Discursos João Paulo II 1998

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS PARTICIPANTES NA ASSEMBLEIA PLENÁRIA


DA PONTIFÍCIA ACADEMIA DAS CIÊNCIAS


27 de Outubro de 1998



Senhor Presidente
Senhoras e Senhores Académicos

1. Sinto-me feliz por vos acolher nesta manhã e vos dirigir as minhas cordiais saudações, por ocasião da Assembleia plenária da Pontifícia Academia das Ciências sobre as mudanças que se referem ao conceito de natureza. Agradeço a Sua Excelência, Senhor Nicola Cabibbo, as amáveis palavras que acaba de me dirigir. Saúdo cordialmente D. Giuseppe Pittau, antigo Chanceler da vossa Academia, e agradeço ao Mons. Marcelo Sánchez Sorondo, que aceitou suceder- lhe no cargo.

As reflexões que fazeis são particularmente oportunas. Na antiguidade, Aristóteles tinha aperfeiçoado determinadas expressões, que foram retomadas na Idade Média e das quais São Tomás de Aquino se serviu para elaborar a sua doutrina teológica. Desejamos que os cientistas e os filósofos continuem a dar o seu contributo à investigação teológica e às diferentes formas do conhecimento humano, a fim de se compreender cada vez mais profundamente o mistério de Deus, do homem e da criação. A interação das disciplinas, num diálogo fraterno (cf. Encíclica Fides et ratio FR 33), pode ser uma grande fecundidade, pois ela alarga a nossa visão acerca do que somos e daquilo que nos tornamos.

2. No decorrer dos séculos, o conceito de natureza foi o objecto de múltiplas reflexões, sobretudo em teologia e em filosofia. O conceito desenvolvido por Ulpiano reduzia a natureza ao aspecto biológico e instintivo do homem (cf. Inst., I, 2). Num certo número de teorias actuais, volta-se a encontrar esta tentação de reduzir o ser humano a esta realidade meramente material e física, fazendo do homem um ser que se comportaria apenas como as outras espécies da criação. O alargamento do campo científico levou a multiplicar o sentido deste vocábulo. Em certas ciências, ele refere-se à ideia de lei ou de modelo; noutras, está relacionado com a noção de regularidade e de universalidade; noutras ainda, recorda a criação em sentido geral ou segundo certos aspectos do ser vivo; por fim, noutras ele apresenta a pessoa humana na sua unidade particular, com as suas aspirações humanas. Está também relacionado com o conceito de cultura, para exprimir a ideia da formação progressiva da personalidade do homem, na qual se encontram associados elementos que lhe são dados - é a sua natureza - e outros adquiridos no contacto com a sociedade; esta é a dimensão cultural através da qual o homem se realiza (cf. Aristóteles, A Política, I, 2, 11-12). As descobertas científicas e técnicas recentes no que diz respeito à criação do homem, no infinitamente pequeno ou no infinitamente grande, modificaram de modo significativo o sentido do conceito de natureza, aplicado à ordem criada, visível e inteligível.

3. Perante estas diferenças conceituais no campo da pesquisa científica e técnica, seria bom interrogar-se acerca dos significados deste conceito, porque as repercussões sobre o homem e sobre a opinião que os cientistas têm dele estão longe de serem negligenciadas. O principal perigo consiste em reduzir um indivíduo a um objecto, ou considerá-lo ao mesmo nível dos outros elementos naturais, dando desta forma um carácter relativo ao homem, que Deus situou no centro da criação. Na medida em que nos interessamos, em primeiro lugar, pelos elementos, somos tentados a não discernir a natureza dum ser vivo ou da criação, tomada na sua globalidade, e de a reduzir a conjuntos de elementos com numerosas interações. Assim, o homem deixa de ser entendido na sua unidade espiritual e corporal, na sua alma, princípio espiritual que no homem é como a forma do seu corpo (cf. Concílio de Viena; Constituição Fidei catholicae, DzS, 902).

4. Na filosofia e na teologia católicas e no Magistério, o conceito de natureza reveste tal importância, que merece ser posta em relevo. Ele evoca antes de mais a realidade de Deus na sua própria essência, exprimindo desta forma a unidade divina da «santa e inefável Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, (que) por natureza é um único Deus, consubstancial, uma só natureza, bem como uma só majestade e poder» (XI Concílio de Toledo, DzS, 525). O mesmo termo manifesta também a criação, o mundo visível que deve a sua existência a Deus e que se enraiza no acto criador, pelo qual «o mundo começou quando foi tirado do nada» (Catecismo da Igreja Católica CEC 338). Segundo o desígnio divino, a criação encontra a sua finalidade na glorificação do seu autor (cf. Lumen gentium LG 36). Por conseguinte, entendemos que este conceito exprime de igual modo o sentido da história, que vem de Deus e se encaminha para o seu fim, e o retorno de todas as coisas criadas em Deus; a história não pode, por conseguinte, ser entendida como uma história cíclica, porque o Criador é também o Deus da história da salvação. «Deus que fundamenta e garante o carácter inteligível e racional da ordem natural das coisas, sobre a qual os cientistas se apoiam confiadamente, é o mesmo que Se revela como o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo» (Fides et ratio FR 34).

Devido à sua razão e às diferentes operações intelectivas, que são próprias da natureza do homem considerado como tal (cf. S. Tomás de Aquino, Summa Theológica, I-II, q. 71, a. 2), o homem é «por sua natureza capaz de chegar ao Criador» (Fides et ratio FR 8) ao contemplar a obra da criação, porque o Criador dá-Se a conhecer através da grandeza da Sua obra. A sua beleza e a interdependência das realidades criadas estimulam os sábios à admiração e ao respeito dos princípios próprios da criação. «A natureza, objecto próprio da filosofia, pode contribuir para a compreensão da revelação divina» (Ibid., n. 43). Contudo, este conhecimento racional não exclui outra forma de conhecimento, o da fé, fundado na verdade e no facto que o Senhor se comunica aos homens.

5. Dado que o aplicamos ao homem, ápice da criação, o conceito de natureza assume um sentido particular. O único ser sobre a terra que Deus quis por si mesmo, tem uma dignidade que lhe provém da sua natureza espiritual, na qual se encontra a marca do Criador, porque ele foi criado à Sua imagem e semelhança (Gn 1,26) e dotado das mais altas faculdades que uma criatura pode possuir: a razão e a vontade. Estas permitem-lhe determinar-se livremente e entrar em comunicação com Deus, a fim de responder ao Seu apelo e realizar-se de acordo com a sua natureza. De facto, devido à sua natureza espiritual, o homem é capaz de acolher as realidades sobrenaturais e de alcançar a bem-aventurança eterna, oferecida por Deus de modo gratuito. Esta comunicação é possível porque Deus e o homem são duas essências de natureza espiritual. Assim dizia Gregório de Nazianzo, quando falava do Senhor que tinha revestido a nossa natureza humana: «Cristo cura o semelhante com o semelhante » (Oratio, 28, 13). Na perspectiva deste Pai capadócio, a aproximação metafísica e ontológica permite-nos compreender o mistério da Encarnação e da Redenção, mediante o qual Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, tomou a condição humana (cf. Gaudium et spes GS 22). Falar de natureza humana recorda também que existe uma unidade e uma solidariedade de todo o género humano. Porque o homem deve ser considerado «na plena verdade da sua existência, do ser pessoal e, ao mesmo tempo, do seu ser comunitário e social» (Redemptor hominis RH 14).

6. No final do nosso encontro, encorajo-vos a prosseguir o vosso trabalho científico num espírito de serviço prestado ao Criador, ao homem e a toda a criação. Desta forma, os seres humanos louvarão a Deus do Qual tudo provém (1Ch 29,14); respeitarão a dignidade de cada homem e encontrarão a resposta às interrogações fundamentais da sua origem e do seu fim último (cf. Fides et ratio FR 1). Ocupar-se-ão da criação, «querida por Deus como um dom orientado para o homem, como herança que lhe é destinada e confiada» (Catecismo da Igreja Católica, CEC 299), e que é boa por natureza (cf. Concílio de Florença, Bula Cantate Domino, DzS, 1333).

Ao desejar que o vosso trabalho seja frutuoso num diálogo rico entre as diferentes disciplinas que representais, concedo-vos de todo o coração a Bênção Apostólica.



SAUDAÇÃO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS PEREGRINOS DA «ACROSS TRUST»


POR OCASIÃO DO 25° ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO


29 de Outubro de 1998





Caros Irmãos e Irmãs em Cristo!

«Com a ternura de Jesus Cristo» (Ph 1,8), dou-vos as boas-vindas ao Vaticano enquanto a «Across Trust» celebra o seu vigésimo quinto aniversário, e uno-me a vós ao dar graças a Deus pelos muitos dons que estes anos ofereceram a tão grande número de pessoas.

A obra de grupos como a «Across Trust» dá testemunho da verdade que os doentes e os que sofrem estão no centro do Evangelho. Proclamamos Cristo crucificado (cf. 1Co 1,23), ou seja, proclamamos uma força que deriva precisamente da debilidade (cf. 2Co 12,10). Quando os doentes e os que sofrem estão unidos a Cristo, a força de Deus entra na sua vida e, precisamente através da sua debilidade, toca o mundo. Todos vós, doentes e quantos cuidam de vós, compartilhais de maneira particular o mistério da cruz do Senhor, «o Evangelho do sofrimento» (Salvifici doloris, 6).

De facto, o sofrimento humano pode demonstrar a bondade de Deus: a ferida pode tornar-se uma fonte de vida (cf. Jo Jn 19,54). A experiência do sofrimento desanima e deprime muitas pessoas, mas na vida de outras pode criar uma humanidade mais profunda: pode oferecer nova força e uma nova percepção. O caminho para a compreensão deste mistério é a nossa fé. Quando a fé se transforma em contemplação orante, revela-nos o poder da vitória pascal do Senhor: «Não haverá mais morte, nem pranto, nem gritos, nem dor» (Ap 21,4).

Oro para que o Senhor ressuscitado esteja com todos vós, a fim de infundir no vosso coração a alegria que sentem todos os que sabem que nada «poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, Nosso Senhor» (Rm 8,39). Que a Virgem Maria, Mãe das Dores e Mãe de todas as alegrias, vos proteja com amor particular! Como penhor da força divina e da paz, concedo de coração a minha Bênção Apostólica.




AOS PEREGRINOS MEMBROS


DA FUNDAÇÃO «JOÃO PAULO II»


29 de Outubro de 1998





«Deus ama o que dá com alegria» (2Co 9,7). Com estas palavras de São Paulo, quero dar as boas-vindas a todos os presentes. Saúdo os membros do Conselho de Administração da Fundação, em primeiro lugar o seu Presidente, o Arcebispo D. Szczepan Wesoly, a quem agradeço o discurso de introdução. Saúdo cordialmente o Senhor Cardeal Adam J. Maida, Arcebispo de Detroit; o Arcebispo D. Józef Kowalczyk, Núncio Apostólico na Polónia; D. Stanis Šaw Rylko, Secretário do Pontifício Conselho para os Leigos; e D. Stanislaw Dziwisz, Prefeito Adjunto da Casa Pontifícia e Vice-Presidente do Conselho. De modo particular saúdo os Amigos e Benfeitores da Fundação aqui presentes. A minha saudação abrange também aqueles que não puderam vir e que sustentam a Fundação com generosidade, espiritual e materialmente.

Iniciei com as palavras do Apóstolo Paulo, dirigidas como encorajamento aos fiéis da Igreja de Corinto, que organizavam o apoio material para a comunidade de Jerusalém. O Apóstolo escreve: «Dê cada um segundo o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama o que dá com alegria. E Deus é poderoso para vos cumular com toda a espécie de graças, para que, tendo sempre em todas as coisas o necessário, fique ainda muito para toda a espécie de boas obras. [...] Aquele que dá a semente ao semeador e o pão para comer, também vos dará a semente em abundância e multiplicará os frutos da vossa justiça. Sereis enriquecidos em tudo, podereis exercer toda a espé- cie de generosidade, de modo que, por nosso intermédio, sejam dadas graças a Deus» (2Co 9,7-11).

Este «hino de acção de graças a Deus», do Apóstolo, pela generosidade dos homens de boa vontade, é incessantemente elevado na Igreja. Hoje, faço-o também eu, apresentando a Deus tudo aquilo que no arco de dezassete anos pôde realizar a Fundação, graças à bondade e à generosidade de Amigos do mundo inteiro.

Sei como foi grande o contributo para a obra da propagação da cultura cristã. Tenho aqui na mente não só as publicações feitas, graças aos financiamentos por parte da Fundação, mas sobretudo a grande ajuda que é oferecida aos jovens que empreendem estudos em vários sectores, na Polónia e no estrangeiro. Essa ajuda tem uma grande importância, especialmente hoje, quando se abriram novas possibilidades aos nossos irmãos dos países confinantes, e ao mesmo tempo novos desafios apresentam-se diante deles. Trata-se do mais precioso investimento, feito durante longos anos, que cresce incessantemente, quando os bolsistas, depois de terem terminado os seus estudos, dedicam as suas capacidades ao serviço dos outros. Não menos preciosas são as experiências dos jovens representantes da emigração polaca, que vêm a Roma durante as férias de Verão, a fim de conhecerem as raízes cristãs da cultura polaca e mundial. De igual modo, também milhares de peregrinos da Polónia, de vários países da Europa e de outros continentes encontram na Casa Polaca não só um tecto, mas também cuidado e ajuda espiritual. Graças a este serviço, eles podem, com mais facilidade, usufruir dos frutos da peregrinação aos inícios apostólicos. Há ainda outra obra digna de ser hoje mencionada. Graças à Fundação é recolhida a documentação deste pontificado. Durante estes vinte anos, ela foi testemunha de muitos eventos na vida da Igreja e do mundo que, por vontade da Divina Providência, forma a nossa história e a nossa quotidianidade. É bom que a memória destes sinais do amor de Deus possa ser conservada para as gerações futuras, a fim de que também elas possam participar no nosso agradecimento, pelas graças que nos foram dadas durante este tempo.

Eis apenas alguns sectores da actividade em que a Fundação se pode empenhar, graças à generosidade vossa e de homens de boa vontade do mundo inteiro. Espero que estejam a realizar-se as palavras do Apóstolo, segundo as quais aqueles que usufruíram deste serviço, «com a oração por vós, manifestam o ardor da afeição que vos consagram, por causa da excelsa graça de Deus, que existe em vós. Graças a Deus pelo Seu dom inefável» (2Co 9,14-15). Creio que esta obra produza não só frutos exteriores, mas também forme interiormente cada uma das pessoas e a inteira sociedade. Segundo quanto escreve o Apóstolo, «o que dá com alegria», quem compartilha com os outros por uma necessidade do coração, «não com tristeza nem constrangimento», torna-se «rico de boas obras», merece o amor de Deus e fica repleto das Suas graças, e deste modo «crescerão os frutos da sua justiça». Desta bondade e desta justiça nasce o intenso sentido de solidariedade com os outros, que une vários grupos humanos. A vossa presença aqui é disto uma prova eloquente. Vindes não só dos países da Europa, mas também da América do Norte e do Sul, e até da longínqua Indonésia. Em várias partes do mundo surgem novos Círculos de Amigos da Fundação, estabelecem-se novos contactos, forma-se uma grande comunidade de homens desejosos de se inserir na mesma obra. Hoje, agradecemos a Deus o dom desta união no bem.

Ontem foram abençoadas as novas lápides, nas quais estão gravados os nomes de muitos de vós, e também de outros benfeitores. É um sinal externo de gratidão para com aqueles que, do modo mais generoso, respondem às necessidades da Fundação. Contudo, sabe-se que é inumerável a multidão daqueles que lhe oferecem as suas orações, os seus sofrimentos e muitas vezes o seu «óbolo da viúva». Com grande gratidão quero recordar aqui também eles. Que o bom Deus os recompense com todas as Suas graças.

Ao ajudardes a Fundação que tem o meu nome, exprimis a vossa dedicação e benevolência para com o Papa. Estou-vos muito grato por isto. Retribuo a vossa benevolência recomendando a Deus, na oração, todos os que me apoiam no ministério petrino. Peço-vos, levai o meu agradecimento e a minha saudação aos vossos entes queridos, aos membros dos Círculos de Amigos da Fundação e a todos aqueles que, de algum modo, se inserem nesta boa obra.

Abençoo-vos de coração.

Excelência
Queridos amigos!

Dirijo cordiais boas-vindas aos membros da vossa Fundação, por ocasião do vosso encontro em Roma. Realizais a vossa visita pouco depois do vigésimo aniversário da eleição deste filho da Polónia à Sé de Pedro, e aproveito a ocasião para vos agradecer a proximidade espiritual durante estes anos. A Fundação foi instituída para promover os ricos valores espirituais, que são uma grande parte da milenária cultura cristã da Polónia. Estou-vos sumamente grato pelo apoio que ofereceis a este digno empreendimento e pelos vossos esforços em ordem a garantir o seu futuro, através da instituição de um fundo perpétuo de dotação.

Revigorar o vínculo entre fé e cultura é um traço essencial da missão da Igreja, em particular neste período que nos separa do Terceiro Milénio cristão. A nova evangelização exorta não só a um renovado apreço do grande património cultural, que forjou o passado da Polónia, mas também a um empenho pessoal, por parte de todos os crentes, em edificar uma sociedade moderna inspirada pelos mesmos e profundos valores humanos e espirituais.

Durante a minha última visita pastoral à Polónia, ressaltei que: «Da nossa perseverança na fé dos antepassados, do ardor dos nossos corações e da abertura das nossas mentes depende, com efeito, se as gerações futuras forem conduzidas para Cristo, mediante o mesmo testemunho de santidade, que nos foi deixado por Santo Adalberto, Santo Estanislau e Santa Rainha Edviges» (Cracóvia, Angelus, 8 de Junho de 1997, ed. port. de 21.6.1997, pág. 3).

Caros amigos, oro para que o vosso apoio à Fundação produza frutos abundantes para a renovação da vida cristã e a difusão do Reino de Deus. Confio todos vós a Nossa Senhora de Czêstochowa, cujo rosto familiar nos acompanha ao longo da nossa peregrinação.



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS BISPOS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL


DO OCEANO ÍNDICO (CEDOI)


POR OCASIÃO DA VISITA


«AD LIMINA APOSTOLORUM»


29 de Outubro de 1998





Estimados Irmãos no Episcopado
Querido Irmão no Sacerdócio

1. No momento em que realizais a vossa visita ad Limina, sinto-me feliz por vos acolher nesta casa, a vós que recebestes a tarefa de guiar o povo de Deus cumprindo o tríplice ministério de ensinar, santificar e governar. Como Membros da Conferência Episcopal do Oceano Índico (CEDOI), dado que viestes em peregrinação aos túmulos dos Apóstolos, manifestais a vossa comunhão viva e dinâmica com a Igreja universal, ao encontrar-vos com o Sucessor de Pedro e com os seus colaboradores. Faço votos por que, nesta ocasião, o vosso zelo pastoral ao serviço do Evangelho seja revigorado e que as vossas comunidades encontrem um novo impulso para a sua vida cristã e o seu empenho missionário.

Agradeço ao Presidente da vossa Conferência Episcopal, D. Maurice Piat, Bispo de Porto Luís na Ilha Maurício, ter manifestado com delicadeza os sentimentos que vos animam e apresentado as recentes evoluções da situação da Igreja na vossa região. Através de vós, saúdo muito cordialmente os sacerdotes, religiosos, religiosas, catequistas e leigos das vossas dioceses, bem como todos os povos que habitam as Ilhas do Oceano Índico. Deus os cumule de graças a fim de que vivam sempre na paz e na solidariedade! Permiti-me recordar aqui o querido Cardeal Jean Margéot, pedindo-vos que lhe transmitais a minha afectuosa união na oração.

2. O contexto no qual exerceis o vosso ministério episcopal contém uma grande diversidade. Faço votos por que os grupos humanos e religiosos que constituem cada uma das vossas regiões continuem activamente a sua cooperação na edificação de sociedades fraternas e pacíficas onde cada um, reconhecido e aceite na sua diversidade, possa participar de modo legítimo na vida colectiva. As particularidades das situações humanas com que vos deparais, são também uma riqueza para o testemunho da universalidade e da unidade, que a Igreja de Cristo deve dar no seio das nações. Por outro lado, a dispersão das vossas Dioceses em ilhas, por vezes muito distantes umas das outras, é para vós um apelo a reforçar as colaborações no âmbito da vossa Conferência Episcopal e a estabelecer cada vez mais relações com as Igrejas particulares mais próximas de vós, a fim de que o clero e os fiéis encontrem o apoio necessário ao seu empenho.

3. Quando estamos para iniciar o último ano de preparação para o Grande Jubileu, toda a Igreja é convidada a alargar os seus horizontes «até à própria perspectiva de Cristo: a perspectiva do "Pai que está nos céus" (cf. Mt Mt 5,45), que O enviou e a Quem Ele retornou (cf. Jo Jn 16,28)» (Tertio millennio adveniente, TMA 49). Cada uma das vossas comunidades encontra-se de igual modo empenhada, de maneira particular, a dirigir o seu olhar ao Pai de todos os homens para, na relação íntima com Ele, beberem nas fontes do amor que as fez existir e que elas têm por vocação testemunhar com audácia.

Oxalá esta última etapa permita a todos os fiéis prosseguir resolutamente o caminho da conversão do coração, a fim de encarar o novo Milénio animados pela vontade de viver numa fidelidade sempre maior à mensagem do Evangelho! Faço votos por que as vossas Dioceses encontrem na celebração jubilar a oportunidade de se empenharem fervorosamente numa nova evangelização, apoiando-se na leitura e na meditação da Palavra de Deus e na participação regular da Eucaristia, na qual o Verbo encarnado Se oferece sacramentalmente em sacrifício pela salvação do mundo. Nesta ocasião, concedendo uma atenção particular aos fiéis que se distanciaram da comunidade eclesial, a missão evangelizadora da Igreja esforça-se por se destinar a todos os homens, a fim de lhes manifestar o amor de Cristo e despertar neles uma nova esperança!

4. Para viver e se desenvolver, as vossas comunidades precisam de ministros ordenados, animados dum profundo espírito apostólico. Através de vós, encorajo calorosamente todos os sacerdotes que se dedicam com abnegação ao serviço da Igreja, anunciando a Boa Nova de Cristo até às Ilhas distantes. Convido-os a formar um presbitério cada vez mais unido em redor do seu Bispo. Que eles sejam fiéis à missão que receberam, reconhecendo a grandeza do dom que Deus lhes fez. Numa profunda vida espiritual e numa partilha fraterna recíproca, encontrarão um apoio vigoroso para o dinamismo da sua acção apostólica e pastoral.

A fim de favorecer a vitalidade das comunidades dispersas em territórios vastos, poderia ser útil promover nas vossas regiões o diaconado permanente, que é um enriquecimento importante para a missão da Igreja. Como já tive ocasião de dizer, «uma exigência particularmente sentida na decisão do restabelecimento do diaconado permanente, era e é a de maior e mais directa presença de ministros da Igreja nos vários ambientes de família, de trabalho, de escola, etc., além de nas estruturas pastorais constituídas» (Audiência geral, 6 de Outubro de 1993, n. 6; Congregação para a Educação Católica e Congregação para o Clero - O ministério e a vida dos diáconos permanentes, 22 de Fevereiro de 1998).

Aos religiosos e às religiosas, dirijo também os meus votos cordiais para que continuem a viver plenamente a sua oferta a Deus, numa disponibilidade cada vez maior para a obra do Espírito, e para que se possa descobrir neles sinais da acção santificadora de Deus entre os homens.

Queridos Irmãos no Episcopado, no exercício do vosso ministério, é vossa tarefa cuidar de modo particular das vocações sacerdotais e religiosas. Oxalá as vossas comunidades tenham a preocupação de transmitir aos jovens o convite do Senhor a segui-l'O no serviço à Igreja e ao mundo! Aos jovens da vossa região, dirijo um premente apelo a manifestar a sua disponibilidade interior, escutando a palavra de Cristo. Peço às suas famílias que os ajudem generosamente a responder às solicitações do Senhor.

Também me alegro com o vosso desejo de oferecer aos seminaristas uma estrutura de formação comum, que os ajudará a ter a preocupação dos verdadeiros valores da sua região, permitindo- lhes tornar-se sacerdotes espiritualmente sólidos e disponíveis, devotados à causa do Evangelho (cf. Exortação Apostólica Ecclesia in Africa ). De igual modo, será para vós mais fácil formar um presbitério unido e preparado para uma colaboração mais estreita. O significado humano e espiritual do matrimónio

5. A pastoral familiar é uma das vossas preocupações constantes. Quando numerosas pessoas, vivendo juntas, põem em causa a necessidade do casamento, torna-se exigência primária da missão da Igreja fazer com que adquiram uma consciência mais viva do seu significado humano e espiritual, assim como do da família. São realidades queridas por Deus, essenciais para a vida da Igreja e da sociedade.

O primeiro dever da família é «viver fielmente a realidade da comunhão num constante empenho por fazer crescer uma autêntica comunidade de pessoas» (Familiaris consortio FC 18). Os casais cristãos têm a missão urgente de testemunhar a unidade e a indissolubilidade desta comunhão, que tem o seu fundamento e a sua força em Jesus Cristo.

Desejo profundamente que os jovens da vossa região assumam as suas responsabilidades no que se refere a este aspecto tão importante da sua existência e se preparem para formar famílias unidas e abertas à vida. Encorajo-vos a prosseguir o vosso empenho na educação da juventude para o amor humano. Perante situações permissivas ou que põem em questão os valores essenciais da vida humana, é necessário que os jovens possam descobrir a grandeza do papel do sacramento do matrimónio, que faz com que os esposos sejam cooperadores no amor de Deus Criador, a fim de transmitirem o dom da vida humana. Ao dar-lhes a graça de se amarem com o mesmo amor de Cristo, este sacramento será para eles uma ajuda preciosa para o aperfeiçoamento do seu amor humano, a fortificação da unidade do casal e contribui para que progridam nos caminhos da santidade. É importante que seja dado aos jovens casais um apoio contínuo, para que eles possam viver o seu amor na generosidade e na verdade. Seja-lhes de igual modo proposto o exemplo de famílias cristãs radiantes, fiéis e abertas ao próximo!

6. Uma sólida educação humana e espiritual deve ajudar os jovens a aprofundar a sua formação, a desenvolver todas as dimensões do seu ser e a ocupar o seu lugar na sociedade. Para isto, as escolas católicas, que existem em muitas das vossas dioceses, desempenham um papel importante participando na transmissão da mensagem evangélica e nos verdadeiros valores morais e espirituais. A actividade educadora da Igreja deve também preparar os leigos cristãos, para desempenharem uma parte activa em todos os âmbitos da vida do seu país, e testemunharem a justiça e a verdade, sendo quotidianamente o sal da terra. De facto, como escrevi na Exortação apostólica Christifideles laici, «os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na "política", ou seja, da múltipla e variada acção económica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum» (n. 42). Por conseguinte, convido os católicos, em colaboração com os homens de boa vontade, a trabalharem, em toda a parte ou onde for possível, num espírito de serviço, para promover com ardor uma sociedade justa e solidária.

7. A Igreja deve manifestar a presença amorosa de Deus a toda a sociedade, recordando-se de que «caminhar a par da humanidade, compartilhar da sorte terrena do mundo e da sua razão de ser é actuar como fermento e como alma da sociedade que deve renovar-se em Cristo e transformar-se na família de Deus» (Gaudium et spes GS 40). A mensagem evangélica de liberdade e de esperança, dirigida aos homens do nosso tempo, torna-se ainda mais premente neste ano em que se celebra o 150º aniversário da abolição da escravidão, esse comércio vergonhoso do qual homens, mulheres e crianças das vossas ilhas também foram vítimas.

O último ano de preparação para o Grande Jubileu que vai iniciar convida-nos a ressaltar abertamente a opção preferencial da Igreja pelos pobres e os excluídos. O testemunho da caridade é de facto primordial na vida cristã. Nas vossas dioceses, são numerosas as pessoas que, com grande generosidade, se põem ao serviço dos mais humildes e necessitados da sociedade. Deste modo, elas testemunham que Deus, Pai de todos os homens, não pode permanecer indiferente perante nenhum dos seus filhos, sobretudo dos aflitos.

Através das vossas obras caritativas, a Igreja deseja também demonstrar que está em jogo o próprio sentido da vida do homem e da sua dignidade. «Descobrir e ajudar a descobrir a dignidade inviolável de cada pessoa humana constitui uma tarefa essencial, diria mesmo em certo sentido, a tarefa central e unificadora do serviço que a Igreja, e nela os fiéis leigos, são chamados a prestar à família dos homens» (Christifideles laici CL 37). Portanto, faço os mais sentidos votos por que a doutrina social da Igreja seja para os fiéis uma guia e um incentivo cada vez mais vigoroso a viverem a caridade de Cristo.

8. O encontro com os membros doutras tradições religiosas é uma das realidades vividas pelos católicos da vossa região. Sinto-me feliz ao saber que, de maneira geral, são mantidas relações amistosas entre as diversas comunidades. De facto é importante que o respeito mútuo, fundado numa compreensão recíproca, presida aos vínculos entre os grupos humanos e religiosos, a fim de favorecer um serviço comum ao homem e à promoção da sua dignidade. Desejo que se possam desenvolver estes diálogos frutuosos acerca das importantes questões que se apresentam ao homem de hoje, nos âmbitos dos problemas éticos ou dos direitos humanos, a fim de colocar os valores comuns ao serviço da sociedade. É na busca dum melhor conhecimento recíproco, sobretudo atrav és do diálogo da vida, que os laços de fraternidade e entendimento se poderão consolidar, os quais garantem a estabilidade das sociedades e o respeito da liberdade religiosa.

9. Queridos Irmãos no Episcopado, no momento em que concluímos o nosso encontro, dou graças juntamente convosco pela obra de Deus na vossa região. A vitalidade da fé cristã nas Ilhas do Oceano Índico é assinalada pelas figuras luminosas do Irmão Scubillon e do Padre Jacques-Désiré Laval. Oxalá o exemplo destes bem-aventurados inspire todos os que hoje se esforçam por construir um mundo mais fraterno e procuram fazer diminuir todas as formas de escravidão, que ainda afligem o nosso mundo! Que eles sejam para todos os discípulos de Cristo modelos na sua busca da santidade e do serviço ao próximo.

Confio-vos à intercessão materna da Virgem Maria, exemplo perfeito do amor a Deus e ao próximo, e de coração vos concedo a Bênção Apostólica, que de bom grado faço extensiva a todos os vossos diocesanos.



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AO NOVO EMBAIXADOR DA COSTA RICA


POR OCASIÃO DA APRESENTAÇÃO


DAS CARTAS CREDENCIAIS


29 de Outubro de 1998





Senhor Embaixador

1. É-me muito grato receber as Cartas Credenciais que Vossa Excelência me apresenta e que o acreditam como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Costa Rica junto desta Sé Apostólica. Nesta circunstância, quero expressar-lhe a minha gratidão pelas amáveis palavras que me dirigiu, as quais testemunham os nobres sentimentos de proximidade e adesão à Cátedra de Pedro, presentes no coração de tantos cidadãos costarriquenhos. Agradeço de igual modo, em particular, a deferente saudação que me transmitiu da parte do Eng. Miguel Ángel Rodríguez Echeverria, Presidente da República, ao qual retribuo com os melhores votos e a certeza das minhas orações pelo progresso e o bem espiritual de todos os filhos e filhas dessa amada Nação.

2. A Costa Rica, Senhor Embaixador, é uma Nação admirada no mundo pela sua esmerada vocação à paz, que a levou a eliminar da sua Constituição Política a existência do exército como destacamento permanente. Esta determinação não só foi garantia do seu processo democrático, mas permitiu-lhe poupar inúmeros recursos económicos, dedicando-os a promover a educação, a melhorar as condições de saúde, a executar planos de habitação para os mais pobres e buscar a promoção integral do seu povo. Além disso, o seu país distinguiu-se sempre pela hospitalidade. Nos últimos anos milhares de cidadãos centro-americanos foram para a Costa Rica em busca de refúgio, forçados por difíceis situações sociais, políticas e económicas dos seus países de origem. Sabe-se como os Pastores da Igreja motivaram os fiéis e toda a população a verem em cada refugiado a imagem da Sagrada Família, que teve de emigrar de Nazaré para o Egipto. Isto contribuiu para que eles fossem acolhidos com afecto fraterno e pudessem obter os mesmos serviços que o restante da população, especialmente em matéria de educação e saúde.

3. Sabe-se também que, tanto o Governo da República como os grupos mais representativos do seu país, acolhendo o apelo que foi feito pelo Episcopado da Costa Rica, procuram encontrar as melhores soluções para os problemas mais graves, detectados através de processos de harmonização (cf. Comunicado da CECOR, 1/12/1997). A experiência ensina que quanto mais instituições e pessoas unem os seus esforços na busca de objectivos comuns para o bem de todos, tanto mais prontamente e com facilidade se consegue alcançá-los. Em contrapartida, a divisão leva inexoravelmente ao retrocesso e ao impedimento. A este respeito, é-me grato constatar que o povo costarriquenho, dando provas de grande maturidade cívica, busca na concórdia o que jamais poderia conseguir pelos caminhos do confronto.

4. Por outro lado, Vossa Excelência ressaltou a importância que a família tem na sociedade, sobretudo num país de larga tradição cristã como é a Costa Rica. Se lhe chamamos «célula fundamental da sociedade» (Gratissimum sane, 4), é porque tudo o que acontece dentro da família tem profundas repercussões em todo o corpo social. É na família, especialmente a cristã, que as crianças aprendem dos seus pais o respeito pela vida humana, sagrada e inviolável desde o momento mesmo da sua concepção até ao seu ocaso. Ela é também escola de acrisoladas virtudes, que vai dando à Igreja e à sociedade cristãos e cidadãos exemplares, que lutam contra a corrupção, a violência, a delinquência e a degradação moral nas suas mais variadas e dolorosas manifestações. A colaboração neste campo entre o Estado e a Igreja, na escola e nos meios de comunicação social, é indispensável para proteger e favorecer a família como santuário da vida e do amor, educadora de pessoas e promotora do desenvolvimento para todos.

5. Inspirada nas palavras de Jesus: «Pobres sempre os tereis convosco» (Jn 12,8), a Igreja católica no seu país, Senhor Embaixador, faz notáveis esforços a todos os níveis para assistir as crianças órfãs e abandonadas, os anciãos desamparados, os enfermos terminais de SIDA, assim como para a construção de instalações para acolher mulheres que tiveram a tentação de abortar. De igual modo, são louváveis os esforços, especialmente a nível paroquial, que se fazem para apoiar as famílias atingidas pelo desemprego, a falta de moradia, o cuidado de membros deficientes. Ante estas situações é muito recomendável que o Estado, a Igreja e a iniciativa privada assumam esforços não só para assistir os pobres, mas sobretudo para os promover através da educação. Assim poderão caminhar pelos seus próprios meios e ser responsáveis do seu destino. Sabe-se também que o seu país realiza importantes esforços para melhorar a economia. Neste sentido, é desejável que os progressos económicos beneficiem, antes de tudo, a população mais pobre. Deste modo a paz social, longe de ser impedida, fortalecer-se-á cada dia mais na Costa Rica, pois não se pode esquecer que a economia deve estar ao serviço do homem e não o homem ao serviço da economia.

6. Desde a sua independência, as relações Igreja-Estado na Costa Rica distinguiram-se pelo mútuo respeito e cordialidade. Respeito para não interferir no que é próprio de cada instituição, mas que leva a apoiar-se reciprocamente e a colaborar, a fim de conseguir o maior bem-estar para a comunidade nacional. Por isso, através do diálogo construtivo, é possível a promoção de valores fundamentais para o ordenamento da sociedade, favorecendo o seu desenvolvimento. A respeito disso, embora a missão da Igreja seja de ordem espiritual e não política, a fomentação de relações cordiais entre a Igreja e o Estado contribui em grande medida para a harmonia, o progresso e o bem-estar de todos, sem distinção alguma.

7. No momento em que Vossa Excel ência inicia a alta função para a qual foi designado, desejo formular os meus votos pelo feliz e frutuoso desempenho da sua missão junto da Sé Apostólica, desejosa sempre de que se mantenham e consolidem cada vez mais as boas relações com a Costa Rica. Ao pedir-lhe que se digne transmitir estes sentimentos ao Senhor Presidente da República, ao seu Governo, Autoridades e ao querido povo costarriquenho, asseguro-lhe a minha oração ao Todo-poderoso para que, por intercessão da sua Padroeira, Nossa Senhora dos Anjos, assista sempre com os seus dons Vossa Excelência e a sua distinta família, os seus colaboradores, os governantes e cidadãos do seu nobre País, o qual recordo sempre com particular afecto.




Discursos João Paulo II 1998