Discursos João Paulo II 1981 - Manila (Filipinas), 18 de Fevereiro de 1981


VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE

AO EXTREMO ORIENTE (PAQUISTÃO, FILIPINAS,

GUAM, JAPÃO E ALASKA)

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II

DURANTE O ENCONTRO COM OS BISPOS FILIPINOS


Vila São Miguel

Terça-feira, 17 de Fevereiro de 1981



Dilectos Irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo

1. Desde a minha chegada ao solo das Filipinas, já tive ocasião de afirmar que a primeira e principal razão da minha vinda aqui é a Beatificação de Lorenzo Ruiz, cujo martírio testemunha a santidade da Igreja. Ao mesmo tempo, considero a minha visita pastoral uma peregrinação ao santuário vivo do povo de Deus nesta terra. E hoje, em vós bispos, saúdo cada comunidade eclesial que forma a Igreja nas Filipinas.

O meu pensamento vai igualmente para as gerações passadas que receberam e transmitiram a fé católica. Em nome da Igreja universal exprimo louvores e agradecimento a Deus por este grande dom que o vosso povo recebeu e conservou. Dou graças também pela especial vocação que foi dada à Igreja nas Filipinas. Ao vir até vós é meu desejo realizar o serviço pastoral para com os fiéis da vossa terra e para com todos vós, seus Bispos. E portanto estamos juntos aqui para representar o episódio dos Actos dos Apóstolos em que Pedro e os Onze se reuniram para falar sobre Jesus e reflectir sobre o poder do seu Espírito. Só o facto de estar convosco é significativo para haurir força e poder d'Aquele que está no meio de nós. E, da minha parte, desejo, em fidelidade a Cristo, confirmar-vos na fé que professais e proclamais.

2. A minha vinda está ligada à convicção de que a palavra de Deus é poderosa e, quando pregada fielmente com fé, é luz e força para o nosso povo. É na verdade o fundamento da sua fé. É por isso que nunca deixamos de lhe comunicar a convicção de São Paulo: "A vossa fé não se apoia na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus" (1Co 2,5).

Como pastores do povo de Deus, temos a missão de anunciar "todos os designios de Deus" (Ac 20,27). Através do anúncio completo de Cristo e do seu Evangelho, uma força suave mas invencível desprende-se no mundo. A este propósito, permiti que vos faça participantes de dois testemunhos de especial interesse para vós, Bispos nas Filipinas.

O primeiro é o de Paulo VI. Foi o grande testemunho que ele deu há dez anos no Parque Quezon. Ao falar sobre Cristo disse: "Sinto a necessidade de O anunciar, não posso, de forma alguma, deixar de O anunciar. 'Ai de mim se não evangelizar' (1Co 9,16). De facto fui enviado por Ele, pelo próprio Cristo, precisamente para isso. Sou apóstolo; sou testemunha... devo confessar o seu nome: Jesus é o Cristo, o Filho de Deus vivo (cf. Mt Mt 16,16). O revelador de Deus invisível, o primogénito de todas as criaturas e o fundamento de todas as coisas: Ele é o Mestre da humanidade e o seu Redentor... Jesus Cristo é o nosso anúncio perene, é o pregão que nós fazemos ressoar em toda a terra (cf. Rom Rm 10,18) e por todos os séculos (cf. Rom Rm 9,5)" (29 de Novembro de 1970). Esta foi a sua missão dez anos, e alguns de vós estavam então presentes, com o falecido Cardeal Santos e os outros Bispos daquele tempo. E estou convencido que, no futuro, outro Sucessor de Pedro ainda se unirá aos vossos sucessores nesta proclamação de fé.

O segundo testemunho que desejo recordar-vos é também muito especial. Certamente muitos de vós estiveram presentes e ouviram João Paulo I pronunciar as seguintes palavras aos Bispos filipinos reunidos em Roma para a visita "ad limina": "Por nosso lado, esperamos dar-vos todo o nosso apoio e o nosso incentivo na grande missão do episcopado: anunciar Jesus Cristo e evangelizar o seu povo... Um desafio que nos é lançado pelos nossos tempos é a evangelização plena de todos os baptizados. Nisto, têm os Bispos grande responsabilidade. A nossa mensagem deve ser claro anúncio da salvação em Jesus Cristo (28 de Setembro de 1978). Foi um testemunho memorável pelos seus conteúdos e pelas circunstâncias em que foi dado. Foi o último acto público de João Paulo I; foi a última hora do seu ministério apostólico. Foi o seu legado e foi para vós. E eu desejo perpetuar o seu testemunho e fazê-lo meu hoje.

3. Este anúncio de Jesus Cristo e da salvação no seu nome é o fundamento de todo o serviço pastoral. É o conteúdo de toda a evangelização e de toda a catequese. E e mérito vosso fazê-lo em união com o Sucessor de Pedro e com toda a Igreja. Deve ser sempre assim. A vossa unidade com a Igreja universal é a autenticidade de todas as vossas iniciativas pastorais e a garantia da sua eficácia sobrenatural. Esta unidade era realmente a preocupação que levava São Paulo a aconselhar-se para que a corrida que fazia e tinha feito "não fosse em vão" (Ga 2,2). Agradeço hoje a Deus a vossa unidade católica e a força que ela vos dá.

4. Fortificados pela palavra de Cristo e fortalecidos na unidade da sua Igreja, sois sempre capazes de prosseguir efectivamente o vosso ministério pastoral e de imitar Jesus o Bom Pastor. Quereria repetir hoje as sugestões que São Paulo recebeu na sua consulta: "Recomendaram-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que procurei fazer" (Ga 2,10). E oxalá esta seja a característica especial também do vosso ministério: a preocupação pelo pobre, por aqueles que estão material ou espiritualmente em necessidade. O vosso amor pastoral abraçará assim aqueles que estão na indigência, na aflição e em pecado.

E permiti-nos que recordemos sempre que o maior bem que lhes podemos dar é a palavra de Deus. Isto não significa que não os devemos assistir nas suas necessidades físicas, mas significa que eles precisam de alguma coisa mais, e que nós temos alguma coisa mais para dar: o Evangelho de Jesus Cristo. Com grande intuição pastoral e amor evangélico, João Paulo I também expressou este pensamento sucintamente no dia em que faleceu: "Desde os dias do Evangelho, e à imitação do Senhor, que 'passou fazendo o bem' (Ac 10,38), a Igreja tem a missão irrevogável de aliviar da necessidade e da miséria física. Mas não seria completa a sua caridade pastoral se não se dirigisse também às 'mais altas necessidades'. Nas Filipinas, Paulo VI fez isto precisamente. No momento em que decidiu falar da pobreza, da justiça e da paz, dos direitos do homem e da libertação económica e social, exactamente quando a Igreja actuava nele contra a miséria, ele não ficou em silêncio diante do 'mais alto bem', a plenitude da vida no Reino dos Céus".

5. Outro aspecto do vosso ministério é o interesse fraterno que tendes pelos vossos irmãos sacerdotes. Eles necessitam de estar convencidos do vosso amor; necessitam do vosso exemplo de santidade e devem ver-vos como seus guias espirituais, como arautos do Evangelho, de modo que também eles possam concentrar todas as suas energias na tarefa sacerdotal que é sua própria na construção do Reino de Justiça e Paz de Cristo. A este propósito é importante que seja dada aos leigos a plena responsabilidade que lhes é específica. Através da sua actividade na ordem temporal têm uma tarefa especial a desempenhar para que se realize a consagração do mundo a Deus. É uma tarefa elevada, e eles têm necessidade que os seus bispos e sacerdotes os sustenham com a própria guia espiritual. Deve ser ao mesmo tempo evidente no Corpo de Cristo, onde há diversidade de funções, que os leigos são merecedores de confiança, que podem realizar aquilo que o Senhor lhes confiou especificamente. Será dada assim possibilidade ao clero de prestar toda a sua atenção ao preceito apostólico de entregar-se "à oração e ao serviço da palavra" (Ac 6,4). O Espírito de Deus continua a confirmar estas prioridades do ministério sacerdotal para cada geração na Igreja.

6. Reflectindo sobre a Igreja nas Filipinas, o aspecto missionário emerge de várias maneiras. Antes de tudo o vosso glorioso início missionário, quando os vossos antepassados aceitaram a mensagem de salvação que lhes foi anunciada. Reflectir sobre isto significa louvar a Deus na vossa história, na generosidade dos missionários que prossegue no presente. Reflectir sobre o vosso passa do missionário significa acolher o desafio para continuar com o mesmo zelo. Para compreender o vosso destino missionário basta escutar o Profeta Isaías que vos exorta: "Considerai a rocha de que fostes talhados" (Is 51,1). Há de facto muitos lugares, entre vós, onde o nome de Jesus ainda não é conhecido e onde o seu Evangelho ainda deve ser anunciado. Será vossa preocupação e dos vossos sacerdotes, com o empenho da comunidade eclesial inteira, idear meios para continuar a evangelização inicial e a sucessiva catequese perante a messe que é imensa. Ao mesmo tempo ouvireis o pedido de outras nações, especialmente dos vossos vizinhos na Ásia: "Passa... e vem ajudar-nos" (Ac 16,9). Não há dúvida: as Filipinas têm uma especial vocação missionária de anunciar a Boa Nova, levando a luz de Cristo nações. Esta missão deve ser cumprida com sacrifício pessoal, e apesar da limitação dos recursos, mas Deus não será avaro da Sua graça e proverá às vossas necessidades. Paulo VI confirmou esta vossa vocação missionária durante a sua visita aqui, e depois ainda repetidas vezes. Sob muitos pontos de vista, caros Irmãos, sois verdadeiramente chamados a ser uma Igreja missionária.

7. No vosso empenho em realizar a vossa obra pastoral sei que tendes presentes as palavras com que o Evangelho recorda o chamamento dos apóstolos: "Elegeu doze para andarem com Ele e para os enviar a pregar" (Mc 3,14). Poderia parecer que os dois aspectos da vocação apostólica se excluem um ao outro, mas não é assim. Jesus quer que estejamos com Ele e que ao mesmo tempo vamos pregar. Somos chamados a ser seus companheiros e seus amigos, além de seus apóstolos incansáveis. Numa palavra, somos chamados à santidade. Não pode haver ministério episcopal eficaz sem santidade de vida, porque o nosso ministério modelado pelo do Pastor Supremo e Guarda das nossas almas, Jesus Cristo (cf. 1P 5,4 1P 2,25).

Meus caros irmãos, na nossa íntima amizade com Jesus Cristo encontraremos a força para o amor fraterno, o poder de sensibilizar os corações e de anunciar uma mensagem convincente. No amor de Jesus descobriremos o modo de construir a comunidade em Cristo e de servir o nosso povo, oferecendo-lhe a palavra de Deus. Participando da santidade de Jesus exerceremos uma verdadeira missão profética: anunciar a santidade e pô-la em prática corajosamente é exemplo que deve ser seguido na comunidade eclesial. Para serdes fiéis à tradição que é a nossa, recordemos a exortação do apóstolo Pedro a tornarmo-nos "modelos do rebanho" (1P 5,3).

8. A estes importantes aspectos do nosso ministério pastoral que mencionei — palavra de Deus, unidade e santidade — quero acrescentar uma palavra final de exortação fraterna, e é esta: confiemos plenamente nos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo; no seu poder de renovar, mediante a acção do seu Espírito, a face da terra. A nossa missão e o nosso destino, unido ao do nosso povo, estão nas mãos de Deus o qual deu todo o poder de redenção e santificação a Jesus Cristo. E é Cristo que nos diz hoje que somos fortes n'Ele e amparados pela Sua promessa: "E Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo" (Mt 28,20).

Por fim, como Bispos sentimo-nos nós próprios rodeados pelo doce amor materno de Maria, Mãe de Jesus e Rainha dos apóstolos. Tenho confiança que Ela, com a sua intercessão, assistirá a Igreja das Filipinas — e particularmente vós, meus ir mãos Bispos — a proclamar Jesus Cristo salvação da Ásia e luz eterna do mundo.

9. A alegria deste encontro é ainda maior pela presença dos outros Bispos da Ásia — reunidos todos nesta comum missão de anunciar Jesus Cristo.

Estamos justamente satisfeitos pela consciência existente na Igreja de hoje — graças à acção do Espírito de Deus nos nossos tempos — da necessidade de levar o Evangelho a aproximar-se de todas as culturas, de o encarnar na vida de todos os povos, de apresentar a mensagem cristã de modo que seja cada vez mais eficaz. É um fim nobre, um fim delicado; um fim em que a Igreja está firmemente comprometida. No dia da inauguração do Concílio Vaticano II, de facto João XXIII anunciou que o fim principal do Concílio era assegurar "que o sagrado património da doutrina cristã fosse mais eficazmente guardado e ensinado" (11 de Outubro de 1962).

Em todos os vossos esforços, meus irmãos Bispos, para atingirdes este fim durante o período pós-conciliar, estai certos do apoio da Igreja universal, que abraça todas as nações que estão debaixo do céu e anuncia o mesmo Cristo a todos os povos e a todas as gerações. Sede conscientes sobretudo da acção soberana do Espírito Santo, o único que pode suscitar a nova criação. Por este motivo Paulo VI pôde declarar que "As técnicas da evangelização são boas, obviamente, mas ainda as mais aperfeiçoadas não podem substituir a acção discreta do Espírito... Pode-se dizer que o Espírito Santo é o agente principal de evangelização: é ele, efectivamente, que impele para anunciar o Evangelho, como é ele que no mais íntimo das consciências leva a aceitar a Palavra da salvação" (Evangelii Nuntiandi EN 75).

É a este Espírito Santo que nos dirigimos humildemente para pedir que a nossa missão de evangelização seja frutuosa para o Reino de Deus e para a glória do nome de Jesus: Veni Sancte Spiritus! Veni Sancte Spiritus!





VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE

AO EXTREMO ORIENTE (PAQUISTÃO, FILIPINAS,

GUAM, JAPÃO E ALASKA)

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II

AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DAS FILIPINAS


SENHOR FERNANDO MARCOS


Nunciatura Apostólica de Manila

Terça-feira, 17 de Fevereiro de 1981



Senhor Presidente

1. É uma alegria encontrar-me nas Filipinas, e o seu gentil convite para vir ao Palácio Malacañang muito me honra. Aproveito esta ocasião para lhe exprimir a minha sincera gratidão por tudo o que Vossa Excelência fez para a realização desta visita, como também pela sua generosa colaboração facilitando os muitos meios e serviços que me permitem viajar pelas várias partes do país e encontrar-me com o maior número de pessoas nestas belas ilhas. Considero a minha permanência entre o povo Filipino uma ocasião singular para verificar melhor os resultados obtidos e as aspirações desta querida nação, para levar pessoalmente uma saudação fraterna às nações da Ásia, e para oferecer apoio e encorajamento às Igrejas locais deste continente. O entusiástico acolhimento que o seu povo me reservou neste primeiro dia da minha visita faz-me perceber a plena medida do meu amor pastoral e do meu interesse pelo povo das Filipinas. Uma vez ainda, agradeço-lhe e, por seu intermédio, a todos os seus concidadãos. Maraming salamat po! (Muito obrigado, Excelência!).

Querido povo das Filipinas.

2. No meu desejo de conhecer pessoalmente os grandes povos da Ásia, quis que a minha primeira visita papal fosse às Filipinas. Venho aqui percorrendo de novo os passos de Paulo VI, cuja memorável visita a esta terra é ainda recordada, disto estou certo, com amor e gratidão, e cuja inspirada presença vive ainda no coração e na mente do povo Filipino.

Venho aqui porque é desejo do meu coração celebrar com os meus irmãos e as minhas irmãs a comum fé que une o povo católico deste país com a Sé de Pedro em Roma. Ao mesmo tempo recordo com satisfação e prazer as amistosas relações entre as Filipinas e a Santa Sé. Estas realmente são uma digna expressão do especial afecto do vosso povo pelo Bispo de Roma.

À nação filipina deve-se uma honra particular, dado que, desde o início da sua cristianização, do momento em que há 460 anos Magalhães implantou a Cruz em Cebu, a 15 de Abril de 1521, o seu povo permaneceu através dos séculos fiel à fé cristã. Com um resultado que permanece sem comparação na história, a mensagem de Cristo enraizou-se nos corações do povo num brevíssimo período de tempo, e a Igreja foi assim implantada solidamente nesta nação de sete mil ilhas e de numerosas comunidades tribais e étnicas. A rica diversidade geográfica e humana, as várias tradições culturais e o espírito de alegria e de solidariedade do povo, juntamente com os frutos dos esforços dos missionários, harmonizaram-se com êxito e, através de períodos que às vezes não foram privados de sombras e fraquezas, formaram uma clara identidade nacional que é sem dúvida filipina e verdadeiramente cristã. A adesão à fé católica foi colocada à prova sob sucessivos regimes de domínio colonial e de ocupação estrangeira, mas a fidelidade à fé e à Igreja permaneceu irremovível, ou melhor, cresceu mais forte e mais amadurecida.

3. É preciso prestar a devida homenagem a este resultado obtido pelo povo Filipino; mas isto que vós sois cria também um dever e confere à nação uma específica missão. Uma nação que manteve forte e vibrante a fé católica através das vicissitudes da sua história, a única nação na Ásia que é aproximadamente noventa por cento cristã assume, precisamente por isso, a obrigação não só de conservar a sua herança cristã mas também de testemunhar os valores da sua cultura cristã diante do mundo inteiro. Embora pequena em extensão territorial e em população se a comparamos com alguns dos seus vizinhos, a nação filipina tem sem dúvida um especial papel na assembleia das nações, em ordem à consolidação da paz e da compreensão internacional, e mais particularmente no manter a estabilidade no Sudeste asiático, onde ela tem uma tarefa vital.

4. O povo filipino auferirá sempre a força e a inspiração, de que tem necessidade para levar avante esta tarefa, da sua nobre herança (herança não fé cristã mas também de ricos valores humanos e culturais que lhe são próprios). Cada homem e cada mulher, qualquer que seja o seu estado ou papel, deve lutar com sério empenho para preservar, aprofundar e consolidar estes valores — dons estes inestimáveis — contra os muitos factores que hoje os ameaçam seriamente. Preservai, mediante um esforço claro e decidido, o vosso sentido do divino, a vossa intensidade de oração e a vossa consciência profundamente religiosa. Preservai e fortalecei o vosso respeito pelo papel da mulher no lar, na educação e nas outras tarefas que lhe competem na vida social. Mantende e reforçai o vosso respeito pelos anciãos, os inválidos e os doentes. Conservai sobretudo a vossa grande estima pela família. Preservai a indissolubilidade do vínculo matrimonial. Mantende inviolável o direito à vida daquele que há-de nascer e defendei com firmeza a exaltante dignidade da maternidade. Proclamai com vigor o direito dos pais de se libertarem das coacções económicas, sociais e políticas, quando se esforçam por seguir os ditames de uma recta consciência no determinar as dimensões da sua família de acordo com a vontade de Deus. Afirmai veemente a grave responsabilidade dos pais de fazer crescer os seus filhos segundo a sua dignidade humana. Defendei os filhos das influências corruptoras e apoiai as estruturas da vida familiar. Assim vai uma nação como vai a família, e quando a integridade da vida familiar não está exposta ao perigo, o mesmo ocorrerá também à estabilidade da nação e às tarefas que ela deve assumir diante do juízo da história.

5. O desafio que cada nação deve enfrentar, e mais ainda uma nação cristã, é um desafio à sua mesma vida interna. Estou certo que os dirigentes e o povo das Filipinas sentem plenamente a sua responsabilidade na construção de uma sociedade exemplar e estão dispostos a trabalhar juntos para alcançar este fim num espírito de mútuo respeito e de cívica responsabilidade. É o comum esforço de todos os cidadãos que constrói uma nação verdadeiramente soberana, onde se promovem e se protegem não só os legítimos interesses materiais dos cidadãos, mas também as suas aspirações espirituais e a sua cultura. Até em situações excepcionais que possam verificar-se, nunca é lícito justificar qualquer que seja a violação da dignidade fundamental da pessoa humana ou dos direitos basilares que salvaguardam esta dignidade. Uma legítima preocupação pela segurança de uma nação, como é requerido pelo bem comum, poderia levar à tentação de submeter ao Estado o ser humano, a sua dignidade e os seus direitos. Todo o aparente conflito entre as exigências de segurança e as dos direitos fundamentais dos cidadãos deve ser resolvido segundo o basilar princípio sempre defendido pela Igreja — de que a organização social existe só para o serviço do homem e para proteger a sua dignidade e de que não se pode pretender servir o bem comum quando não se salvaguardam os direitos humanos. O povo acreditará na salvaguarda da própria segurança e na promoção do próprio bem-estar somente na medida em que sentir que ela está verdadeiramente inserida e apoiada na sua própria humanidade.

6. A minha esperança e a minha oração é que todo o povo filipino e os seus dirigentes não cessem nunca de dignificar o seu empenho por um desenvolvimento que seja plenamente humano e supere situações e estruturas de desigualdade, injustiça e pobreza em nome do carácter sagrado da humanidade. Rezo a fim de que todos queiram juntos com generosidade e coragem, sem ódio, luta de classes ou conflitos fratricidas, resistir a todas as tentações de ideologias materialistas ou violentas. Os recursos morais dos Filipinos são dinâmicos e bastante fortes para fazer frente às pressões vindas de fora para incitar esta nação a adoptar modelos de desenvolvimento que são alheios à sua cultura e ao seu modo de sentir. Recentes iniciativas, que são dignas de louvor, fazem prognosticar bem quanto ao futuro, dado que elas manifestam confiança na capacidade de os cidadãos assumirem a sua justa parte de responsabilidade na construção de uma sociedade que luta pela paz e pela justiça e protege todos os direitos humanos.

7. Senhor Presidente, caros amigos.

A presença aqui de tantos representantes dos organismos de governo nacionais e locais, da magistratura e das forças armadas muito me honra, e desejo exprimir-lhes a grande estima que a Igreja tem para com aqueles que estão investidos de responsabilidade pelo bem comum e o serviço dos seus concidadãos. Como é exaltaste a missão daqueles aos quais o povo confiou a guia da nação, e nos quais ele deposita a confiança para ver realizadas aquelas reformas e aquelas providências que visam estruturar uma sociedade verdadeiramente humana, onde todos, homens, mulheres e crianças recebem o que lhes é devido para viverem com dignidade, onde especialmente os pobres e os menos favorecidos são objecto do mais alto interesse da parte de todos. Aqueles que têm incumbências de governo honram realmente a cristandade quando apoiam a sua credibilidade sobre atitudes que colocam os interesses da comunidade acima de qualquer outro objectivo, e consideram-se a si mesmos, antes e principalmente, servidores do bem comum.

8. Ao concluir estas breves considerações, desejo louvar as especiais virtudes do povo filipino, oriundas de uma sólida tradição de fé e de amor para com o próximo. Ao longo de toda a vossa história tendes acolhido o apelo do Evangelho, o convite à bondade, à honestidade e ao respeito pela pessoa humana e ao serviço desinteressado. O vosso esforço pelos ideais de paz, de justiça e de amor fraterno contém a promessa de que o futuro desta terra estará em continuidade com a sua história passada. Mas o desafio é grande e está diante de cada um dos cidadãos deste país. O contributo de cada um é importante.Ao aproximarmo-nos agora do fim deste segundo milénio, deveis estar prontos a continuar no caminho que a fé em Cristo e a sua mensagem de amor traçaram para vós. Oxalá a graça de Deus possa sustentar-vos! A Bem-aventurada Virgem Maria, invocada com inúmeros títulos e venerada em santuários e instituições um pouco por toda a parte na vossa terra, seja sempre a querida e afectuosa Mãe do povo filipino. E que o seu Filho, Jesus Cristo, amoroso e misericordioso Salvador do género humano, vos conceda o grande dom da sua paz agora e sempre.

Mabuhay ang Filipinas! Viva as Filipinas!



VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE

AO EXTREMO ORIENTE (PAQUISTÃO, FILIPINAS,

GUAM, JAPÃO E ALASKA)

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II

NO ENCONTRO COM AS RELIGIOSAS NO SANTUÁRIO


DE NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO


Manila, Bairro de Baclaran

Terça-feira, 17 de Fevereiro de 1981



Caríssimas Irmãs

Bendigo a Providência de Deus que me trouxe de novo a Manila, a este Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde uma vez celebrei Missa. Bendigo a Providência de Deus que me trouxe a vós, e vós a mim. Dá-me sempre muito prazer encontrar-me com as Religiosas nas minhas viagens apostólicas, mas hoje sinto uma alegria particular por saber que o vosso é um dos países em que as vocações para a vida consagrada florescem, e que esta generosa resposta à graça é já em si mesma um dom que Deus vos dá.

1. E ao mesmo tempo que agradeço ao Senhor o grande número de pessoas que Ele chamou para a vida religiosa, desejo exprimir-vos a minha estima e afecto em Cristo Jesus, e oferecer-vos o meu encorajamento. Em primeiro lugar, desejaria ajudar-vos a preservar e aumentar nos vossos corações o respeito e o amor pela vossa sublime vocação. Rezo para que todos os dias saibais responder mais generosamente a esta vocação, de maneira a crescerdes constantemente na semelhança de Cristo vosso Ideal e vosso Mestre: a vossa consagração religiosa é essencialmente um acto de amor por Jesus Cristo.

2. Quanto mais intensamente viverdes este amor e quanto mais intimamente vos unirdes a Jesus, tanto maior será o testemunho que dareis do Evangelho. Observou-se com frequência que existe uma estreita conexão entre o fervor da vida religiosa de um país e a condição da Igreja nesse mesmo país: uma fervorosa vida religiosa significa uma Igreja viva e apostólica; onde este fervor arrefece, a vitalidade da Igreja local diminui. Se, por desgraça, surgissem a indiferença e a mediocridade, reflectir-se-ia imediatamente no povo cristão. Por outro lado, quando a Igreja, no decurso da sua história, foi perturbada por crises, foi sempre a vida religiosa que deu o sinal para uma reanimação e renovada fidelidade ao Evangelho.

A vossa responsabilidade a este respeito é ainda maior, devido à especial situação que predomina nas Filipinas. O vosso país está profundamente marcado pelo catolicismo, numa imensa parte do mundo que necessita do testemunho de uma Igreja fervorosa e vital, de maneira que o Evangelho possa ser mais conhecido e acolhido em toda a parte.

3. Compreendestes perfeitamente tudo isto, e toda a vossa actividade demonstra que a vossa generosa consagração ao amor de Deus vos torna particularmente capazes de amar todos os vossos irmãos e irmãs, prontas a sacrificardes-vos por eles sem sentimentos de egoísmo nem reserva alguma. Sei quanto trabalhais em favor das crianças, dos doentes e dos anciãos, das famílias, dos pobres e dos muitos refugiados que vieram para esta região. Sei que a vossa dedicação se estende também às terras de Missão; sei que tomais parte no trabalho de catequese, e asseguro-vos que esta vossa actividade é profundamente apreciada pelos Bispos. Sois verdadeiramente testemunhas do amor de Cristo, e os vossos Pastores estão-vos gratos pela vossa amorosa presença e actividade entre aqueles a quem o Salvador ama com especial amor. Em nome de Jesus e em nome da sua Igreja agradeço-vos a todas. Ao mesmo tempo desejaria assegurar-vos que a transformação do mundo e a reconstrução do Reino de Cristo, reino de justiça e de paz, podem ser realizadas com a graça e o poder do amor de Deus em nós. Só o amor pode transformar os corações, e sem amor não pode haver reforma adequada nas estruturas da sociedade. A única violência que conduz à reconstrução do Reino de Cristo é o sacrifício e o serviço que nasceram do amor.

4. Exprimo também a minha gratidão àquelas de entre vós que vivem uma vida de clausura e de contemplação, tão abertas à presença de Deus vivo, num mundo tão frequentemente confuso e que às apalpadelas vai em busca da luz. Sois verdadeiramente necessárias. E mediante a vossa vida quotidiana de oração e de sacrifício, unida na oblação de Cristo, ajudais eficazmente as vossas Irmãs no seu apostolado activo. Sois, além disso, uma grande ajuda para toda a Igreja e para a sua Cabeça visível na missão de proclamar Deus, e digo-vos que confio muitíssimo na vossa colaboração e nas vossas súplicas ao Senhor.

5. A missão das Religiosas é por conseguinte muito importante. E, para vos ajudar a corresponder a essa missão de modo cada vez mais perfeito, desejaria indicar-vos três pontos de importância fundamental.

Primeiro, o vosso dever de serdes testemunhas. Por motivo do vosso baptismo deveis ser sinal e instrumento da união com Deus e da salvação do mundo. Em primeiro lugar está a vida no Espírito, mediante a escuta da palavra, a oração interior, o fiel cumprimento da missão que vos foi confiada, a doação de vós mesmas no serviço e na humildade do arrependimento (cf. Mutuae Relationes, 4b). Mediante a vossa consagração religiosa sois para o mundo testemunho visível do profundo mistério de Cristo, porque o representais "em contemplação no monte, quer evangelizando o Reino de Deus às multidões; curando os enfermos e os feridos, convertendo os pecadores ou ainda a abençoar as criancinhas e a fazer bem a todos, obedecia em cada atitude à vontade do Pai que o enviou" (Lumen Gentium LG 46). Mediante a vossa particular vocação, vivida numa Ordem ou numa Congregação aprovadas pela Igreja, sois um sinal particular de santificação e de trabalho apostólico que vos confere um papel específico na Igreja, um papel com o seu carácter distinto. Permanecei sempre fieis a esta vocação, não obstante as tentações. Procurai a vossa alegria preservando a vossa identidade interior e sendo reconhecidas exteriormente por aquilo que sois.

O segundo ponto que desejo mencionar é a oração. É vital que todos reconheçam a necessidade de rezar e que de facto rezem, mas as Religiosas, como pessoas chamadas a ser especialistas na oração, devem buscar Deus e amá-l'O sobre todas as coisas; em todas as circunstâncias devem esforçar-se por viver uma vida escondida com Cristo em Deus, uma vida da qual o amor do próximo brota e se torna uma necessidade premente. Deveis, pois, por Cristo, com Cristo e em Cristo, intensificar a vossa pessoal e comunitária familiaridade com a principal fonte da actividade apostólica e caritativa, e, deste modo, participareis intimamente na missão que tem a sua origem no Pai. Como disse na minha mensagem na Reunião Plenária da Sagrada Congregação para os Religiosos e os Institutos Seculares, "o vosso primeiro dever é, de facto, estar com Cristo. Perigo constante para os operários apostólicos é deixarem-se arrastar de tal modo pela sua actividade na causa pelo Senhor que esqueçam o Senhor de toda a actividade". E assim, quando fizerdes os cálculos dos vossos deveres apostólicos, assegurai-vos sempre de dedicar alguns momentos todos os dias à oração pessoal e comunitária. Estes tempos de oração devem ser respeitados com esmero, e oportunamente prolongados; e, por fim, não deveis hesitar em lhes acrescentar períodos de recolhimento e oração mais intensos, em tempos particularmente destinados para este fim. Deveis sempre assegurar-vos de que o centro natural das vossas comunidades seja a Eucaristia: podeis conseguir isto com a vossa participação fervorosa e quotidiana na missa e com a oração comunitária num oratório onde a presença Eucarística de Cristo exprima e realize aquilo que deve ser a missão principal de todas as famílias religiosas (cf. Evangelica Testificatio, 48).

O terceiro ponto que desejo mencionar é a docilidade amorosa ao Magistério da Igreja, que é uma consequência evidente da vossa particular posição eclesial. Como sabeis, a vida religiosa não tem sentido senão na Igreja e na fidelidade às suas directrizes. "Seria um grave erro tornar as duas realidades — a vida religiosa e as estruturas eclesiais — independentes uma da outra, ou opor uma à outra como se pudessem subsistir como duas entidades distintas, uma carismática e outra institucional. Ambos os elementos, isto é, os dons espirituais e as estruturas eclesiais, formam uma única, ainda que complexa, realidade" (Mutuae Relationes, 34). Exorto-vos, por conseguinte, a estardes sempre prontas a acolher o ensinamento da Igreja, e, fiéis ao vosso carisma, a colaborar na actividade pastoral das vossas dioceses locais, sob a direcção dos vossos Bispos unidos a Pedro e em união com Cristo. A vossa adesão à palavra de Deus, como é proclamada pela Igreja será a medida da vossa eficiência na comunicação da verdade e da liberdade de Cristo. O mesmo Espírito que nos torna atentos aos "sinais dos tempos" dotou a Igreja de Cristo com o carisma apostólico e pastoral do Magistério, de maneira que ela possa transmitir eficazmente e palavra de verdade, vivificante e libertadora, de Cristo. Lembremo-nos sempre das palavras de Jesus: "conhecereis a verdade e a verdade libertar-vos-á" (Jn 8,32).

6. Foi muito oportuno o nosso encontro ter-se realizado hoje neste Santuário dedicado a Maria, Mãe do Perpétuo Socorro, o título que nos lembra termos constantemente necessidade da Sua protecção. Como ensina o Concílio, a Mãe de Deus é o modelo do cristão na fé, no amor e na perfeita união com Cristo (cf. Lumen Gentium LG 63); e de modo particular ela é a Mãe e o modelo daqueles que vivem a vida consagrada.

Manifestais a vossa devoção a Maria celebrando as suas festas, rezando diariamente em sua honra de modo particular o Rosário, e imitando a sua vida. Oxalá esta devoção seja cada dia mais forte! A vossa vida consagrada deve reflectir a vida de Maria: o "sim" que ela pronunciou na Anunciação não foi senão a confirmação da sua atitude precedente e o ponto de partida para uma viagem em companhia do Senhor, a qual durou toda a sua vida. Deste modo, Maria recorda às Religiosas a necessidade de responder cada vez mais generosamente aos planos do Senhor acerca delas. Cada uma dará esta resposta em primeiro lugar abrindo-se ao Espírito Santo, com a sua contínua conversão a Cristo, com a sua castidade, pobreza e obediência, numa palavra, coda a descoberta constante da sua vocação e missão na Igreja. Tudo isto constitui aquela "formação permanente" que durante um certo número de anos foi proposta como muito necessária.

7. O amor consagrado da vossa vida religiosa é vivido no contexto de um Instituto eclesiasticamente aprovado e por esta razão é um elemento comunitário. Isto diz respeito a todas as Religiosas seja qual for o lugar que ocupem nas suas comunidades. Cada Instituto tem a responsabilidade da formação dos seus membros segundo o seu próprio carisma e na fidelidade ao Magistério da Igreja. A este propósito a união entre as irmãs, a dedicação para com os outros, o interesse pelos problemas do mundo, e a organização recta da vida quotidiana darão apoio e impulso aos esforços de todos os interessados.

8. Desejaria dirigir-vos um convite formal para intensificardes a vossa colaboração apostólica no serviço famílias cristãs, de harmonia com as conclusões a que chegou o recente Sínodo dos Bispos. Os laços entre as famílias e a vida religiosa são profundos e vitais; a família cristã é a fonte normal de vocações para a vida religiosa. A vida religiosa ajudará as famílias a tornarem-se cada vez mais cristãs e a darem testemunho cada vez mais claro do amor de Cristo, assistindo-as na educação cristã dos seus filhos, preocupando-se pelos doentes e enfrentando os problemas da vida.

9. Mediante o vosso contacto com as famílias e o exemplo de santidade que dais em todas as formas do vosso apostolado, sereis capazes de ser instrumentos da graça de Deus em relação às vossas vocações religiosas. Efectivamente, foi-vos confiada esta missão para cumprirdes: mediante a oração e a alegria da vossa vida consagrada ao Senhor, sois chamadas a fazer da vocação religiosa na Igreja, qualquer coisa que atraia os jovens e as jovens de hoje. Eles devem ser capazes de compreender claramente — convencendo-se com os testemunhos que lhes dais — que as vossas vidas são permeadas de amor pessoal ao vosso esposo Jesus Cristo, um amor que também o abrange em toda a humanidade. Na minha primeira Encíclica dizia que "não podemos viver sem amor". Somos incompreensíveis para nós mesmos se não o experimentarmos e não o fizermos nosso (cf. Redemptor hominis RH 10). E é quando damos testemunho de um amor alegre e sacrificado que o nosso estilo de vida se torna crível e o apelo de Cristo, humanamente falando, se torna atraente e digno de ser seguido. Ser capaz de mostrar aos jovens que este amor consagrado por Jesus pode em si mesmo satisfazer as mais profundas aspirações da pessoa humana é uma grande missão de fé, e é esta, queridas irmãs, a vossa missão.

Finalmente, agradeço-vos mais uma vez a vossa ajuda que tornou possível esta peregrinação mediante as vossas orações e a vossa diligente colaboração. Confio todas as vossas intenções a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e peço-Lhe que vos ajude a viver a vossa consagração cada vez mais generosamente, para que venha o Reino do Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. Porque, segundo as palavras de São Pedro: "Sem O terdes visto, vós O amais; sem O verdes, ainda, crestes n'Ele e isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa" (1P 1,8).

Queridas Irmãs: Louvado seja Jesus Cristo!



Discursos João Paulo II 1981 - Manila (Filipinas), 18 de Fevereiro de 1981