanto o juiz vivia, o Senhor livrava os israelitas das mãos dos inimigos, pois ele se deixava comover pelos gemidos que surgiam da opressão e da aflição. 19 Mas, quando o juiz morria, voltavam a cair e portavam-se pior que seus pais, seguindo outros deuses, servindo-os e prostrando-se diante deles. Não desistiram de suas práticas perversas nem de sua conduta obstinada.

 Povos cananeus não vencidos

20 O Senhor se tomou de ira contra Israel e disse: “Já que esse povo transgrediu a aliança que estabeleci com seus pais e não deu ouvido a minha voz, 21 também eu não expulsarei diante deles nenhuma das nações que Josué deixou quando morreu. 22 Por meio delas, quero testar Israel, para ver se segue ou não pelo caminho do Senhor, como fizeram os seus pais”.
23
Por isso, o Senhor tolerou aquelas nações e não as quis expulsar logo, nem as entregou às mãos de Josué.

3 1 Eis as nações que o Senhor deixou, para por meio delas, testar Israel e todos os que não tinham conhecido as guerras de Canaã 2 só para ensinar o conhecimento da guerra às gerações de israelitas que não a experimentaram no passado. 3\Eram: os cinco principados filisteus e todos os cananeus, os sidônios e os heveus que habitavam as montanhas do Líbano, desde o monte Baal-Hermon até à entrada de Emat. 4 Foram deixadas para testar Israel e ver se obedeceria ou não aos mandamentos do Senhor, promulgados a seus pais por meio de Moisés. 5 Assim os israelitas ficaram vivendo no meio de cananeus, heteus, amorreus, fereseus, heveus e jebuseus. 6 Casavam-se com suas filhas e lhes davam as filhas em casamento, e serviam a seus deuses.


Otoniel, Aod, Samgar

 O juiz Otoniel

7 Os israelitas cometeram o que é mau aos olhos do Senhor; esqueceram-se do Senhor, seu Deus, servindo aos ídolos de Baal e de Astarte. 8 A cólera do Senhor inflamou-se contra Israel e ele os deixou cair em poder de Cusã-Rasataim, rei de Aram, na Mesopotâmia. Os israelitas ficaram submetidos a Cusã-Rasataim durante oito anos. 9 Então clamaram ao Senhor, que fez surgir um salvador para os libertar: Otoniel, filho de Cenez, irmão mais novo de Caleb. 10 O espírito do Senhor veio sobre ele, que se tornou juiz de Israel. Quando saiu para a guerra, o Senhor lhe entregou Cusã-Rasataim, rei de Aram. Otoniel o subjugou. 11 O país ficou em paz durante quarenta anos, até à morte de Otoniel filho de Cenez.

 O juiz Aod

12 Os israelitas tornaram a fazer o que é mau aos olhos do Senhor. O Senhor incitou então a Eglon, rei de Moab, contra Israel, porque faziam o que é mau aos olhos do Senhor. 13 Eglon coligou-se com os amonitas e os amalecitas, marchou contra Israel e derrotou-o, apoderando-se da cidade das Palmeiras. 14 Os israelitas serviram a Eglon, rei de Moab, durante dezoito anos.
15
Então clamaram ao Senhor, e o Senhor suscitou um salvador: Aod, filho de Gera, o benjaminita canhoto. Os israelitas estavam enviando, por seu intermédio, um tributo a Eglon, rei de Moab. 16 Aod mandou fazer um punhal de fio duplo com um palmo de comprimento e escondeu-o debaixo das vestes, sobre a coxa direita. 17 Depois foi apresentar o tributo a Eglon, rei de Moab. Ora, Eglon era um homem muito gordo. 18 Tendo apresentado o tributo, Aod partiu com os carregadores. 19 Mas ao chegar aos Ídolos, perto de Guilgal, voltou e disse: “Tenho uma mensagem secreta para ti, ó rei”. O rei pediu para que os deixassem a sós. Todos os acompanhantes se afastaram. 20 Estando Eglon sentado em seu quarto privativo de verão, no andar superior, Aod se aproximou. “Tenho uma mensagem de Deus para ti”, disse Aod. Quando o rei se levantou do trono, 21 Aod estendeu a mão esquerda e apanhou do lado direito o punhal, que lhe enfiou no ventre. 22 Até o cabo penetrou com a lâmina, e a gordura se fechou por cima. Aod nem retirou o punhal, mas saiu por uma abertura 23 e, retirando-se pela galeria, fechou as portas do quarto superior atrás de si com a tranca. 24 Depois que saiu, vieram os servos e, notando que as portas de cima estavam trancadas, disseram: “Decerto está fazendo suas necessidades no quarto”. 25 Ficaram esperando até entrarem em confusão. Como ninguém abrisse as portas, pegaram a chave e abriram. Aí viram o seu senhor, deitado morto no chão.
26
Enquanto tardavam, Aod escapou e, tornando a passar pelos Ídolos, refugiou-se em Seira. 27 Ao chegar, tocou a trombeta pelas montanhas de Efraim. Precedidos por Aod, os israelitas desceram das montanhas. 28 “Segui-me!”, exclamou, “pois o Senhor vos entrega os moabitas, vossos inimigos”. Desceram, apoderaram-se dos vaus do Jordão pertencentes a Moab e não deixaram passar ninguém. 29 Naquela ocasião derrotaram cerca de dez mil moabitas, todos homens robustos e valentes; não escapou ninguém. 30 Naquele tempo Moab foi submetido por Israel e o país esteve tranqüilo durante oitenta anos.

 O juiz Samgar

31 Depois veio Samgar filho de Anat, que derrotou seiscentos homens com um aguilhão de bois. Ele também foi um salvador de Israel.


O ciclo de Débora

 O juiz Barac e a batalha do Tabor

4 1 Depois da morte de Aod, os israelitas tornaram a fazer o que é mau os olhos do Senhor, 2 e este entregou-os às mãos de Jabin, um rei cananeu que reinava em Hasor. O general do seu exército se chamava Sísara e habitava em Haroset-Goim. 3 Os israelitas clamaram ao Senhor, porque fazia vinte anos que Jabin vinha oprimindo duramente Israel. (Ele dispunha de novecentos carros de ferro.­)
4
Ora, naquele tempo, a profetisa Débora, esposa de Lapidot, liderava Israel como juíza. 5 Ela costumava ter audiência sob a “palmeira de Débora”, entre Ramá e Betel, nas mon­tanhas de Efraim, e os israelitas a procuravam para todos os seus litígios. 6 Ela mandou chamar Barac, filho de Abinoem e natural de Cedes de Neftali, e lhe disse: “Por ordem do Senhor, Deus de Israel: vai e conduze o exército ao monte Tabor. Toma contigo dez mil combatentes de Neftali e de Zabulon. 7 Quando estiveres junto da torrente do Quison, levarei a ti Sísara, o general do exército de Jabin, com seus carros e todas as suas tropas, e o entregarei às tuas mãos”. 8 Barac disse-lhe: “Se vieres comigo, irei. Se não vieres comigo, não irei”. 9 Ela respondeu: “Está bem, eu irei contigo. Contudo, não será tua a glória da expedição que fazes, pois o Senhor vai entregar Sísara às mãos de uma mulher”.
Então Débora levantou-se e partiu com Barac para Cedes. 10
Barac convocou Zabulon e Neftali e marchou com dez mil combatentes, e Débora acompanhava a expedição. 11 (O quenita Héber, que se tinha apartado dos outros quenitas, descendentes de Hobab, sogro de Moisés, havia erguido suas tendas junto ao carvalho de Saanim, perto de Cedes.) 12 Anunciaram a Sísara que Barac filho de Abinoem tinha avançado até ao monte Tabor. 13 Então Sísara convocou todos os novecentos carros de ferro e todo o exército que estava com ele \para marcharem de Haroset-Goim até à torrente do Quison. 14 Débora disse a Barac: “Fica em prontidão, porque hoje é o dia em que o Senhor entrega Sísara em tuas mãos. Ele mesmo é teu guia”. Barac desceu do monte Tabor, e os dez mil homens com ele. 15 O Senhor derrotou Sísara, com todos os seus carros e todas as suas tropas, a golpe de espada, diante de Barac. Sísara, saltando do seu carro, fugiu a pé. 16 Barac foi perseguindo os carros e o exército em fuga até Haroset-Goim, e todo o exército de Sísara foi morto. Não sobrou ninguém.
17
Entretanto, Sísara, chegou a pé à tenda de Jael, mulher do quenita Héber (pois a casa de Héber, o quenita, vivia em paz com Jabin, rei de Hasor). 18 Jael saiu ao encontro de Sísara e lhe disse: “Entra, meu senhor; entra, sem medo”. Ele entrou na tenda e ela o cobriu com um manto. 19 ”Dá-me de beber um pouco de água”, disse ele, “pois tenho sede”. Ela abriu um odre de leite, deu-lhe de beber e o cobriu de novo. 20 E Sísara disse-lhe: “Fica na entrada da tenda e, se vier alguém perguntando: Há alguém aqui?, responderás: ‘Não, ninguém’”. 21 Mas Jael, a mulher de Héber, pegou um dos cravos da tenda, empunhou um martelo e, aproximando-se dele devagarinho, cravou-lho nas têmporas, pregando-o no chão. E Sísara, que estava num profundo sono, morreu.
22
Nesse instante chegou Barac, que vinha em perseguição a Sísara. Jael saiu-lhe ao encontro, dizendo: “Vem, vou mostrar-te o homem que procuras”. Ele entrou e viu Sísara caído e morto, com o cravo da tenda espetado nas têmporas.
23
Naquele dia Deus humilhou Jabin, rei de Canaã, diante dos israelitas. 24 E a mão dos israelitas se fortalecia sempre mais contra Jabin, rei de Canaã, até que de todo o destruíram.

 Cântico de Débora, juíza e profetisa

5 1 Naquele dia, Débora e Barac filho de Abinoem entoaram este cântico:
2
“Quando soltam os cabelos em Israel,
quando o povo se oferece voluntariamente,
louvai ao Senhor!
3
Ouvi, ó reis!
príncipes, prestai atenção!
Eu, eu quero cantar ao Senhor,
um hino ao Senhor, Deus de Israel.
4
Senhor, quando saíste de Seir,
quando partiste das estepes de Edom,
a terra tremeu, os céus se dissolveram,
as nuvens se desfizeram em água.
5
Os montes derreteram à vista do Senhor,
o do Sinai,
diante do Senhor, Deus de Israel.
6
No tempo de Samgar filho de Anat,
no tempo de Jael, os caminhos estavam desertos,
os viandantes andavam por desvios tortuosos.
7
Cessaram os valentes, sumiram de Israel,
até que tu, Débora, te ergueste,
erguendo-te como mãe em Israel.
8
O povo escolheu novos deuses:
eis a guerra estando às portas.
Não se via um escudo, uma lança,
entre os quarenta mil de Israel.
9
Meu coração pensa nos chefes de Israel,
nos voluntários do povo:
Louvai ao Senhor!
10
Vós que montais mulas baias,
que tomais assento nos tribunais
e andais pelos caminhos, falai!
11
Pela voz que ressoa junto aos bebedouros,
lá se contam as justas ações do Senhor,
as justas ações, suas proezas em Israel.
Então o povo do Senhor desce às portas
\da cidade.
12
Desperta, desperta, Débora!
Desperta, desperta, entoa um cântico!
Avante, Barac! leva teus prisioneiros,
filho de Abinoem!
13
Então o sobrevivente desceu entre os nobres,
o povo do Senhor veio a mim com os heróis.
14
De Efraim vêm os que têm raiz em Amalec,
atrás de ti vem Benjamim, entre as tuas tropas.
De Maquir desceram os comandantes,
de Zabulon, os que empunham o cetro de comando.
15
Com Débora estão os príncipes de Issacar,
e Barac se precipita ao vale com seus pedestres.
Nas partes de Rúben são grandes os planos.
16
  Por que ficas sentado no meio dos currais
ouvindo flautas de pastores?
Nas partes de Rúben são grandes os planos.
17
Galaad habita no além-Jordão,
e Dã, por que mora nos navios?
Aser reside na orla do mar,
acomodado nas enseadas.
18
Mas Zabulon é um povo que desafia a morte,
como Neftali, nas campinas do planalto.
19
Vieram os reis para o combate;
os reis de Canaã combateram
em Tanac, junto às águas de Meguido,
mas sem butim de prata à vista.
20
Dos céus as estrelas combateram,
de suas órbitas combateram contra Sísara.
21
A torrente do Quison os arrastou,
a torrente da batalha, a torrente do Quison.
Avante, minh’alma, com força!
22
Os cascos dos cavalos martelaram
ao galope, ao galopar dos corcéis.
23
Amaldiçoai Meroz, diz o anjo do Senhor.
Amaldiçoai seus habitantes,
porque não vieram em socorro do Senhor,
em auxílio do Senhor com seus heróis.
24
Seja bendita entre as mulheres, Jael,
a mulher de Héber, o quenita.
Bendita sobre as mulheres das tendas!
25
Ao que pediu água, ela deu leite;
em taça principesca ofereceu-lhe coalhada.
26
Com a esquerda agarrou um cravo,
com a direita um pesado martelo.
A marteladas esmagou a cabeça de Sísara,
partiu e atravessou-lhe as têmporas.
27
Ele tombou a seus pés, caiu, ficou deitado;
ficou estendido a seus pés,
onde caiu, jazendo sem vida.
28
A mãe de Sísara olha pela janela,
por trás das venezianas ela lamenta:
‘Por que seu carro demora a vir?
Por que é tão lenta a marcha dos carros?’
29
Responde-lhe a mais sábia das princesas,
e ela mesma repete para si:
30
‘Decerto repartem os despojos encontrados,
para cada guerreiro uma moça ou duas;
um par de vestes coloridas
como presa para Sísara,
despojos coloridos e recamados,
vestes coloridas, enfeites para o pescoço.
31
Assim pereçam todos os teus inimigos, Senhor.
Mas os que te amam sejam como o sol que se levanta com fulgor”.
E o país esteve tranquilo por quarenta anos.


Ciclo de Gedeão

 Opressão madianita

6 1 Os israelitas tornaram a fazer o que é mau aos olhos do Senhor e este os entregou por sete anos às mãos dos madianitas. 2 A mão de Madiã pesava duramente sobre Israel. Por medo dos madianitas, os israelitas fizeram trincheiras nas montanhas, covas e fortins.
3
Quando os israelitas acabavam de se­mear,­ vinham os madianitas, os amalecitas e outros povos do oriente, 4 os quais acampavam em seus campos e pisavam todas as sementeiras até próximo de Gaza. Não deixavam para os israelitas meios de subsistência, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos. 5 Chegavam com todos os seus rebanhos e tendas, como se fossem gafanhotos; a mul­tidão de homens e de camelos era inumerável, destruindo tudo o que tocavam. 6 As­sim, Israel ficou reduzido à miséria diante de Madiã. Então os israelitas clama­ram ao Senhor.
7
Os israelitas clamaram ao Senhor, pedindo auxílio contra os madianitas. 8 E por meio de um profeta, ele mandou dizer: “Assim fala o Senhor, Deus de Israel: Eu vos fiz sair do Egito e vos tirei da casa da escravidão. 9 Libertei-vos das mãos dos egípcios e de todos os inimigos que vos afligiam. Expulsei-os diante de vós e vos entreguei suas terras. 10 E eu vos disse: ‘Eu sou o Senhor, vosso Deus. Não venereis os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais’. Mas não quisestes ouvir a minha voz”.

 Vocação de Gedeão, o manasseíta

11 Veio então o anjo do Senhor e sentou-se debaixo de um carvalho em Efra que pertencia a Joás, da família de Abiezer. Gedeão, seu filho, estava debulhando e tirando o trigo da eira, para escondê-lo dos madianitas. 12 Apareceu-lhe então o anjo do Senhor e disse: “O Senhor está contigo, valente guerreiro!” 13 Gedeão respondeu: “Meu senhor, por favor, se o Senhor está conosco, por que nos aconteceu tudo isso? Onde estão aquelas suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: ‘O Senhor nos tirou do Egito’? Mas agora o Senhor nos abandonou e nos entregou às mãos dos madianitas”.
14
Então o Senhor voltou-se para ele e disse: “Vai, e com essa força que tens livra Israel­ da mão dos madianitas. Sou eu que te envio”.­ 15 Gedeão replicou: “Por favor, meu senhor, como poderei eu libertar Israel? Minha famí­lia é a mais humilde de Ma­nas­sés, e na casa de meu pai eu sou o último”. 16 O Senhor lhe respondeu: “Eu estarei contigo, e tu derrotarás os madianitas como se fossem um só homem”. 17 Gedeão prosseguiu: “Se achei graça a teus olhos, dá-me um sinal de que és tu que falas comigo. 18 Não te afastes daqui, até que eu volte com uma oferenda para te apresentar”. Ele respondeu: “Ficarei aqui até voltares”.
19
Gedeão retirou-se, preparou um cabrito e, com uma medida de farinha, fez pães ázimos. Pôs a carne numa cesta e o caldo numa vasilha, levou tudo para debaixo do carvalho e apresentou 20 ao anjo do Senhor, que lhe disse: “Toma a carne e os pães ázimos, coloca-os sobre esta pedra e derrama o caldo por cima”. E Gedeão assim fez. 21 O anjo do Senhor estendeu a ponta da vara que tinha na mão e tocou na carne e nos pães ázimos. Então subiu um fogo da pedra e consumiu a carne e os pães. E o anjo do Senhor desapareceu da sua vista. 22 Percebendo que era o anjo do Senhor, Gedeão exclamou: “Ai de mim, Senhor Deus, porque vi o anjo do Senhor face a face!”. 23 Mas o Senhor lhe disse: “A paz esteja contigo, não tenhas medo: não morrerás!” 24 Então Gedeão construiu ali mesmo um altar ao Senhor e o chamou: “O Senhor é paz”. Este altar existe ainda em Efra de Abiezer.

 Gedeão e o altar de Baal

25 Naquela mesma noite, o Senhor lhe disse: “Pega o touro que pertence a teu pai, um touro cevado de sete anos, derruba o altar de teu pai, dedicado a Baal, e corta o tronco sagrado que está junto dele. 26 Ergue depois um altar para o Senhor, teu Deus, no alto desta pedra sobre a qual puseste o sacrifício. Toma o touro cevado e oferece-o em holo­causto, com a lenha do tronco sagrado que cortaste”. 27 Gedeão tomou dez de seus servos e fez o que o Senhor lhe ordenara. Mas, temendo a família de seu pai e os homens daquela cidade, não o quis fazer de dia, mas executou tudo de noite.
28
De manhã, quando acordaram, os habitantes da cidade viram o altar de Baal demolido, o tronco sagrado cortado e o touro cevado posto sobre o altar que acabava de ser construído. 29 E disseram uns aos outros: “Quem fez isso?” Averiguando quem foi o autor da obra concluíram: “Foi Gedeão filho­ de Joás que fez tudo isso”. 30 Disseram então a Joás: “Manda vir teu filho aqui para que seja morto, porque destruiu o altar de Baal e cortou o tronco sagrado”. 31 E Joás disse a todos que o ameaçavam: “Acaso é preciso que defendais Baal e que brigueis por ele? (Quem luta por Baal vai morrer antes do ama­nhecer.) Se Baal é deus, vingue-se a si mesmo de quem destruiu seu altar”. 32 Daquele dia em diante Gedeão foi chamado Je­robaal, porque Joás disse: “Vingue-se Baal da­quele que destruiu seu altar”.

 O sinal do manto

33 Todos os madianitas, os amalecitas e os povos do oriente coligaram-se e, atravessando o rio \Jordão, acamparam no vale de Jezrael. 34 O espírito do Senhor apoderou-se de Gedeão, e ele tocou a trombeta e convocou­ a casa de Abiezer para que o seguisse. 35 Enviou mensageiros por toda a tribo de Manassés, que também o seguiu. Do mesmo modo enviou mensageiros às tribos de Aser, Zabulon e Neftali, que foram juntar-se a ele.
36
E Gedeão disse a Deus: “Se realmente vais salvar Israel por minha mão como prometeste, 37 vou estender este manto de lã na eira. Se o orvalho cair sobre a lã e o resto do chão ficar seco, reconhecerei nisso o sinal de que salvarás Israel por minha mão, como prometeste”. 38 E assim aconteceu. Levantando-se de noite, espremeu o manto: com a água encheu uma bacia. 39 Gedeão tornou a dizer a Deus: “Não se inflame a tua ira contra mim, se eu ainda fizer outra prova, pedindo um sinal por meio do manto. Peço que só o manto fique seco e o chão em redor fique todo molhado de orvalho”. 40 E naquela noite o Senhor fez o que Gedeão lhe havia­ pedido: só o manto ficou enxuto, enquanto havia orvalho no chão todo.

 Derrota dos madianitas

7 1 Jerobaal (isto é, Gedeão) levantou-se bem cedo. Ele e suas tropas acamparam junto à fonte de Harad. O exército de Madiã estava acampado mais a norte, no vale ao lado da colina de Moré.
2
O Senhor disse a Gedeão: “Estás levando gente demais contigo para que eu entregue Madiã a suas mãos. Israel poderia gloriar-se às minhas custas, dizendo: ‘Foi minha mão que me salvou’. 3 Portanto, dá este aviso a todo mundo: ‘Quem estiver com medo e a tremer, que volte e se retire do monte Gel­boé‘”. Então vinte e dois mil homens da tropa voltaram, enquanto só dez mil ficaram.
4
O Senhor tornou a falar a Gedeão: “Ainda há gente demais. Manda-os descer até à água. Lá, eu farei a seleção para ti. Quando eu te disser ‘este vai contigo’, ele irá; de quem eu te disser ‘este não vai contigo’, esse voltará”. 5 Gedeão mandou o povo descer até à água. E o Senhor lhe disse: “Põe de um lado os que lamberem a água com a língua, como faz o cão; e os que beberem ajoelhados, põe do outro”. 6 Os que lamberam a água – levando-a à boca com as mãos – foram trezentos. Todo o resto do povo bebeu a água ajoelhado. 7 O Senhor disse a Gedeão: “Eu vos salvarei com os trezentos homens que lamberam a água, entregando os madianitas em tuas mãos. E todo o resto do povo pode ir para casa”. 8 As provisões e as trombetas foram destinadas aos que iriam lutar. Ao restante dos israelitas, Gedeão ordenou que se retirassem para as suas tendas, enquanto reteve os trezentos consigo.
Abaixo deles, no vale, estava o acampamento dos madianitas.
9
Naquela mesma noite, o Senhor disse a Gedeão: “Levanta-te e desce até ao acampamento. Eu o entreguei em tuas mãos. 10 Se tens medo, desce com teu escudeiro, Fara, 11 e, ao ouvires o que estão falando, te sentirás encorajado. Então poderás atacar o acampamento com segurança”. Ele desceu com o escudeiro Fara até os postos avançados do acampamento. 12 Os madianitas, os amale­citas e todos os do Oriente estavam espalhados pelo vale como uma enxame de gafanhotos. O número dos camelos era incalculável como a areia das praias do mar.
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Quando Gedeão se aproximou, ouviu um homem contar um sonho ao companheiro: “Tive um sonho”, dizia ele. “Vi como que um pão de cevada, que descia rolando sobre o acampamento de Madiã. Ao alcançar a tenda, bateu nela, derrubou-a e a tenda caiu por terra”. 14 O companheiro comentou: “Isto só pode ser a espada de Gedeão filho de Joás, o israelita. Deus entregou Madiã e todo o acampamento em suas mãos”. 15 Quando ouviu contar o sonho e a interpretação, Ge­deão prostrou-se; depois voltou ao acampamento de Israel e disse: “Levantai-vos! O Senhor entregou o acampamento de Madiã em vossas mãos!”
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Então Gedeão dividiu os trezentos homens em três batalhões e entregou a todos trombetas e cântaros vazios, com uma tocha acesa dentro. 17 Disse-lhes: “Olhai para mim e fazei como eu. Quando eu entrar pelos postos avançados do acampamento, fazei o mesmo que eu fizer. 18 Quando eu e os que estão comigo tocarmos as trombetas que temos na mão, tocai também as vossas trombetas ao redor do acampamento e gritai todos juntos: ‘Pelo Senhor e por Gedeão!’”.
19
E Gedeão, com os cem homens que o acompanhavam, entrou pelo posto avançado do acampamento, no início do turno de guarda da meia-noite, no momento em que se fazia a troca das sentinelas. Gedeão e seus companheiros começaram a tocar as trombetas e a quebrar os cântaros que levavam na mão. 20 Então também os três batalhões tocaram as trombetas e quebraram os cântaros. Segurando as tochas com a mão direita e as trombetas com a esquerda, tocavam e gritavam: “Espada pelo Senhor e por Ge­deão!”. 21 Cada um ficava em seu posto ao redor do acampamento. Imediatamente, todo o acampamento se pôs em desordem. Dando grandes gritos, fugiram, 22 enquanto os trezentos israelitas continuavam tocando as trombetas. E o Senhor fez com que, em todo o acampamento, voltassem a espada uns contra os outros e debandassem até Bet-Seta, na direção de Sereda, até à fronteira de Abel-Meula, perto de Tebat.
23
Então os israelitas de Neftali, de Aser e das duas partes de Manassés foram convocados para perseguir os madianitas. 24 Gedeão enviou mensageiros por toda a montanha de Efraim para avisar: “Descei contra os madia­nitas e tomai-lhes as fontes d´agua até Bet-Bera e \os vaus do Jordão”. Todos os homens de Efraim foram convocados e ocuparam as fontes d´agua até Bet-Bera e \os vaus do Jordão. 25 Capturaram dois chefes madianitas, Oreb e Zeb; mataram Oreb no rochedo de Oreb e Zeb no lagar de Zeb. Perseguiram os madianitas e depois levaram as cabeças de Oreb e Zeb a Gedeão, que se encontrava do outro lado do Jordão.

 Os efraimitas ofendidos

8 1 Os efraimitas disseram a Gedeão: “Por que agiste assim conosco? Foste combater os madianitas sem nos chamar?” E discutiram violentamente com ele. 2 Gedeão lhes disse: “O que fiz agora é pouco em comparação ao que vós fazeis. Acaso a sobra das uvas de Efraim não vale mais que a safra de Abiezer? 3 Deus vos entregou os chefes de Madiã, Oreb e Zeb; que poderia eu fazer de igual ao que vós fizestes?” Ao dizer isso, a animosidade contra ele se acalmou.

 Gedeão no Além-Jordão

4 Gedeão chegou ao rio Jordão. Atravessou-o com os trezentos homens, que, exaustos, perseguiam \os fugitivos. 5 Disse aos habitantes de Sucot: “Dai, por favor, alguns pães aos que me seguem, pois estão exaustos, e eu tenho de perseguir Zebá e Sálmana, reis de Madiã”. 6 Mas os chefes de Sucot responderam: “Porventura já prendeste os punhos de Zebá e Sálmana para que demos de comer a teu exército?” 7 “Está bem!” respondeu Gedeão. “Quando o Senhor me tiver entregue Zebá e Sálmana vou açoitar vossas carnes com espinhos do deserto e com abrolhos”. 8 De lá, ele subiu a Fanuel e falou da mesma forma aos habitantes. E eles responderam da mesma forma como os de Sucot. 9 Por isso falou também aos habitantes de Fanuel: “Quando voltar são e salvo, vou demo­lir esta torre”.
10
Zebá e Sálmana estavam em Carcar com um exército de cerca de quinze mil homens. Era tudo o que sobrara do exército inteiro dos povos do Oriente, depois de sofrer baixa de cento e vinte mil guerreiros. 11 Gedeão subiu pela rota dos beduínos, a oeste de Noba e Jegbaá, e atacou o exército de surpresa. 12 Zebá e Sálmana fugiram. Mas ele os perseguiu e capturou Zebá e Sálmana, os reis de Madiã, semeando pânico em todo o exército.
13
Ao retornar da batalha pela subida de Hares, Gedeão filho de Joás 14 capturou um jovem de Sucot e o interrogou. Este forneceu-lhe uma lista de setenta e sete chefes e anciãos de Sucot. 15 Gedeão apresentou-se aos habitantes de Sucot e disse: “Aqui estão Zebá e Sálmana, a respeito dos quais me in­sultastes, dizendo: ‘Porventura já prendeste os punhos de Zebá e Sálmana, para que demos de comer à tua gente exausta?’” 16 Então prendeu os anciãos da cidade e mandou trazer espinhos do deserto e abrolhos, com os quais açoitou os homens de Sucot. 17 Demoliu também a torre de Fanuel e matou os homens da cidade.
18
Em seguida perguntou a Zebá e Sálmana: “Como eram os homens que massacrastes no Tabor?” Eles responderam: “Pareciam-se contigo. Tinham aparência de príncipes”. 19 “Eram meus irmãos”, disse ele, “filhos de minha mãe! Pela vida do Senhor, eu juro: se lhes tivésseis poupado a vida eu não vos mataria”. 20 E disse a Jeter, seu filho primogênito: “Levanta-te! Mata-os!” Mas o jovem não arrancou da espada porque tinha medo e era ainda muito novo. 21 Zebá e Sálmana disseram: “Levanta-te e mata-nos tu mesmo. Tal o homem, tal sua bravura!”. Então Gedeão levantou-se e matou Zebá e Sál­mana, levando consigo os broches em forma de meia-lua que decoravam os pescoços dos camelos.

 Gedeão rejeita a realeza. Sua morte

22 Os israelitas disseram a Gedeão: “Exerce o domínio sobre nós, tu, teu filho e teu neto, pois livraste-nos das mãos dos madianitas”. 23 Gedeão lhes disse: “Nem eu, nem meu filho vamos dominar sobre vos. Quem tem o domínio sobre vós é o Senhor”. 24 E acrescentou: “Gostaria de fazer-vos um pedido: cada um de vós me dê o anel que encontrou em sua presa”. (Os vencidos, por serem ismaelitas, usavam anéis de ouro.) 25 ”Com prazer!”, responderam eles, e estenderam um manto no qual cada um jogou o anel de sua presa. 26 Os anéis de ouro requisitados tota­lizaram quase vinte quilos de ouro, sem contar os broches em forma de meia-lua, os brincos e as vestes de púrpura que os reis de Madiã usavam, nem as coleiras que estavam nos pescoços dos camelos. 27 Gedeão fez com tudo isso um efod, \objeto de culto, que colocou em Efra, sua cidade. Todo o Israel veio ali cometer idolatria diante do efod. Foi isso que causou a ruína a Gedeão e sua casa.
28
Os madianitas ficaram submetidos aos israelitas e não mais levantaram a cabeça. O país esteve tranqüilo por quarenta anos, enquanto Gedeão vivia.
29
Jerobaal- \Gedeão, filho de Joás, retirou-se e ficou morando em sua casa. 30 Gedeão teve setenta filhos legítimos, pois tinha muitas mulheres. 31 Uma de suas concubinas, que estava em Siquém, deu-lhe um filho, a quem ele mesmo deu o nome de Abimelec. 32 Enfim Gedeão filho de Joás morreu em alta velhice e foi sepultado no sepulcro de Joás, seu pai, em Efra de Abiezer.
33
Após a morte de Gedeão os israelitas voltaram a se prostituir com os ídolos de Baal e escolheram Baal-Berit como seu deus. 34 Já não se lembraram do Senhor, seu Deus, que os livrou do poder de todos os inimigos em redor. 35 Nem se mostraram gratos para com a casa de Jerobaal-Gedeão por todo o bem que fez a Israel.

 Abimelec usurpa a realeza


Juízes (CNB) 1